Eu gostaria de cobiçar mais coisas:

Cobiças, que com trabalho pouco

Seriam ganhos vários.

Desejar, unicamente o palpável, consistente,

Somente o concreto nas muralhas da prisão;

Querer, tão só aquilo que pudesse encarcerar

(entre as prudentes barras da razão);

Mas só cobiço coisas mais informes que a água!

Pois que tem de graça, coisas que são o que são,

Que não serão se não aquilo que foram feitas para ser?

Lamento,

Que minha única cobiça

Seja um amor que com nada se entende:

Nem comigo, ela menos...

Um amor que só ama a si mesmo

(e se deve educar)

Mas como se educa coisas tão informes quanto a água?!