A Crazy Anime History escrita por Yui


Capítulo 7
Capítulo 7 - Caçadores X Garotas de outro mundo




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Karin:

Não sei explicar a sensação de estar sendo sugada por um vortex. Tentem imaginar a seguinte situação em suas mentes: você esta caindo em um grande buraco negro e sem fundo, é apenas a única visão que você tem. Você cai rapidamente e sente seu corpo de desfazer no ar como se não fosse nada, apenas poeira. Sua cabeça gira em 360, fazendo você perder todo o sentido de realidade. Clama para acabar, mais nunca acaba. Não existe voz, pois já usou todo o seu máximo, e um barulho que não sei deduzir te ensurdece. Os segundos se tornam minutos, os minutos horas, e assim continua a tormenta e tortura. Quando você desiste e se entregar, achando que cairá para sempre... BUM! Chega a um local desconhecido, sem saber o que fazer e ficando totalmente perdido. Outro efeito colateral era a dor que domina seu corpo e a confusão mental.

Eu abri os olhos lentamente e minha visão estava turva, minha cabeça doida como se eu tivesse bebido por dois dias seguidos sem intervalos. Meu corpo estava mole, e aos poucos eu ia recobrando os meus sentidos devagar. Minha visão se estabilizava, eu podia sentir o chão frio, molhado, duro e cheio de terra. O cheiro de mofo enchia as minhas narinas.

Eu começo narrando de um local escuro e pouco iluminado. Olhava para o teto, sem forças de me levantar e apenas via apenas um teto cimentado e tubos que lembravam a rede de esgoto subterrânea de uma cidade. Eu me sentei e pus a mão na cabeça, pois a dor ainda era intensa. Eu olhei para o lado e vi minha prima acordando devagar. Ela devia estar na mesma situação que eu. Que ódio eu sentia daquela vaca. “Pronto, estamos encrencadas!” pensei. Eu disse, recobrando a voz.

– Estou começando a odiar vacas!- Colocando a mão na cabeça, pois doía perguntei. -Tem alguma ideia em qual “mundo” estamos agora?

Minha prima se recobrou mais rápido que eu, e ajudando a me levantar ela disse:

–Em um escuro, úmido e vazio...

Ela se abraçou e possuía uma expressão do tipo “To pensando m...”, mas não pude deixar de reparar uma coisa importante que Bia, lendo meus pensamentos, comentou:

– Karin-chan... Você esta sentindo o chão tremer?

As pedras do chão tremiam levemente

– Estou... Será que um terremoto? – perguntei insegura

– Parece mais com uma manada... – nessa hora ela se vira com uma expressão preocupante - Manada de... PESSOAS?!

O som veio em nossa direção, e foi ficando alto, e mais alto, e mais alto. Até que a tsunami de gente vem se aproximando.

– CORRE! - Gritamos juntas

E mais uma vez, começamos a correr... De novo. Quanto mais essa loucura continuava, mais eu odiava aquele ditado. Uma pessoa passou por nos andando normalmente e não olhou para os lados. Um rosto que eu conhecia. Não demorou muito e já estávamos dentro daquela confusão. Pessoas correndo, falando, ficando cansadas. E para piorar, ressalto, correndo.

– Correr, correr, CORRER!- desabafou minha prima quase arrancando seus cabelos, que já estavam para o alto - Porque temos que correr sempre!

Nesse momento reparo no senhor que andava, sem expressar cansaço, na frente da multidão. Usava terno preto, seu rosto se assemelhava com o de um macaquinho. Foi quando eu perguntei para certificar as minhas ideias. Não podia ser. Será?

– Yui, aquele não é o senhor Satotso? Examinador do primeiro exame para Hunters?

– Cara... Eu não li o manga, só assisti o anime... Mais pensando bem, observando bem... Você esta certa! Será que...

Ela me olhou assustada, mas possuía um sorriso em seus lábios.

– Sim, estamos em “HunterXHunter”... Caímos na primeira fase da avaliação - eu disse percebendo que ela procurava na multidão por alguém - Ta procurando quem?

É engraçado você perguntar as coisas já sabendo da sua resposta obvia.

– CADÊ ELE?! KILLUA! - ela estava com brilhos na sua cara

– Uma hora vamos alcança-lo, só continue correndo - Eu disse olhando para frente e ficando ofegante.

