Na segunda-feira, Snape e Nany estavam tomando café-da-manhã no Salão Principal. Nany estava com alguns cortes no rosto e no braço direito. O braço esquerdo estava, como sempre, coberto por uma luva de renda preta. Após o café, Snape daria aula para o quinto ano da Corvinal. Nany só começaria a dar aulas na quarta-feira para os alunos do curso de Astronomia.
Depois das aulas, Snape foi conversar com Nany, no jardim. Snape disse:
“Você dormiu bem?”
“Para falar a verdade, eu nem dormi. Já era quase sete da manhã quando fui para a torre. E você?”
“Eu também não dormi. Fiquei pensando na missão de ontem.”
Eles caminharam para perto do Lago. Nany disse:
“Dumbledore nos mandará lá de novo. Com toda certeza.”
“E você irá de novo?”
“Claro. Nada se compara ao prazer de invadir o Ministério. E bem debaixo do nariz de Thicknesse. Da próxima vez, invadirei a sala da Umbridge, só para ter o prazer de descobrir os segredos daquela...”
Snape se apressou em dizer:
“Quase nos pegaram da primeira vez. Haverá mais segurança na próxima.”
“Ora, Snape. É isso o que a vida tem de melhor. Eu adoraria travar um duelo com alguém do Ministério.”
“Quer se preparar para esse duelo?”
Nany rodeou Snape e disse:
“Isto é um desafio, professor Snape?”
“Aceita ou não?”
Nany tirou a varinha do bolso do vestido e disse:
“Eu nunca recuso uma luta.”
Snape sacou a varinha dele e disse:
“Então, vamos começar.”
Os dois fizeram a reverência e apresentaram suas varinhas. Após tomarem distância, Nany começou o duelo:
“Estupefaça!”
“Protego!”
Depois de horas duelando, Nany disse:
“Vamos parar. Estou muito cansada.”
Ela guardou a varinha e se deitou sobre a grama. Snape se sentou ao lado dela. Ele estava com um corte no rosto. Nany viu o corte e disse:
“Desculpa pelo ferimento.”
Snape olhou para ela e viu que o braço direito dela estava com um corte ainda maior. Ele disse:
“Não tem problema. O seu ferimento está pior.”
“Acredite, já passei por coisas piores. Pelo jeito, perdemos o almoço. Você tinha mais alguma aula hoje?”
“Felizmente não. Tinha a tarde inteira livre.”
“Que bom. Assim você me faz companhia.”
“Eu passo quase que o dia inteiro junto de você. Não pode reclamar quanto a isso.”
“E faz só dois dias que nos conhecemos.”
“E nesses dois dias eu não descobri quase nada sobre você.”
Nany se sentou e ficou olhando para o Lago. O sol estava quase se pondo. Ela disse:
“Eu já lhe disse que um dia eu lhe contarei tudo.”
“E eu estou lhe dizendo que paciência não é o meu forte.”
Nany sorriu. Snape se aproximou mais de Nany e a abraçou pela cintura. Ele disse:
“Você não me respondeu o que eu te perguntei de madrugada.”
Nany sussurrou no ouvido dele:
“Você sabe a resposta. É a que você quer ouvir.”
Snape passou a mão pelo cabelo de Nany e acariciou o rosto dela. Nany sussurrou com um tom malicioso:
“O que pensa que vai fazer professor?...”
Snape se aproximou lentamente do rosto de Nany e disse:
“Use a sua imaginação e descubra...”
Snape fechou os olhos e beijou Nany. O sol estava se pondo atrás do Lago Negro, enquanto a lua surgia no céu, iluminando os dois.