Era dia como qualquer outro, o grupo acordara para mais um dia de agenda cheia, a pequena casa que acomodava os seis garotos agora se encontrava em total desordem e movimentada, devido ao vai e vem de todos e a correria para se aprontar.

–Já estão todos prontos? – perguntara Doojoon já na porta de casa, com a mochila nas costas esperando os demais, apenas cumprindo seu papel de líder.

–Hyung, estamos quase prontos! – gritou como resposta Dongwoon, que estava no banheiro terminando de se arrumar.

–Vou esperar todos no carro, não demorem! – deu o último aviso, abrindo a porta e indo em direção ao carro que os esperava, o primeiro item na agenda do dia era uma simples apresentação numa universidade, coisa que sempre faziam.

Enquanto isso, no dormitório Dongwoon já saia do banheiro pronto indo ao encontro do líder.

–Hyungs, não demorem, ou se não o Doojoon hyung vai ficar furioso. – disse já saindo.

–Aish, será que custa esperar? – reclamava Kikwang, saindo do quarto, enquanto colocava sua regata branca. – Hyunseung, Yoseob, Junhyung, vamos logo!

–Estou quase pronto, calma. – dizia Hyunseung.

–Estou calmo, quem não está é o Doojoon, vamos logo! – pegava na mão de Hyunseung e o arrastava para fora.

Agora só faltavam Yoseob e Junhyung, que nem ao menos haviam escolhido o que vestir.

Junhyung saiu da cozinha e foi em direção ao quarto onde Yoseob estava, mas não esperava pegar o menor em flagra, se vestindo.

–Ah... Desculpe-me Yoseob, não sabia que estava se vestindo. – desviava o olhar.

–Não tem problema, afinal nossos corpos não são diferentes hyung, não se preocupe. – se aproximou de Junhyung, procurando os seus olhos que estavam cobertos pelo cabelo castanho, que vivia sofrendo alterações de cor.

–É... – disse levantando o rosto e passando a mão nos cabelos, deixando-os um tanto desalinhados. – Está tudo bem. – sorria com o canto da boca.

–Uh-hum. – consentia Yoseob em resposta, com um sorriso infantil no rosto. – Vamos?

Os dois que faltavam finalmente se dirigiram ao carro, e assim finalmente foram ao seu destino. Junhyung ficou quieto durante toda viagem, o que não era costume, já que era um dos que mais falava dentro do grupo.

–Junhyung-ahh o que foi? – perguntou Yoseob que estava sentado ao seu lado.

–Hum? Nada. – respondeu olhando para o menor, com as sobrancelhas levantadas. – Só estou pensando na vida.

–Hum. – Yoseob o olhou estranho, com certeza não era aquilo o que realmente estava fazendo.

Não demorou muito e logo estavam em seu destino. A universidade era como qualquer outra e naquele dia estava lotada de fãs, o que já era esperado. Saíram do carro e se dirigiram ao local onde seria feita a maquiagem.

Os demais foram na frente, deixando Yoseob e Junhyung pra trás, o menor ainda estava apreensivo em relação à situação de Junhyung, queria realmente saber o que estava acontecendo, eram amigos e se sentia no direito de ajudá-lo.

–Junhyung, espere! – gritava tentando alcançar o mais velho. – Eu realmente quero saber o que houve com você, acho que mentiu pra mim lá no carro. – o olhava sério.

–Não... Eu estou bem, eu já disse! – falou enquanto andava, sem olhar para o menor.

–Não está não! – parou, batendo os pés, como criança quando faz birra.

Junhyung parou a alguns passos à frente, o que deixou Yoseob com um pouco de medo, já que o mais velho havia abaixado a cabeça e fechado os pulsos com força.

–Junhyung, você... - as palavras lhe fugiram e sentiu as pernas moles quando olhou para um Junhyung furioso que se virava e andava rapidamente em sua direção, deu alguns passos para trás como reflexo, mas não foi o bastante.

Junhyung agora encarava o menor com raiva, e enquanto isso os olhos de Yoseob estavam fechados, com força, pois temia alguma ação negativa do mais velho, Junhyung ao contrário, só respirou fundo.

–Pode abrir os olhos, eu não vou fazer nada pra te machucar. – e em resposta o menor logo abriu os olhos, encarando Junhyung.

Não estavam nem muito perto, nem muito longe, mas aqueles poucos centímetros de distância perturbavam tanto Yoseob, quanto Junhyung, e ambos estavam estáticos.

–D-desculpa. – disse o menor, acuado.

–Tudo bem... – Junhyung lançava ao menor um olhar quase perdido, como se tentasse buscar algo no fundo dos olhos do mesmo. – Quer saber qual é o meu problema? – perguntou.

