Coração De Gelo escrita por Caroline


Capítulo 5
Capítulo 4 - No bar.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Como (talvez) devem saber, meu tempo é limitado devido à escola e tudo o mais. A falta de inspiração também ajuda (não vou escrever qualquer coisa aqui). Mas enfim, aqui está mais um capítulo! Não se esqueçam de ler "Arco", uma nova fanfic minha. Beijos!



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 Aquele pequeno incidente certamente não fora esquecido por Quione. Cada vez mais ela e seu pai iam para o norte, para algum lugar sem mares. Quione trazia um inverno cada vez mais rigoroso quando decidiu parar na Rússia. O lugar agora estava tão frio quanto seu interior. A deusa sorriu, seus lábios vermelhos curvando-se para cima maliciosamente. “Perfeito”, pensou.

 Decidiu sair à noite para divertir-se com os mortais, deixando nada além de um pequeno floco de neve na escrivaninha de mogno de seu quarto. Andou a pé até um pequeno bar e sentou-se no primeiro banco vazio que encontrou. O local era alaranjado pela luz da fogueira, o ambiente quente e úmido pelo suor de tantos homens que bebiam, andavam e gritavam enquanto iam atrás das garotas que ali rondavam. Todas elas vendiam seu corpo por dinheiro. Quione sentiu nojo completo delas e ainda mais deles.  Humanos não traziam nada além de desgosto à própria raça. O barman aproximou-se dela, um sorriso cheio de dentes tortos e amarelados. Limpava um copo incansavelmente.

 - Não acha que ‘tá meio tarde para uma senhorita como tu estares aqui, querida?

 Quione o fuzilou com os olhos e ele riu alto.

 - Um dos teus mais fortes.

 O homem deu de ombros e serviu uma dose pequena em um copo de vidro. Quione arqueou uma sobrancelha, incrédula.

 - Só?

 O homem sorriu presunçoso e aumentou a dose no copo da deusa. Ela bebeu de uma só vez, sentindo o álcool descer rasgando em sua garganta e moveu os dedos, pedindo por mais. Um outro homem se aproximou. Ele tinha cabelos cacheados e levemente longos. Um sorriso maroto brincava em seus lábios e ele apontou para o copo que cheio pelo barman.

 - Vais aguentar?

 - Não me lembro de ter te chamado aqui, rapaz.

 - Rapaz? Sou mais velho que a senhorita!

 Quione fuzilou o homem também, percebendo, um pouco tarde demais, que começava a congelar o copo com as mãos.

 - Com frio?

 Ela notou que aquele era provavelmente o único rapaz que não estava bêbado ou enrolando-se com alguma prostituta por aí. Provavelmente achava que Quione era uma.

 - Não sou uma de suas garotinhas. – e apontou para uma das garotas cujo decote mais mostrava do que escondia.

 - Sei disso, senhorita. Pergunto-me o que veio fazer aqui.

 - Desculpe, mas isso não é de seu interesse.

 O garoto estava sendo gentil e muito educado, mas Quione não estava de brincadeira. Não hoje. Não queria saber de gentileza.

 Ele, que logo mas apresentou-se como Thobias, dividiu com ela um copo de cerveja e uma garrafa de aguardente. A cabeça da deusa estava mais pesada, mas não tanto quanto a do rapaz parecia estar. Acredite ou não, mas passaram a noite juntos. E aquilo não passou despercebido por Poseidon.

 No outro dia, quando Poseidon visitou o palácio em que Quione e o pai estiveram hospedados, não quis saber de nada além de saber onde a deusa estaria. Empurrou as empregadas para fora de seu caminho e arrombou todas as portas que viu. Chegou no quarto de Quione, fazendo-a se engasgar com sua própria saliva usando seus poderes. Ela não conseguia respirar. Tudo era água. Segurou seu próprio pescoço e tentou tossir, mas aquilo só piorou as coisas.

 - Como ousas – ele começou – me trair com um mortal qualquer desprezível, nojento, um camponês qualquer que nem sabe quem tu és?

Como se tu fosses coisa melhor, pensou. Poseidon urrava de ódio, seus olhos inchados de raiva. Finalmente, quando percebeu que a deusa em sua forma humana precisava sim respirar, largou-a. Ela, fraca, caiu no chão, tossindo. Poseidon agarrou-a pelos cabelos e jogou-a em sua cama. Rasgou seu vestido e a beijou furiosamente.

 - Vai se arrepender.

 E, com aquela última frase, Quione desmaiou.


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