When I Look At You escrita por Demetria Devonne


Capítulo 1
# Capítulo 01 -> Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser meio 'down'. Dizem que a primeira impressão é a que fica, então pelo amor do Justin não pense que a fic inteira é triste, ok? Esse capítulo é meio que uma apresentação para entenderem um pouco sobre a Stacy.
Boa Leitura, até lá em baixo.
Sweet Kisses ♥



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Acordei com o barulho do meu irmão do meu irmão, Zac que tem 15 anos, tocando bateria. Suspirei. Ele toca todos os dias para esquecer que o nosso pai morreu, se fosse antes, eu iria até onde ele estava e gritaria com ele mandando ele parar com esse barulho, mas era mais fácil para ele suportar esse peso tocando, e eu não aguentaria vê-lo sofrer, pelo menos ele tentava viver, nem isso eu conseguia. Faz dois meses que meu pai faleceu em um acidente de carro, ao contrário do meu irmão, eu não tocava para 'me consolar', eu realmente não conseguia tocar. Me sentei na cama e peguei o porta retrato no criado-mudo ao lado da cama, que tinha uma foto de mim segurando meu violão. Até pode parecer uma simples foto para quem olha, mas aquela foto significava muito para mim. Eu estava no sítio dos meus avós paternos, nas férias do ano passado, compondo mais uma música, essa música falava de meu pai e eu. Ele tirou essa foto sem eu ver. Sorri com a lembrança. Minha vida será difícil sem ele aqui para me levantar quando eu cair, para me consolar quando eu estiver triste, para me fazer sorrir! Meu pai era um adolescente de 40 anos. Minha visão embaçou e eu senti uma lágrima cair de meus olhos, seguida por outras. Enxuguei meus olhos e me levantei e fui ao banheiro, me apoiei na pia fitando o espelho, sem prestar atenção no que eu via. É mais um dia em que tentarei ser forte, mais um dia em que chorarei escondido, mais um dia de dor.

Quando recebi a notícia do médico, no hospital, que meu pai havia falecido, eu simplesmente morri também, junto a ele. Meu pai era meu melhor amigo e no seu enterro ... eu queria me enterrar com ele, mas eu não poderia simplesmente morrer, minha família já sofreu muito com a morte do meu pai, eu não queria dar a eles mais um túmulo para chorar. Desde lá eu corto meus pulsos. Ninguém sabe, mas eu faço isso para aliviar a dor, meio que abafar a dor da morte do meu pai - a dor de minha alma - com a dor do corte, a dor física. Pelo menos a dor física passa, cicatriza. Mas a dor da alma, a ferida, não passa. Cortar os pulsos me faz ficar por alguns minutos, concentrada apenas na dor física.

Hoje eu acordei decidida a não me cortar.

Liguei a torneira e lavei meu rosto. Ainda com o rosto molhado, me olhei no espelho. Eu não era mais a mesma. No meu rosto havia olheiras profundas, causadas pelas noites sem dormir. E meu corpo ... eu estava muito mais magra. Eu sempre fui magra, mas agora eu estava mais, eu só comia porque minha mãe me forçava a isso. Eu não tinha ânimo para nada. Escovei os dentes e enxuguei o rosto. Voltei para meu quarto e peguei minha caixa de jóias no guarda-roupa e sentei na cama, procurando um bracelete para esconder as feridas de meu pulso. Encontrei um preto do tamanho certo para esconder as feridas e coloquei em cima da cama, indo guardar meu porta jóias no guarda roupa e vesti a primeira roupa que vi em minha frente, coloquei o bracelete e desci de ombro erguido para mostrar a minha mãe que eu estava bem e não precisava de pena de ninguém. Eu percebia seus olhares de pena todas as vezes que ela entrava no meu quarto e me via deitada na cama, com a cabeça coberta pelo cobertor, chorando. Eu odeio que sintam pena de mim.

Fui até a cozinha e olhei para o relógio em cima do armário que marcava: 09:30h. Minha mãe estava fazendo suco de ameixa e eu me sentei em uma das cadeiras da mesa. Quando ela desligou o liquidificador e foi coar o suco, eu perguntei:

– O Zac já comeu?