–Uh-hum. – disse acenando positivamente com a cabeça.

–Você é meu problema, Yoseob. – disse levando uma de suas mãos à bochecha do moreninho – Você é o meu verdadeiro problema.

Yoseob estava absorto, queria ao máximo tirar a mão do mais velho de sua face, mas algo realmente o impedia de fazê-lo.

Junhyung acariciava a face delicada do menor a sua frente, era tão macia, feito pele de bebê, ficava se imaginando acariciando aquela pele por horas durante vários dias.

–Junhyung, eu...

–Não, não fala nada. – disse colando sua testa a do menor.

A situação parecia ter piorado, mas Yoseob não ligava a mínima para o que Junhyung estava fazendo, suas pernas não lhe obedeciam, seu corpo não lhe obedecia.

O menor contraiu o corpo ao sentir os braços do mais velho se rodeando, Junhyung lhe envolvia em um abraço terno agora, e podia sentir perfeitamente o coração acelerado do mais velho. O menor retribuiu o abraço carinhoso, sentindo o cheiro de Junhyung, aquele cheiro tão bom que lhe reconfortava.

–Eu não quero ser um problema pra você...

–Acho que você entendeu errado – disse soltando um pouco o abraço. – Não é esse tipo de problema que você está pensando, criança.

–Então qual é?

Junhyung fitou aqueles pequenos olhos curiosos, não conseguiria resistir mais, não conseguiria esconder por mais tempo tudo aquilo que sentia, já não estava ligando se correria algum risco ou se fosse errado, apenas faria.

Aproximou lentamente seus lábios aos de Yoseob, sussurrando.

–Esse tipo de problema.

Selou seus lábios ao do menor, com medo de que o mesmo não gostasse do ato, mas o menor não protestou, continuou imóvel, o que Junhyung entendeu como aprovação a tudo o que estava fazendo.

Junhyung começou a movimentar seus lábios, querendo ao máximo que Yoseob lhe correspondesse, mas o menor se manteve estático, não lhe respondendo, fazendo Junhyung desistir de prosseguir com tudo aquilo.

–Isso é errado. – Yoseob se manifestou, ainda com os lábios de Junhyung muito próximos aos seus.

–Eu sei...

–Doojoon não vai gostar disso. - se soltava do maior. – É melhor entrarmos.

–Hey! Vocês dois! – gritou Kikwang de longe. – Venham logo, não temos o dia todo!

Estavam todos arrumados, a apresentação foi maravilhosa e agora os membros estavam dispostos em cima do palco, conversando com suas fãs.

Yoseob estava ao lado de Junhyung, agiam naturalmente como se nada houvesse acontecido. Evitavam ao máximo que seus olhos se cruzassem, algo do tipo os deixaria nervosos e estragariam tudo, mas deixar de admirar Yoseob era uma coisa que Junhyung não conseguia deixar de fazer.

–Yoseob... Sobre o que aconteceu mais cedo... – Junhyung iniciara a conversa, quebrando o gelo. – Me desculpe.

Yoseob o olhou e apenas sorriu cheio de sentimentos. Levou sua mão ao olho do maior, tirando algum que ali estava e que poderia incomodar o mais velho.

–Está tudo bem. – sorriu – Mas é melhor não conversarmos agora, tudo bem? – perguntou ao rapper, torcendo para que o mesmo aceitasse sua proposta. – Vamos deixar para quando chegarmos em casa. – sorria mais abertamente.

Junhyung sorriu de volta e consentiu com a cabeça.

O grupo continuou com o que lhe foi proposto, a missão na faculdade havia acabado e agora voltavam para o camarim. Junhyung e Yoseob eram os últimos e assim que o menor observou que a distância entre os demais membros era segura, desviou seu destino, pegando na mão de Junhyung e levando-o consigo, para outra sala que estava completamente vazia.

Junhyung olhava confuso para o menor, se perguntando o porquê daquela atitude repentina.

–Então... – começou Yoseob, assim que chegaram.

–Então o que? – Junhyung o olho confuso.

–Temos que acabar com isso, agora.

–Por que deveríamos ninguém vai desconfiar. – o rapper se manteve calmo.

–Ya como você pode dizer uma coisa dessas? – o menor ficara indignado com o que o outro havia dito. – E o Doojoon? Você acha que o que temos é brincadeira?

–Ah... Eu... – tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu.

–Você tem o Hyunseung, não tem? – perguntou de novo. – Vamos, diga alguma coisa! – Yoseob começou a se desesperar, se aproximando do rapper e lhe empurrando contra o sofá que estava em um dos cantos da sala. – Me responda Junhyung! – gritou.