– Porque agente não pode andar? Não estamos fazendo o teste mesmo. - Ela me disse indignada, mas depois voltou a sorrir e disse – Carol olha aquilo lá... Aquela vara de pesca com a bolinha vermelha na ponta não é...

Ela apontou para um grupo que estava mais a frente de nos. Eu tive dificuldade de enxergar, porque eram muitas pessoas na minha frente. Mas eu pude ver com clareza quando eu olhei com atenção o que ela apontava. Também não era para menos, eu estava vendo uma bolinha vermelha em uma vara de pescar. Meu coração disparou de alegria e não pude deixar de soltar um sorriso de orelha a orelha.

– Sim... É a varinha de pescar do Gon! – minha cara era de pura alegria-alegria

Minha prima quis ir na frente correndo.

–Então quer dizer... Que ele está perto... KILLUA ME ESPERA!

Sabe aquela cena típica em que uma pessoa corre na frente, mas um amigo pega ele pela blusa e o indivíduo fica correndo no ar. Então foi assim que aconteceu. Na mesma hora puxei sua blusa ela correu no ar. Depois, a trouxe para perto de mim. Ela não podia ficar sozinha.

– Controle-se mulher! - eu disse

–Ah... Você cortou a minha onda. Só que...

Ela me olhou com olhar sacana em seu rosto. Sim, de novo eu sabia o que ela ia dizer.

–“Só que”, o que? - eu fiz cara de tedio

– Se o Gon está lá... Certa pessoa de olhos escarlate também está! - ela disse mexendo as sobrancelhas e com sorriso malicioso

– Não começa - lancei na mesma hora um olhar do tipo “dá um tempo”

Eu fiquei ruborizada na mesma hora. A imagem dele me veio a cabeça e eu perdi o foco por instantes. O que posso fazer? A cor me deixava inebriada, aqueles olhos escarlates eram os mais lindos do mundo. “Concentra, CONCENTRA!” era o que vinha a minha mente. Não podia perder o foco. Tinha que continuar. Infelizmente... Correndo.

–Mas se não os alcançarmos agora quando isso vai acontecer?- Com um olhar desolado ela me perguntou

– Nos juntamos a eles na parte em que atravessam o pântano! Não será seguro ficarmos sozinhas! E olha... O túnel esta acabando!

Depois de corrermos por um bom tempo, começamos a subir por uma escadaria onde o túnel era de uma forma arredondada, parecia que você estava correndo dentro de uma tubulação estranha. Mas o que mais me deixou feliz, foi a luz do dia no fim do túnel. Nunca fiquei tão feliz ao ver a luz do sol. Muitas pessoas ficaram para trás, e teriam que prestar o exame Hunter de novo ano que vem... Mas estava preocupada com o que aconteceria depois.

– Pelo menos correr esse tempo todo valeu a pena! Não faremos o exame Hunter de novo!- Yui disse toda animada.

Engraçado, ela disse para desistir no inicio, e agora muda de ideia? Finalmente o túnel acabou e chegamos no inicio de um pântano. “Se nos perdermos teremos problemas”. Fiquei pensando em alguma maneira de nos mantermos vivas ate que Yui me acordou de meu devaneio

– Não to vendo eles... Perdemos o ponto vermelho... Bua! A culpa é sua!

– Não, olha eles estão ali - disse apontando para onde estava os quatro.

– KILUUUUAAAAAAAA... – Yui estava envolta em uma névoa rosa e com os olhos brilhando.

Todos estavam parados analisando o pântano. Iriamos ter que corre por ali até chegar no local da segunda fase. Eu estava apreensiva. Muito apreensiva. O lugar era encoberto por uma névoa espessa, era impossível ver um palmo a nossa frente. Um vento gelado bateu no meu rosto e Yui se agarrou no meu braço. Eu olhei para ela e vi um sorriso. Sabia seus pensamentos, queria logo agarrar o Killua. Eu também queria me aproximar dos rapazes, mas estava mais preocupada em manter agente segura por hora. O Examinador não expressava nenhum cansaço, nem mental ou físico. É claro, ele é um Hunter profissional. Além de experiência ele possuía um treinamento. Sem falar que no caso do Satotso, mantinha um estilo com seu terno. Ele finalmente se manifesta:

– Os seres que vivem nesses pântanos tentam enganar suas presas de todas as formas possíveis para se alimentarem delas.

