Every You, Every Me escrita por Nancy Boy


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Essa one não teria saído se não fosse pela "Gemialidades Weasley" da NaiaRamiro. Então nada mais justo que fazer propaganda da fic dela :D
Espero que gostem. Fred's POV.



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— FRED! JORGE!

Droga. O que foi agora?

Eu e meu irmão nos entreolhamos. Encolhemos os ombros e descemos as escadas, para encontrar nossa mãe parada na cozinha, furiosa, segurando alguma coisa na mão. Percy também estava lá, sentado, com um daqueles olhares de “nada me afeta, sou digno”. Mas ele pareceu estranhamente vermelho...

— QUEM VAI ME EXPLICAR O QUE É ISSO? — Molly gritou, apontando a coisa em sua mão para nós.

Ah, não. Olhei para Jorge de novo.

— É febricolate — admiti.

— É o quê?

— Febricolate — Jorge repetiu. — É chocolate para deixar a pessoa com febre.

— Para poder matar aula — completei.

Ela jogou os braços para cima, exasperada.

— Quando vocês vão parar de inventar essas coisas?

Eu e Jorge demos de ombros.

— Não está terminado ainda — falei, e minha mãe quase me cortou:

— Eu sei que não está terminado, Fred! Percy não está com febre!

— Ah, ele comeu, foi? — perguntei, sorrindo.

— PODE TIRAR ESSE SORRISO! — Merlin, ela estava quase explodindo.

— Eu vi na mesa de canto, não vi problema em dar uma mordida — Percy disse.

Olhei para Jorge, que fez uma cara de culpado. É, tínhamos esquecido aquele pedaço ali.

— Mas o que aconteceu? — Jorge perguntou.

Percy ficou mais vermelho.

— Furúnculos! — Molly gritou. — Cheios de pus!

— Aonde? — questionei e me aproximei, junto com meu irmão, para tentar ver os braços que Percy deixava por baixo da mesa. Ele se contraiu na cadeira e fez uma careta.

— Não dá para ver — Percy resmungou.

Eu e Jorge o analisamos por alguns segundos, confusos.

— Olha, estou muito ocupada agora — minha mãe falou, caminhando até nós e nos dando o pedaço de chocolate, que já estava muito derretido. — Joguem isso fora. E pelo menos tomem cuidado onde deixam essas coisas! Percy, querido, vá para o seu quarto, vou preparar uma poção para dar um jeito nesses furúnculos...

Percy se levantou, lançou um olhar de grande desaprovação para mim e Jorge e começou a caminhar para as escadas...

Eu e meu irmão notamos ao mesmo tempo como ele andava descoordenado, tentando deixar as pernas separadas. Estava hilário. Caímos na gargalhada sem cerimônia nenhuma.

— Podem parar! — Molly voltou a gritar, mas estava difícil parar de rir agora que sabíamos aonde os furúnculos nasceram.

Assim que Percy sumiu nas escadas, quase caindo nesse meio tempo, nossa mãe se aproximou de nós e deu um puxão forte nas nossas orelhas.

— Ai! — reclamamos juntos.

— Shh! — ela sibilou, em tom baixo. — Vocês sabem que o Percy ainda está abalado por tudo que aconteceu no Ministério esse ano. Ele não precisa de mais vocês dois rindo da cara dele. E, realmente, garotos, mal faz uma semana que vocês voltaram da escola! Vão para seu quarto. Agora!

Eu e Jorge a obedecemos rapidinho, enquanto a ouvíamos discutir sozinha sobre a poção que tinha que fazer e o castigo que ia pensar em nos dar.

Assim que chegamos em nosso quarto, voltamos a rir.

— Ai, valeu a pena ter perdido esse pedaço — Jorge comentou, se jogando na cama. — Você viu a cara dele?

— Aham — respondi, deitando ao seu lado. — Eu até imagino ele resmungando sozinho agora. “Aqueles dois, sem nenhum senso de disciplina, não vão chegar a lugar nenhum...”