– Ainda não, estou preparando o café da manhã de vocês agora. O Zac acordou mais triste hoje, pelo que percebo. Ele se levantou e foi direto para a bateria, sem nem falar comigo. - Disse triste.

– Ele é mais novo do que eu, é mais difícil para ele. - Pelo menos ele não corta os pulsos. Disse para mim mesma. Percebi que uma lágrima caiu dos olhos da minha mãe e me levantei rápido indo a abraçar. – Mãe! Não fica assim! - Eu não tinha palavras para consolá-la, mas não aguentaria vê-la chorando.

Ela limpou as lágrimas.

– É difícil ver meus filhos sofrendo e não poder fazer nada quanto a isso. Eu me sinto uma inútil! Vocês não conseguem nem mais ir ao colégio! Até a bateria consola seu irmão, menos eu! Nunca mais vi você tocando ... você amava tocar desde pequena ... - Falou até sua voz falhar e sumir.

– Mãe, você é a melhor mãe do mundo! Você não é inútil, nós te amamos, isso é apenas uma fase, viu? Vamos todos ficar bem, temos um ao outro e isso é o suficiente. Eu vou voltar a escola, vamos dar a volta por cima, eu prometo. - Dei um beijo em sua bochecha e fui para a garagem, vendo Zac ainda tocando.

– PRECISO FALAR CONTIGO. - Gritei para ele me ouvir, o barulho da bateria era muito alto. Ele parou de tocar e me olhou.

– Agora não dá.

Peguei um banquinho ao lado da entrada e o coloquei ao lado de Zac. O olhei séria.

– É muito importante, só me ouve, tá bom?

– Tudo bem. - suspirou.

– Olha, estamos passando por uma fase difícil. Na verdade dizer que é difícil é subestimar a realidade, mas enfim. A mãe está sofrendo muito mais que a gente, pois ela está sofrendo em dobro. Além de perder o marido, ela ainda tem que ver seus dois únicos filhos sofrerem e não poder fazer nada. - Zac abriu a boca para falar mas eu interrompi. – Só ouça! Olha, vou direto ao ponto. Eu não quero ver a mãe sofrer. Eu estou disposta a dar a volta por cima nessa situação e queria saber se você também pode tentar, eu vou tentar. Vou voltar ao colégio, amanhã.

Ele abaixou a cabeça e eu coloquei a mão em seu rosto o puxando para olhar em meus olhos.

– Eu não quero ver a mãe sofrer ... eu vou tentar. Vou voltar com você para o colégio.

Eu sorri fraco e o abracei.

– Zachary, nunca se esqueça que você tem a mim, viu? - falei em seu ouvido, com o queixo apoiado em seu ombro direito. – Estamos juntos nessa.

Fomos juntos, agora nós dois de ombros erguidos, tomar café junto com a mamãe, e eu tenho certeza, que o dia seguinte seria diferente. Terei que aguentar os olhares de pena da escola inteira. Todos sabiam da morte do meu pai. O pior de tudo era mentir. Amanhã eu repetiria mil vezes "Estou bem, obrigada.". Mas pensando bem, não seria bem uma mentira, pois quando perguntam se você está bem, eles não estão interessados em sua resposta.


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Notas finais do capítulo

- Como puderam perceber, a Stacy tem a aparência da Miley.
- Tentei não errar a escrita das palavras.
- Se algo ficou meio confuso (eu acho que não, mas se achar) é que eu tô escrevendo isso ás 00h, então tô com sono, mas tentarei postar mais cedo.
- Postarei sempre que puder.
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Eu estava com muitas saudades de escrever fanfics do Justin, porque ano passado eu só escrevia de crepúsculo. Então esperem que gostem dessa, escrevo com o coração.
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Obrigada a quem leu.
Aguardo os reviews, ok? Não custa nada, coloca ao menos uma carinha feliz [=)] ou um 'continua', porque aí sei se está gostando ou não.
BJUSTIN NO CORAÇÃO DE QUEM TÁ LENDO [ smack :* ]
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