Fomos ao quarto de Stefani. Era um quarto bem arrumado. Tinha alguns pôsteres do Queen, da Madonna, da Cher, Cindy Lauper. As paredes eram lavanda claro e os móveis brancos. Mas quando olhei para uma estante que ocupava a parede toda, meu queixo caiu. Estava repleta de unicórnios. De todas as cores, de todos os estilos. Tinha alguns com roupas típicas de países, outros ao estilo rock e ainda ao estilo pop.

               - Você deve realmente amar unicórnios, hein?

               - Muito, acho tão fofinhos... E você?

               - Isso é um segredo que nem minha mãe sabe. Unicórnios são a minha paixão!

               Stefani sorriu. Comecei a notar como eu adorava o sorriso dela. Ela foi até a estante e ajeitou um que estava meio caído.

               Ela foi até o armário e tirou um notebook de lá (N/A: A história se passa nos tempos de hoje, mas com ídolos dos anos 80/90).

               - É incrível cada coincidência dessa vida... - Ela suspirou. – Você não acha?

               - Acho... – continuei olhando para aquelas pelúcias.  Eram tão fofinhas!

               - Ei, Way... – ela me chamou

               - Sim?

               - Vamos continuar nos chamando pelo sobrenome?

               - Não sei... Acho que não, afinal, já não somos estranhos um ao outro, certo?

               - Sim... Então, Michael... Vamos começar o trabalho? – ela sorriu

Ela depositou o aparelho em sua escrivaninha, e buscou outra cadeira. Ligou o notebook e logo abriu o Microsoft PowerPoint.

- Qual a cor de fundo você acha legal? – ela virou o rosto, analisando meu rosto.

- Acho marrom... Vermelho, púrpura. São cores bem ao estilo da idade antiga... Acho que um fundo de madeira ficaria legal, também.

- Adorei a ideia! – ela clicou no ícone do Google Chrome (N/A: Adivinhem por quê?), indo logo ao Google Imagens, buscando por “madeira”. Achamos uma madeira muito bonita, a colocamos no primeiro slide. Nosso trabalho era de tema “O Surgimento do Cristianismo na Dinastia Julio-Claudiana”. Era um tema fácil de ser trabalhado, e de ser pesquisado.

Primeiro tínhamos que definir o lugar, o tempo, o contexto e todo o resto. Stefani (é estranho dizer o nome dela) pegou uma Bíblia, que poderíamos usar como referencia, mas também usaríamos sites e livros. Pesquisamos, anotamos as referências, discutimos e fizemos um texto para as primeiras partes. Passamos do Word para o programa de slides, editamos algumas coisas quando vimos, eram quase seis da tarde! Não havia notado que passara tanto tempo, era gostoso fazer trabalho com ela, pois ela era realmente interessada. Só em alguns pontos discordamos, mas cedi na maioria das vezes. Estranho! Se fosse com o Frank, provavelmente eu teria o convencido de minhas ideias.

Paramos para descansar nossas mentes. Ela ofereceu sorvete de pistache, que aceitei, pois estava realmente quente. Conversamos sobre um projeto de Física que estava acontecendo na escola. As seis e quinze recolhi minhas coisas e agradeci por ela ter me recebido. Eu estava na porta quando ela me pediu para esperar.

- Só vou buscar uma coisinha!

Aguardei por um pequeno intervalo de tempo. Ela voltou com um unicórnio de pelúcia branco. Ele estava com uma roupinha: uma “calça” jeans, cotinhas, uma camiseta amarela com manchas pretas e jaqueta vermelha brilhante. E ainda usava óculos escuros! A crina e a cauda eram castanhas com detalhes amarelos. Achei tão... Estiloso!

- É pra você. – ela sorriu e me estendeu o bichinho.

- Mas... Você...

- Não aceito não como resposta. Achei tão sua cara! É pra você!

- Obrigado. – eu sorri e peguei o cavalo com chifre brilhante e furta-cor.

Ela me deu um beijo na bochecha e fui embora pra minha casa.

Sorrindo.