Caroline’s POV

Tomei um banho rápido, abri a porta do guarda-roupa, e procurei por uma roupa apropriada. Me vesti, peguei meu celular, e saí do quarto. Havia uma nova mensagem, era Zayn.

“ Estou te esperando aqui em baixo xx, Zayn”.

Me despeço de Lílian e vou até a saída do prédio, e encontro Senhor Peter, lançando olhares cheios de censura a Zayn.

- Espero que chegue a tempo de encontrar as portas do prédio abertas, estou cansado de ir dormir tarde por causa de vocês. – resmunga Senhor Peter me avaliando de cima a baixo.

- Pode deixar Senhor Peter. Pode fechar as portas quando te achar conveniente. E olha, não vou chegar tarde, e se chegar, encontro algum lugar pra passar a noite. Muito obrigado pela preocupação. – Digo calmamente, esboçando um leve sorriso.

Continuei andando em direção a Zayn, e pude ouvir Senhor Peter resmungar algo como “Você ainda vai ver”, cheio de repugnância.

- Vamos? – Disse Zayn abafando o riso, e me dando um beijo.

Entramos no carro, e então Zayn começou a rir feito um bobo, o encarei assustada, e exclamei:

- O quê foi?

- É sempre assim? 

- Quase sempre. Na verdade, eu e Lílian tentamos não manter muitas relações com ele. Eu odeio esse velho rabugento, se não fosse por Lílian, eu já teria voado no pescoço dele há tempos, e nem moraríamos mais aqui. – disse mirando o prédio.

- Graças a Lílian então, não queria ter uma namorada criminosa. – disse Zayn, que ainda esboçava uma expressão divertida no rosto.

O caminho até o London Eye foi um pouco demorado, mas enfim chegamos. Descemos do carro, e eu peguei na mão de Zayn, e puxei-o correndo. Eu parecia uma criança que havia chegado a um tipo de paraíso. Parei e um completo “O” se formou na minha boca, parecia ainda mais lindo pessoalmente, à noite, sob a luz das estrelas.

- Uau! É mais lindo do que eu imaginava…

Zayn’s POV

- Está esperando o quê? Vai querer ficar só olhando? – sorri, arqueando a sobrancelha.

- Não… É claro que não. Vamos!

Entramos dentro de uma das cabines, e Carol fitava tudo extremamente admirada. Londres toda podia ser vista daqui. As luzes da cidade todas já estavam acessas, e a luz da lua parecia se difundir a elas. Encontrei a mão de Carol, e segurei-a forte. Jurei que podia ver os olhos dela marejados, mas ela logo abaixou a cabeça, e sussurrou algo do tipo “maldito cisco”.

- Carol, não precisa apertar tanto a minha mão, não vou fugir. Na verdade nem posso. – disse apontando para vidro e rindo.

- Desculpa. – Ela riu baixo. – É tudo tão perfeito daqui. Esquecendo meu medo de altura, eu consigo ver cada traço da cidade, cada detalhe que a faz tão... especial.

- Não conhecia essa Carol toda fofinha.

- Tenho meu lado sentimental. – Ela sorriu debochada e jogou o cabelo, voltando a fitar curiosamente a cidade.

Caroline’s POV

Então seus braços entrelaçam-se na minha cintura, e ele me deu beijinhos no pescoço. Eu podia sentir o cheiro de cigarro junto ao de perfume caro entrando pelas minhas narinas, e me fazendo arrepiar. O calor dos seus braços me confortava, mas a ideia de que não sentiria isso por longos dias, fazia todo o conforto parecer ainda mais necessário.

- Sabia que eu adoro quando você faz isso? – sussurrei, fechando os olhos e reclinando a cabeça.

- O quê, isso? – ele pergunta, depositando mais alguns beijinhos no meu pescoço. Sorri.

Minha mão ainda estava entrelaçada á dele, e isso fazia eu me sentir tão mais confiante. Ergo a cabeça e olho para a Lua, tão brilhante e próxima, que eu penso que poderia toca-la daqui. Zayn brincava com meu cabelo e eu sorri, envergonhada. E esse um outro dom dele; me fazer sentir envergonhada. Aquela garota bruta e sem sentimentos virava uma bonequinha de porcelana em suas mãos, frágil.  E eu me deixava ser frágil, porque sabia que ele estava ali, pra cuidar de mim. E só de pensar que durante um mês não poderia sentir seu abraço, fico fraca.

- Vou sentir sua falta. – assumo. Ele sorri.

- Eu prometo que vai passar rápido.

Lílian's POV

- Então já vou indo, Lily. Até mais tarde. - Caroline diz e sai pela porta.

 Agora sou só eu, sozinha no meio do aparamento, sem nada pra fazer. Harry não confirmou comigo quando chegaria, então não tinha nem mesmo a ocupação de espara-lo. Me joguei no sofá e liguei a televisão. Olhei para o notbook encima da mesinha e nem tive vontade de abri-lo, já sabia o que ia encontrar lá. Minha conta no twitter deve ser a mais odiada do ano, mas não ligo. Ou tento não ligar. Levanto a mão para alcançar o controle da televisão quando alguém bate na porta. Me levanto imediatamente e corro pra atender. Abro a porta e vejo Harry com duas sacolas na mão.

- Procurei por todo o Walmart os ingredientes para esse tal de brigadeiro, é bom que ele seja muito gostoso. – ele diz, levantando uma das sacolas. Pego, rindo, e abro mais a porta para que ele possa entrar.

- Pode acreditar, é maravilhoso. – fecho a porta – Não liga a bagunça... aqui não é nada comparado a sua casa com os meninos, mas até que é bem confortável.

- Não... aqui é ótimo – ele diz, olhando bobo para todos os lados – me lembra minha antiga casa.

