Yui:

Enquanto minha prima se dava bem eu tinha que agüentar o falatório do Leorio. Não que eu não gostasse dele , mas cara...como ele falava. Só para constar assim que saímos do corredor estreito e chegamos a um lugar aberto foi que eu me toquei de que eu tinha que impedir que outras pessoas passassem por aquele corredor para que o Kora e minha prima tivessem um desenrolo digno. E Deus ajude a minha prima porque com aquela síndrome do desespero que ela tem. Sim, eu estou falando daquela onomatopéia estranha que vocês frequentemente lêem na narrativa dela, isso mesmo o...AHN...AHN...Espero sinceramente que ela tenha se curado disso por no mínimo uns cinco minutos e que o Kurapika seja no mínimo gentil se tiver que dar um toco nela.Aff...se ele fizer ela chora...

–Eu te mato seu loiro escroto! - gritei fazendo com que todos presentes no
salão olhassem para minha cara.- Que é? Nunca viram tpm não?

–Está tudo bem?- perguntou o Leorio.

–Ah eu estava pensando na minha prima e no Kora...Aff...

–Na sua prima e o Kurapika?Esta rolando alguma coisa entre eles?

Legal além de falador ele é cego.

– Você viu o Killua e o Gon por aí? Precisamos da ajuda daqueles dois. – falei pensando num plano para impedir a passagem de pessoas por aquele maldito corredor.

– Precisamos da ajuda deles para que?

– Você já vai saber... – falei olhando em volta no salão.

Não foi muito difícil encontra-los afinal não é todo dia que se vê um garoto de apenas doze anos com cabelos brancos. Quando o vi meu instinto “tietico” se acendeu completamente e como das outras vezes eu não me controlei nem um pouco.

– Killuaaa! – Gritei e sai correndo.

O problema? Acho que fui rápida demais. Um segundo atrás eu estava ao lado de Leorio e no seguinte agarrada ao Killua. Adoro os meus 2.5 segundos! Não dava para ele fugir nem que quisesse.

– Ahhh! – gritou o Gon quando me viu. – quando você chegou aqui?

– Correndo! – respondei.

– Nossa você é mesmo rápida. – Falou o Leorio se aproximando.

– Eu posso saber por que você teima em me agarra?– perguntou o Killua, acho que,frustrado por não ter consegui me perceber a tempo para fugir.

– Eu não consigo evitar você é tão gostoso de aperta!!!!

– Eu não acredito até você? - gritou o Leorio indignado. - ele é só uma criança!

– Qual é Leorio? Você que tem cara de velho... – cutucou Killua.

– Quem você ta chamando de velho moleque??

– Meninos não briguem! – falei apartando a briga. – Vou precisar da ajuda de vocês!

– Da nossa ajuda? Para que? – perguntou Gon animado.

– Aqueles dois lá no corredor! Karin e Kora! Temos que impedir que outras pessoas passem por aquele corredor! Temos que evitar que interrompam o fluxo do AMOR!!!!

– Kora??? Desde quando vocês são tão íntimos? – perguntou o Leorio com cara de desconfiança.

– É só um modo abreviado de dizer Kurapika que é muito grande. O que foi quer que eu te chame de Lele??? – perguntei rindo.

– Hum...Não é uma má idéia. – Falou Killua com um sorriso maroto.

Gon apenas riu e coçou a cabeça como era de praxe.

– Então meninos vão me ajudar ou não?

– Eu ajudo com todo o prazer! – Falou o pequeno pescador.

– Desde que você me largue eu posso ajudar. – disse o Killua me olhando.

– Por mais que eu não vá muito com a cara daquele cara. Todos merecem ser felizes... E eu nunca pensei que ele fosse pegar alguém antes de mim. – confessou Leorio.

– Ótimo o plano é o seguinte!!!

Quem disse que eu larguei o Killua???To brincando larguei sim... Então eu comecei a contar o meu plano e alguns minutos depois...

– Desvio... Desvio... - Eu falava toda vez que alguém passava pelo inicio do corredor. – Tivemos um pequeno problema com vômito e estamos resolvendo obrigado pela paciência.

Como éramos 4 ficamos em duplas em cada ponta do correndo.Para minha imensa sorte eu fiquei com o Leorio. Gon e Killua ficaram com a outra ponta. Que ótimo! Eu devia ganhar o Nobel da paz por aturar o Leorio e ainda lidar com os meus pensamentos depravados do que deveria estar acontecendo entre aqueles dois. Aquele moleque da conjuntivite congênita pensa que me engana mais ele ta muito enganado!Ele pode ser lindo, sensível, fofo e, gostoso MAIS EU NÃO CAIO NESSA!

