Meu Amigo Imaginário? escrita por Greensleeves


Capítulo 7
Capítulo 7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/203657/chapter/7

 Eu me sentia estranha depois de ver Victor, não sei explicar, mas era como se ele estivesse sempre perto de mim, como uma sombra. Eu tinha receio de fazer minha tarefas lá fora com medo dele estar lá, me olhando. Também não conseguia me olhar no espelho, pois aqueles olhos estavam por toda parte. Eu estava em choque.

 Sentei na cama e abracei minhas pernas e deitei minha cabeça no joelho. O que ele queria comigo? Ou eu só estava no lugar errado na hora errado?

 Acordei sobressaltada. Eu havia dormido e nem percebido. Olhei em volta, estava escuro de mais para ser quatro da tarde. Olhei no relógio, marcava oito horas. Arrumei meu cabelo e minha roupa abarrotada e fui até a janela; a lua já estava alta. 

 Olhei para a janela escura da casa ao lado e estremeci. Aquele mesmo vulto estava lá, imóvel em frente a janela. Será que ele podia me ver? E perceber o quanto eu o temia?

 Voltei devagar para minha cama e me sentei. Isso estava me deixando louca. Eu não aguentava mais ficar com medo de algo tão bobo, como um garoto. 

 Me levantei num salto e peguei meu casaco e o castiçal em cima do gaveteiro.

 Abri a porta e observei a quele corredor sombrio e sem fim. Andei lentamente até as escadas, onde desci quase sem respirar. Fui andando até a porta da frente que, por sorte estava com a chave. Abri com um cleck ocoRezei para que não rangesse. Puxei a maçaneta devagar, até ter um fresta na qual eu conseguisse passar.

 A noite estava fria, geava um pouco, fazendo com que as plantas brilhassem com a luz dos postes da rua.

 Andei, mesmo com minhas pernas tremendo, até o fundo da casa.                     O que você esta fazendo, Alicia? - Pensei.

 Respirei fundo e andei até a grande arvore seca. Estava quieto de mais, a única coisa que podia se ouvir era o movimento de poucos carros na rua, e os galhos se chocando quando o vento batia nas arvores.

 Olhei em volta, nada. Dei meia volta para ir, mas quando me virei, meu coração parou quando sufoquei um grito, deixando cair o castiçal.

 Victor estava parado na minha frente, seus olhos refletiam a luz da lua e seu cabelo lhe cobria o rosto.

 Eu não tive reação, simplesmente não conseguia me mexer. O medo tomou conta do meu corpo me fazendo quase chorar. Eu não deveria ter saído, mas minha curiosidade seguida de uma ignorância para os fatos foi maior do que minha intuição.

  "Não devia estar acordada essa hora." -Sua voz soou baixa, mas eu consegui ouvir.

 Minha boca se abriu, mas nada saiu a não ser um baixo gemido.

 Ele me olhou e depois para o castiçal que apagara. Ele colocou a mão no bolço e tirou uma pequena caixinha. Observei imóvel ele se abaixar e acender o castiçal. Quando devolveu para mim, seus dedos tocaram o meu, fazendo meu corpo se arrepiar.

  "Obrigada." -Disse, tão fraca que acho que ele nem percebeu.

 Ele olhou para o céu e depois para os meus pés, que estavam apenas com as meias, e doíam com o frio.

 Ficamos parados um olhando para o outro. Eu odiava isso, odiava não conseguir tomar uma iniciativa de falar alguma coisa.

 Dei um pulo para traz quando um cachorro que andava na rua começou a latir, quando voltei a olhar para frente, ele havia sumido. Eu estava sozinha de novo.

 Corri para a casa e entrei ferozmente pela porta, sem ligar para o barulho. Subi as escadas correndo e fui direto para o meu quarto. Pulei na cama e só ouvi a porta se fechar com um estrondo. Abracei o travesseiro forte junto ao meu corpo gélido.

 Só percebi que chorava, quando meu soluço ecoou pelo quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!