Os Três Amores Da Minha Vida escrita por Azzula


Capítulo 1
Querido diário, é meu último dia de férias.


Notas iniciais do capítulo

Ok, espero que leiam pelo menos este capítulo inteiro, prometo deixar tudo mais interessante no decorrer da história, vou inteirando cada personagem a sua vez e não vou fazer apresentações, quero que cada um de vocês criem um universo diferente para a personagem. Que cada um de vocês visualizem do seu jeito, como quiserem.Confiem em mim e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/204403/chapter/1




_ Moça?... MOÇA, YA!

_ Hmm, não mãe...

_ É louca? – suspiro – Moça, preciso que saia da frente do meu estabelecimento!

Abri meus olhos, e lá estava eu sendo encarada por dezenas de pessoas desocupadas! Sentei-me sob aquele degrau e encarei a quem me dirigia a palavra.

_ Acordou agora?

_ Hmm, me desculpe! – sai correndo desnorteada, tentando ordenar meus pensamentos.

Enquanto isso, podia ouvir logo atrás as pessoas lamentando a meu respeito.

Ok, o que aconteceu?! Resumidamente, eu bebi noite passada.

*telefone tocando*

_ Yeoboseyo (alô)?

_ Ana, onde você esta?

_ Ah? Quem é?

_ Como assim “quem é”? Não me diga que fez de novo!?

_ Ah, oi Brookie, eu...

_ Aish, francamente! Ana, onde você esta com a cabeça? Quer perder o direito ao intercambio? Quer que seus “pais” a mandem de volta pro Brasil? Que se recusem a viver com uma alcoólatra?

_ Não exagera! Vou dar um jeito de ninguém me notar ao entrar...

_ Quero só ver! – lamentando agora – Ana, para com isso por favor... Você tem que se controlar!

_ Brookie, vou desligar agora, estou chegando em casa. Vejo você amanhã na escola. See ya.

Na rua de casa, comecei a pensar em uma desculpa por ter dormido fora, caso me pegassem. Claro que fiz isso sem querer, jamais prejudicaria o Senhor e Senhora Lee de propósito!

Não é que eu seja viciada, eu só gosto de beber de vez em quando... é diferente. Não é?

Entrei pelo portão daquele venho Hanok acreditando fielmente que todos ainda estariam dormindo.

Abri a porta cuidadosamente, certifiquei-me de não fazer nenhum barulho. Tirei os sapatos, controlei minha respiração ofegante e comecei a caminhar em direção do corredor, nem sequer olhei para os lados.

No quinto passo, pude ouvir uma voz irônica dirigindo-me a palavra.

_ Chegou cedo! – sorriso irônico no canto dos lábios.

_ Onde você estava Ana? – dessa vez a senhora Lee.

Passei as mãos sobre meu cabelo, tentando mantê-lo arrumado. Tentando inutilmente parecer normal, ou que não tinha dormido com aquela roupa. Quando passei a mão por minha bochecha direita, tive a surpresa de senti-la esburacada pela calçada, e até com um pouquinho de areia. Realmente, quis morrer.

_ Ommá, você ainda pergunta? Até parece que ela não vai mentir!

_ Kiseop, no momento eu estou falando com a Ana, e quero que só ela se pronuncie.

Olhei ligeiramente para Kiseop, fuzilando-o. Ele por sua vez, levantou-se da mesa onde todos permaneciam me olhando, e dirigiu-se para seu quarto.

Eu sentei em seu lugar e me desculpei sinceramente com meus pais temporários, ignorando completamente a desculpa que havia inventado.

_ Ana, gostamos muito de você, pensei que não precisaria dizer... – disse cheia de ternura nos olhos – Você é dessa família agora.

_ E vai precisar viver sob nossas regras também... – disse o senhor Lee JaeSoon severo e ainda assim compreensivo.

Abraçando-me, a Ommá amorosa conduziu-me até o quarto e com um beijo na testa e olhos preocupados, desejou que eu me cuidasse.

Já em meu quarto, liguei o computador e apressei-me para o banho. Preparei a água quente e estava pronta pra relaxar quando ouvi meu celular tocando.

_ Yeoboseyo...

_ Irmãzinha querida. – era Kiseop. Me arrependi por não prestar atenção no identificador de chamadas.

_ O QUE VOCÊ QUER? – disse grossa, preparando-me pra desligar.

_ Calma irmãzinha – disse irônico – preciso falar com você, abra a porta!

