Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 17
TPM, Descontrole e Culpa


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, devo me desculpar por ter demorado a postar, tive muito trabalho de escola pra fazer... Enfim, postei um capítulo que acho que vocês vão gostar... enfim kk



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   Estava ligeiramente tomada por uma dúvida. Jun havia devolvido meu celular sem dizer uma palavra.

   Como ele era machão! Fez todo aquele drama pra não assumir que era romântico, mas eu o desmascararia!

   Tive uma idéia que talvez desse certo. A menina, a entregadora da rosa, ela me ajudaria a desmascará-lo.

   Procurei por ela durante o intervalo, reconheceria seu rosto se a visse novamente. Procurei-a por todos os cantos, até finalmente achá-la na biblioteca.

_ Oi... – disse incerta, tirando a atenção da garota do livro.

_ Oi! – ela me reconhecera.

_ Você lembra de mim?

_ Claro! É a Chiao Ana...

_ E você é? – estava curiosa para saber o nome de minha salvadora.

_ Meu nome é Min Ji! – sorriu. – Precisa de ajuda com algum livro? – perguntou-me.

_ Na verdade, queria saber outra coisa... – continuei. – Você pode me dizer, quem pediu para que você me entregasse a rosa ontem? – estava ansiosa para ouvir o nome JunHyung.

_ Ah, acho que não terá problema! – suspirou. – Quem pediu que eu lhe entregasse a rosa foi Kevin Woo. – sorriu.

   Aquele nome ecoou dentro de mim, deixando surgir uma grande dúvida.

_ Kevin Woo? M-Mas, porque? – estava mais que confusa.

   Kevin Woo? Ela estava brincando comigo, ou teria confundido os nomes...

_ Não é JunHyung e você se enganou por alguma razão? – hesitei.

_ Não! Foi Kevin Woo, Kevin do U-kiss... eu sei reconhecer meu bias ok? – ela riu alto.

   Estava paralisada. Aquilo não fazia sentido nenhum.

_ Você está bem? – a menina encarou meu rosto tomado pela incerteza.

_ Sim. – disse hipnotizada, dirigindo-me a saída.

   Não encontrava sentindo algum naquilo. Kevin não me amava, sabia disso. Era o que então? Uma brincadeira?

   Descobriria isso.

   Fui em direção a Kevin, que estava em uma rodinha com Eli, Hoonim e DongHo. Ao me ver, ele pareceu perceber sobre o que eu diria. Aproximei-me cada vez mais, e desta vez, todos os quatro me olhavam.

_ Kevin-ah... – disse insegura, aproximando-me.

_ Ana! – ele pareceu ignorar minha cara de desespero e abraçou-me forte. – Eu sei... – disse em meus ouvidos.

_ Sabe? Sabe o que?

_ Sei por que está aqui. Na verdade, esperávamos por você ontem, mas tudo bem... – ele encarou-me enquanto eu ficava cada vez mais louca.

_ Vamos nos sentar ali... – sugeriu Eli, enquanto os outros caminhavam em direção à mesa.

   Eles sentaram-se, esperando eu me sentar. Que tipo de coisa estava acontecendo ali?

_ Ana... – Hoonim interrompeu meus pensamentos. – Temos muito que explicar, então ouça com atenção. – disse.

_ Afinal, quem vai me dizer o que esta acontecendo? – perguntei, pirando.

_ Eu! – DongHo disse empolgado.

_ Aish... cale-se! Nada mais natural do que eu contar! O plano foi meu! – Kevin.

_ Plano? Gente, do que estão falando? – cocei a cabeça frenética.

_ É o seguinte... – Eli começou. – Nós, membros do UKISS, nos conhecemos há muito tempo, a ponto de saber o que um pensa, mesmo que ele não diga. Nós somos capazes até mesmo de decifrar os pensamentos um do outro, se quer saber... – ele olhou-me. Dei minha total atenção. - Nós fizemos esse plano, que se estende da primeira carta até a mensagem restrita, porque queríamos que você percebesse que alguém alem de JunHyung ama você!

_ Ficamos esperando por você ontem mas... – Hoonim olhou-me, reprovando minha desatenção.

_ Eu achei que tudo havia sido Jun e...

_ Eu imaginei! – Kevin sorriu para mim e para os outros...

_ Mas afinal, quem me ama além de Jun? Que brincadeira é essa? – estava mais confusa que antes.

_ Então Ana, nós achamos... Não, na verdade, temos certeza absoluta, até SooHyun e AJ que não estão aqui, que Kiseop é totalmente e completamente apaixonado por você! – Dong disse encarando-me a fundo.

