Amor Paterno escrita por judy harrison


Capítulo 15
Há tempo para tudo


Notas iniciais do capítulo

Gary precisa se conter diante do desejo de amar Bonnie.
Em sua casa recebe o filho.



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Gary a inclinou no sofá, quase ficou sobre ela, mas logo recuperou seu juízo, pois a imagem do rosto de Ricardo veio à sua mente.

_ Não me provoque, menina, eu não posso! – ele disse baixo em seu ouvido.

_ Por quê? – ela fez o mesmo.

Ele então se afastou um pouco e eles se sentaram de novo.

_ Me desculpe, acho que o motivo é óbvio.

Um pouco chateada, ela se afastou também.

_ Ricardo não é meu dono, e você sabe.

Ela foi para a cozinha e sentou-se à mesa.

Gary foi logo depois e a abraçou pelas costas, beijou sua testa.

_ Sou uma boba mesmo, eu é que peço desculpas.- ela disse depois daquele carinho.

_ Tudo bem, Bonnie, eu só quero que entenda que não é só isso.

_ Gary, eu gosto de você, gosto muito. – ela se levantou e o abraçou – É horrível dizer isso, mas ter você aqui, só piora tudo.

_ Quer que eu vá embora?

Ela o abraçou mais forte.

_ Não, por favor, não entenda mal. Eu estou apaixonada por você, e tenho que rejeitar o pedido de casamento do seu filho. É difícil pra mim.

_ É difícil para nós dois. Tudo que desejo é a felicidade dele. Se você fosse essa felicidade eu não estaria aqui, pode acreditar.

_ Como você disse antes, é ele que tem que se convencer disso, não é?

Ele fechou os olhos e respirou fundo. Queria ter coragem de leva-la para a cama, sentia a tensão de ambos. Mas não se encorajava.

_ Estou com receio de que Ricardo venha, se revolte contra você. Já estou acostumado com ele, mas você...

Ela se deu por vencida e começou a preparar os pratos para a refeição.

_ Tudo bem. Sabe o que me ocorreu agora? Que você e ele devem conversar sobre o que houve naquele dia. O que realmente me preocupa não é ele saber que gosto de outra pessoa e sim que gosto do homem que ele diz que odeia, com quem tem pendências. E isso também é culpa sua, por que foge do assunto com ele e nenhum dos dois toma a iniciativa para dizer o que pensa.

Gary a encarou com carinho.

_ Nunca ouvi algo tão honesto! Você tem toda razão, Bonnie. Vai dar uma ótima psicóloga! – ela sorriu com o elogio.

A comida chegou e Gary foi receber. Bonnie o observava e se convencia mais de que queria ficar com ele para sempre.

_ Está quentinha! – disse num sorriso, mas viu pouco entusiasmo nela, deixou a caixa na mesa e a beijou como quando chegou.

_ Quero que saiba, - disse ofegante como ela – que na primeira oportunidade vou enlouquecê-la de prazer. Mas não hoje, não ainda.

_ Tudo bem, desde que seja meu para sempre!

Outro beijo e eles se sentaram à mesa.

Bonnie serviu ao seu prato uma boa quantia de estrogonofe de frango. Sabia que aquela noite seria mais uma para reflexão. Mas a companhia de Gary era muito agradável. E quando ele foi embora, a paixão dela tinha aumentado. Bonnie nunca se apaixonou por alguém depois de sua primeira e última decepção amorosa aos 15 anos, e só via relacionamentos como uma diversão ou passatempo. Gary parecia ter chegado para acabar com aquilo, era diferente de tudo que ela já viu e a respeitava muito.

Mas Ricardo foi para ela uma diversão que virou amizade, e não queria ver seu amigo sofrer. Então havia feito um grande pedido a Gary.

_ Conte toda a verdade a ele, e deixe que ele saiba o quanto o adoro como amigo.

Gary concordava que as chances de ser ouvido eram maiores do que ela de ter sucesso em convencê-lo.

Mas não podiam contar a ele que estavam juntos. Concordaram também que isso o deixaria mais arrasado.

Gary mandou naquela noite mesmo uma mensagem para o filho dizendo que precisava falar com ele com urgência e que ele fosse à sua casa pela manhã.

Assim feito, Ricardo já estava lá às nove horas da manhã.

Feliz por vê-lo em sua casa pela primeira vez, Gary preparou o café e buscou o queijo, arrumou a mesa com exclusividade para receber o filho querido.

_ Entre, Ricardo! o menino não tinha ideia de que ao recebê-lo em sua casa, Gary sentia-se ganhando um filho naquela hora.

_ Puxa! Que casa diferente. Me sinto voltando no tempo uns 80 anos! – ele entrou sorrindo – Parece um filme!

_ Eu gosto de antiguidades. São moveis de 1930 na maioria. Mas tudo novo, feito sob encomenda. Você gostou... Achou feio...

_ Se gostei? Eu adorei! Eu só entro em casas cheias de frescuras do século 21! - ele passava pelos móveis deslizando a mão sobre o verniz brilhante - Você tem bom gosto!

Gary ficou orgulhoso.

_ Vamos para a cozinha. Eu preparei o café da manhã.

Na cozinha, Ricardo ficou boquiaberto com o que foi preparado para ele.

_ Gary, que mesa legal!

_ Sente-se. Vamos tomar o café e depois conversaremos.

_ Será só nós dois? E... seu pai? Ainda... está por aqui, não é?

_ Ah, sim, ainda está forte. Ele sempre sai de manhã para o jogo de xadrez com seus velhos amigos. Só volta à tarde.

_ Meu avô joga xadrez? Que chique! – de repente eles se encararam, mas Ricardo desconversou – Eu adoro queijo. Vamos comer?

Aquele momento foi satisfatório para Gary. Saber que seu filho aceitou sua cortesia e gostou do lugar onde ele morava eram coisas simples, mas que significavam muito pra ele. 


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