Eu odeio o seu sorriso, e seu jeito de falar
Eu odeio quando você me olha, e eu dou risada sem pensar
Eu odeio quando você me chama para conversar

Rose caminhava calma por entre os corredores do colégio, em sua ronda noturna.

—Hey – disse Scorpius com o meio sorriso que a deixava sem ar. – Tudo bem, Weasleyzinha?

A morena contou devagar até 10, mas mesmo assim não se acalmou. Aquele apelido a tirava do sério.

—Tudo, Malfoy. – apesar de o “odiar”, não gostava da antiga rixa entre suas famílias.

O loiro a encarou atentamente, como se soubesse que alguma coisa a preocupava. A garota sorri, sem querer.

—Quer conversar? – pediu baixo.

—Não – disse desconfiada – Agora, volte para a Sala Comunal da Corvinal antes que eu te de uma detenção.

Surpreendentemente, ele a obedeceu. Logo em seguida, a Weasley voltou para a Corvinal também.

Eu odeio quando você vem, e odeio mais ainda te esperar

—Rose, você tá bem? – pediu seu primo James.

—Sim, Jay.. – disse olhando novamente para a porta do Salão Comunal. Onde Scorpius estava afinal?

—Ok, se você diz...

10 minutos após Scorpius entra, com Alvo.

A garota deixa um suspiro escapar, fazendo o primo ficar desconfiado.

Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever
Outra canção pra me fazer entender
Que eu te odeio tanto porque gosto de você

Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer
Eu nunca admiti que me importava com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de você

A garota estava no jardim, chorando devagar e baixo.

—Weasley?

Gelou. Por que justo ele? Merlin a odiava tanto assim?

—Rose?

Estremeceu. Rose?

—Ross?

A garota não gostava desse apelido, mas na voz rouca dele soava maravilhosamente bem.

—Que? – falou com a voz embargada pelo choro.

—Por que você tá chorando?

—Porque eu te odeio.

—Olha, eu sei que você me odeia, isso não é nenhuma novidade, mas não prec-

—Eu te odeio por gostar tanto de você, Malfoy! – gritou e em seguida saiu correndo para seu dormitório.

—Ok... – disse o loiro quando estava sozinho. – Isso foi estranho.

Eu odeio dar conselhos que você nem vai usar

Um mês havia se passado desde a “declaração” da morena. Scorpius e ela fingiam que não havia acontecido nada, mas já conversavam de vez em quando, amigavelmente.

—Weasley. – chamou ele.

—Hum? – respondeu ela sem levantar o olhar do chão.

O Malfoy começou a acompanhar ela até a sala de DCAT, carregando seus livros, o que a fez corar.

—Eu quero ficar com a Dominique.

—Seja romântico.

—Ok. – disse irônico.

Eu odeio quando você fala dela e eu finjo não ligar

—Ela é tão maravilhosa, Rose! 
“Ok, essa frase já tá me irritando.” Pensava ela.

—Que bom, Scorp! – forçou um sorriso.

—Que bom que eu não segui seu conselho bobo, ela gosta de caras idiotas como eu.

Sorriu fraco ao perceber que ele a xingou mas se xingou também.

Eu odeio ver você com alguém que não tem nada a ver

Rose passava sozinha pelos corredores. Seus amigos haviam se afastado desde que começou a andar com Scorpius, que por sua vez, se afastou quando começou a namorar com Dominique.

O casal a enjoava. Scorpius podia ser idiota, mas era praticamente um idiota legal, como ela chamava seus amigos idiotas e se autodenominava, mas era inteligente e gostava de estudar, e preferia ficar na sua, a aparecer como famoso.

Dominique era uma vadia, burra, traia ele e adorava aparecer.

Esse era algum dos motivos dela odiar o casal Scorque.

Eu odeio ela ser tão sem graça
E você nem perceber

Dominique ria escandalosamente de uma gracinha que havia feito, sem graça, enquanto Scorpius ria fracamente.

Rose, que estava uma mesa atrás deles, segurava as lágrimas. Ela devia estar no lugar dela.

Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever
Outra canção pra me fazer entender
Que eu te odeio tanto por que gosto de você

Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer
Eu nunca admiti que me importava com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de você
<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->

—Porra, Scorpius – disse calma, mas o assustou com o palavrão – Quando você vai perceber que você merece coisa melhor que a Dominique?

—Ela é sua prima.

—Ela te trai. – argumentou ela.

—Eu não acredito.

—Sério? – disse magoada, mas irônica ao mesmo tempo. –Confia mais nela que na sua melhor amiga? Que por acaso você conhece a 2 anos enquanto conhece sua “namoradinha” – disse fazendo aspas no ar – a 6 meses?

—Ela é minha namorada. Eu TENHO que confiar mais nela! – gritou.

—BEM QUE EU QUERIA SER SUA NAMORADA! – gritou não se importando com os outros alunos da Sala Comunal da Corvinal.

—POIS NÃO É!

—EU TE ODEIO !

—POR GOSTAR DE MIM? – debochou o loiro.

—EXATAMENTE! – gritou e correu até o dormitório, chorando.

Você vai acordar um dia e perceber
Que mesmo sendo, um pouco estranha do meu jeito
Eu tentei te convencer

Que hoje eu acredito que é mesmo pra valer
Confesso, eu admito que me importo com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de você. 

—Ross..

A Weasley o ignorou. O gelo já durava mais de 2 meses.

—Por favor.

—Que que você quer Malfoy? – pediu parando de ler e o encarando.

—Eu acabei com a Dominique.

—Que bom – por um segundo ele sorriu – Ela merece coisa melhor. – voltou o olhar ao livros, com lágrimas molhando suas páginas.

—Por favor, Rosie. Eu percebi que eu gosto de você.

—Acho que é um pouco tarde, não? – disse irônica, com a voz embargada.

—Eu vou te convencer. – disse saindo para os jardins.

—ROSE WEASLEY – a garota virou-se para a porta do Salão Comunal e deparou-se com Scorpius. – TAMBÉM DENOMIMADA – “denominada” gritou um aluno do 3° ano. – OBRIGADO. DENOMINADA UMA IDIOTA LEGAL, OU SANGUE RUIVO, OU CABEÇA DURA, OU A –

—PULA ESSA PARTE – gritou Alvo da mesa da Sonserina.

—OK, ALVITO. ELA ME CONQUISTOU COM ESSE JEITO DE SER, E SIM, EU DEMOREI A PERCEBER, MAS EU PERCEBI QUE AMO VOCÊ, “WEASLEYZINHA”. ME DESCULPA, EU SOU IDIOTA. TOMARA QUE LEGAL, MAS.... QUER NAMORAR COMIGO?

Todas as cabeças do Salão se viraram para ela, até mesmo os professores.

—Aceita logo, boba. – disse Lily em seu ouvido.

—ACEITA DE UMA VEZ! – gritou Hugo da mesa da Grifinória, o que a fez arregalar os olhos.

—Ok, -disse baixo- eu aceito.

—FALA MAIS ALTO, POR FAVOR? – ordenou Hugo.

—OK, MANINHO! – gritou irritada – EU ACEITO.

Scorpius correu ao seu encontro e a beijou.

—Eu te odeio – sussurrou ela.

—Eu também te odeio. – respondeu ele no mesmo tom.

—Por gostar tanto assim de você. – completaram os sussurros em uníssono.