Amor Paterno escrita por judy harrison
Ele entrou e cambaleou pela casa procurando por algo enquanto Bonnie não cria naquela aparência horrenda, pois Ricardo era sempre limpo e cheiroso.
Quando voltou, ele a encarou com dificuldade de se concentrar à sua frente.
_ Eu quero ele, onde está ele?
__ De quem você está falando, Ricardo? – disse fazendo careta por causa do cheiro. – Você está bêbado, está todo sujo...
_Gary, é ele que eu quero. E não diga que você não transaram! Onde ele está?
Ela entendeu enfim que ele os viu juntos.
_ Não seja bobo, Ricardo, Gary só me trouxe de carona para cá! Fomos a um clube e depois ele me trouxe, e foi só. Não seja ciumento.
_ Diz assim, que saiu com ele, na minha cara? – disse irado
_ Foi só um passeio, e eu pensei que tivéssemos nos entendido sobre não termos compromisso.
_ Sim, - riu com sarcasmo, Bonnie sentia asco daquela aparência – e eu tenho um compromisso para ele aqui.
Ricardo tirou de sua jaqueta uma arma 9 mm para mostrar a ela, e a deixou perplexa e apavorada.
_ Oh, Ricardo! – exclamou se afastando – Pare com isso, por favor.
_ Uma hora eu vou encontra-lo...
_ Ricardo, Gary não tem nada comigo, não pode fazer mal a ele sem motivo!
Ela estava apavorada, queria acalmá-lo. Mas ele não estava só bêbado, e não pensava direito. Aparentemente exausto, deitou-se no sofá colocando a arma de volta à sua jaqueta, e se esticou. Resmungando algo sobre Gary, ele cochilou. Bonnie, na poltrona em sua frente ficou aliviada, e chorava com medo do que ele poderia fazer. Cogitou a ideia de tirar a arma dele, mas sempre que tentava, Ricardo se mexia e segurava sua roupa.
Aquilo durou até o amanhecer, quando ele finalmente se levantou com muita dor de cabeça. Bonnie ainda em sua frente não sabia o que dizer. Estava cansada, não conseguiu dormir com aquela ameaça em sua frente.
_ Eu quero saber o que você e Gary tem um com outro. – disse com frieza e cansaço na voz.
_ Nada, além do que você viu.
_ Vi ele entrando e saindo com você, e você estava com outra roupa.
_ Ele ficou aqui, onde você está, enquanto eu me trocava. Não houve nada, Ricardo, não pense besteiras!
_ Eu vou saber dele o que está havendo com vocês.
Ele saiu devagar e não olhou para trás.
Bonnie imediatamente ligou para Gary e contou o que houve.
_ Não se preocupe, Bonnie. Eu vou ao encontro dele.
_ Gary, não é uma boa ideia!
_ Se ele me quer ele me terá, vamos acabar logo com isso.
Gary se despediu de Bonnie. Estava mesmo preocupado com o garoto, sabia o que ele realmente fez para estar naquele estado.
No apartamento de Ricardo, Gary procurava por drogas. Havia entrado lá com a ajuda do zelador, contou a ele o problema e ele cedeu a chave extra.
_ Onde ele guardou?
Não havia nada lá, a não ser aqueles brinquedos exóticos.
De repente ele ouviu passos. Ricardo chegava, enfim.
Lembrando-se de que ele estava armado, Gary decidiu se esconder e observá-lo primeiro antes de falar com ele.
Na lavanderia atrás da máquina de lavar, ele ficou abaixado e pôde ver Ricardo sentando-se à mesa.
Ricardo colocou a arma na mesa e depois pegou uma foto, beijou com carinho e chorou um pouco sobre os braços cruzados. Depois ele saiu para a rua de novo, deixando a foto e a arma na mesa.
Certo de que ele não voltaria, Gary voltou à cozinha e pegou a foto, acreditava que era de Bonnie. Mas seu coração partiu quando viu que se tratava da mãe dele.
_ Oh, Rick! – quase repetiu a cena que viu, olhou a arma também e, como ele suspeitava, não tinha balas – Pra onde será que ele foi?
Ricardo estava na casa de sua amiga Lola, uma prostituta aposentada que o ajudava a selecionar clientes e as recebia para ele, era um tipo de agente, mas o tinha como a um filho. Por essa razão o esculachava como uma mãe.
_ Louco! Irresponsável... O que estava pensando, fazendo tanta burrada numa só noite? Queria se matar?
_ Eu os vi, Lola! – dizia triste.
_ O que você disse não faz sentido, Ricardinho! Além disso, nada justifica que você saia por aí armado aterrorizando as pessoas! E o que é pior, usando drogas, Ricardinho!! – estava indignada com ele – Estava indo tão bem há dois anos sem essa desgraça!
_ Foi só uma vez...
_ O bastante para ter se metido em encrencas! – falava furiosa – Sabe essa Bonnie de quem você fala? Eu a amo! – ele a encarou desentendido – Sim, eu a amo, pois ela é uma santa! Se não gostasse de você teria chamado a polícia e você “já era”.
_ Se gostasse de mim não teria saído com ele. Gary seria culpado se algo acontecesse comigo.
Ela riu com deboche.
_ Muito fácil culpar os outros por seus erros! Como quer que Gary o trate como um homem, se fica fazendo-se de moleque? Um homem teria ido até ele e o encarado frente a frente, com a cara limpa, e tirado satisfação. É isso que você deve fazer.
_ Gary merece apenas o meu desprezo! – disse magoado.
Lola se aproximou dele e acariciou seu rosto, e falou com calma.
_ Gary é seu pai, Ricardinho! Precisa parar de culpa-lo por seus erros.
_ Eu queria contar a ele, mas ele não quis me ouvir.
_ E como pretende resolver isso? Ameaçando-o de morte? Muito engenhoso! – ironizou - Precisa abordá-lo de outro jeito. Mas por favor, vá tomar um banho e depois conversaremos melhor.
Ele foi para o banho. Concordava com sua amiga e pretendia mudar suas atitudes, reconheceu que havia passado dos limites.
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