Carta (revoltada) Do Seiya escrita por Hana Amamiya


Capítulo 1
Carta do Seiya


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira fic que publico aqui, espero que gostem!



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Olá, tudo bem? Aqui quem escreve é o Seiya. Resolvi escrever essa carta como um protesto em nome dos meus companheiros de guerra. Primeiramente, queria avisar a vocês que as coisas não são como se passa na TV. É impressionante como eles fazem um sensacionalismo tão grande, claro pra ganhar IBOPE né! Outra coisa. Esse tal Kurumada, é meio doido. Eu já vou explicar o porquê.

De onde ele tirou que somos cavaleiros? Do zodíaco tudo bem, porque nossas armaduras vêm das estrelas, e tem os signos, constelações, o caramba. Mas cavaleiros? Eu gostaria de deixar bem claro que apesar de eu representar um cavalo com asas, eu morro de medo de equinos! Quando eu era pequeno, fui andar a cavalo com minha irmã e o bicho saiu como um doido disparado comigo. Não tinha reza que fizesse o bichinho parar de correr, e a solução que tive foi me jogar no chão. Resultado: um braço quebrado e uma semana sem jogar videogame. Por causa do braço.

Aí você vem e me diz que cavaleiros é no Brasil. O nome original da série é Saint Seiya. Saint? De santo essa galera não tem nada! Gente, eu já falei que eles só mostram o que querem mostrar, essa tv manipula demais as informações! Abram os olhos! Desde quando o Ikki é santo? Ele xaveca quem passa na frente dele! E as menininhas adoram né! Acho que de santo mesmo só o Shiryu, porque aquele ali, não tem um par de pernas que o faça olhar. Ele é sério demais, comprometido. Sei não... até o Hyoga olha quando passa mulher bonita! Mas voltando ao assunto, Saint Seiya. O que diabos eu tenho a ver com isso? Não, porque colocar meu nome na série tudo bem, agora, pagar a mais por isso, haha... Cadê? A Fundação Graad tá me devendo até hoje uma indenização da época do santuário. E o Shiryu, que entrou com um processo por propaganda enganosa? Quando ele concorreu à armadura de Dragão, falaram que o escudo era inquebrável. O Mu vive remendando aquela porcaria, e até agora não recebemos os nossos direitos.

Outra coisa que vocês, bobinhos caem: Desde quando existiu um torneio intergaláctico? Acorda, povo! Nós não temos superpoderes não. Nós fizemos lá um campeonato de luta, um dando porrada no outro, foi super legal.

Ah, e quando eles falam sobre “colocar a armadura”, que parece que vem dos céus, e que basta que fiquemos em pé com os braços estendidos que ela monta sozinha no nosso corpo. Tudo balela. 

Nós éramos tudo molequinho, né. Cada um foi mandado pra receber o treinamento com um mestre de acordo com a armadura que sorteamos. Até aí eles não mentem muito não. E sim, é verdade que o Ikki quando descobriu que a armadura dele seria rosa, fez questão de trapacear e trocar com o irmão, pirralho que nem sabia o que estava fazendo lá.

A mentira está no modo como as recebemos. Não foi nada mágico! Vocês parem de acreditar no que a tv fala. Eram vários candidatos pra cada armadura, tipo prova de vestibular sabe? Então tinham os campeonatos e o vencedor ganharia a armadura, aquele título. É como um concurso de emprego, você rala pra caramba pra conseguir aquela vaga, e mal sabe o que te espera depois que a conquista. Aí é que você rala mais. Mas enfim, não estou aqui pra falar mal do salário, deixarei isso pra uma outra carta, mas não posso deixar de comentar sobre a burocracia pra pegar a armadura. É documentação pra lá, é xerox pra cá, um monte de assinatura, e contratos (aqueles com letra minúscula), que juro que pensei em desistir dessa porcaria. Aí quando recebi, fiquei super empolgado né? Eles conferiram o protocolo e me entregaram a caixa. Gente, aquilo pesa toneladas. Eu tive que pegar o busão pra casa com aquele peso nas costas. Pergunte se eles se preocupam com nosso bem estar? Eu que moro naquele cafofo apertado ainda tive que guardar uma caixa daquele tamanho ocupando metade do meu quarto. Fiz de mesinha, foi a solução.

Depois de uns meses com aquilo empoeirado, recebo a ligação pra ir lutar pra conseguir a tal da armadura de ouro de Sagitário que eu nem imaginava que não tinha dono. Lá fui eu, como um corno carregando aquela caixa pesada lá pra arena, que é um lugar super difícil de chegar, porque não tem metrô. No vestiário, um bando de homem fedido e suado que tinha acabado de lutar trocando de roupa e guardando as armaduras, enquanto nós limpinhos e cheirosinhos (menos eu que peguei ônibus) colocando peça por peça. Mas é tanto detalhe que chega a dar raiva. Conheci o Shun no vestiário. Ele estava todo enrolado com as correntes, não sabia qual ficava na mão direita, se era a com ponta de bolinha ou ponta de setinha. Acho que até hoje ele não sabe, ele coloca de qualquer jeito. Ficamos amigos e ele me contou que estava preocupado com o irmão, que não estava presente na competição, mas que ele tinha que estar lá, pois estava inscrito. O mais engraçado é que eu não fui com a cara do Shiryu nesse dia. Nos olhamos meio de banda, e só depois fiquei sabendo que iria lutar contra ele.

Termino essa carta aqui, meu celular tocou. É a Saori me chamando pra ajudá-la na arrumação de uma festa dela. E lá vai o corno pegar ônibus de novo pra ajudar a madame...

Depois vou escrever mais, viu, galera! Tchau aí pra vocês.

Seiya.


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Notas finais do capítulo

Essa história me veio na cabeça enquanto eu caminhava pela rua, aliás, acho que toda minha inspiração surge quando estou sob o sol quente do Rio de Janeiro caminhando apressada. Preciso fazer mais isso. Espero que tenham gostado! Quem sabe Seiya não escreve uma outra carta...