Dou um sorriso e ponho as sacolas na bancada.

- Então, vai querer experimentar o brigadeiro agora?

- Lógico, não fiquei procurando isso o dia todo por nada. – ele diz, se sentando na bancada.

- Tudo bem, então. – digo, abrindo a sacola e retirando os ingredientes e despejando-os em uma panela. Mecho tudo no fogo alto e dou um tapa na mão de Harry quando ele tentar enfiar o dedo lá dentro.

- Aqui, agora é só enfiar a colher e comer. – digo, apagando o fogo e colocando a panela na frente dele.

- Mas eu vi nas fotos que elas são bolinhas redondinhas e bonitinhas. – ele diz, olhando triste para a panela.

- Come logo! – digo, me encostando na bancada. Ele dá de ombros e enfia uma gorda colher de brigadeiro na boca. Dento de 3 segundos, seu rosto muda de expressão.

- Meu Deus, isso é bom! – ele diz, colocando outra colherada na boca. Dou um sorriso e abro a segunda sacola, e minha boca cai ao ver uma garrafa lá dentro.

- Champanhe?! – pergunto incrédula, olhando para rótulo da garrafa.

- Ah, sim, champanhe. – ele diz, deixando o brigadeiro de lado. – Sabe, eu queria que a nossa despedida fosse bem... especial.

- Harry, são só algumas semanas. - ri, ainda não acreditando.

- Mas vai ser uma eternidade pra mim. – ele diz. Desvio o olhar, envergonhada, e tento abrir a garrafa. E é lógico que não consigo.

- Me dá aqui, fracote, deixa que eu abro. – ele brinca, descendo da bancada e pegando o champanhe da minha mão.

- Ei! Fracote nada! Cadê o respeito? – digo, botando as mãos na cintura. Ele dá uma risada como resposta, e logo escuto o barulho da rolha estourando.

- Pegue as taças dentro da sacola. – ele diz. Eu obedeço, me perguntando como essas taças não quebraram até agora.

Coloco-as á minha frente e elas são cheias quase que imediatamente. Harry poem a garrafa num canto e pega uma das taças. Pego outra, o acompanhando no brinde. Dou um longo gole e fico observando o que sobrou do líquido borbulhante na taça. Sorrio, mesmo sem saber porque.

- Sabe, eu nunca me imaginaria aqui, assim. Num apartamento no meio de Londres, tomando champanhe com um famoso engomadinho. - dou outro sorriso.

-  Ah é? Famoso engomadinho? Vou te mostrar quem é o engomadinho. - ele ameaça, colocando sua taça encima da bancada.

- Nossa, que medo agora. - debochei, colocando a minha em qualquer lugar.

Ele me puxa contra seu corpo e meus braços se encaixam automaticamente em seu pescoço. Ele morde o lábio inferior e me encara com aqueles olhos tão hipnotizantes, que me sinto numa espécie de transe. Sorrio, ao pensar no que ele fará em seguida. Ele se aproxima sorrateiramente e me beija, mas não um beijo simples, e sim um beijo... quente. Um beijo com tanta paixão, mas ao mesmo tempo tão safado.

Logo, suas mãos passeavam a vontade pelas minhas costas, mas não o adverti, estava ocupada demais tentando desabotoar o segundo botão de sua camisa. Ele era claramente mais experiente naquilo, já tinha conseguido tirar o blusão que eu usava, me deixando somente de langerie. Ele sorri ao ver as curvas do meu corpo pela primeira vez, mas eu o interrompo com um “Yes!” quando finalmente consigo desabotoar sua camisa. Ele derruba tudo o que tem na bancada e me senta lá, dando leves beijinhos no meu pescoço, agora travando uma luta contra meu sutiã. Estava prestes a conseguir abrir seu cinto quando o telefone começa a tocar.

- Não, não atende.. – ele sussurra próximo ao meu ouvido.

- Eu tenho que atender, pode ser a Carol. – explico, saltando da bancada e correndo em direção ao telefone.

- Ah, fala sério, Lily! – Harry se revolta, dando um chute no armário da cozinha.

- Alô?

- Alô?! Senhorita, que barulheira toda é essa? Eu não falei que não quero nenhum tipo de ruído depois das 9? Já são 9:30! É melhor esse barulho acabar se quiser que a polícia bata aí na sua porta! – reconheço os gritos de senhor Peter do outro lado do telefone, me deixando temporariamente surda.

- Ah, boa noite pro senhor também, senhor Peter. Então, pode deixar, não precisa ligar pra polícia não, o barulho vai acabar. E desculpa aí, viu? – digo, querendo estrangular o velhote pelo telefone, mas tento ser mais educada o possível.

- Bom mesmo! – ele diz, e desliga o telefone na minha cara.

- Velho mal amado... – resmungo, jogando o telefone no gancho.

- E então? O que era tão importante? – Harry pergunta, se aproximando e colocando as mãos em minha cintura.

- Ah, sim... Era o síndico, e ele tava reclamando do barulho.

- Barulho? Que barulho?

- Hm.. talvez o barulho que aquela taça quebrada ali fez, ou aquela panela ali né? – digo, apontando pros cacos molhados e a panela de cabeça pra baixo no meio da cozinha.

- Ah... desculpa, eu nem percebi. Quer ajuda pra limpar? – ele pergunta, sem graça.

Arrumamos a bagunça e Harry fingiu afogar sua frustação no brigadeiro, comendo praticamente toda a panela e me fazendo rir. Nos aconchegamos no sofá, abraçados, e assistimos a uma comédia romântica que passava na televisão. O filme era horrível, e em 15 minutos Harry dormiu no meu ombro. Sorri, e terminei de ver o filme passando a mão em seus cachinhos perfeitos.