“Como é que eu vim parar aqui?” Sim, era exatamente o que eu estava me perguntando. Algumas horas atrás eu era apenas Rebeca Andrade, a brasileira sem graça, mas agora eu seria a garota de More Than This. Eu estava no carro dos os meninos de One Direction, a caminho do Mc Donalds, como se eu fizesse isso regularmente. O destino finalmente devia estar se simpatizando comigo.

Passar no Mc Donalds foi idéia do Niall. Como alguém consegue comer tanto e não engordar? Eu realmente não entendia como ele fazia isso. Ele comeu cinco lanches sozinho e ainda disse que estava com fome, eu não agüentava nem um inteiro!

–Rebeca, você se importa se a gente passar em nossa casa primeiro? O pessoal da administração vai passar lá daqui a pouco para pegar uns documentos que eles precisam, mas eles estão aqui com a gente.

–Claro que não, eu já avisei minha mãe que eu ia demorar um pouco. Mas vocês não se importam em me levar com vocês? Quero dizer... eu sou uma fã, vocês não tem medo de que eu revele o endereço?

–Por que, você faria isso? – disse Liam.

–É claro que eu não faria! Mas vai que um dia vocês convidam uma fã pra ir pra lá e ela faz isso.

–Nós não saímos contando pra qualquer um. Mas você parece ser confiável e você é legal. Podemos confiar em você, certo? – disse Harry me olhando pelo espelho retrovisor. Ele parecia já saber da resposta.

–Eu sou a pessoa que vocês mais podem confiar. – Harry sorriu. Os outros estavam quase dormindo.

–Vocês vão fazer show por aqui ou estão descansando por um tempo?

–Nós vamos dar um tempo. Tirar férias de um mês, até anunciar a próxima turnê. Estamos visitando nossas famílias agora, fazia meses que nós não os víamos. Agora que moramos todos juntos em Londres é difícil vê-los. Chegamos hoje da Irlanda, ficamos uma semana lá, mas Niall tem uma nova casa agora. E eu e o resto dos meninos vamos visitar nossas famílias durante o mês. – disse Harry, que só estava acordado porque estava dirigindo.

–Ah, entendi. Deve ser horrível ficar tanto tempo longe da família. Estou sem ver a minha faz um dia e já estou morrendo de saudad... – Fui interrompida quando Niall caiu no meu colo. Ele estava dormindo, e parecia estar muito cansado. Como alguém podia ser tão lindo? Eu não resisti e comecei a mexer no cabelo dele.

–O que aconteceu? – Harry perguntou por eu ter parado de falar do nada.

–Nada, é que eu estou com sono também.

Foi aí que eu vi que ele estava entrando na minha rua, e estava se aproximando da minha casa.

–Harry, como você sabe onde eu moro? – além de ser perfeito ele tinha poderes sobrenaturais?

–Como assim onde você mora? – ele perguntou não entendendo nada. Mas o carro passou direto pela minha casa e parou em frente à outra. E eu lembrei o que eu havia pensando quando eu vi a casa pela primeira vez “John parou na frente de uma das casas mais bonitas da rua. A única que superava era uma casa de dois andares com um terraço gigante, que deveria pertencer a alguém muito rico.” A alguém muito rico. Eu nunca iria imaginar que esses ricos, seriam algumas das pessoas que eu mais amava na minha vida.

–Harry, vocês moram mesmo aqui? – eu perguntei perplexa. Niall estava sussurrando alguma coisa que eu não conseguia entender enquanto dormia.

–Sim, por que você parece tão surpresa?

–Bom, você não precisa me deixar em casa. – Sério, o que mais o destino estava guardando pra mim?

–Como não preciso? Você pretende ir a pé?

–Não é muito difícil, até porque eu só tenho que dar uns trinta passos. – eu disse e sorri.

–O quê? Onde você mora? – ele parecia perplexo.

Eu apontei para a minha casa.

–Meu Deus...

–O que eu perdi? – disse Niall se levantando. E então ele percebeu que estava no meu colo – Eu caí em você? Me desculpe! – ele parecia envergonhado. E eu parecia uma boba quando vi a carinha que ele fez quando acordou.

Os outros meninos acordaram também. Quando descemos do carro Harry os contou que eu era a vizinha.

–Sério? É você que está hospedada na casa da Katherine dessa vez? – disse Liam parecendo surpreso.

–Aham, a adorei. Só não gostei muito de uma coisa... – eu não completaria. Não gostava de falar mal dos outros.

–Me deixa adivinhar... Caroline? – disse Louis.

–Ah, vocês não gostam dela também? – eu estava feliz por alguém me entender.

–Como alguém gosta dela? Ela consegue ser a pessoa mais mal educada do mundo! – disse Zayn.

–Bom, meninos é melhor eu ir entrando. Que horas é a gravação amanhã?

–Ah, é verdade. Você está estudando de manhã? – disse Liam.

–Sim, tenho resto do dia livre.

–Ah, então não é problema. Nós queríamos gravar no por do Sol e a noite. Acho mais bonito. – disse Liam e sorriu.

–Ai, que romântico! Tanta fofura mata, meu amor! Quer que eu chame a Danielle pra matar as saudades? – disse Louis fazendo uma voz de menina. Todos riram.

–Não precisa, já vou vê-la amanhã. – Liam disse e deu um tapa na cabeça dele. – Rebeca, vou entrar porque estou morrendo de sono. Até amanhã. – ele me deu um beijo na bochecha e entrou.

–É, eu também vou. Longo dia. Foi bom ter te conhecido, é bom ter uma amiga brasileira, você é meio diferente. Até amanhã. – Zayn me disse e me deu um beijo na bochecha. Ele havia me chamado de amiga, me deu um beijo na bochecha. A essa hora eu já estava dando gritinhos de alegria na minha cabeça.

–É mentira dele. Ele ainda vai fazer o ritual de beleza antes de dormir. – disse Louis sempre fazendo uma piadinha.

–Amanhã você volta pra casa e nós vamos juntos para a gravação tudo bem? – disse Harry e eu assenti. – Então até amanha Beca.

–Até amanhã nova pop star. – disse Louis e saiu com ele. Larry Stylinson era realmente fofo.

No final só sobrou Niall e eu, mas Niall parecia estar mais dormindo do que acordado.

–Niall, está tudo bem? – eu perguntei chegando mais perto dele.

–O que? – ele disse parecendo acordar de um transe. – Ah, sim estou bem. Cadê todo mundo?

–Eles acabaram de entrar. Vai dormir, você está muito cansado. Até amanha Niall. – eu disse e já estava indo para minha casa.

–Boa sorte com a Caroline! E até amanha, vizinha. – ele disse, me deu um beijo na bochecha e sorriu.

Caminhei para minha casa fingindo que estava tudo normal, mas na verdade eu sentia que ia ter um ataque cardíaco a qualquer momento.