Como um casal tão maravilhoso como os Lee’s podiam ter um filho tão arrogante, asqueroso e nojento como Kiseop? Talvez essa história de ser famoso tenha mudado ele pelo caminho, mas mesmo assim não lhe da o direito de fazer o que quer com as pessoas...

Sai da banheira inconformada, envolvendo-me em um roupão de banho, dirigindo-me a porta;

_ Diz logo, o que é?

Quando olhou para mim, seus olhos pareciam saltar de seu rosto, e toda aquela pose presunçosa se tornou inquieta e envergonhada. Eu estava constrangendo-o. Ao invés de falar, gaguejava...

Eu ligeiramente me esqueci que homens coreanos, até os mais arrogantes como Kiseop, ficam desconsertados vendo uma mulher em condições como a que eu estava.

_ Diz logo! O que você quer!? – esperei por alguns segundos, porém ele permanecia calado. Então, me preparei para fechar a porta em sua cara, quando ele inesperadamente me empurrou para dentro e sentou-se em minha cama, de costas para mim.

_ Kiseop, se você não for dizer nada, saia por favor!

_ Eu quero te pedir uma coisa...

Fiquei surpresa de primeiro momento, mas esperei que continuasse a falar.

Então ele ficou de pé e olhando fixamente para mim com a expressão séria, finalmente disse;

_ ... Amanhã na escola, por favor, finja que não me conhece.

Passou por mim esbarrando seu ombro no meu e bateu a porta ao sair.

_ Aish! UUUUUURGH

Como pode? Não, sério, como pode? Ele é tão idiota, tão estúpido!

Fui tomar meu banho e já não conseguia mais relaxar, então me lembrei que ligar pra Brookie nessas horas era sempre uma boa escolha.

_ Yeoboseyo, Brookie! Ya!

_ Ana, o que foi? Tudo bem?

_ Kiseop de novo! – disse segurando um choro de raiva. Brookie era a única pessoa em quem podia confiar, até mesmo pra chorar.

_ Aish, Ana, você ainda liga pra isso?

_ Broo, eu não agüento – disse manhosa – ele é irritante e ta ficando insuportável conviver com ele!

_ Ai amiga... de pensar que ele é tão lindo e “sekshi”!

_ Ai Broo, não viaja! Não tem nem como achar alguém assim bonito! – repulsa total.

_ Amiga, claro que não, admita! Já viu o corpo dele nas apresentações ao vivo? E quando ele tira a camisa então?! E ele dançando, cantando, dando aqueles gritinhos.. AAAH! – como assim? Ela parecia encantada. – Enfim amiga, se as fãs dele soubessem o quanto ele é asqueroso...

_ Ai Broo, para com isso! Sem chance nenhuma de eu assistir alguma coisa que tenha essa criatura! E para de falar assim dele, parece até que esta apaixonada, eu hein...

_ Amiga, eu preciso desligar! Vou aproveitar o ultimo dia de férias com o Min Ho Soo, te vejo amanhã. Bye.

_ Ta.

Terminei meu banho e enquanto me trocava, lembrei-me da expressão de Kiseop ao me ver de roupão, ri sozinha. De repente ouvi um som estrondoso vindo da minha barriga, e me lembrei que ainda não havia comido nada.

Peguei então qualquer camiseta velha e uma calça e fui ansiosa para a cozinha, apenas imaginando o que comeria.

Chegando perto da sala de estar pude ouvir vozes estranhas vindo da cozinha, tentei voltar para meu quarto, mas era tarde demais. Kevin e Eli já tinham me visto e Kevin vinha em minha direção com aquele sorriso lindo. Vendo-o sorrir daquela forma, era impossível não sorrir também;

_ Ana! – disse me cumprimentando com um beijo no rosto – É Ana não é? O Kiseop quase não fala de você, não é Eli?

Eli por sua vez, permaneceu um pouco distante, diferente de Kevin que envolvia seu braço por meus ombros, como se nos conhecêssemos a muito tempo.

_ Kiseop podia ter pelo menos dito que você era bonita, até mesmo de pijama – disse olhando-me de cima a baixo, reprovando meu visual.

Um pouco tímida, tentei sorrir como resposta mas fui interrompida por uma argumentação áspera...

_ Kevin, isso não é um pijama! – disse Kiseop indiferente procurando qualquer coisa no armário.

Fuzilei-o com o olhar mesmo sabendo que ele não veria.

_ Aishhhh, como você é grosso Lee Kiseop! Tem que trata-la melhor, ela é praticamente sua irmã agora. Eu não entendo o seu temperamento amigo!

Kiseop riu ironicamente repetindo a palavra irmã.

