Meu Amigo Imaginário? escrita por Greensleeves


Capítulo 25
Capítulo 25




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/203657/chapter/25

 Suspirei entediada, olhei para o relógio e já fazia uma horas que o Victor saíra. Abotoei meu casaco e desci para a sala. Eu não era de assistir televisão, também por que no orfanato nem tinha. Me sentei no sofá vermelho e fiquei olhando para a decoração.

 Me levantei e decidir dar uma olhada pela casa. Passei pelo corredor onde focava o lavabo o escritório e a dispensa. A porta to escritório estava aberta então pude ver o que tinha dentro. Na mesa muita papelada e no canto um piano de calda. Empurrei a porta devagar e entrei.

 O piano era lindo, eu não sabia tocar, mas me sentei no banquinho. As teclar refletiam a luz da iluminaria. Olhei em volta e como não tinha ninguém, toquei uma nota. Ela ecoou pelo escritório. Na esma parede, havia uma estante cheia de livros dos mais variados tipos.

 Olhei para a mesa e um documento chamou minha atenção. Peguei e li, nele estava escrito sobre minha adoção e uma tal de herança. Continuem lendo e pelo o que entendi meus pais me deixaram uma grande herança, mas ela só podia ser dada para o tutor da criança.

 Sentei na cadeira e coloquei o papel na mesa. Então era por isso que ela me adotou, ela estava recebendo por isso. Senti meus olhos embaçarem.

  "O que faz aqui?" -Disse Henry na porta. Levantei com o susto.

  "Nada." -Limpei o rosto.

  "Aqui não é para crianças, saía."

 Encostei a cadeira e sai com Henry me encarando. Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto batendo a porta com raiva.

  "O que foi?" -Victor olhou para mim.

  "Nada." -Disse indo para o banheiro e lavando o rosto.

  "Tem certeza? Acho que esta brava com alguma coisa."

 Limpei meu rosto com a toalha e voltei para o quarto. 

  "Agora eu sei por que minha tia me adotou." -Disse brava- "Ela esta recebendo um certo dinheiro."

 Sentei na cama e chutei a caixa de sapato. Victor pegou a caixa e pois na mesa.

  "E você não sabia disso?" 

 Olhei para ele.

  "Não. Mas você sabia! Por que não me contou?"

  "Esse é o único motivo para as pessoas adotarem parentes." -Ele deu de ombros.

 Limpei o canto do meu olho.

  "Sabe, eu queria que alguém que me amasse de verdade me adotasse. Ou sei lá, morar sozinha." -Abracei meu travesseiro.

  "Quer dar uma volta?" -Ele sugeriu.

 Olhei para ele e não me contive em sorrir, ele sempre tentava me animar.

  "Pode ser. mas como vamos sair sem ninguém nos ver?"

  "Diga que você esta brava, ou sei lá... Eles vão entender, são criados, não podem te questionar."

  "Não gosto de dar uma de mimada. Mas, se for a única maneira."

 Me levantei e fui até a porta.

  "Lucinda, não me incomode, quero focar sozinha!" -Gritei e bati a porta com força.

 Olhei para Victor que abriu a janela.

  "E como vamos sair?" -Fui até ele- "Você sabe fazer isso, eu não."

 Ele sorriu, sentou na janela e pulo. Me debrucei sobre ela e o vi cair de pé no jardim. Estava nevando mas eu pude ver ele levantando os braços, e eu sabia o que eu tinha que fazer. 

 Me sentei na janela e respirei fundo. Contei a té três e dei impulso. Senti um frio na barriga e logo caí em algo macio e quente. Abri os olhos e Victor olhava para mim.

  "Essa foi fácil." -Ele sorriu, retribui sorrindo de volta e encostando no chão. Ele segurou minha mão e olhou para mim.

  "Para onde vamos?" -Disse lembrando que esquecerá de pegar minhas luvas.

  "Não sei." -Ele deu de ombros.

 Andamos pela calçada em silêncio e aquilo estava me matando.

  "Eu estou com muito frio, não podemos voltar para eu pegar outro casaco?"

 Ele olhou para mim e tirou seu casaco me cobrindo.

  "Melhorou?" -Disse sorrindo.

 Sorri com o que ele fez e assenti. Ele passou o braço por traz das minhas costas e me abraçou pelo ombro. Ele era quente de um jeito que me fazia querer ficar abraçada com ele o tempo todo. Paramos perto de uma barraca de crepe, onde ele parou e comprou um. 

  "Crepe me lembra Delina." -Disse olhando para o chão.

  "Hey, esqueça isso." -Ele olhou para mim- "Eu sei que foi difícil, mas..." 

 Suspirei.

 Fomos para a praça, onde tinha varias pessoas patinando no rio congelado. Nos sentamos num dos banquinhos e comi meu crepe.

  "Eu gosto do inverno." -Dei de ombros.

 Ele riu, então me desabraçou e cruzou os braços olhando para as pessoas no gelo.

  "Ah, me abraça." -Olhei para ele e fiz pequinho, ele sorriu e me abraçou de novo. Encostei minha cabeça no seu ombro e deleitei.

 Passei o braço dentro da manga do seu casaco e juntei minhas pernas, estava frio, mas estar com ele era tão agradável que eu até esqueci da tia Sierra.

  "Quer andar?" -Ele olhou para mim.

  "Não. Sou péssima!" -Ri.

  "Vem, vai ser legal." -Ele se levantou e eu gemi com o frio que senti. Fomos até o cara do outro lado do lago e alugamos os patins. Victor entrou no gelo facilmente, mas eu quase caí quando coloquei o primeiro pé. Ele veio até mim e segurou minhas mãos.

  "Nem é tão difícil." -Ele sorriu.

 Segurei nos seus ombros e dei impulso. Ele então começou a andar e me levava com ele.

  "Onde conseguiu dinheiro para o crepe e os patins?" -Disse quando quanse caí para cima dele.

 Ele não respondeu.

  "Você roubou?" -Disse brava, mas ele apensas me soltou e deu uma volta no lago enquanto eu me desequilibrava em cima dos patins. Ele então veio por traz e segurou na minha cintura me fazendo andar com ele. Estava escurecendo e as luzes da praça começaram a acender.

  "Está tarde, vem vou te levar de volta para casa." -Paramos perto do homem e tiramos os patins.

  "Merci." -Disse entregando os patins.

  "Para onde você vai, quando anoitece?" -Disse quando voltavamos para casa.

  "Eu fico andando por ai, as vezes volto para o orfanato, outras fico no seu jardim." -Ele deu de ombros.

  "Não fica com frio, ou sono?"

  "A unica coisa que sinto é solidão." -Ele olhou para mim.

 Na porta de casa parei.

  "Não posso chegar do nada, o que eu digo?" 

  "Sei lá, fala que você deixou cair seu casaco pela janela e foi buscar." -Ele sorriu.

 Tirei seu casaco e entreguei para ele.

  "Obrigada." -Sorri.

  "Tudo bem, não sinto frio mesmo."

  "Ainda quer achar seu corpo?" -Perguntei me abraçando por causa do frio.

  "Não sei." -Ele olhou em volta- "Entre, se não vai ficar doente." 

 Sorri e segurei na maçaneta, mas me virei e, segurando na gola do seu casaco, o levei até meus lábios rapidamente. Eles eram quente e senti um arrepio estanteado. Quando abri os olhos ele sorriu. Abri a porta e entrei sem olhar para traz se não faria de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que gostem! =D