– ÓTIMO... Depois de corremos traz de vacas, corremos com os Elric, corremos no deserto, corremos no pasto. Vamos ter correr para não virar comida. Céus... O que mais falta. - Yui lamentou

Nessa hora ouve um murmúrio da parte dos candidatos. O examinador recomeçou.

–Essa característica de enganar a presa para comê-la... É a origem do nome “Ninho dos trapaceiros”. Tomem muito cuidado para não serem enganados... E procurem não se afastar de mim.

–Eu não quero mais continuar correndo!- reclamou Yui

– Correr é o menor dos nossos problemas... - respondi com sinceridade.

– Mas... Mas... - ela gaguejou e fez uma cara fofa

Até que se ouve um barulho, que todos se voltam para trás.

– É MENTIRA! ESSE HOMEM ESTÁ MENTINDO.

Um homem em farrapos, e todo sujo aparece e todos o encaram. Nessa hora eu senti que deveria sair dali. Uma coisa apitava dizendo para correr. O homem possuía machucados pelo corpo e disse apontando para o examinador.

– Ele é um impostor não um examinador! O verdadeiro sou eu!

Mais uma vez o murmúrio começou entre os candidatos.

– Karin-cham... O que acontece? - Yui me perguntou

– Espera e veja. Veja porque de não nos afastarmos muito.

Satotso olhou de uma forma indiferente ao comentário do desconhecido. A tensão subia cada vez mais e os outros candidatos estavam começando a questionar o senhor que os guiara pelo túnel. Eu e Yui estávamos de uma distancia que nos dava certa segurança e, ao mesmo tempo que nos permitia ver e ouvir o que se passava.

– Impostor como assim? - pergunta Leorio - Então, quem é esse cara?

– Vejam isto! – disse o suposto examinador.

Ele jogou o corpo do que seria um macaco com cabeça humana. Tinha um corpo de pelagem marrom, mas a sua cabeça face possuía uma feição mais humana do que outros primatas. Todos ficaram chocados com aquela visão. Era grotesco ver aquilo de perto. Senhor Satotso continuou com a sua expressão de sempre e os murmúrios entre os candidatos continuaram. O suposto examinador explicou que era um macaco que gosta de carne humana que habitava o pântano. Ele atraia as presas com palavras para poder mata-las e ter alimento. Ele apontou para Satotso e o acusou de ser essa espécie de animal. O pessoal se entreolhou pois achavam que haviam caído em uma armadilha. Mas foi quando aconteceu.

– AHHHHHHHHHHH...

Yui arregalou os olhos e apertou o meu braço com força. Uma coisa e você ver as coisas pelo anime. Outra coisa e você presenciar com seus olhos. Cartas comuns de baralho cortaram a cara e a garanta do homem que acusou o examinador, o matando na mesma hora. Cartas também foram jogadas na direção de Satotso, mas esse as pegou no ar sem ao menos mexer seu corpo. Todos ficaram mudos na mesma hora e se afastaram do corpo caído.

–Karin-cham... Isso existe? - Yui me pergunta

– Sim... –eu respondi com engolindo a seco.

– Acho que nunca pensei em como as animes poderiam ser perigosos - disse Yui

– Olha que isso é só o ínicio - eu disse a ela.

A pessoa que havia tacado as cartas era o Pierrot Hisoka. Ele brincava com as cartas de uma maneira que só ele sabe brincar. Era mágico e letal. Nos seus olhos, e eterno desejo de sangue, e possuía um sorriso que ao mesmo que era atraente era fatal. O examinador que estava com agente era o verdadeiro, e alertou que esse tipo de coisa iria acontecer, e que era melhor ficarem atentos aos perigos. Muitos dos que duvidaram ficaram sem reação ao saberem que podiam ter morrido se fosse para valer.

– Karin-cham... Estou com medo - disse Yui.

– Eu também... – confessei.

O examinador deu o sinal e voltamos a correr, mas agora em um pântano.

–Vamos continuar correndo!- reclamou Yui

– Correr é o menor dos nossos problemas, e você viu isso. Vamos!