– VOCÊ NÃO ME ENGANA!!!HAHAHAHAHA!!!- gritei colocando as mãos na cintura e começando a rir descontroladamente.

O Lele olhou para minha cara como se eu fosse uma lunática e pra melhorar a situação adivinhem quem estava passando no corredor no momento em que eu berrei essa frase???Ninguém mais ninguém menos que o Hisoka!Nem preciso dizer que tranquei na mesma hora. Ele me encarou com seu olhar assassino e eu dei um sorriso falso instantâneo.

– É desculpe não era com o senhor... Eu, só estava pensando alto.- falei tensa.

Então ele retomou seu caminho e eu pude voltar a respirar.

– Ufa, essa foi por pouco.... – disse.

– Você quer nos matar? – gritou o Leorio me chacoalhando.

– Eu só tava pensando alto!

– Da próxima vez não pense!

Foi nesse momento que eu comecei a escutar passos vindos do corredor. Eram três pessoas... Três?Como assim?Eles estavam fazendo um Ménage a troi e nem me chamaram!!??? Enquanto Lele continuava a me chacoalhar e a gritar no meu ouvido eu virei a cabeça na direção dos passos e para minha surpresa a terceira pessoa era...O presidente dos Hunter!Nunca achei que ele gostasse de tipo de coisa.

– Senhor presidente?? – perguntei desentendida dando um chute na canela de Leorio para que ele deixasse de me balançar no ar e passasse a saltitar com a mão na canela de tanta dor.
Como ele tinha passado por nossa barreira???

– Você é a senhoria Bianca? Mais conhecida como a viajante que veio DO LESTE. ONDE EXISTEM BELOS PASTOS E MUITAS VACAS!ONDE O SOL NASCE NO OESTE E SE PÕEM NO LESTE!ONDE É POSSÍVEL TRANSFORMAR UMA FOLHA DE PAPEL EM UM PEDAÇO DE PÃO FRESCO! – ele até imitou os meus gestos dramático fiquei impressionada. – Porém é mais conhecida como Yui?

– SIM SOU EU MESMA!!!A PRÓXIMA HUNTER COM STATUS TRIPLO!!!

– Nossa que confiança. – falou o presidente sorrindo.

– É só o que eu tenho para passar nessa prova... - falei coçando a cabeça.

– Oh interessante, muito interessante!Venha comigo mocinha. Eu, você e sua prima também viajante DO LESTE. ONDE EXISTEM BELOS PASTOS E MUITAS VACAS!ONDE O SOL NASCE NO OESTE E SE PÕEM NO LESTE!ONDE É POSSÍVEL TRANSFORMAR UMA FOLHA DE PAPEL EM UM PEDAÇO DE PÃO FRESCO! Teremos uma longa conversa.

– Claro!

Bem vocês devem imaginar a cara do Kora e do Leorio com essa cena... é nessas horas que eu entendo porque não tenho amigos.

– A gente se vê mais tarde? – perguntou minha prima baixinho ao Kurapika.

– Não demore... - respondeu ele com um olhar significativo e um beijo na bochecha dela.
eu admito que meu coração virou uma manteiga na mesma hora. Só não disse "own" porque estava morrendo de inveja....Sortuda. Assim que saímos de perto dos meninos eu puxei ela para bem perto e disse:

– Se não me contar tudo com os mínimos detalhes juro que te mato!

Ela riu e ficou toda corada.

– A gente pode falar sobre isso mais tarde não é a melhor hora você não acha?

Foi a minha vez de rir.

– Mas uma coisa priminha... Ajeita esse cabelo e desamassa a roupa.

–Ops...

Entramos na sala do presidente e ele nos convidou a sentar em pequenos pufes que ficavam de frente para uma mesa a qual ele se sentou atrás. O que o presidente Hunter poderia querer com a gente?Foi quando eu me lembrei dessa parte do mangá quando dentro do dirigível ele entrevistava todos os candidatos a Hunter perguntando com quem eles gostariam de lutar e com quem não. Porém aquilo não fazia sentido! No mangá ele entrevistava todos individualmente porque teria que ser diferente com conosco?S erá que nos tínhamos ganhado um extra ou coisa assim por termos passado na primeira prova da Menchi? Ou será que era... Oou...

– Então meninas... – ele começou. – Onde estão seus crachás?

