Polícia escrita por judy harrison


Capítulo 15
Mudanças no Tempo




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Bruce ouviu aquele nome com tanto ódio que atirou primeiro, ele também atirou, mas a bala subiu e ele caiu morto com um tiro na boca.

_ Laurence! Laurence! AMBULÂNCIA! – Bruce gritou.

Laurence estava acordado e disse com a voz baixa.

_ Bruce, sua mãe, cuide dela se eu...

_ Não fale, Laurence! – disse tentando manter a calma, com uma lágrima no olho, ele viu que o tiro só rasgou a pele gordurosa e que não havia muito sangue – Vai ficar tudo bem!

Quando a ambulância chegou, Laurence foi colocado nela e Bruce o acompanhou para o hospital.

Lá, aguardava para saber como ele estava, havia pedido que ninguém avisasse sua mãe.

Laurence estava bem, Bruce previu a julgar pelo ferimento. E quando o doutor lhe deu a notícia ele sorriu, e foi vê-lo.

_ Ei, soldado! – disse Laurence ainda frágil – Não fui dessa vez!

Bruce o encarava com satisfação, e sorriu um pouco.

_ Fico feliz que esteja bem, capitão.

_ Não vou trabalhar por muito tempo.

_ Devia se aposentar, Laurence.- disse sério.

_ E deixar toda a diversão para vocês, novatos? Nem pensar.

Ele quase riu, mas ficou em silêncio por alguns segundos.

_ Vou à sua casa, falarei com minha mãe.

_ Faz bem, filho, mas não a assuste. Ela quer vê-lo há muito tempo.

_ Tenho estado muito ocupado. – ele não via sua mãe desde o dia em que Jamie se foi.

_ Eu sei, tenho ouvido falar. Você está no caminho certo para onde sempre quis chegar, Bruce. Estou orgulhoso de você.

_ Obrigado, Capitão Barrett. Eu estimo melhoras. – disse sério e saiu, mas tinha um nó na garganta, queria dizer tantas coisas.

Parado na porta fechada do quarto ele buscava coragem pra dizer o que Laurence realmente merecia ouvir.

Ele deu meia volta e entrou de novo.

Laurence ainda olhava para ele, parecia saber que ele voltaria.

Em posição ereta, Bruce o encarou, e suspirou nervoso. Sua dureza quase o fez esquecer da sensibilidade que ele tinha antes. Laurence sorriu para ele.

_ Eu sabia que ainda estava na porta. Esqueceu alguma coisa, soldado?

Era só um jeito de incentivá-lo a falar.

_Eu... sei que tenho sido rude, eu não queria que fosse assim.

_ Tudo bem, eu entendo.

_ Você tirou minha mãe de mim. Mas eu entendo que ela tinha que ser feliz, e sabia que você era o homem certo para ela... , e pra mim também.

Laurence sentiu afeto por Bruce como sempre sentiu, como se ele fosse um filho.

_ Que bom ouvir isso. Sorte minha ter levado essa bala, pra ouvir isso de você.

Eles sorriram um para o outro, mas Bruce se conteve depois.

_ Eu quero que saiba que você é e sempre será o meu herói, Laurence.

Devo a você o homem que sou hoje. - sua voz falhou, mas ele a afirmou – E eu agradeço por cuidar dela como ela sempre mereceu.

_ Tudo bem se você me der um abraço, filho? Ninguém está olhando!

Laurence não quis segurar suas lágrimas, e Bruce deu a ele o abraço que faltou, e deixou a emoção tomar conta por uns intantes, disse ao ouvido dele.

_ Tive medo que morresse!

_ Eu também! – lembraram-se juntos que aquele tiro era para Bruce.

Após aquele momento, Bruce foi para o apartamento de Laurence, tinha que avisar sua mãe sobre o que houve.

Lá ele ficou com ela por todo o dia, antes que ela fosse ao hospital.

Betsy entendeu que ele só estava com ciúmes, mas que agora estava tudo bem. Bruce também teve a chance de contar sobre Grace e Jamie, e Betsy o acalentou quando ele chorou ao falar delas.

Finalmente ele a deixou na porta do hospital, se despediu dela, e foi para seu destino.

