O choque ficou evidente nos olhos de toda a equipe.

Eles a viram se afastar com a cabeça baixa, passar pela fita
amarela e aproximar-se do irmão. Ao chegar perto dele Sara lhe disse algumas palavras inaudíveis daquela distancia.

Eu sinto muito James. Eles capitaram o movimento de seus lábios. Foi à única coisa que ela conseguiu dizer.

Os olhos de James pararam na casa por um instante, como se
tentasse assimilar o que havia ocorrido.

--- NÃO SARA. POR FAVOR, NÃO.

Eles o ouviram gritar em meio ao choro. Já tinham visto
aquela cena diversas vezes, mas nunca nenhum deles se sentiu tão infeliz por presencia-la. A equipe durante aquele tempo não conseguiu dizer nada, apenas assistiram quietos enquanto Sara
se aproximava do irmão e o abraçava sussurrando palavras apressadas de mais para entenderem, assistiam enquanto ela se afastava um pouco dele para trocar rápidas palavras com um dos policiais, e finalmente a observaram guiar James até uma viatura e sair daquele lugar com ele e outro policial.

O policial com quem ela havia falado se aproximou deles e
disse que Sara estava levando o irmão para o laboratório de criminalística,
caso quisessem interroga-lo.

Depois que ela partiu o silencio parecia inquebrável. A ultima
frase dita por Sara ainda ecoava na mente de todos e havia causado um enorme pesar. A equipe inteira parecia desnorteada, mas Grissom parecia apenas confirmar uma suspeita. E Nick não deixou passar essa.

--- Então era por isso que estava tentando manda-la embora.
Você já sabia que as vitimas eram da família dela.

--- Sim eu sabia. – disse Grissom.

--- Se já sabia, por que a chamou até aqui? Meu Deus! Com a
sua própria família como vitimas!

--- Eu só descobri isso depois de chamar a equipe. Eu nunca
teria mandado que ela viesse se soubesse a verdade antes Catherine. Estava tentando impedir que ela chegasse até a cena quando vocês apareceram.

           --- E como foi que você descobriu? – Warrick perguntou. E
todos pareciam querer saber a mesma coisa.

--- Brass percebeu a coincidência dos nomes e quando entrou
na casa ele encontrou uma foto de Sara e James mais jovens juntos.

--- Meu Deus. Isso é uma droga. Sara deve estar péssima.
Como isso pode ter acontecido? – de todas as pessoas a quem isso poderia acontecer, para Greg, Sara era a ultima que merecia passa por isso.

--- É o que nós vamos descobrir Greg. Todos já têm suas
atribuições, é melhor começarmos logo. Faremos isso por Sara.

Todos concordaram silenciosamente. Cada um fechando um trato
consigo mesmo de que faria o que fosse necessária para solucionar aquele crime. Um a um, eles seguiram para dentro da casa até sobrar apenas Grissom do lado de fora, ele olhava para a direção que Sara tinha ido. Queria estar com ela nesse momento, faze-la saber que ele estaria com ela sempre que precisasse. Que a confortaria e que ela não estaria sozinha, não enquanto ele vivesse. Mas por
agora ele não poderia fazer isso, agora ela precisava dele em outro lugar.

Ela precisava dele para resolver aquele crime. E era isso
que ele iria fazer. Depois de uma ultima olhada para  a rua e um suspiro pesado ele seguiu para dentro da casa.

... ... ...

--- Então Davis. Já sabe a hora da morte? – Grissom perguntou
assim que o viu terminar de examinar  o
corpo.

 Ele e Cath Já haviam recolhido provas em toda a sala nas ultimas duas horas, mas nada muito fora do normal. Algumas pegadas, digitais e sangue... Muito sangue. Quase todo o chão estava marcado por ele.

--- Pelo que vejo. Ela foi morta há apenas Cinco horas. E as
crianças também. Nós já estamos prontos para levar os corpos.  

--- Causa da morte aparente?

              --- Ferimento fatal por lamina afiada, possivelmente a faca
ao lado do corpo. Ao que parece foi direto no coração. Mas com as crianças eu não sei dizer, elas não apresentam nenhum ferimento visível. Eu vou subir para leva-las e depois volto para retirar o corpo da mulher.

--- Tudo bem Davis. Nós ainda precisamos de um tempo com
ela.

Davis hesitou um pouco, sabia que poderia ser repreendido
pelo chefe, mas não conseguiu deixa de perguntar.

           --- Grissom. Como a Sara está?

 O olhar de Grissom não era de surpresa, mas de ressentimento. Não era de se espantar que todos já soubessem da ligação dela com as vitimas, as noticias corriam rápido, principalmente as desgraças. Mas o que realmente lhe doía, era o fato de não poder responder aquela pergunta. Ele gostaria de estar lá para ela.

Eu também gostaria de
saber Davis. Pensou.

--- Deixa pra lá, foi uma pergunta idiota. Eu vou lá para cima.

Enquanto Davis subia as escadas Grissom olhava rapidamente
ao seu redor. O que poderia ter acontecido aqui. Era tudo que ele gostaria de descobrir, mas a primeira vista nada lhe
chamava a atenção.

--- O que está errado aqui Cath?

Do outro lado da sala, ainda parada olhando a cena a sua
frente. Catherine pareceu voltar de muito longe com um longo suspiro e uma sacudida na cabeça para reorientar-se.

--- Bom... Tudo está errado. - Começando com as vitimas – Fora o corpo estirado no meio da sala, está tudo em perfeita ordem. Não me parece com um assalto, nada foi levado. Sem Falar que a possível arma do crime foi abandonada ao lado da vitima. Isso não é coisa de um profissional. Se o marido estivesse desaparecido eu...

Ela se interrompeu antes mesmo de terminar, mas Grissom não
precisava que ela terminasse. Sabia muito bem, Se o marido estivesse desaparecido... Ele seria o principal suspeito. E ainda era.

--- Acho melhor deixarmos as suposições para depois. Eu vou
levar a faca para o laboratório. – disse Catherine tentando afastar aquele
pensamento de ambos.

--- É melhor mesmo. Sem suposições, vamos às evidencias.