Tentamos nos manter na frente, sempre atrás do examinador. Um erro e... Tchau dupla de primas que mal saíram das fraldas. Por todo lado se ouvia o grito de pessoas que caíram nas armadilhas feitas pelos animais fantásticos daquele pântano. A névoa ficava densa, e o cheiro de morte estava no ar. Além de nossas personagens preferidas existiam aqueles estavam ali para acabar com o sonho dos candidatos. Sim... Estava falando de certo mágico habilidoso com cartas. De novo, voltei a pensar no que enfrentaríamos, até que...

– Karin-chan... - Disse Yui

– Agora não... Tenta manter o seu foco ali na frente

– O Killua ta ali... E o Gon também!- ela me apontou para aonde os dois estavam

Parei de olhar para frente e prestei atenção nos dois garotos que estavam correndo. De todas as historias que possuem melhores amigos, a amizade entre aqueles dois era, em minha opinião, a mais bonita. E quando parava para pensar a amizade mais próxima que eu conhecera era a entre minha prima e eu. Quanto mais olhava para aquela cena, queria... Sei lá, me esforçar mais em ser mais que uma prima, ou uma amiga. Uma irmã melhor! Fazendo um comentário “quebrando a corrente” (existia um personagem que iria entender de correntes temporadas à frente), digo um dia... Faremos os cospaly desses dois! Mas voltando a realidade, algo que eu não queria acabou acontecendo.

– Karin, cadê o examinador?- Minha prima me perguntou

– Essa não!- olhei para frente e a sombra havia sumido - continue correndo!

– MAIS DO QUE JÁ ESTAMOS! EU NÃO AGUENTO MAIS! EU TE MATO SUA VACA INÚTIL!

Não adianta xingar a vaca, a mãe da vaca, a avó da vaca, a trigésima nona geração da vaca. O que estava feito estava feito. Não pode ser desfeito. O único jeito era deixar seguir o curso natural das coisas. Assim que é completamente natural, você estar correndo em um pântano E DO NADA entrar em uma floresta. Como diria um grande comediante, “contorci o meu pâncreas para não esboçar reação”. Foi quando e estresse começou.

– Viu, eu disse que era para gente se juntar logo com eles! PELO MENO ASSIM NÃO ESTARÍAMOS PERDIDAS! E eu já estaria feliz com o Killua!- Yui me deu uma bronca

– Eu estava tentando te proteger! Te manter segura!- rebati

– Segura do quê?

– Você viu o que aconteceu antes. Você se esqueceu de que os quatro se separam! E que o Kurapika e o Leorio...

– VOCÊ SÓ SE IMPORTA COM AQUELE LOIRO, LINDO DOS OLHOS AZUIS! E EU COMO FICO NESSA HISTORIA! O Killua estava tão... Tão... TÃO PERTO! - ela me disse com olhos grandes e chorosos

Nos paramos por instantes. Sabe aquele discurso sobre a verdadeira amizade? ESQUEÇAM, só por esse momento. Apenas apreciem a briga:

– Eu não ia falar isso!- disse controlando o meu tom. Sim ele é muito bonito. Mas minha prima vem em primeiro lugar - Você não ia querer enfrentar o Hisoka! Sendo QUE NÃO SABEMOS LUTAR!

– Correção... VOCÊ não sabe lutar! Eu cresci vendo Jack Chan, Jet lee, C.D.Z, Dragonball,e...

– Sailor Moon! O que você ia fazer! Ah... Já sei! “Tiara Lunar, Ação” - rebati imitando a personagem.

– Quando se tem um boomerang, pode ser muito útil!- ela me rebateu

Bem... Essa parada de lutar seria bem útil agora. Aprendam: nunca se deve abaixar a guarda em uma floresta cheia de perigos. Enquanto discutíamos, Yui percebeu um barulho estranho vindo de alguma parte da mata.

– Onee-cham... Você esta com fome?

– Não! Por quê?- paramos na mesma hora

– Se isso não é o seu estômago... Então, o que é?

Ficamos paradas nos entreolhando esperando o pior. O som se aproximava mais e mais. O chão tremia de leve e as folhas balançavam quase imperceptivelmente.

– Ta chegando mais perto!- Eu disse

Nos abraçamos, e ficamos tremendo com os olhos arregalados ao máximo, e Yui disse:

– Eu retiro tudo que eu disse... ME DESCULPA!!!

