Dear Sun escrita por ezanatto


Capítulo 14
Capítulo 14




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Capítulo 14

                Jun não conseguia entender o motivo de ter sido durante todo o dia, mas decidiu que não deixaria que isso continuasse acontecendo.

                – Masaki, não quer sentar aqui do lado do Sho-chan? – Jun fez um gesto em direção a Sho, que estava sentado ao seu lado. Nino e Ohno dividiam um banco.

                – Ah não, tá bom aqui. – Aiba, inocente, falou sorrindo.

                – Mas o Sho-chan disse que quer te falar uma coisa. – Jun emendou, disfarçando seu olhar intimidante.

                – Eu disse? – Sho falou, sem entender o que estava acontecendo. Jun olhou-o ameaçadoramente, sem disfarçar. – Ah, eu disse!

                – Então eu troco. – Aiba levantou-se e atravessou lentamente até o outro lado, tentando manter a maior distância possível da fogueira.

                Jun, rapidamente sentou-se ao lado de Eloise, que se mostrava mais e mais desconfortável. Seu coração palpitava e ela tentava com todas as suas forças manter alguma distância de Jun, temendo que ele a beijasse novamente.

                – O que aconteceu? ­ – Jun sussurrou em seu ouvido, sobressaltando-a.

                – Nada. – Eloise falou, assim que se recuperou do susto.

                – Claro que aconteceu alguma coisa. Por favor, fale pra mim. Ou o problema sou eu? – Jun tentava de qualquer maneira entender o que estava acontecendo.

                – Não é você. Eu sou o problema. – Os olhos de Eloise encheram-se de lágrimas, que ela tentou com todas as forças evitar que escorressem.

                – Eu não deveria ter te beijado ontem. Desculpa. – Jun olhou fixamente para a fogueira, punindo-se mentalmente por não ter nem mesmo perguntado se ela já tinha alguém.

                – Não se desculpe, por favor. – A cada palavra tornava-se mais difícil evitar que seus olhos marejados transbordassem.

                – Mas o que eu devo fazer então? Não importa o quanto você tente disfarçar, você parece estar sofrendo. – Jun falou, arrependendo-se em seguida por ter exposto seus pensamentos.

                – Não faça nada, por enquanto. Eu preciso de um tempo, só isso. – Eloise passou seus braços em torno de Jun e deu-lhe um abraço apertado. Ela não sabia se tinha essa liberdade, mas mesmo assim, o fez. – Finja que nada aconteceu, ao menos por enquanto.

                – Se é o que você quer, é o que vou fazer. – Jun sorriu, mas era um sorriso forçado – Lembre-se, eu estarei esperando.

                Toda a conversa acontecera em sussurros e o restante de grupo mostrava-se totalmente concentrado no DS de Nino, comentando alegremente.

                – Alguém quer tocar? – Eloise ofereceu o violão, torcendo para que algum deles se voluntariasse.

                – Eu posso? – Nino ergueu os olhos do DS e, antes mesmo que Eloise pudesse responder, guardou-o em um bolso e pegou o violão.

                Passaram várias horas tocando e até mesmo Eloise venceu sua timidez e tocou algumas composições próprias para eles.

                – Suas músicas são lindas. – Sho falou, sorrindo.

                – Obrigada. – Eloise enxugou uma lágrima que escorrera enquanto tocava a ultima música. A música que compusera com a ajuda de Kenji, há alguns anos.

                – Você toca com sentimento. – Nino completou.

                – Não, quem toca com sentimento é você. Só Deus sabe quantas vezes eu chorei com suas músicas, Nino. – Eloise falou, lembrando que cada vez que assistia os solos de Nino chorava por horas a fio.

                – Então eu realmente consigo passar essa sensação quando toco? – Nino falou, feliz em poder saber diretamente de uma fã.

                – E como consegue. – Eloise falou.

                Vencidos pelo cansaço do dia, todos se recolheram. O Arashi dividiu uma barraca que originalmente abrigaria somente três pessoas. Eloise fechou o zíper da sua, deitou-se e pôs-se a chorar, lembrando-se do processo de composição da música que tocara mais cedo.

                Flashback

                Kenji estava sentado no sofá, as pernas cruzadas e o violão sobre uma delas. Eloise trazia uma bandeja, com um grande sorriso no rosto.

                – Essa será nossa música, está bem? – Kenji falou, puxando Eloise para seu colo, deixando o violão de lado e beijando-a calorosamente.

                – Ah é? E qual vai ser o nome? – Eloise falou, radiante.

                – Não sei. Você decide. – Ele falou, sem largá-la.

                – Shiranai.

                – Como não sabe? A música precisa de um nome.

                – Shiranai é o nome que eu quero.

                – Você é quem manda! Mas eu gostei. – Kenji falou, anotando o nome da música.

                Fim do Flashback

                Assim que os primeiros raios de sol ficaram visíveis, todos se levantaram para gravar a volta do Arashi até o Hotel. Novamente Eloise seguiu-os de perto, escondida atrás das câmeras.

                Despediu-se deles, prometendo que ainda se veriam antes que eles partissem do volta para o Japão.

                Ao chegar em casa, encontrou-a totalmente vazia. Harumi estava na escola.

                Novamente pegou o violão, sentou-se no sofá com as pernas cruzadas e tocou “Shiranai”, deixando que todas as lágrimas que segurara na noite anterior escorressem livremente por sua face. Tocou-a várias vezes, trazendo à tona muitas lembranças felizes, mas que agora a faziam chorar ainda mais.

                Percebeu que já estava quase na hora do almoço, e para compensar a noite que esteve fora, decidiu que buscaria Harumi na escola.

                Colocou o arroz para cozinhar e foi tomar banho. Quando voltou à cozinha, o arroz já cozido, montou os sushis que a filha tanto gostava.

                Assim que Harumi viu a mãe esperando-a no portão da escola, correu até seus braços. Mãe e filha comeram sushi até encher a barriga e depois foram brincar num parque próximo. Somente com a filha, Eloise se sentia leve e podia deixar de lado suas confusões amorosas.

                Já passado do meio da tarde, Eloise surpreendeu-se quando a campainha tocou e constatou que quem estava do lado de fora da porta era sua amiga Lhaisa, que há tantos anos lhe apresentou o Arashi.

                Lhaisa era dez anos mais velha que Eloise, autora de vários livros e há pouco dera a luz ao seu primeiro filho. Era outra pessoa com quem Eloise podia contar sempre que precisasse.

                Eloise contou-lhe tudo que estava vivendo junto ao Arashi, e sobre o beijo que Jun lhe roubara. Falou sobre a confusão amorosa pela qual estava passando e sobre sua indecisão.

                – Sabe o que eu acho? – Lhaisa falou por fim.

                – O quê? – Eloise não conseguira conter as lágrimas enquanto contava. Harumi estava no quarto brincando.

                – Que o seu coração ainda é do Kenji, e não importa o que aconteça, continuará sendo.

                – Mas o que é isso que eu sinto pelo Jun?

                – Você é fã dele. Por vários anos tratou-o como seu “marido”. Isso é só amor de fã. – Lhaisa concluiu.

                – Será mesmo? – Eloise perguntou-se.

                E surpreendentemente, a campainha tocou novamente. Harumi veio correndo do quarto, gritando que ela queria abrir a porta.

                A pequena abriu a porta, e logo gritou para a mãe:

                – Okaasan, esse não é o tio do Arashi?

                Apavorada, Eloise levantou-se rapidamente e foi até a porta. Seu coração deu alguns saltos quando constatou que realmente aquele que se encontrava em frente à sua porta era Matsumoto Jun.


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