Rimos mais um pouquinho. Então Jorge colocou um braço por trás dos meus ombros e se virou para poder me ver, deixando nossos rostos bem próximos.

— Acho que mamãe logo, logo, vai aceitar.

Franzi o cenho.

— O que, nós dois?

Ele riu alto.

— Claro que não, Fred. As Gemialidades.

— Ah. É, pode ser.

Ele me encarou por alguns segundos, mas seu sorriso foi morrendo.

— Que foi? — perguntei.

— Não queria ter que esconder.

— As Gemialidades?

Ele riu de novo e deu um soco leve no meu ombro com o braço livre.

— Não, nós dois.

Eu trouxe minha mão para seu rosto e o afaguei carinhosamente.

— Eu sei, Jorge, mas não tem como... Mamãe nunca aceitaria, nem ninguém.

Ele deu de ombros, triste. Me senti mal por ele. Não queria ser a causa de nenhuma mágoa.

— Mas eu queria que pelo menos alguém soubesse — ele murmurou, olhando para baixo. — Tipo a Angelina, assim ela largaria do seu pé de vez.

Eu ri e levantei seu queixo.

— Ah, ainda com ciúmes? — sussurrei, fazendo biquinho. — Você fica lindo assim.

— Fico? Então acho que devia fazer você ficar com ciúmes também.

Rimos mais um pouco. Nossos lábios estavam ridiculamente próximos quando eu me lembrei de algo. Afastei-me um pouco, deixando Jorge confuso, e procurei minha varinha nas vestes. Fiz um feitiço de privacidade, impaciente. Já estava me irritando em precisar fazer isso sempre que queria beijar meu irmão, porque... Bem, eu queria beijá-lo o tempo todo.

Voltei-me para ele e colei nossos lábios sem dá-lo tempo para respirar. Cada beijo era sempre diferente. Esse estava calmo, romântico, mas mudou de intensidade quando senti sua mão em minha cintura.

Mais calorosamente, continuei o beijo e também deixei minhas mãos viajarem pelo seu corpo, puxando suas vestes para poder sentir sua pele. Ele se colocou sobre mim e desceu a mão para o meio das minhas pernas. Acho que eu vou sempre ofegar, me arrepiar e estremecer quando ele fizer isso. É simplesmente bom demais. Só poderia ser melhor se não tivessemos tanto pano nos cobrindo.

Como sempre acontecia, Jorge pareceu ler meus pensamentos. Começou a tirar minha blusa, e estava quase terminando...

—FRED E JORGE, VENHAM AQUI!

Eu olhei para meu irmão, confuso.

— O que esquecemos lá dessa vez? — ele perguntou num sussurro.

— SEU IRMÃO ESTÁ VOANDO PELA COZINHA! VOCÊS TÊM DEZ SEGUNDOS!

Suspirei, desapontado.

— Creme de canário — eu e Jorge falamos juntos.

Pulamos da cama e ajeitamos nossas roupas. Enquanto descíamos as escadas, eu xinguei baixo.

— Nossa família tem que ser tão gulosa assim? — resmunguei. — Tinha que fazer isso agora?

Jorge riu baixinho e apertou minha mão. Aproximou sua boca do meu ouvido, seu hálito me dando um longo e prazeroso arrepio.

— Não se preocupa, Fred. A gente termina depois. Prometo.

Sorri para ele. Novamente me veio uma vontade louca de beijá-lo... Mas um passarinho revoltado apareceu de repente e começou a nos bicar.

— Isso, Rony, fique à vontade — Molly exclamou, se divertindo.

Eu e Jorge corremos pela cozinha, tentando fugir das bicadas irritadas. Mas estava até engraçado.

Porque, realmente, não tem como as coisas estarem mesmo ruins enquanto eu estiver com meu gêmeo ao meu lado, não é? Enquanto eu tiver seu sorriso, seu cabelo, suas sardas... Enquanto ele estiver comigo, eu aguento um milhão de canários me bicando. E seu olhar me diz que ele também.


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Notas finais do capítulo

Revieeeews?