– Eu também retiro tudo o que eu disse... TE AMO IRMÃ!

Me desculpem pelo drama pastelão. Voltando:

– Te vejo na próxima vida... - disse Yui

Até que detrás das árvores surge um grande javali. Suas presas eram enormes e afiadas, e possuía uma pelagem castanha clara. Tinha o tamanho de um carro aproximadamente, e um focinho avantajado. Mais uma vez. Ah... Quer saber, vocês sabem o que fizemos.

– CORRE!- gritamos juntas nos olhando.

Corremos. Corremos muito. Discutir em uma floresta não era a melhor coisa a se fazer. Principalmente quando se irrita os moradores do local. Era quase meio dia, eu deduzi, e tínhamos que desviar do mato e das arvores a todo instante. Eu não sou a mais provida de equilíbrio desse mundo. Eu tropecei em uma raiz que estava a mostra e cai. E... Torço o pé.

– Ai... YUI!!! ME AJUDE!

Voltando para me ajudar, ela grita:

– ISSO É HORA DE SE MACHUCAR! - ela fica do meu lado tentando me levantar

– Você sabe que sou desajeitada... ELE TA VINDO... - eu disse quase chorando no chão

–Que Jack Chan, Jet Lee, Goku, e todos os outros nos ajudem... - ela me disse com os olhos fechados

Ela se meteu na minha frente e se pôs em posição de ataque. Fechei os olhos, porque temia o pior. Foi quando eu ouvi um grito com uma voz familiar.

– ESTÃO ALI!

Era o grito de um garoto de doze anos. Como sou muito ligada em vozes percebi de quem era. GON. Ele sempre teve uma grande habilidade com a vara de pescar, e não decepcionou com sua entrada. Ele estava correndo de galho em galho das árvores e em um salto acrobático pulou deu um golpe na cabeça do bicho, distraindo o javali. Saindo de cena, gritou para outra pessoa.

– KURAPIKA! AJUDE AS GAROTAS!

Ele disse Kurapika. Ou eu, além de torcer o pé tinha batido a cabeça, ou ele chamava o seu amigo. Gon foi para dentro da mata deixando minha prima e eu sozinhas com ele. Devo dizer que é um momento tietagem. Mais ele é bem mais fofo pessoalmente.

– Que garoto folgado. Vocês estão bem?

Ele se ajoelhou do nosso lado. Sua expressão era de seriedade.

– Alguém pode perguntar outra coisa para ela que não seja essa frase? – ela disse em seu tom irônico.

– Disse alguma coisa?- ele se virou para minha prima. Ela nem estava corada

– Não. Valeu por ajudar agente! – ela disse virando o rosto corado e coçando as costas

Queria me esconder de vergonha. Ela era um pouco maior que eu e da minha idade. Seus cabelos loiros caídos levemente em uma franja, quase escondendo os olhos azuis. Ele estava do meu lado pronto para me ajudar, e eu fiquei olhando como uma bocó para o chão. O que eu faço O QUE EU FAÇO! O que eu fiz... Não desmaiei. Mais fiquei sem ar... AHN... AHN... AHN... Meu ataque de asma foi mais leve dessa vez. Baixinho, minha prima disse:

– Ataque de tietagem - ele não ouviu o que ela disse. Ainda bem.

Estava tão assustada que não podia racionalizar direito.

– Consegue se levantar? – Ele me perguntou

– Acho que sim!- respondi ainda relutante

Como tinha torcido o pé, não consegui me equilibrar direito, como sempre. Tentei andar, mas quase cai. Mas para a minha sorte, e ira de Yui, ele me segurou pela cintura. Só sabia olhar para baixo, não queria encarar ninguém. Eu estava no “abraço” dele. E isso me deixou mais vermelha do que nunca. Eu tomei coragem e olhei para cima por um instante e disse:

– Me desculpa...

Ele me olhou de uma forma diferente, quase como um espanto. O que tinha na minha cara? Será que era uma espinha? Estava muito desarrumada? Céus! Eu me acalmei e percebi que ele havia mudado de expressão. Nessa hora, o pequeno Gon, se junta a nos, e disse:

– Ai... Aquele era um “javali da floresta”, se não tivéssemos chegado a tempo vocês estariam mortas! - ele disse com um olhar serio.