_ O que? – paralisei.

   Aquilo não fazia sentido.

_ Vocês estão loucos? Isso é impossível, isso é... – meu coração bateu acelerado. Senti um frio na barriga estranho e minhas mãos passaram a tremer.

_ Isso é verdade! – Eli interrompeu-me. – Acredite em nós, por favor... Kiseop é um idiota e não diz, mas suas atitudes infantis só apontam para esse fato! Como você não percebe? – julgou-me com os olhos.

   Kiseop havia me perguntado aquilo na noite passada, perguntando como eu podia ser tão cega. Era isso que ele queria dizer? Estava confusa. Já não conseguia ouvi-los direito enquanto meu coração pareceria pular de meu peito por um motivo desconhecido.

_ Precisa ver como ele ficou arrasado quando você começou a namorar... – Kevin disse.

_ Isso não tem graça! – disse irritada. – Parem com isso! Onde ele está? Tenho certeza que ele está fazendo isso só para se vingar de mim! – disse paranóica. – OK KISEOP, PODE RIR AGORA! – gritei procurando com os olhos onde ele se escondia, enquanto todos me encaravam como louca.

_ Rir de que? – ouvi sua voz atrás de mim.

_ Você! – apontei o dedo em seu rosto. – Como você...

_ Ya! – Kiseop me interrompeu. – Não me interrompa! Vim aqui pra apresentar SunHi para meus amigos...

   Notei então que ele estava de mãos dadas com uma garota baixinha de cabelos compridos. Quem era ela? Uma namorada talvez... Ela não tinha nada a ver com ele, porque eles estavam de mãos dadas? Senti uma forte palpitação em meu peito novamente.

_ Gente, essa é SunHi, uma amiga. – ele olhou-a e sorriu, ignorando-me completamente. – Ela será meu par no baile, tratem-na com carinho pois eu gosto dela... – ele balançou suas mãos coladas enquanto eu contemplava o chão, envergonhada.

   Meus olhos estavam estranhamente úmidos.

   Encarei Kiseop sorrindo e não agüentei vê-lo de mãos dadas com aquela baixinha, de modo que sai dali, o mais rápido que pude para ninguém notar meu incomodo.

   O que estava acontecendo comigo afinal? Não podia entender meus sentimentos. Fui até o banheiro organizar meus pensamentos.

   O que havia acontecido há segundos atrás? Primeiro, segundo seus amigos, Kiseop me amava. O que fez meu coração disparar de maneira estranha. Depois, ele aparece de mãos dadas com sua namoradinha, e eu senti-me incomodada com aquela cena. Ele parecia feliz ao lado dela. O que era aquilo? Que sentimento era aquele?

   Senti raiva, frustração e insegurança.

     Do que me importava afinal? Era apenas Kiseop e sua namoradinha nova... Coitada dela! Se arrependeria depois de saber quem ele realmente é! O quão presunçoso, folgado, preguiçoso, mandão, sem educação, porco, curioso e enxerido ele é!

   Cocei a cabeça frenética, tentando espantar aquele turbilhão de pensamentos de minha cabeça.

   Kiseop não me amava, tinha certeza. Mas por alguma razão, eu desejei por segundos que aquilo fosse realmente verdade, e me senti feliz naquele momento, mas aquela cena destruíra tudo.

   Lembrei-me de todas as vezes que ele havia sido carinhoso comigo. Surpreendi-me por conseguir me lembrar de tantas coisas.

   Meu coração disparou novamente, deixando-me confusa.

_ Oh Deus, o que é isso? – disse finalmente, chorando de frustração.

   A cena de Kiseop de mãos dadas com SunHi repetia-se em minha cabeça, fazendo com que eu quisesse chorar mais.

_ Ana, pare com isso! – ordenei a mim mesma.

   Permaneci ali, sentada no banheiro tentando conter minhas lagrimas que simplesmente escapavam quando eu pensava no assunto.

   Levantei-me rapidamente, enxugando as lagrimas e exterminando qualquer vestígio que indicava que eu havia chorado.

_ Porque você está chorando afinal Ana? – continuei encarando-me no espelho. – Não seja tão mole! Vamos...

   Deixei o local, seguindo o caminho de volta para a sala.

_ A não... – senti uma desconfortável sensação, que me fez parar no meio do caminho. – Droga!

   Tudo estava explicado!

   O nome de toda aquela confusão, de todo aquele turbilhão de sentimentos, de toda a paranóia e mudança de humor, nada mais é do que TPM.