Eu e Karin gelamos na mesma hora. Nós não tínhamos crachás porque havíamos caído no meio da primeira fase ao contrário dos outro 60 participantes que os haviam ganho quando chegaram ao ponte de partida da prova hunter.É, agora nós estávamos encrencadas...

–Err... Nós... Hum... Bela pergunta senhor presidente! – tentei disfarçar. – eu nem havia percebido que tínhamos perdido! Deve ter caído enquanto nos caçávamos aqueles enormes javalis da floresta, não prima?

– Hum... Pois é que pena... hahahahahahaha.- riu minha prima forçadamente.

– Todos os crachás tinham sinalizadores crianças. No início eram 407 crachás .Ao final da primeira prova eram 60 crachás sinalizando onde estariam os candidatos, no entanto quando cheguei ao local da segunda prova haviam 62 pessoas .Acho que a matemática nos permite dizer...Que são duas a mais.

Engoli a seco... O que iríamos dizer? Uma vaca nos teleportou para o meio da primeira prova???

– Bem... – eu olhei para Karin tentando achar uma saída, mas ela estava catatônica. Ótimo!Sobrou para mim... De novo! – Sinceramente eu não sei o que dizer senhor presidente...

– Vocês querem que eu acredite que uma VACA DA TERRA DO LESTE. ONDE EXISTEM BELOS PASTOS E MUITAS VACAS!ONDE O SOL NASCE NO OESTE E SE PÕEM NO LESTE!ONDE É POSSÍVEL TRANSFORMAR UMA FOLHA DE PAPEL EM UM PEDAÇO DE PÃO FRESCO, teletransportou vocês até aqui!

Nos entreolhamos com a esperança de que ele estivesse falando sério, e balançamos a cabeça dizendo:

– Sim!

–HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA - Ele riu da nossa cara.

Tanto, que caiu para trás e chegando a colocar as perninhas para cima:

–Me disseram que vocês eram engraçadas! Mas não tanto... Principalmente a de “mecha Branca”- ele continuou se recuperando do ataque

– Quem te disse isso?! – perguntei gritando

– Foi o senhor Gon! – ele me respondeu

Quando ouvi o nome do meu pequeno amiguinho toda a minha raiva passou. Eu fui completamente desarmada. Eu sabia que Gon jamais falaria algo no mal sentido se ele disse que eu sou engraçada é porque ele realmente me achava hilária.

– Se fossemos clandestinas o que o senhor faria?- minha prima indagou depois de um longo período se recompondo do seu amasso.

– provavelmente seriam mortas!

– O que? – gritamos simultaneamente

–Brincadeirinha! – ele nos disse sorrindo
–Não brinque assim conosco senhor presidente! – gritei exasperada.

– Bem digamos que... Mesmo sendo candidatas vocês enfrentaram todos os perigos que todos os candidatos enfrentaram até agora e se saíram muito bem se destacando até em uma prova que foi anulada por ter sido rígida demais e não correspondido ao objetivo da seleção Hunter! Depois de tudo o que fizeram como vocês se nomeariam... Clandestinas ou candidatas?

Eu e minha prima nos entreolhamos e assentimos uma a outra a responder:

– Candidatas!

– Então candidatas serão. – falou o presidente nos passando dois crachás com os números 408 e 409. – Bem vindas ao exame Hunter.

Eu e minha prima nos entreolhamos e nos abraçamos. Agora éramos oficialmente candidatas.

– Agora nada nos segura! – disse minha prima enquanto batíamos as mãos.

Saímos da sala saltitando de tão felizes.Queríamos contar logo aos meninos as boas novas o problema era como íamos contar que mentimos para eles até aquele momento?Pensando nisso eu puxei minha prima para dentro de uma cabine e disse:

–Não podemos contar.

–Você tem razão... – respondeu ela cabisbaixa. – eu queria poder contar tudo ao Kora desde a vaca até não sermos inicialmente candidatas.

–Você está maluca!Quer perdê-lo pra sempre?

– Não.

–Então vamos ficar quietas e ver no que da, ok?

–Ok.

– Agora... E ai o que rolou? – perguntei curiosa.

– Ele é muito bom... Ele tem pegada, ele é cheiroso ele te deixa com as pernas bambas...

–Ok, para já entendi! – falei antes que começasse a ficar vermelha. - Mas me diz... O que você vai fazer quando a gente for embora? Vai convidar ele para vir junto? – perguntei sinceramente com medo da resposta.

– Eu não posso fazer isso o lugar dele é aqui!

– Então... O que vai fazer?”Terminar” com ele?

