- Ellen, leve as crianças para dentro! Se escondam no porão e não pensem em sair de lá até que os tiros acabem, me ouviu?

- Mas... Anderson!

- Me ouviu? - disse Anderson olhando para o céu, segurando uma pistola antiga em suas mãos.

- Eu... te amo...

. . .

 Raven, dia 14 de novembro do ano de 1934. A pequena cidade canadense amanhecia com sangue espalhado pelas ruas... Dois protestos contra a ocupação americana lo local renderam em muita pancadaria... O motivo de tanta tensão nessa cidade do interior era apenas uma pessoa, que se chamava Anderson Summers, antes um simples lenhador local, agora um alvo do exército americano... Mas não um alvo para ser abatido, capturado ou morto. E sim, para ser aliado de tal potência militar.

Na rua principal da cidade, que ligava todas as outras ruas ao centro, lá estava ele... Anderson sentou em um dos bancos que haviam sobrado na praça que ficava ao lado de sua lanchonete predileta.

- Americanos... Sempre atrás de mim... - disse Anderson, olhando para os lados e avistando um pequeno exército de aproximadamente trezentos homens e vinte tanques de guerra.

- Senhor Summers, estava a nossa espera? - um homem muito bem vestido saiu do meio dos soldados com uma espécie de contrato em suas mãos.

- Na verdade... Se você considerar um clone meu como "eu"... Então, sim.

- Por que não aparece? Quero dizer, "pessoalmente".

- Vega... Você realmente quer que eu apareça? Então apareça também, seu cordeirinho subordinado de Deus!!! - Anderson se levantou bruscamente e atingiu o rosto do homem com seu punho.

Ao redor, todos os soldados carregavam suas armas e preparavam para atirar, esperando apenas um sinal de positivo para transformar Anderson em queijo suíço.

- Summers... Sempre irracional! Eu estou aqui apenas para lhe dar  esta oportunidade... Se você se aliar, não iremos atrás de você nunca mais! Se você aceitar, terá total proteção do governo, não entende isso? Poderá até conseguir uma família, uma vida muito mais estável do que a que tem agora... - Vega se recuperava aos poucos do soco.

- Vega... Eu irei aceitar. Mas, se você e esse "sonho americano" que te protege não cumprir com o contrato... Juro como...

- Deixa de papo fiado! Aceite logo! 

Anderson estendeu a mão, tirou uma caneta qualquer de seu bolso e começou a ler o contrato e após isso, o assinou. Pobre coitado, não sabia que tudo o que havia feito iria refletir em seu futuro...