Existia algo mais irritante que Scorpius Malfoy? Porque se existir eu duvido.

                Ele sempre anda com seu narizinho empinado como se fosse superior a tudo e a todos, tinha que ser um sonserino idiota. Não que todos os sonserinos sejam idiotas, a maioria sim, mas havia suas exceções, como no caso era meu primo Albus.

 Seus olhos eram cinzentos e obscuros, você olhava para eles e tinha certeza que não havia nada ali, absolutamente nada. Malfoy era um imbessil sem qualquer sentimento, com aqueles cabelos platinados impecavelmente desarrumados. Seu rosto pontudo sempre carregava uma expressão séria.

Ele era tão irritantemente frio.

Adorava me irritar quando tinha chance e eu adoraria desfazer aquele cínico sorrisinho de lado que ele dava ao me ver irritada. Só se via maldade nele. Só havia veneno.

– De todas as garotas do colégio, você é a mais chata – disse com seu tom arrastado, Malfoy – Você é sempre tão Weasley com esses cabelos anormalmente ruivos, porém pior! – seus olhos sempre sombrios estavam brilhantes e seus lábios repuxavam-se para o lado – Há também um pitada daquela sangue ruim em você que a torna detestável!

Eu rebatia, sempre rebatia.

– Você fala como uma serpente e é tão venenoso como um escorpião – o encarei fortemente – Pode me chamar de muita coisa, contudo você sabe que eu tenho algo que você nunca poderá ter – imitei o sorriso do garoto – Nem com toda a sua fortuna, Malfoy!

Malfoy fez uma falsa cara de tristeza.

 – Você é sempre tão sentimental, Weasley, esse é seu problema – franziu o nariz como se estivesse tentando lidar com um assunto completamente nojento – É irritante! É tão fraca.

O garoto deu-me as costas e começou a andar.

– Não ter sentimentos não o faz mais forte, ao contrário do que pensa – proferi fazendo-o parar no meio do caminho – Quando te conheci há quatro anos, achei que mesmo com esse seu tão impecável semblante frio, fosse apenas uma máscara – ele me olhou pelo rabo do olho – No entanto eu estava enganada. Não existe nada em você, Malfoy. Absolutamente nada.

Ele enrugou ou lábios.

– Porque você sempre sabe de tudo, Weasley. – murmurou.

Tomei uma boa lufada de ar. Depois de dizer tudo, despejar tudo, eu sempre ficava um pouco transtornada, tonta. Nunca entendi por que ele me odiava tanto. Por eu ser uma Weasley? Filha de uma nascida trouxa?

Malfoy sempre me empertigava, sempre me deixando com o pé atrás. E novamente era atordoante olhar naqueles olhos. Não se via nada neles, absolutamente nada. Um completo mistério.

Eu nunca soubera de tudo. E ele sempre fora o culpado disso.

 Suspirei entrando na biblioteca. Eu não estava curiosa, era claro que não. Malfoy podia explodir e eu não estaria nem aí.