– Nós nem começamos nada!

– Aff...Pensei que já ia ser madrinha....

– YUI! – gritou Karin toda vermelha. Mas o melhor foi que o rosto dela não foi à única coisa que ficou vermelha... Os olhos também ficaram.

– Desde quando você...?? – perguntei surpresa.

– De novo não... Foram meus olhos não foram?

– Valeu senhora Kuruta.

– Vai lança mais uma das suas piadinhas! – disse minha prima levemente alterada.

– Nunca pensei que a cor fosse tão bonita... Posso arranca seu olho e vende no mercado negro?Deve dar uma grana...

De repente (dessa vez meus ouvidos realmente me enganaram) o Kurapika entrou na cabine e se pos entre mim e minha prima com um olhar muito sério... Ou melhor, com seus olhos escarlate apontando uma de sua espada para mim. Meus instintos de batalha estavam inquietos tive que me controlar muito para não começar uma luta doida com ele bem na frente da Karin.

– Eu sabia que vocês não eram primas. – começou ele. – A Karin é muito diferente de você e mais, se fossem realmente primas você também teria nossos olhos. Você é uma mercenária confesse!

– Oh que tocante. Se quer tanto protegê-la porque não me da seus olhos no lugar dos dela. – alguém pode me dizer o que diabos eu estou falando??

– Quem te mandou aqui? A aranha? – perguntou ele ficando ainda mais inquieto.Assim como meus instintos.

Nos estávamos prontos para começar uma guerra a qualquer segundo.Eu já podia ver sangue jorrando. Porém (não sei se felizmente ou infelizmente.) minha prima se pos na minha frente dizendo:

– Se for matá-la terá que me matar primeiro!

– Karin o que está dizendo? Ela quer tomar os seus olhos! Afaste-se dela! – ele implorou.

Eu não precisava olhar para o rosto de minha prima para saber que ela estava sorrindo para ele. Os olhos de Kurapika além de vermelhos estavam arregalados de incredulidade. Coitadinho ele não devia estar entendendo nada.

– Karin, por favor, saia da frente... – ele pediu novamente.

– Eu não posso...

– Mas... – foi quando ela passou por entre as espadas de Kurapika e o beijou fazendo-o larga-las para passar a abraçar cintura de minha prima. Ótimo agora além de mercenária sou uma vela em tamanho gigante.

Enquanto Karin distraia o Kora com seu beijo que afinal estava bem “caliente” ela me fez um sinal para que eu saísse da cabine. Não sei se para ela aproveitar melhor o momento ou para “salvar minha vida”. Sem ter muita escolha eu me retirei do local e caminhei até a parte frontal do dirigível onde me sentei no chão e fiquei observando a terra passar lá embaixo tão distante de onde eu estava. De repente eu me peguei pensando em minha casa... Como eu devia estar longe...

– YUI!!! – eu ouvi uma voz familiar me chamar... Era Gon. Ele estava muito animado, mas ao me ver tão quieta seu rosto ficou sério – Aconteceu alguma coisa?

– Não, nada. – falei sorrindo.

– Você não me parece bem. Está enjoada?

– Não...

– Quer que eu chame o Killua para você agarrar?

Eu ri um pouco mais animada.

– Não, eu estou bem Gon, não se preocupe.

Ele sentou ao meu lado sem se convencer do que eu tinha dito.
–
Não tem nada que eu possa fazer para você se sentir melhor? – Perguntou ele com seu sorriso ingênuo.

– Gon você se importa se eu tomar o seu colo emprestado?

– Não.

Então eu deitei no chão e apoiei minha cabeça em seu colo. Só no momento em que deitei foi que senti o quanto estava cansada tão cansada que rapidamente os meus olhos se fecharam.

– Ei, Gon você quer aprender a andar de skate? – eu ainda pude ouvir a voz do Killua perguntar.

– Ssshhh...Você não ta vendo que a Yui está dormindo fale baixo Killua!

– Oh, meu desculpe... Nossa não é que ela ta dormindo mesmo?

De repente eu senti um cafuné gostoso na minha cabeça. Tão bom que estava fazendo com que eu adormecesse mais rápido. A mão que me acariciava era pequena como a mão de um garoto de doze anos.

– Ela me faz lembrar a minha irmã... – Falou o Killua. Era ele que tava mexendo no meu cabelo? – A Alluka... Vive me agarrando...

– Huahahuhauhuahuauhahu!

Com as gostosas risadas de Gon eu finalmente caí em sono profundo.