Amor Paterno escrita por judy harrison


Capítulo 6
Ciúmes e Admiração




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O intervalo começou, e como sempre Ricardo e Bonnie ficavam na sala.

Bonnie pegou o dinheiro de Ricardo.

_ Quer que eu traga de frango ou carne?

_ Eu não sei minha deusa! Veja o mais bonito.

_ Vou trazer Ricardo recheado!

Eles riram e se beijaram com carinho, então ela passou a mão na ferida do pescoço dele.

_ Cicatrizou rápido, não é?

_ É, ainda está meio dolorido. Fazem apenas duas semanas.

_ Gary ainda liga pra você para lembra-lo dos remédios?

Ele então perdeu um pouco do sorriso.

_ Você enche a “boca” para falar o nome dele, não é? – ela ficou sem graça e perdeu o sorriso também – Gary tem feito de você a escrava fiel dele. “Bonnie, meus livros, apague a lousa, pegue isso, pegue aquilo...”. Quanto ele está te pagando? – ironizou.

Mas Bonnie não achava aquilo apropriado.

_ Ele me pede por que eu estou mais perto e por que sou a única que vai para fora e volta. Ele só confia em mim.

_ É confiança demais. Eu acho que ele gosta de você.

_ Ora, isso é ridículo!

_ Posso dizer o mesmo quando você fala dele.

Ela suspirou impaciente.

_ Acho que sua rivalidade com o professor está indo longe demais, Ricardo. O que há entre vocês?

_ Duvido que você entendesse. Mas o negócio aqui é que ele está usando você...

Ela riu inconformada.

_ Você só pode estar louco.

_ Acha, mesmo? Mude de carteira então! – disse com tom de desafio – E recuse estar fazendo esses “favores” a ele.

_ E por que eu faria isso?

_ Por que eu quero que faça!

Ricardo falou com uma autoridade que para Bonnie não existia em seu relacionamento com ele. Sabia que eles só estavam juntos por que ele não estava a serviço, mas nunca oficializou seu compromisso com ela, e sempre deixava claro que logo voltaria a sua velha rotina.

Para Bonnie ficar com ele era bom, mas não era quem ela queria para um relacionamento sólido.

Depois de um silêncio desagradável, Bonnie disse:

_ Vou ver se ainda dá tempo de buscar o croissant.

Mas, na porta acabou colidindo com Gary.

Ele a segurou pelo braço e sorriu.

_ Oh, me desculpe, Bonnie. Eu não a vi.

_ Tudo bem. – ela também sorriu, por causa do desajeito de Gary – Já é hora da aula?

Ricardo fingia ver qualquer coisa em seu caderno, mas sentia raiva por vê-los juntos.

_ Não, eu estou adiantado. Vai descer?

_ Sim, vou à cantina.

_ Pode me trazer uma pastilha?

_ Claro, professor!

_ Por que não pede a ela que dê aula por você também?

Ricardo disse, fuzilando Gary com seu olhar.

_ Ela está indo até lá, não custa nada.

_ Peça para mim, “mestre”!

_ Pare com isso Ricardo! – Bonnie pediu, e pegou a nota da mão de Gary. - De menta ou canela?

_ Canela, por favor.

Bonnie saiu depois de uma rápida olhada para Ricardo.

_ O que quer com ela? – ele perguntou ao professor, quando ele se sentou.

_ Pastilhas de canela! O que você acha?

_ Não gosto do modo como a trata, como se ela fosse sua assistente de giz.

_ Eu não a vejo reclamando. – falava enquanto arrumava suas coisas sobre a mesa.

_ E não pode pedir a outra pessoa? Não há tantas garotinhas na sala?

Então ele se zangou e olhou firme para Ricardo

_ Para que você saiba, moleque, eu não ando atrás de garotinhas, e não preciso que uma aluna me sirva por interesses pessoais. – relaxou-se na cadeira - Peço auxílio a ela por que ela é mais madura e responsável. Quanto ao seu ciúme bobo, não devia demonstrá-lo na frente dela, pois denota insegurança, que você não se garante ao lado dela.

Ele voltou aos seus afazeres, e Ricardo estava sem ação.

Quando Bonnie voltou, já era o fim do intervalo.

_ Suas pastilhas, professor.

_ Obrigado, Bonnie.

Ricardo já estava em seu lugar, e Bonnie entregou a ele o lanche, mas o encarou com mágoa.

Durante a aula, Gary entregava as primeiras provas de inglês corrigidas, e a média de notas era satisfatória para ele. Seu elogio fez a classe ficar eufórica.

_ Vou chamar um por um para entregar.

Gary entregava as provas, Ricardo o observava, cada gesto, cada movimento. Estava intrigado, pois não sentia raiva nenhuma por ele depois do que ouviu, mas o admirava. Gary não era frio e automático como os outros, ele entregava as provas e elogiava cada um por cada progresso, e incentivava a quem não foi bem sucedido.

Gary entregou a prova de Bonnie e disse baixo.

_ Parabéns, você tirou a nota máxima, foi a única da sala.

Bonnie ficou feliz.

Ele se levantou e andou até Ricardo, e entregou sua prova.

_ Parabéns, Ricardo. Nota Nove!

Ricardo olhou para ele e sorriu orgulhoso.

Voltando para a frente da sala, Gary elogiou a sala novamente e disse que as ultimas aulas era um presente para todos e que não passaria nenhuma lição.

_ Podem conversar moderadamente.

Durante o tempo em que Gary conversava com alguns alunos, Ricardo foi à carteira de Bonnie, estava com um sorriso estampado no rosto.

_ Bonnie, me desculpe pelo descontrole!

_ Tudo bem, Ricardo. – sorriu – O que quer me mostrar?

_ Veja! – ele mostrou sua prova com a nota nove no topo, sentia tanta alegria que Bonnie não quis dizer que havia tirado dez – Eu ganhei nove! Isso é muito importante pra mim!

_ Que bom! Parabéns!

_ Você tirou quanto?

_ Ahn, sete! Eu errei algumas coisas.

_ Tudo bem, agente estuda junto na próxima.

Sua alegria era tão evidente que Gary mal ouvia o que os outros diziam, estava com sua mente voltada para Ricardo.

O turno terminou e na saída, discretamente, Bonnie entregou ao professor um bilhete que dizia: “Por favor, me espere perto de seu carro, preciso muito lhe falar.”


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