Abismo Primordial. escrita por Maxiliano Rosa


Capítulo 3
Cantiga de ninar.




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Não pude esconder o espanto de tais palavras repentinas que romperam sobre minha mente até então em paz...

— Estão todos Loucos!? Como decidem uma coisa destas sem minha presença!? E ainda mais com tantos dos primogênitos espalhados pelo mundo!?

Gritei num momento de fúria sem pensar na pobre criança que estava ao meu lado e obviamente não entendera nada.

— O que foi tio? Quem está louco? Os bichos? Você está falando dos bichos?

Pergunta a pobre criança assustada com meu súbito rompante de histeria que a faz se afastar de mim.

— Não, não, minha linda princesa! Desculpe-me. O tio não quis te assustar. É que um amigo entrou em contato agora com o tio mandando uma mensagem para cabeça do tio que o deixou bravo. Acabei gritando sem querer. Mas não é com você. Não se assuste. O tio está aqui para te ajudar lembra?

A pobre criança ainda assustada balança a cabeça olhando para o homem que tinha levantando a enorme nave e jogado no céu! Ao mesmo tempo, que se pergunta como alguém podia ter mandado uma mensagem para cabeça dele? Ele realmente devia ser o Super-homem.

“- Max com quem você está falando? Conseguiu encontrar algum sobrevivente nesta loucura que ficou São Paulo depois da última batalha?”

“- você me conhece Gilmar, eu sempre encontro alguém.”

“- Mas me fale que loucura é esta que você me contou? Como assim o conselho resolveu atacar? Ficaram loucos? Esqueceram que esta pode ser a última batalha? Como podem simplesmente resolver ir para o encontro do inimigo sabendo de todos os riscos? Ainda mais tendo o Marcos e o Manoel ido junto com a Giovanna para o oriente, e o Raul estar ao lado de Thanos!?”

“- Como podem com tamanho desfalque resolverem atacar as instalações inimigas no EUA sem minha presença? Enlouqueceram? Estão todos tão assim ansiosos para conhecer a amada de Thanos que pretendem jogar tudo para o ar inclusive a própria existência do universo?”

Enquanto me perdia em questionamentos a pós questionamentos que nem permitiam tempo ao meu bom e velho amigo Gilmar responder, a pobre criança ainda abalada e surpresa olhava curiosa para o seu salvador que estava lá, parado olhando para o nada fazendo caretas estranhas e cara de mau.

Será que o tio está falando com o homem que está dentro da cabeça dele? Deve estar doendo tadinho ele não para de fazer careta.

— Não fica assim Tio. Eu sei que está doendo, mas você é forte, você pode vencer todos os bichos maus! E se estiver doendo muito eu estou aqui. Quer que eu cante para você? A vovozinha cantava para mim quando minha cabeça doía. Sempre dava certo.

Fui pego totalmente de surpresa por tamanho comentário tão infantil e encantador. O sorriso da pequena criança que a pouco estava chorando, e agora de forma inexplicável tentava me animar mesmo não tendo a mínima ideia do que estava acontecendo me tocara de forma tão forte que foi impossível não esquecer completamente do que estava falando.

— BOI, BOI, BOI... BOI DA CARA PRETA... PEGA ESTA CRIANÇA QUE TEM MEDO DE CARETA...

Antes mesmo que me desse conta, estava ajoelhado com lágrimas em meus olhos olhando aquela pobre criança que cantava e dançava em minha frente de forma tão linda e magistral que eu queria que simplesmente o tempo parasse e nunca mais voltasse.

— Canta comigo tio. Não chora não. Você é homem. Minha vovozinha sempre falou que homem não chora.

Abraçando-a da forma mais forte e carinhosa possível que não a machucasse, levantei-a e comecei rodopiar com a pequenina em meus braços cantando bem alto a música tão infantil e tão maravilhosa que iluminava minha alma e enchia meu peito de alegria e paz...

— BOI, BOI, BOI... BOI DA CARA PRETA... PEGA ESTA CRIANÇA QUE TEM MEDO DE CARETA...

Durante estantes fiquei ali rodopiando... Aproveitando aquele momento mágico... Enquanto o Gilmar quase enlouquecido me chamava mentalmente tentando me trazer para realidade que pessoalmente queria esquecer...

Até que rindo junto com a pequenina, parei, beijei sua testa, a abracei bem forte, e enquanto a abraçava mentalmente dei a ordem provavelmente mais enérgica que tinha dado em minha vida!

“- Gilmar despache imediatamente uma nave de resgate para buscar esta pequena criança. E mande o Leo vir me buscar imediatamente junto com o Éder para cuidar dela enquanto eu partir..."

"- Nunca mais em minha vida eu quero ver uma criança como esta chorar!"

"- Hoje a guerra acaba! De um jeito ou de outro...”

O silencio temporário de Gilmar demonstrou seu susto com o teor do que tinha ouvido. Ele conhecia o Max há anos, mas nunca havia ouvido uma frase com tamanho ódio, poder e certeza antes. Sabia que o que vinha pela frente podia ser algo que nunca tinha visto. Provavelmente o mundo veria o verdadeiro Max que nunca havia se mostrado. E isto no fundo no fundo lhe assustou por alguns segundos.

“- Não se preocupe cara. Eu tinha deixado todas nossas mentes conectadas. O Leo e o Éder já partiram antes mesmo que eu pudesse pensar. E levando em consideração o impacto da explosão causada pelo impulso feito pelo Leo para voar, acredito que ele deva chegar muito em breve aí.”

“- E qual foi a reação de todos quando viram mais dois primogênitos saindo?”

“- Inevitavelmente de histeria e pânico geral. Nem mesmo o conselho esperava por isto. Inclusive parte das forças aéreas quando viram o Leo partindo já queriam ir com ele. Mas não se preocupe. Imediatamente expedi uma ordem mental a todo o continente que o Leo tinha partido para te buscar. O que no final está servindo de alivio para grande maioria.”

“- Obrigado Gilmar. Obrigado mesmo. Conto com você para tentar segurar este bando de loucos para não partirem numa jornada suicida antes de minha chegada.”

“- Oxe... Pode ficar despreocupado Max. Que aqui eu resolvo. Apenas se acalma e venha o mais rápido possível.

Vou ficar off por enquanto que já tem uns caras do conselho aqui na minha sala enchendo o meu saco. É nestas horas que eu queria o Marquinhos aqui para parar o tempo.”

Então o Gilmar dá uma risada e se desconecta mentalmente de seu velho amigo. Que apesar da risada, sente a preocupação profunda de talvez aquela for a última vez que eles conversem...

*** Mesmo sem modos de garantir que não roubem os direitos dessa obra, peço encarecidamente que se publicarem em outros sites, façam referência ao autor original, Maxiliano Rosa. Tenham ética e maturidade e não se assumam como autores desta fanfiction quando/se publicarem em outros sites, pois o autor teve muito trabalho em criar esta história, e em pensar em todos os detalhes. ***


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Notas finais do capítulo

Desde já agradeço pela leitura e por quaisquer reviews.