– Nossa! Que ótima noticia!- Yui, irônica como sempre.

– Mas o que vocês estavam fazendo aqui? Não vi os seus rostos durante o inicio do exame. – ele nos perguntou com sua voz ingênua.

–Bem... – nos entreolhamos sem saber o que fazer, e dizer.

Mas minha prima foi direto ao assunto:

– Existiam VARIAS pessoas naquele local escuro! É ÓBVIO, que ninguém guarda todos os rostos.

– Ela tem razão! Qual é a probabilidade de guardamos os rostos em um lugar pouco iluminado. Sem falar que estávamos tensos, pois não sabíamos o que iria acontecer! –

Tinha esquecido como era o Kora. Ele me disse me ajudando a ficar de pé direito. Gon olha para mim e pergunta no seu jeito doce e ingênuo.

–Mais você está bem? - Gon me pergunta

– Ah... Ela está ÓTIMA... – Yui é ótima. Gota, gota, gota, gota, gota... gota

– Ela teve apenas uma torção, não foi nada sério. – disse Kora com sua expressão normal.

– Você consegue andar pelo menos?- Gon me pergunta

– Sim... Eu acho...

De repente eu sinto alguma coisa chutar o meu tornozelo. Que dor...

–AI! - eu me curvei, mas Kurapika me segurou.

– O que aconteceu?- perguntou Gon

–Meu tornozelo! Senti uma dor... – disse olhando para Yui ferozmente.

–Agente te ajuda a chegar até o local do segundo exame. Mais não acha melhor desistir?- disse Kora

–NUNCA! NÃO VIEMOS DE TÃO LONGE PARA PARAR NO INICIO DO INICIO! – minha prima deu um chilique colossal.

Gon e Kurapika se entreolharam sérios com a cena vista.

– ENCONTRO VOCES NAS FINAIS! – Yui deu mais um grito de empolgação

– Você está certa. Não se deve parar quanto se tem um objetivo! Que é nos tornarmos Hunters! – disse Gon

– É ISSO AI GON! – disse Yui

Eu e Kurapika nos olhamos e acabei abaixando a cabeça. Uma enorme gota se formou na minha cabeça.

– Essa sua companheira e bem empolgada. –

– Ela é minha prima... - respondi com um sorriso

– Ela é sua prima? - Gon perguntou – Mas vocês são tão diferentes...

– É melhor seguirmos em frente... O tempo para chegar ao local da segunda prova deve estar se esgotando. – Eu disse

– ISSO MESMO EM FRENTE! – Yui se empolga de novo.

Ela começou a andar na frente, e Gon me olha com um sorriso fofo.

– Ela tem muita energia! De onde vocês vieram? - ele me pergunta

– Também fiquei curioso. - pergunta Kora curioso.

Escondendo a verdade eu disse:

– De muito longe.

– Não sabemos os seus nomes. Já que vamos ser companheiros nesse exame temos que nos conhecer. – Para Gon, era muito fácil fazer amigos. Isso me deixou feliz.

– Meu nome é Karin. Prazer

– Oi me chamo Gon- eu já sabia

– E eu sou Kurapika. – Eu também já sabia disso

– Qual é o nome da alegrinha, alegrinha?- Disse Gon

De repente ela se vira e grita:

– MEU NOME É YUI! GUARDEM BEM O MEU NOME, POIS SEREI A MAIS FAMOSA HUNTER DE STATUS XXX! - Ela disse isso apontando para o céu em uma posição de gloria.

Gota, gota, gota, gota, gota... O único que estava rindo da situação era Gon. No final de tanta gota... Eu também ri de tudo.

– Acho que esse exame vai ser mais divertido do que pensei! – disse Gon se juntando a minha prima um pouco mais a frente.

– VAMOS! – os dois foram na frente rindo.

Como ela tinha a personalidade parecida com a do killua... Isso já era de se esperar. Mas não estamos esquecendo algo? Sim eu e Kora ficamos um pouco para trás. Ele passou meu braço sobre seu ombro e agarrou a minha cintura, me ajudando a andar, sentindo-me culpada por ser um peso. Literalmente.

– Acho melhor você voltar ano que vem. Não vai ser bom você morrer e sua prima ficar sozinha. – disse Kurapika tentando fazer a minha cabeça.

– Não. Vou continuar! – disse sorrindo

– Por quê?

