Quando entro no banheiro encontro um garoto apanhado, a única coisa que passa pela minha cabeça é ‘de novo não’

             O garoto era dois anos mais novo do que eu, usava roupas pretas, - que pareciam nunca ter visto sabão na vida. - tinha os cabelos um pouco encaracolados que também eram pretos.

            E quem tava batendo era uma garota - apesar de eu ter sérias dúvidas não só sobre isso, mas sobre ela ser desse planeta, sabe, mas pensando melhor os ETs são evoluídos e coisa e tal e Clarisse era tão inteligente quando uma porta, a maior brigona da escola batendo em um menino que infelizmente, tenho que dizer é meu vizinho. O nome dele é Nico Di Ângelo, que anjo não tem nada. Quando falei dele para Annabeth, ela disse que era uma doença chamada de síndrome de Tourette, que faz com que ele diga as coisas sem querer, mas pra mim é nada mais do que uma vontade incontrolável de levar um pontapé na bunda.  

            Eu queria poder dizer que só não batia nela por cavalheirismo mais vou ser sincero eu iria apanhar feio, mas não podia sair de lá como se não tivesse visto eles - que ainda não tinham me visto - e deixar bater até ele ter um traumatismo craniano.

            Clarisse pode ser facilmente confundida com um armário (ela é maior do que eu, muito maior) Ela estava falando com ele:

            - Seu pirralho, isso e pra você aprender que ninguém mexe com Clarisse La Rue.

            - Eu não, só. . . - Ele ia falar algo, e não ele não mudou de idéia foi só o punho de direita da Clarisse entrando em colapso com a cara dele.

            Essa era à hora de entrar em ação e sim eu tinha um plano as chances de dar errado eram muitas, mas na pior das hipóteses ela iria me bater, e uma sura divida por dois e melhor do que apanhar sozinho.

            - Clarisse oi, não esperava encontrá-la aqui. – Pensa, se não quiser ter o rosto reconstruído, pensa.

            - Que foi seu otário. – Clarisse sempre simpática.

            - É que aqui é o banheiro masculino e normalmente as garotas usam, o banheiro do outro lado desse, sabe o dá bonequinha com vestido. – Não sei se você já percebeu, mas eu falo um pouco mais quando estou nervoso – Você conheceu o Nico,  eu só acho que não sabe quem e o pai dele.

            - Desembucha Jackson, o que tem o pai dele? - disse soltando ele no chão, ele bateu com a cabeça e me olhou como se eu fosse idiota e o pior é que ele estava 100% certo.

            - O nome dele e Léo da maquina zero. - Disse sem gaguejar, é incrível como se aprende a mentir rapidinho quando se corre o risco de ter o rosto deformado.

            - Léo da maquina zero? O que quer dizer? - dava para ouvir a curiosidade na voz dela e eu só tinha que transforma isso em medo.

            - É que ele e um ex- presidiário, que tem como hábito passar a maquina zero em seus inimigos - a Cada palavra eu via receio em seus olhos. - e claro que quem mexer com seus filhos...

            - Sinceramente eu não tenho medo de ninguém, mas já acabei o que tinha pra fazer aqui. – Depois disso saiu sem falar mais nada.

            - Dessa vez foi por pouco – Disse o descarado do Nico, quando ele ia aprender? - Se você não tivesse aparecido, eu nem sei o que teria acontecido comigo.

            Como eu já disse, ele tem a irritante mania de falar ou fazer as coisas sem pensar, o maior problema e que eu me sinto um pouco responsável por ele, como se fosse o irmão que nunca tive o que faz com eu me meta nas suas confusões, que logo passam a serem minhas confusões.

            - Nico só um pergunta: Por que você faz essas coisas? – eu não aguentei e gritei com ele, se ele continuar desse jeito não vai passar dos quatorze anos.

            - Calma eu estou vivo, além de eu não ter dito nem uma mentira sobre ela – Ele saiu do banheiro e eu tive de ir atrás.

             Enquanto andávamos Rachel vinha na direção oposta e felizmente não tinha nem uma mesa por perto dessa vez, talvez ela estivesse me seguindo ou eu só estou precisando fazer uma visita ao psicólogo. Ela sorriu pra mim e veio em minha direção.

            - Achou o brinco?- perguntou.

            - Não, mas achei o Nico, conhece?

            - Oi, meu nome é Nico, posso saber o nome da princesa? – O que eu faço com esse garoto?

            - Que gracinha. – Disse Rachel para a decepção do Nico.

            - Rachel eu estou com pressa, muita, preciso mesmo ir. Vem Nico – o arrastei enquanto continuava a jogar cantadas para Rachel, ele não desiste nunca.

            - Qual é o seu problema? Ela tava na minha.

            - Tchau. Nico até nunca mais – disse enquanto ia para á última aula.