Então, inesperadamente Eli desencostou da parede e partiu pra cima de Kiseop com a tentativa de dar-lhe uma “chave de braço” e os dois começaram a lutar como duas crianças. Kevin olhou atentamente a cena com um olhar de reprovação e me puxou pelo braço, arrastando-me para qualquer lugar.

Olhei ligeiramente pra traz por curiosidade e pude flagrar Kiseop estapeando Eli como uma menina e dando gritos estranhos e agudos. Ri discretamente e apenas continuei seguindo Kevin para onde ele me levava.

Quando chegamos na sala, ele empurrou meus ombros para baixo, fazendo com que eu me sentasse em um dos sofás. Ele sentou-se na poltrona em minha frente e me encarou com um sorriso. Eu como sempre sem entender, esperei que ele dissesse algo pra quebrar o gelo, mas ele permanecia sorrindo.

Fiquei realmente encantada. Kevin, um garoto totalmente diferente de Kiseop, por exemplo, com um sorriso cativante e um olhar amistoso. Eu não o conhecia, mas ele sinceramente é daquele tipo de pessoa que se mostra completamente através de suas ações;

_ Então... Ana – sorriu novamente – sabe, estou desconfiado de uma coisa, mas não sei se devo dizer. – Ele olhou por cima de meus ombros para os dois que permaneciam lutando na cozinha. – Me fale sobre você, por favor. Quero conhecê-la melhor e contar para os outros membros do U-Kiss.

_ Ah... – gaguejando como sempre – Não sei, o que você quer saber, exatamente? – sorri sem jeito diante de tanta beleza e carisma.

_ Não sei também... AAH! Você gosta de U-Kiss? Quer dizer, você mora com o Kiseop, você conhece alguma música?

_ Hmm, gosto. – disse sem segurança alguma.

_ A, come on, não precisa mentir pra me deixar feliz. – disse rindo um pouco mais alto dessa vez. – Não conhece nenhuma mesmo? Quer que eu cante uma pra você?

_ Acho que conheço uma, não estou muito certa.

_ Qual? Cante um pedaço, vamos ver se você passa no teste?

_ Jura? Você não vai querer ouvir isso, tenho certeza!

_ Cante! Cante! – seus olhos começaram a brilhar, e não pude dizer não de novo.

Cantei então, uma parte de uma música chamada ‘Someday’. Não estava certa de que a música era do U-Kiss, mas estava tentando. “You get some right you get some wrong, jogeum himdeurodo utneun nari olkkoya…”

Logo Kevin abriu um sorriso maior do que todos, e começou a cantar junto comigo, quando parei pra poder escutá-lo somente, sem estragar a música com a minha voz horrível.

_ Aeygo! Porque parou? Você canta bem! ELI! Vem ouvir aqui, a Ana...

_ Não! Por favor, eu tenho vergonha! Não sei onde estava com a cabeça, tenho vergonha, confiei apenas em você, e não tente me agradar, eu sei que canto mal!

_ Ok. Se te interessa, você passou no teste! Só precisa ouvir mais U-Kiss a partir de agora. Por favor, ame nossas músicas. – disse isso levantando o punho, como fazia nas entrevistas provavelmente. Só faltou dizer “Fighting”.

_ Sim, eu prometo me esforçar, e amar U-Kiss. – estava me comprometendo, sabia que ele cobraria mais tarde.

Kevin levantou rapidamente e dirigiu-se a cozinha para separar os dois que agora estavam rolando no chão. Meu Deus, eles não se cansavam?

_ Eli, você está se sujando! Lembra que ainda temos que comprar ramem? DongHo não vai dormir feliz se não comer isso hoje! E você vai no mercado comigo sujo ou não!

_ YA! Você é minha mãe por acaso? – disse Eli pela primeira vez.

_ Não, mas pelo jeito, vou precisar ter uma conversinha com ela!

_ Aaaaish, você não cansa de ser chato Kevin? – disse Kiseop arrumando o cabelo para o lado, ofegante e vermelho.

Kevin apenas olhou-o, puxou Eli pelo braço em direção a porta, e com um ar dramático, despediu-se de mim, que por minha vez, apenas abanei a mão, sem graça com a situação, ou desacostumada com todo aquele drama coreano.

Com o bater da porta, ficamos apenas Kiseop e eu. Nos olhamos, e sem dizer nada, ele foi para seu quarto.