   Eu sabia que estava pra acontecer, mas não imaginava que seria naquele momento. Sempre vinha desregulado pra mim.  

   Voltei correndo para o banheiro, resgatando em minha mochila o absorvente.

   Comecei a sentir a desconfortável dor. Toda vez era daquele jeito! As cólicas menstruais eram pra mim, uma dor pior que a morte. Duravam horas, dias, e nada fazia passar. Nenhum remédio, nenhum chá...

   Lembrei-me então da massagem de Kiseop. Aquilo, por incrível que pareça fez a dor passar. Demorou, mas passou.

   Deixei o banheiro enquanto a dor aumentava, e de repente, senti pontadas. Muitas pontadas que doíam até em minhas costas, fazendo com que eu me sentasse no banco mais próximo, retorcendo-me de dor.

   Fiquei ali, encolhida no banco sobre minha mochila por uns 10 minutos, até que percebi alguém se aproximando. Era a inspetora de alunos.

_ Está bem? – ela perguntou abaixando-se para me encarar nos olhos.

_ Hm... – não conseguia falar.

_ ENFERMEEEEEEEEIRA! – ela berrou olhando em direção a enfermaria, fazendo com que meus ouvidos vibrassem e minha dor aumentasse como resposta.

   Logo, algumas pessoas se aproximaram e mediam minha pressão, levando-me para a enfermaria em uma pequena maca.

   De todas as vezes, aquela estava sendo a mais dolorosa. Não sei se era porque eu estava emocionalmente instável ou sei lá... Mas sentia minha respiração falhando, como se a qualquer momento, fosse desmaiar de dor.

   Senti a enfermeira examinando-me como podia, sem saber o que eu tinha, ela parecia perdida.

_ O que você tem? Consegue dizer? – encarou-me.

   Senti que estava um pouco retardada. As palavras em coreano não estavam fazendo sentido pra mim, eu não conseguia pensar direito.

_ Liguem para os pais dela! – ouvi alguém dizer enquanto pressionava meus olhos com dor.

_ Ela é a aluna transferida... – ouvi.

_ Ah, sim! – silêncio. – Espera, ela mora com alguém aqui da escola...

_ Chiao Ana... – a pessoa dirigiu-se a mim, fazendo com que eu abrisse os olhos. – Com quem você mora daqui da escola? – dizia baixo. – Consegue me dizer?

   Mal conseguia raciocinar. Parecia que dentro de mim havia um monstro que estava rasgando tudo de dentro pra fora. A cólica mais horrível do mundo.

_ Lee... Kiseop – disse em um tom quase impossível de se ouvir. Foi necessário a enfermeira aproximar seus ouvidos de mim para entender com clareza.

   Observei a movimentação apenas. Não conseguia me concentrar em nada.

   Minutos depois, Kiseop estava na sala. Fechei os olhos, não queria vê-lo. Não queria me irritar com ele sentindo aquela dor. Não queria sentir vontade de chorar, nem me lembrar daquela cena. Apenas ignorei sua presença.

_ Ana... – Ele aproximou-se de mim, passando suas mãos por meus cabelos.

   Eu reuni todas as forças que ainda tinha, dirigindo minha mão até a sua, e tirando-a dali. Não queria Kiseop perto de mim, mas não conseguia pedir que ele saísse.

   Ele apenas ignorou-me, voltando a acariciar minha cabeça enquanto minha dor apertava.

   A enfermeira lhe fez muitas perguntas e ele a respondeu que era apenas uma cólica muito forte, de modo que me levaria pra casa.

   Ela nos liberou, e ele pegou-me em seus braços, levando-me ao estacionamento da escola.

   Enquanto ele andava apressado, eu apertava seus ombros com força, não conseguindo conter minha dor.

   Equilibrei-me por alguns segundos em pé ao lado do carro, com muito sacrifício. Ele dirigiu o automóvel com velocidade, e eu mal enxerguei o caminho, delirando de dor.   

   Finalmente em casa, Kiseop tomou-me em seus braços novamente e levou-me até meu quarto. Em minha cama, emiti involuntariamente um gemido agoniado, e ele olhou-me com olhos angustiados, aproximando-se novamente da cama, abaixando-se pra encarar-me melhor.

_ Ana... – hesitou. – O que você quer? Do que você precisa? É um chá, remédio, o que?

   Lembrei-me novamente de sua massagem, que no passado havia aliviado tudo. Não queria pedir que ele fizesse aquilo novamente, mas a dor me torturava. Sentia que ela corroia todos os meus órgãos, como se aquilo fosse muito mais que uma cólica.