–Calma! – disse segurando os braços do menor – Eu gosto do Hyunseung, mas...

–Mas o que?! – gritou novamente, tentando se soltar.

–Mas eu também gosto de você! – apertou ainda mais as mãos nos pulsos de Yoseob, impedindo-o de se soltar.

–Está me machucando! – se esperneava, tentando em vão se soltar – Você é louco e tem que parar com isso! – continuava gritando – Agora me larga ou se não eu vou-

–Vai o que? – Junhyung ficou sério, puxando Yoseob para mais perto de si, jogando-se no sofá e levando o menor consigo.

Medo era a única coisa que Yoseob tinha certeza que estava sentindo, sabia que a paciência do rapper era curta e que não agüentaria por muito mais tempo.

–Ya! Por que ficou mudo de repente? - Junhyung se aproximava mais, deixando Yoseob ainda mais assustado. – Não pode falar nada por que também sente a mesma coisa, Yoseob! – vomitou as palavras. – Você só não quer admitir!

–Eu não gosto de vo-. - Junhyung havia jogado Yoseob contra o sofá, invertendo suas posições, o menor arregalou os olhos em sinal de surpresa, ainda tentando se soltar de Junhyung.

Junhyung estava cansado, cansado de toda aquela brincadeira, já tinha agüentado de mais toda aquela tortura, cometeria o maior erro de sua vida, mas já que havia começado, agora teria que terminar. Já Yoseob se sentia horrível, um traidor, não conseguia pensar no que estava sofrendo, se deixando sofrer, se perguntando até mesmo se ainda amava o líder, Junhyung o deixara tão confuso.

–Gosta, eu sei que gosta! – Junhyung não iria desistir. – Você gosta... – Junhyung soltou os braços de Yoseob, prendendo-o apenas com o peso de seu corpo.

–Junhyung-ah!

–Pare de se exaltar, não vê que não está resolvendo?

–O que vai você acha que pode fazer? Me solta agora!

–Cala a boca!

–Me faça calar!

Talvez não tenha sido a melhor coisa a se falar naquele exato momento, mas ambos sabiam o que queriam.

Junhyung selou seus lábios aos de Yoseob como se fosse a última coisa que poderia fazer na vida, beijou o menor com violência, colocando uma de suas mãos na cintura do mesmo, enquanto a outra usava para se apoiar.

Yoseob por si só já estava afoito, e agora se encontrava perdido naquele beijo, querendo por um simples momento que tudo fosse pelos ares.

Junhyung diminuiu a violência do beijo, querendo que Yoseob não sentisse mais medo e respondesse à suas caricias, precisava de uma resposta positiva, nem que fosse a menor delas. Colocou a mão por baixo da blusa fina que o outro usava, tocando-lhe a pele, o que causou um leve arrepio fazendo Yoseob arquear-se com o simples toque.

Junhyung sorriu com a reação do menor, parando o que estava fazendo por ali mesmo, e parando também de beijá-lo, deixando Yoseob descontente.

–Eu disse –sorriu – Que gostava. – levantou-se deixando Yoseob ainda mais confuso.

–Você é louco. – se levantou e andou até a porta.

–Ya, Yoseob! – Junhyung pegou em seu braço, puxando contra si novamente. – Desista, por que eu não vou desistir. – aproximou-se – Eu sempre vou estar aqui caso sinta-se sozinho – aproximou seus lábios aos do menor, tocando levemente.

–Eu não estou sozinho... – a voz de Yoseob saia fraca.

Junhyung riu daquelas palavras, Yoseob sempre tentava se desviar.

– Eu sempre vou gostar de você, babe – Junhyung se sentia completo por estar naquele momento com o menor, podendo tocá-lo como sempre quis – Sempre que tentar fugir de mim, eu vou te pegar - sussurrou em seu ouvido, segurando-o mais firmemente pela cintura – Sempre que se sentir triste e sozinho, mesmo que não demonstre, eu estarei ao seu lado, não importa.

Yoseob se deixava levar por todas aquelas carícias e palavras que eram ditas, poderia confiar em Junhyung, afinal eram amigos e não teria o que temer.

Junhyung soltou-se do menor, e foi até a porta, abrindo-a.

–Doojoon nunca iria me deixar sozinho, ou me deixar triste. – Yoseob ainda tinha um pouco de consciência para rebater as investida do rapper. –Não preciso de você. – disse baixinho, sem se virar para encarar Junhyung.

Junhyung por outro lado riu, deixaria as coisas como estão, pois Yoseob jamais admitiria que também o amava, daria seu jeito dali para frente.