Sinceramente, eu não queria estar brigada com alguém que teria que conviver por dois anos, mas eu não sabia como aborda-lo, não sabia nem o que tinha feito para ele me odiar. Seria ciúmes de sua família? Seus amigos? Ou o que? Alguém acostumado tanto tempo a ser o filho único, de repente ter que dividir sua vida particular com uma estranha, eu realmente entendia, mas nem por isso teria que suportar suas infantilidades. Teria?

_ YA! Kiseop, abra a porta! – nenhuma resposta. – KISEOP! – nada.

Uma pessoa normal, e menos curiosa em saber se ele estava vivo ou morto, teria ido embora. Mas era eu gente! A curiosidade em pessoa!

Abri a porta, e não pude ver ninguém no quarto. Era a primeira vez que entrava naquele quarto, então olhei em volta, e vi tudo tão organizado. Fiquei surpresa, sinceramente. Achei que ele fosse do tipo bagunceiro e tudo mais. Estava pronta para sair do quarto quando pude ouvir uma outra porta se abrindo, olhei para traz e era Kiseop saindo do banheiro.

Calma, ele estava... e-ele... ele estava, aaish... Fechei os olhos com força apesar de ser tarde demais, e gritei.

ELE ESTAVA PELADO!

_ AAAAAAAAH! – gritei.

_ YAA! AISHHHHH! NÃO SABE BATER? – disse de olhos arregalados, ele estava tão apavorado quanto eu.

_ E-EU BATI! PORQUE VOCÊ NÃO ESCUTA? É SURDO? ACHEI QUE TIVESSE MORRIDO! – naquela situação, entendam, era impossível falar baixo. Comecei a tremer.

_ Antes eu tivesse morrido! O que você ainda faz aqui?

Eu simplesmente não podia me mexer, estava paralisada. Estava tonta, estava surpresa. Muito surpresa. E envergonhada.

Desmaiei.

_ Ya! Ana, aish... acorda vai! Ei, acorde. – ele dizia dando leves tapas em meu rosto, e me chacoalhando.

Abri os olhos aos poucos, e enquanto minha vista se ajustava, pude vê-lo abaixado com a toalha enrolada na cintura desta vez, e o resto de seu corpo todo molhado, olhando atenciosamente pra mim, enquanto gotas de água caiam de seu cabelo ensopado sobre o meu rosto.

_ Ya, acordou? – com um tom estranhamente preocupado.

_ Hmm... – estava pronta para desmaiar de novo.

_ Não, não, não, não... Ana, por favor, não desmaie! – dessa vez segurando uma risada. Devia realmente estar sendo cômico me ver desmaiar. Ainda mais convencido do jeito que ele é. Ele devia estar achando que era por causa dele, por causa do tamanho do... do... do... AISH, não era por causa dele! Foi apenas por causa do susto! Nada relacionado com aquele corpo definido e musculoso, nem nada disso! É.

Pude sentir ele me levantando, tentando me fazer parar em pé. Inútil, porque meu corpo estava mole. Então, quando conseguiu fazer com que me apoiasse em seu ombro, ele passou seus braços pelas minhas pernas e me carregou no colo até o meu quarto. Deixou-me em minha cama e saiu, sem fechar a porta.

“A que vergonha! Ana, que vergonha, porque fez isso! Devia ter ido embora, agora vai ter que agüentar ele esfregando isso na sua cara por toda a vida! Aish, francamente! Porque eu sempre faço isso?”

Estava me martirizando quando pude ouvir passos se aproximando do meu quarto novamente, e era Kiseop, vestido dessa vez.

Fingi estar dormindo, mas sentia sua presença perto de mim. Pude ouvir ele fechando a porta, ligando meu computador e mexendo em alguns dos meus livros... Vez ou outra ele ia para perto da cama para ver como eu estava, aposto que só para rir de mim quando eu estivesse acordada.

Estava exausta, mas queria saber o que ele realmente queria em meu quarto. Foi quando ouvi ele se aproximando da cama, e puxando minha coberta para me cobrir. Arrumou meu cabelo, que estava exageradamente jogado sobre a minha cara, e finalmente saiu.

Eu queria levantar e ver se sentia falta de alguma coisa no meu quarto, mas estava realmente cansada, então dormi pensando em porque naquele momento, em apenas aquele momento, ele estava sendo tão legal e atencioso com alguém que ele não gostava. Seria um outro lado de Kiseop, que eu não conhecia?

Dormi.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem-me se esse capítulo ficou curto, eu não fazia ideia do tamanho que ele deveria ter, e só me dei conta quando passei tudo pra cá, espero sinceramente que tenham gostado, futuramente precisarei da ajuda de vocês