No caminho pensou em Grace, como a odiava ainda! Estava feliz que ela aguardaria julgamento na prisão por trafico. Mas ainda ficava muito triste ao se lembrar de Jamie, a menina que transformou seu coração.

Bruce achava que nunca mais as veria e que elas não fariam parte de sua vida outra vez, ignorava o fato de que o mundo dava voltas trazendo o passado à tona de um jeito ou de outro.

*****

Os meses se passaram e os anos. Cinco anos.

Bruce agora era investigador, era capitão da Divisão de Homicídios, policial implacável e bem requisitado para grandes casos, sua fama ficou conhecida por toda a Califórnia e pelos arredores dos Estados Unidos. Com 3 anos de trabalho, ele já fora convidado pelo Comissário da Polícia de New York para trabalhar na capital, e com menos de um ano já havia trabalhado com toda a divisão de operações especiais do estado  e contado como responsável pelas prisões de um dos grandes chefes de tráfico do país, além de contribuir para a diminuição dos homicídios em bairros nobres das grandes cidades. Mas a especialidade de Bruce era o tráfico de drogas.

Era inverno em New York City, mês de dezembro de 1990, e Bruce estava em frente as câmeras, dando uma entrevista a respeito da morte de um magnata.

_ ... A família dele está recebendo todo apoio necessário, e estamos ao fim da investigação. Como sabem não podemos dar detalhes ainda.

Em sua frente uma multidão entre repórteres, câmeras e fotógrafos disputavam uma melhor posição.

_ Senhor Warwick! – chamou uma repórter do jornal local com a ponta dos pés, era mais alta e fazia injusta a competição com suas colegas, pois conseguiu uma resposta dele pela terceira vez – O senhor acha que a morte dele tem a ver com o envolvimento com o tráfico? – ela colocou o microfone diante dele junto a mais três, um de cada emissora.

Bruce olhou para ela, seu jeito sério com que sempre aparecia diante das câmeras de televisão nos últimos dias o transformou em um símbolo de sensualidade e poder entre as mulheres, e ele era como um artista nas rodas de bate-papo e programas de Talk Show. Mas ele não ligava para nada daquilo, em todos os sentidos de sua vida o trabalho estava sempre em primeiro lugar. Recusava com aspereza os convites de entrevista ou de fotografias, pois achava tudo muito insultuoso. Ele não brincava em serviço.

_ Qual seu nome? – perguntou para a repórter, que sorria com certa felicidade para ele.

_ Diana.

_ Diana, como você sabe que ele estava envolvido com o tráfico? –ela nada respondeu – É isso que eu acho. A entrevista acabou. Obrigado.

Ele saiu do palco improvisado pelo pessoal das emissoras e entrou para dentro do escritório da polícia.

Lá dentro seus colegas, vários policiais, o abordavam com piadas e brincadeiras, mas já estavam acostumados com ele e seu temperamento. Eles diziam qualquer coisa, mas Bruce apenas ouvia e sorria um pouco.

_ Minha filha disse que Bruce era o assunto na escola. A amiga dela fez uma redação sobre ele e leu na frente para todos. – Bruce apenas olhava por baixo com certo orgulho, mas dando pouca importância. – Ela disse que seu sonho é conhecer o homem ao vivo!

_ Ah, se fosse comigo, eu ia cobrar para me tocarem! Um cabelinho loiro, dez dólares por fio! Um olhar, cinco dólares!

Eles riam, mas Bruce permanecia alheio à brincadeira. Olhava os jornais em sua mesa improvisada.

_ Minha esposa disse que as meninas o vê como um herói.

“Heroi”. Bruce se lembrava de querer ser herói de alguém. Aquela lembrança o irritou.

_ Já chega, gente. Vocês deviam tirar essas bobagens da cabeça de todas essas crianças. Elas deviam era entender sobre as drogas, roubos... E não essa besteira toda.

_ Você sabe o que fazer, Bruce, se é assim. O convite para fazer o discurso na escola de minha filha está em pé.

Ele se levantou, e juntava as folhas de jornal quando viu uma informação que o deixou chocado.


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Notas finais do capítulo

Havia uma notícia que mudaria a rotina dele. O que seria?



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