– Você, provavelmente, tem um objetivo que o faz estar aqui. Você iria desistir depois de tudo que passou para estar fazendo esse exame? Não vai ser esse pé que vai me parar!

Ele me olhou com uma expressão curiosa, e sabia que estava certa

– E a propósito... Não posso deixar essa louca sozinha!- eu respondi sorrindo

Ele sorriu de volta e disse:

– Você está certa.

Ele me ajudou a caminhar ate o local. Eu estava me sentindo muito vermelha com aquela situação. Yui ia à frente cantando com o Gon. Eu e Kora íamos rindo atrás. Vê-lo sorrir me deixou feliz, seu sorriso era muito bonito. Caminhamos por um curto período de tempo até que chegamos a um galpão, onde seria a segunda fase do exame. O número de candidatos diminuiu de uma forma drástica. Eu fiquei imaginando a morte dolorosa que poderiam ter dito com as feras fantásticas daquele local.

– Bem chegamos! – disse Gon animado, como sempre.

– Obrigada, eu vou sentar no chão! – Eu disse me largando no chão

– Podíamos pedir ajuda para o Leorio! Ele quer ser medico, não é? – disse Gon - Ele pode te ajudar melhor que nos.

– Ele está ali! Fiquem ai que já voltamos – Disse Kurapika

Gon e Kora foram até onde ele estava deixando Yui tomando conta de mim. Tinha um esparadrapo no rosto, consequência da luta mal sucedida com o mágico. Ele tinha dezenove, apesar de não aparentar. E era o medico da equipe. Kurapika o traz até nos, mas Gon se afasta. E Eu sabia por quê. Tinha encontrado o seu amiguinho de cabelos brancos e skatista. Sim... O assassino profissional que te mata em 2.5 segundos. Killua.

– Yui, olha quem está lá! – disse apontando para onde os dois estavam

Eu apenas apontei. Mas ela saiu correndo e agarrou o moleque e jogou ele no chão! Ela quer nos matar, ela quer nos matar, ELA QUER NOS MATAR EM 2.5 SEGUNDOS! Gritei internamente. Foi quando Leorio ao se aproximar, me pergunta:

– Essa menina conhece o Killua?

Eu estava sentada no chão abraçando as pernas. Eu diria que eles têm certa ligação... Mas preferi dizer:

– Não! - respondi com meu rosto mega vermelho. Mas esqueci de certa pessoa que presta atenção em tudo

– Vocês não são primas? – Kurapika me perguntou, com um ar investigativo.

– Acho que sermos primas não tem nada a ver com isso! – Disse

– È a primeira vez que ele leva uma indireta para ficar calado! – disse Leorio apontando para o amigo – Cara... Você me vingou por todos os foras dados por ele!! - ele me abraçou sorrindo - TENHO UMA ETERNA DIVIDA COM VOCE!

– Não foi um fora... – Disse ficando da cor de um tomate – Eu sou incapaz de dar um fora em alguém...

Leorio parou de me abraçar, olhou para Kurapika e disse:

– Você podia aprender algumas coisas com essa menina!

– Se eu quisesse aprender alguma coisa não seria com ela – tinha esquecido o talento que ele tinha para dar foras.

Pois é. Ele tinha passado no jóquei para trocar a ferradura. E como dói levar uma patada do seu persona favorito. Eu fiquei de cabeça baixa cabisbaixa.

– Bem vinda ao clube! È assim o tempo todo! Depois você se acostuma! – Leorio falou tirando o clima tenso da situação - Mas o que houve com você?

– Eu... E minha prima. Aquela ali - Disse apontando para onde ela estava.

E sim ela ainda estava agarrada com o pobre moleque... E o Gon... Meio que sem entender nada! Só ria! Comédia ein?

– Aquela agarrando o Killua? – Leorio me perguntou

–Sim... Fomos atacadas por um javali. Acabei tropeçando e torcendo o pé. Se não fossem o Gon e o Kurapika... – Disse sem graça – Estaríamos encrencadas!

– Se bem que ele não fez nada foi tudo trabalho do Gon!- aparece Bia junto com Gon e Killua. Dessa vez ela largou o doce.

– Duas em um dia só... Você ta perdendo o jeito em meu amigo! – Ele disse dando uma cutucada de ombros em seu companheiro. - Então você torceu o pé?

