Sam adormecera estava cansado, Dean remexia o fogo. A floresta de dia era muito quente, mas a noite a temperatura caía de forma brusca. Sua única forma de manterem-se aquecidos era o fogo. O nevoeiro começou a tomar conta do lugar tornando-o ainda mais assustador. Os animais da floresta começavam a sair em busca de caça. Dean mantinha-se atento a todos os ruídos. Mas nada além de sons ele conseguiu ver e ouvir. Era hora de Sam tomar seu posto e vendo seu irmão dormir tão profundamente não teve coragem de acordá-lo e continuou observando o local e lutando contra o cansaço. Os primeiros raios de sol atravessaram a folhagem das enormes árvores atingindo o rosto do moreno. Sam abriu os olhos e assustou-se ao olhar para os lados e não ver o irmão. Apoiando-se no tronco da árvore levantou-se e quando iria gritar o nome de Dean o mesmo apareceu do meio da mata.

- Cara que susto você me deu, onde você estava? – Sam deixou-se deslizar ao solo novamente.

- Qual é Sammy, a natureza me chamou. – dizia Dean com olhar divertido.

- Porque não me chamou? Ficou de guarda a noite inteira deve estar acabado! – Sam bocejava.

- Estou é com fome. Olha o que achei. – Dean indicava a direção do alimento que encontrara.

- Caramba! Uma verdadeira salada de frutas. Parece uma delícia. – Sam agora pegava um pêssego.

- Essa floresta guarda muitas surpresas e armadilhas. – Dean mordia uma maçã. Sam observou o irmão falando com a boca cheia.

- Dá para mastigar primeiro e depois falar? – Dean continuou sem dar atenção aos modos. Sam apenas sorriu do jeito do irmão continuar sem importar-se com sua observação.

- Como está a perna Sammy? – Dean aproximou-se examinando o ferimento do moreno.

- Parece que você fez um bom trabalho, mano. Não sinto tanta dor, com apoio de um galho podemos continuar e tentar achar uma saída deste lugar.

Dean olhou ao redor e pegou um galho curto que parecia ideal para que Sam pudesse apoiar-se nele.

- Tome, veja se consegue manter-se em pé. Venha que te ajudo.

- Tá. – Sam resmungou algo e conseguiu ficar em pé sem muita dificuldade.

- Mas o garanhão já está pronto para galopar! – Dean sorria.

- É...só nós dois numa floresta e você me chamando de garanhão...os fãs de Wincest devem estar imaginando centenas de coisas sobre nós.- Sam disse divertindo-se da expressão perdida de Dean.

- Win...o quê? – Dean coçava a cabeça.

- Esquece. Como vamos sair daqui? – Sam voltou a olhá-lo de forma séria.

- Deve haver uma cidade, aldeia sei lá...alguma coisa por aqui. – Dean montava o celular que haviam deixado secar.

- E então, funcionou? – Sam caminhou até o irmão.

- Não. Droga! Vamos ter que descobrir a saída deste lugar sozinhos. – disse o loiro um pouco desanimado.

- Dean que criatura macabra era aquela? Sério mano, uma Lâmia? – Sam dava os primeiros passos apoiado ao irmão.

- É Sammy. E você não viu nada ainda. – Dean dizia com seu tom de voz preocupado.

- O que você quer dizer com isso? – Sam olhou para o irmão em busca de respostas.

- Enquanto eu estava vigiando seu sono de “princesa”, cara eu jurava que algo muito grande sobrevoou essa floresta. – o loiro falou apontando para o alto.

- Espero que você esteja enganado Dean. Caso contrário estaremos muito encrencados. – Sam continuou sua caminhada apoiando-se com mais segurança.

A floresta estava silenciosa os irmãos já haviam percorrido alguns quilômetros e não haviam avistado em parte alguma, sinais de vida humana. Estavam totalmente perdidos em seus próprios pensamentos quando um grito que mais parecia um urro alertou-os para o perigo. Dean olhou para o irmão e seu olhar era de “fique aqui, já volto”, Sam já o conhecia o suficiente. Dean pegou a lança e aproximou-se de onde vinha os gritos agonizantes, e pôde ver o que seus olhos jamais pensariam enxergar. Uma enorme harpia devorava o que sobrara do homem, Dean afastou-se lentamente não queria de forma alguma atrair a atenção do monstrengo para si. Sam respirou aliviado ao ver o irmão voltando, mas percebeu seu semblante de pavor.

- Dean, o que ouve? O quê você viu cara? – Sam exigia uma resposta.

- Vamos sair daqui e rápido. – o loiro agarrou o moreno e quase o arrastou para longe daquele local.

Após alcançar uma distância significativa os dois pararam e estavam ofegantes pelo esforço que haviam feito. Dean quase carregou o irmão arrastando-o tão fortemente que Sam ficou a imaginar o que o irmão teria visto para ficar com a adrenalina tão alta.

- Agora você vai me contar o que te deu Dean? – Sam respirava com certa dificuldade.

- Cara, estamos perdidos! – Dean ofegava, o suor escorria pela sua face avermelhada pelo sol escaldante.

- Dean mantenha a calma, o quê você quer dizer com isso? – Sam aproximou-se do irmão.

- Sammy eu vi uma criatura enorme devorando um pobre infeliz, era uma...uma harpia! Acredita nisso? Uma harpia mitológica com busto de mulher e o resto você sabe uma ave com garras tão longas e pontiagudas que atravessaram o peito do pobre coitado.

- Você bebeu alguma coisa nesta floresta? Você não teve uma alucinação?

- Nãooo.. Sam. Droga, que lugar amaldiçoado é esse cara?- Dean passava os dedos entre seus cabelos.

- Não sei irmão, mas pelo menos você viu um humano, mesmo estando naquelas condições era um ser humano. Então vamos tentar encontrar os habitantes deste lugar sombrio.

- Você tem razão, é estranho...- Dean parecia ter lembrado de algum fator importante.

- O que há Dean? – Sam olhava fixamente para o irmão.

- Tem algo errado Sammy, pesquisamos sobre todas essas criaturas que vimos, até agora foram duas a Lâmia e a Harpia.

- Dean... se você estiver certo... veremos criaturas inimagináveis neste lugar. Mas o que desencadearia nossas pesquisas em realidade?

- Não sei. Mas quando eu descobrir... vou esfolar vivo o desgraçado que nos empurrou nesta aventura bizarra.

- E ser for o Brincalhão? – Sam olhava para os lados.

- Eu mato aquele infeliz. – Dean socou o tronco da árvore.

- Já tentamos uma vez. Estamos sem rumo, perdidos e enjaulados com seres mitológicos e sobrenaturais.

- Son of a bitch!