Coração De Gelo escrita por Caroline


Capítulo 4
Capítulo 3 - O Pingente


Notas iniciais do capítulo

Yay! Depois de muito tempo sem postar, vai ter uma coisinha rápida de uma pessoa sem inspiração. E, aparentemente, o último capítulo não foi postado completo. Whoops!



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A mão, cujo dono recusava-se a virar o rosto, puxava-a. Quione não era forte o suficiente. E quanto à Poseidon? Quando ela olhou para o centro do salão, ele dançava com sua esposa. Aquele nojento! Como ele ousava fazer isso com ela? Com as duas? A deusa parou de lutar e seguiu a figura. Para onde quer que fossem qualquer lugar era melhor do que ali, onde poderiam ver suas lágrimas. Mas estava enganada. O lugar para onde iam não era nada agradável. O lugar era abominável.

Saíram do salão e entraram em um quarto escuro e úmido, com cheiro de mofo e bolor. Sentia um carpete macio sob seus pequenos pés, e ainda conseguia sentir as mãos grossas e enormes de seu companheiro oculto. Sentiu-as deixarem-na por um momento, até que uma lareira foi acendida e Quione reconheceu o homem. Era Hefesto, agachado, remexendo a lenha com as próprias mãos. Ele se recusava a olhar para a deusa e esta encarava o fogo, horrorizada.

– O que queres? Veio rir de minhas lágrimas? Pois bem, que ria! - ela fungou - Não me importo. Apenas deixe-me em paz!

– Não tenho interesse em rir, senhorita. Apenas pensei que ficarias desconfortável enquanto choras próxima aos outros deuses.

Quione arqueou as sobrancelhas. Hefesto estaria mentindo para enganá-la ou realmente se preocupava com ela? Claro que não. Ele era o deus ferreiro, ele vivia do fogo. Ela era a neve. Fria, fria neve.

A deusa podia ver o quarto com muito mais clareza agora. As janelas estavam fechadas com tábuas. A cama não possuía lençóis, e seu colchão estava levemente corroído pelas traças. O guardarroupas de pinho estava escancarado e não possuía nenhuma peça guardada. O tapete tinha algumas espirais em ouro e seda vermelha. Aparentemente o quarto fora abandonado.

– Obrigada. - ela se ouviu dizer, e Hefesto a analisou por um tempo antes de se levantar, pegar sua mão e tocá-la levemente com os lábios. Ele não saía do cômodo.

– O que fazes aqui?

– Estou fugindo de Afrodite. - ele suspirou - Não que ela tenha notado minha partida. Ela e Ares provavelmente estão comemorando por aí.

– Oh. Sinto muito.

– Não sinta. Eu apenas... Ela é realmente linda. Não sei porque ainda insistem em deixá-la comigo, mas eu não posso vê-la partir.

Quione olhou para seus sapatos e corou. Aquilo era um amor de verdade. Não era como sua relação com Poseidon. Era algo mais. Era alguma coisa estranha dentro de si, algo... algo ardente.

Não. Era a deusa da neve. Não se permitiria sentir nenhum fogo. Enxugou as lágrimas restantes em seu rosto com a barra do vestido e sorriu fracamente.

– Bem, muito obrigada senhor. Foi muito gentil de sua parte me trazer aqui, mas temo que devo ir. Papai deve estar me procurando, e não gosto de deixá-lo zangado.

Fez uma leve reverência e deixou o cômodo, mal notando que Hefesto deixara um pingente dourado em seu vestido.


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