_ Por favor... – implorei baixo, piscando lentamente – Me ajude... me...

   Ele se pos em desespero. Andou rapidamente até a porta, e voltou, abaixando-se novamente e bagunçando o cabelo.

_ O que eu posso fazer? Por favor, me diga...

   Ergui os olhos e encarei os seus que pareciam tão desesperados quanto os meus.

   Involuntariamente, procurei por sua mão, encontrando-a finalmente levei-a em direção a minha barriga, fechando os olhos de vergonha.

   Não acreditei que estava pedindo aquilo de maneira indireta. Mesmo morrendo de dor, o orgulho era uma característica marcante em mim, e eu estava com raiva de Kiseop, uma raiva inexplicável, mas eu a sentia.

   Ele hesitou por um momento, mas simplesmente sentou-se ao meu lado na cama, acariciando minha barriga em movimentos circulares, por cima da blusa.

_ Eu vou precisar... – ele disse inseguro, levantando meu uniforme e constrangendo-me.

   Eu não tinha forças pra lutar contra. Apenas aceitei aquela situação, e senti meu coração palpitar novamente.

   Aquilo deixou-me irritada. Porque ele estava acelerado naquele momento? Aquilo não fazia sentido! Porque ele não estava mais me obedecendo?

   Sentia claramente como se meu coração fosse pular pra fora, junto com meus estomago, que dava mil cambalhotas, tornando a cólica ainda mais insuportável.

_ O que foi? – ele parou rapidamente após eu gemer sem querer.

_ Nada! – consegui dizer enfim, segurando em sua mão para que ele continuasse.

   Naquele momento, nós apenas nos olhamos tensos, e ele hesitou um segundo até que retomasse os movimentos circulares.

   Não sei bem dizer quantos minutos se passaram até que a cólica tivesse aliviado um pouco, sentia-me melhor com relação a algum tempo atrás, mas a dor ainda existia.

_ Tem fome? – ele disse baixo, encarando minha barriga que havia roncado.

_ Não. – menti enquanto minha barriga roncava novamente, me incriminando.

_ Vou pegar alguma coisa pra você comer. – ele disse rindo de mim.

_ Não! – disse em um impulso. – Fique. – fechei os olhos enquanto aquelas palavras equivocadas somente saiam por minha boca.

   Kiseop surpreendeu-se e continuou ali, encarando-me cauteloso.  

_ Porque será que dessa vez foi tão forte? – ele perguntou baixo.

_ Não sei, talvez por nervoso. – apenas disse.

_ Nervoso pelo que? – ele parecia curioso.

_ Nada. – não queria me lembrar.

   Ele apenas calou-se, e nós contemplamos o silêncio, enquanto minha cabeça maquinava mil pensamentos idiotas.

_ Que legal que está namorando! – disse a ele sem entender muito bem o porquê de dizer aquilo.

   Kiseop apenas riu, olhando-me debochado.

_ Você acha é? – ele continuava com aquela cara irritantemente debochada.

_ Sim! – menti, querendo socar aquela cara cínica.

_ Ela é uma linda! – ele sorriu. – SunHi é simplesmente uma gracinha, espero que um dia se tornem amigas.

   O QUE? Porque eu ia querer ser amiga daquela menina? Ela parecia ser tão sei lá... Metida, exibida, arrogante.

   Na verdade, eles se mereciam... ela parecia exatamente como ele!

_ Não, não. Estou bem de amigos já! – disse, fechando minha cara.

_ Que grosseria! – ele fingia estar abismado. – Ela é tão encantadora, tenho certeza que vai gostar dela... Ela pode até te ensinar a ser mais delicada...

_ Não quero aprender nada com a sua namorada idiota! – quando percebi, já havia cuspido tais palavras, Kiseop segurava um riso enquanto eu desejava entrar em um buraco.

_ YA! Porque está agindo assim? Ela não tem culpa por você ser uma desajeitada... – ele provocou-me.

   Eu simplesmente tirei suas mãos de minha barriga, recusando sua ajuda. Me virei para o lado ignorando-o completamente.

_ Ana! – ele tentou virar-me.

_ Aish... me solta! – não o encarava.

_ Estou falando sério... – ele continuou. – Ela pode ser de grande ajuda pra você... pode ensinar você a se vestir...

   A não! Aquilo não...

_ O QUE QUER DIZER COM ISSO? – gritei, ignorando minha dor que apontava novamente, sentando-me para encará-lo de perto. – POR ACASO QUER DIZER QUE EU NÃO SEI ... AH – curvei-me de dor.