– Não ela torceu a mão! – disse minha prima sem paciência e ironicamente, como sempre

– VOCÊ TAMBÉM!! – gritou o medico

– Acho que para perguntas idiotas tem que ser dada uma resposta a altura!- disse Kurapika com seu olhar sério!

– Só de curiosidade... Porque sua prima agarrou o Killua? – Leorio perguntou

– Não tenho culpa se sou irresistível! - Disse Killua com seu charme misterioso de sempre.

Depois ela fala de mim. Ela estava “tietando” mais do que eu. Enquanto Leorio tratava meu pé ele perguntou sobre nossos nomes:

– Quais são os seus nomes?

Gon tratou de nos apresentar:

– Essa aqui é a Karin. E essa aqui...

Nessa mesma hora Yui o interrompe. Eu sabia exatamente o que ela ia fazer, as vezes ela é previsível. Sabe quando você quer sumir para bem longe. Ou ser outra pessoa. Não tenho vergonha dela. Mas as vezes, era de mais.

– SOMOS A DUPLA VINDA DO LESTE. ONDE EXISTEM BELOS PASTOS E MUITAS VACAS!ONDE O SOL NASCE NO OESTE E SE PÕEM NO LESTE! ONDE É POSSÍVEL TRANSFORMAR UMA FOLHA DE PAPEL EM UM PEDAÇO DE PÃO FRESCO!

– Ã... Isso é uma ilha? - perguntou ingenuamente Gon. Ele era o tipo de pessoa que você nunca se irrita. Era o irmão menor que eu sempre quis ter

– Sua prima é sempre assim mocinha? – Leorio me perguntou com os olhos cerrados julgando minha prima.

– E sempre respondo que não... Mas agora... - eu não sabia mais o que responder

Eu percebi que minha prima e que os meninos não estavam mais lá. Nessa hora, percebi um dialogo entre 3 pessoinhas. Estavam Gon e Kill olhando a Yui de uma forma espantada, como se ela fosse a pessoa mais incrível por fazer algo antes nunca feito.

– Como se transforma papel em pão? - perguntou Killua admirado

– Nos conte qual é o seu segredo! - Mais uma vez disse Gon ingenuamente

– Há! Eu sabia que vocês iriam se interessar! – ela disse muito entusiasmada com a atenção dos dois

Mas alguém muito calmamente, disse:

– Isso é irracional – Disse Kora

– Não é não! Vou te provar que é possível! – disse minha prima

Foi então que ela fez o mesmo circulo de transmutação usada pelos Elric. Pediu um pedaço de papel, e... O resto vocês já sabem

– E agora! Fala alguma coisa! – disse Yui cantando vantagem

– Já era... Se eu fosse você ficava calado pelo resto do exame! Você tem que admitir, elas são boas! – disse Leorio espantado

– Acho que você encontrou alguém com a mesma habilidade... – eu disse me virando para Kurapika e de novo veio o ar de curiosidade em seus olhos

– Eu ainda descubro o truque... - Ele me disse desconfiado

– Um dia você descobre. Mas saiba que isso não é vital agora - eu disse dando uma piscadela.

Passou-se algum tempo, e parecia que o clima tenso do inicio tinha se dissipado. Ficamos conversando, nos conhecendo e rindo. Estava com o pé “bom”. Já podia caminhar. Quando agradeci:

– Obrigada... Espero que se torne um bom médico!

–... Valeu! - Leo disse sem graça

Foi então que o sinal do fim do segundo exame soou e o senhor Satotso anunciou aos candidatos:

– Fim da primeira fase do exame! Número de candidatos: 150

Ele desejou boa sorte e sumiu na floresta. O Sinal de meio dia tocou: todos que chegassem depois estavam eliminados oficialmente. Todos estavam nervosos. Pois ninguém sabia qual seria a prova. Eu e minha prima sabíamos MUITO, MAIS MUUUUUUITO BEM! Nessa mesma hora o portão se abre. E se mostram os dois examinadores da próxima fase. BOA SORTE.


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Notas finais do capítulo

AHHHHHHHH... Me desculpem por ter ficado enorme o cap.
T_T Foi tanta coisa junta que eu nem sabia como começar. Fiz meu melhor.
Ass: Karin-chan