Fui subindo as escadas até o saguão principal, Brendon estava sentado em uma das cadeiras de espera, virado para a janela. Estava conversando no telefone e resolvi não interromper. Depois que me vê, arranja uma desculpa para desligar o telefone.

- Como foi de viagem?

- A viagem foi boa, e como estão os ensaios para o VMA?

- Está indo muito bem. Fiquei sabendo que você e a banda irão tocar antes do Panic.

- Oh sim. Que bom. – Me sentei na cadeira e apoiei meu rosto. – Eu to é com sono.

- Vamos. Levarei-te para casa... – Brendon faz uma pausa. – Ou você está na casa de Bruno?

- Têm algumas coisas minhas lá. Mas a gente pode ir lá pegar, ele não está em casa agora. Ele deve ter ido para a gravadora resolver qual a musica vamos tocar no VMA.

- Então tá. Vamos lá.

Pegamos minhas malas e fomos colocando no carro. Cléo e uma parte da banda ainda estavam no aeroporto, ela me viu e fez questão de dar um daqueles gritos que só eu entendo.

- Laaaaaaaaaaaaaaura. Minha manaa!

- Aii mulher, que susto!. – Olhei para ela, olhei para Brendon e resolvi apresentar. – Brendon, essa é minha amiga Cléo. Namorada do Phil.

-  Muito prazer. Ah, está grávida! Que lindo... – Brendon abre um sorriso quando vê a barriga de Cléo.

- Own. Muito obrigado. – Cléo vira até mim. – E aí. Como você vai fazer?

- Oué. Vou pegar o resto das minhas coisas na casa de Bruno e vou voltar para a casa antiga.

- Tem certeza disso?

- Sim. Vou lá pegar minhas coisas.

- Olha... – Cléo tira do bolso a chave da casa. – Sabe né... Tem que fazer a limpeza. Já que passamos quase um mês fora e...

- Tá bom, Cléo. Vou arrumar a casa. – Olhei para o relógio. Eram 10:30. – Vou indo então. – Abraço Cléo. – Fique bem. Irei te visitar quando puder.

- Tá bom amiga. Agora que acabou, sei que sentirei sua falta.

- Eu também. Até mais.

Saio com Brendon e passo por todos da banda. Cumprimentando e marcando o horário do ensaio do VMA. Tínhamos que ver o palco e os instrumentos que iríamos tocar. Colocamos as coisas no carro e fomos até a casa de Bruno. Vi um carro estacionado que, provavelmente era dele e já fui logo entrando. Tinha sobrado uma mala minha na casa dele, que era a mala das roupas comuns. A arrumadeira de Bruno abre a porta para mim. O encontro sentado ao piano, com alguns papéis à mão, acho que ele estava compondo.

- Senhor. A Laura...

- Está aqui. Vim pegar a mala que eu deixei aqui.

Bruno olha para mim e abre um sorriso de leve. Levanta do piano e diz só um “fique a vontade”.  Ele segue até a cozinha e fica lá por um tempo, subo as escadas até o quarto do Bruno e acabo encontrando minha mala, encostada onde eu deixei. Brendon me dá um toque e acabou atendendo.

- Vai querer ajuda com a mala?

- Não. Já estou descendo.

- Então vou abrindo o porta-malas.

Desço com minha mala e fui direto para fora da casa. Bruno tinha voltado para o piano e estava escrevendo. Não me incomodei e fui para o carro, sentindo que Bruno me acompanhava. Coloquei minha mala no carro e fomos direto para casa.

Bruno’s POV

Eu a acompanhava com o olhar pela casa, me lembrando de cada passo que ela deu comigo dentro dessa casa. As noites que a gente passou juntos durante as viagens e mesmo aqui em Los Angeles. O sorriso que ela dava iluminava minha casa, meu trabalho e minha vida. Eu a amava com todas as forças quer eu tinha, nunca tinha imaginado viver sem ela. Toda vez que me lembrava disso, vinha àquelas palavras que ela soltou quando saiu aquele vídeo meu com a Sarah. “Se você me amasse Bruno, não iria fazer isso comigo!”, “Não vou viver com você sabendo que agora eu tenho um par de chifres que foram enfeitados por você”.

Eu encosto a cabeça no sofá, pensando no que ela havia falado. Queria chorar, mas tinha que segurar as lágrimas. A Laura estava aqui na minha casa e eu tinha que mostrar que estava firme, com ou sem ela. Laura descia do quarto com sua mala, ela exalava aquele cheiro que eu reconhecia de longe. Aquele perfume inesquecível, que eu sentia todas as noites. Ela foi saindo e eu fui a acompanhando com o olhar. Quando ela sai eu resolvo ir devagar até a porta, vejo-a colocando a mala no porta-malas e a vi entrando no carro. Brendon estava com ela, acho que ele ia levá-la para casa. Via-a indo para a casa que ela morava antigamente e, com isso, nossa história ia com ela também. Nunca me senti tão culpado e ao mesmo tempo injustiçado em toda a minha vida. Subo até o quarto para trocar de roupa para ir ao ensaio do VMA, encontro uma das blusas de Laura pendurada no cabide do closet. Provavelmente era a única blusa dela aqui em casa. Pego ela e a cheiro, me sento no chão do closet, vagas lembranças ocupavam minha mente e lágrimas escorriam dos meus olhos quando Marie, minha empregada, entra para arrumar o quarto.

- Senhor, está tudo bem?

- Oh. Sim, Marie.

- Eu sei que não está tudo bem.

Não sabia que reação dar a ela, continuei chorando. Marie é uma senhora de quase 40 anos, mas ela era muito bonita. Cuida muito da saúde, sempre dando conselhos úteis a mim. Ela se senta do meu lado e vira-se para mim.

- Quer um conselho? Isso é passageiro. Se o senhor sabe que não teve culpa de nada e que está com a consciência limpa, então deixa isso passar. Isso se resolve com o tempo. – Marie apoia suas mãos no meu ombro. – Senhor. A Senhorita Winchoffer é uma pessoa magnífica, tem um bom coração. Mas isso é só uma fase. Toda mulher tem seus dias difíceis. Dê tempo ao tempo, o senhor vai achar uma prova que comprove que você não fez isso por querer.

Sorrio para ela e a agradeço.

- Você e seus conselhos maravilhosos.

- Eu nunca tive muita amizade com meus patrões. Mas nesse caso eu estou trabalhando para um jovem astro. Eu sei que isso é difícil para você, mas fique bem. Se você ficar pensando nisso poderá atrapalhar seu trabalho.

- Obrigado Marie.

Marie sai do quarto, para me dar um tempo para se arrumar. Olho para a cabeceira da cama e vejo a 1ª foto que eu tirei com ela. Cheiro mais uma vez a blusa dela e fico pensando.

- Ah Deus, por que teve que acabar assim?. – Olho para a foto de Laura. – Awn Laura. Por que teve que ser assim?

Fim do BRUNO’S POV