_ Ana! – ele inclinava-se sobre mim, tentando encarar meus olhos baixos.

   Kiseop tentava fazer com que eu me deitasse, mas eu não queria me mover.

_ Deite-se de novo... – ele disse, conseguindo fazer com que meu corpo inclinasse para trás.

   Ele estava perto demais, deixando-me inquieta. Seus olhos estavam perto demais dos meus, e aquilo estava me incomodando de maneira estranha, fazendo meu coração saltar novamente.

   Porque ele era tão lindo?

   Envergonhei-me pensando que por um momento, ele pudesse ouvir meu coração acelerado também.

_ Você fica linda com ciúmes. – ele surpreendeu-me dizendo aquilo. Estava envergonhada.

_ E-eu não estou com c-ciumes. – gaguejei.

_ E é uma péssima mentirosa. – ele aproximava-se cada vez mais.

_ Não estou mentindo! – disse inclinando-me para frente para que pudesse me sentar.

   Parei imediatamente, percebendo que estávamos ainda mais próximos.

_ K-Kiseop... – disse insegura, tentando empurra-lo para trás. Inútil.

_ Você também fica linda envergonhada. – ele sorriu de lado, aproximando-se mais ainda.

   Senti minha pele corar.

   Porque Kiseop fazia aquilo afinal? Ele estava definitivamente brincando comigo.

_ Pare com isso... – disse baixo, morrendo de vergonha.

   Ele riu de minha expressão, aproximando-se cada vez mais enquanto eu me afastava discretamente.

   Senti então minhas costas encostando-se na cabeceira da cama. Kiseop soltou um riso abafado quando eu me apavorei.

   Minha cólica naquele momento, juntava-se com um frio na barriga e uma tremedeira que dominava todo meu corpo.

   Eu sem querer encarei seus lábios por um segundo, encarando o chão morrendo de vergonha, enquanto nada fazia com que ele parasse de encarar meu rosto.

_ Ana eu... – ele disse enquanto eu rapidamente ameacei me levantar, ignorando completamente a dor que gritava dentro de mim.

   Kiseop segurou em meu braço, não tão firme como sempre fazia.

_ Você não precisa ter ciúmes de nada. – ele alertou-me. – Eu não tenho olhos pra nenhuma outra mulher... – sorriu.

   “Kiseop é totalmente e completamente apaixonado por você!” – tais palavras ecoaram dentro de mim novamente, provocando borboletas em meu estomago.

   Nos encaramos por alguns segundos quando Kiseop surpreendeu-me pousando sua mão em minha bochecha. Ele encarava-me acariciando-a suavemente, enquanto eu permaneci imóvel por meus pensamentos.

_ O-oq... – ameacei dizer, mais ele simplesmente levou sua mão que estava em minha bochecha até meus lábios, silenciando-me.

   Ele aproximou-se cada vez mais, estando completamente a minha frente, e encarava meus lábios enquanto eu tentava pensar em alguma reação, imóvel.

   Eu estava em choque.

   Ele levou sua outra mão até minha outra bochecha, segurando meu rosto com suas mãos grandes e quentes, e aproximou-se mais, fechando os olhos devagar.

   Kiseop finalmente tocou seus lábios nos meus, devagar, enquanto meus olhos saltariam de meu rosto.

   Hesitei em empurrá-lo para trás, mas não consegui faze-lo, fechando os olhos também.

   Ele não fez nada além de selar nossos lábios, fazendo meu coração saltar para fora. Ele encarou-me em seguida, com um sorriso de lado. Provavelmente divertia-se com a minha vergonha.

_ Ana eu... – ele tentou dizer.

_ Saia. – disse deitando-me de costas para ele, envolvendo-me em meu cobertor a fim de esquentar minha barriga, que doía mais.

   O que eu havia feito meu Deus?

   Eu simplesmente me deixei ser beijada por ele. Porque eu havia retribuído de certa forma?

   Não entendi aquilo, não entendi aquele beijo, não entendi aquele sentimento dentro de mim.

   Kiseop estava fazendo de minha cabeça um inferno.

   Ele finalmente saiu, após hesitar por alguns segundos, fechando a porta. Deixando-me lá com minha dor um pouco mais domada.

   “Kiseop me beijou” – pensava fechando os olhos, tentando esquecer aquilo. Mas a sensação não saia de mim.

  “Me desculpe Jun, eu amo você” – pensei enquanto uma lagrima escorria.

   O que eu havia feito com o meu amor? 


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Notas finais do capítulo

Eu só espero que alguém esteja lendo :/ kk espero que gostem, fiz com carinho... um beijo :*