Haviam se passado quatro dias e nada de saírem do raio divisório. Hermione estava frustrada e Harry estava cansado. Vito, porém, já era acostumado, então não reclamava muito. 

    A grama crescia desesperadamente ao decorrer do tempo, já estava nos joelhos de Harry e, mesmo longe da árvore, ainda dava para vê-la.

    Á frente se via o sol, e atrás estava a lua, em sua fase minguante. Não haviam estrelas naquele céu, estava escuro e sombrio, ao contrário do outro lado do reino, que brilhava o sol, havia poucas nuvens e os pássaros cantavam.

    E no raio divisório, era tudo branco, parecia infinito. Harry e Hermione quase morriam a míngua de sede e fome. Não havia nada ali. Vito, que já era magro, agora parecia uma caveira anorexica que não comia a séculos.

    Harry pensava naquele maravilhoso banquete de Hogwarts, ou na comida da sra. Weasley e ficava cada vez mais com fome. Já tinha passado por isso na floresta, quando fugiam de Voldemort e procuravam as Horcruxes, e Hermione conseguia se controlar mentalmente, mas naquela situação era quase impossível.

    Passado algumas horas andando, Hermione avistou uma coisa ao longe.

    - O que é aquilo? - Perguntou Hermione

    - Aquilo o que? - Disse Vito

    - Lá na frente - Apontou Hermione

    Era alto. Parecia um castelo, mas era uma torre só. Uma torre negra sem janelas e somente uma porta. Como a maioria das coisas ali, tinha detalhes dourados e a porta era de prata recoberta com um fino estanho. Havia também um grande caldeirão como os de Hogwarts. 

    Eles correram para perto da torre e chegaram no caldeirão. Lá havia uma poção de um cor meio verde, azul, tudo misturado. Harry sentia uma tentação enorme de prová-la, mas algo em sua cabeça dizia que não.

    Hermione achou uma taça, encostada em um tijolo da torre e apanhou-a para poder tomar a poção, pois estava varejando com fome.

    - Hermione não - Disse Harry

    - Por que? - Pergunotu Vito

    - Pode ser uma coisa ruim. Pode ser uma poção torturadora ou algo parecido.

    - Mas eu estou com fome - Disse Hermione

    - É melhor não.

    E Hermione largou a taça no chão, e antes de tocar o solo, ela desapareceu e reapareceu em seu lugar devido.

    A porta se abriu com um estalo, e Harry, Hermione e Vito foram sugados para dentro. Estava escuro, mas havia uma fraca luz apontando para um canto que parecia uma cama de pedra.

    Mas não era uma cama. Harry sabia que não era uma cama. Seria um túmulo? Seria um templo? Seria...

    - É uma tumba - Disse Vito

    Realmente era uma tumba. Harry pensara certo. Aquilo era um túmulo. O túmulo era acolchoado de penas roxas, e a luz em destaque, era apenas a luz branca que vinha de fora e entrava por um buraco no teto.

    Havia um corpo no túmulo. Nos braços da pessoa, ou animal, haviam penas. Penas brancas e seu nariz era preto como se fosse um bico de pavão. Nas costas também haviam longas penas brancas e em vez de unhas, tinha garras.

    A mão do ser morto de mexeu, agarrando o braço de Hermione, que deu um grito assustada. Harry apanhou sua varinha e atirou no monstro que estava ali, mas não acertou. 

    Lentamente aquela coisa foi se levantando, apoiando-se na parede. Harry, Hermione e Vito se afastavam, mas não havia mais porta, como tudo naquele lugar.

    - Que lugar é esse que as portas desaparecem? - Gritou Hermione.

    A coisa com penas começou a se rastejas até eles. Harry e Vito lançaram feitiços nele, mas nenhum o acertou.

    As penas em suas costas se abriram como um leque. Parecia um pavão. Ele esticou o braço, e de seus dedos, saíram penas pontudas jorrando sangue e veneno, próprio para matas eles ali.

    Todos desviaram. Ele continuou atacando, mas não viu que Harry correu por trás dele. Então Harry acertou um feitiço e a coisa se desfez em penas e desapareceu.

    - Ele morreu? - Perguntou Harry

    - Nada aqui morre. Só desaparecem. - Respondeu Vito.

    Hermione apontou para a parede.

    - BOMBARDA - E a parede explodiu, o que permitiu que eles saíssem dali.

     - O que era aquilo? - Disse Harry - Parecia um homem pavão.

     - Eu não sei. Mas ele volta. - Disse Vito

     - Vamos sair daqui - Disse Hermione.

    E voltaram á andar, sem rumo, sem um fim, sem destino ao branco infinito.