Eu estava em um sono leve, sentia os dedos de Gustavo deslizar pela minha bochecha e por meus cabelos que estavam presos em um rabo de cavalo. Senti uma puxada forte em meu cabelo e o senti deslizar por meus ombros, afundei mais minha cabeça em seus ombros e me agarrei a ele, e pude sentir seu perfume maravilhoso.

Seu perfume me trazia sensações até antes desconhecidas, era uma mistura de doce com o chamado eu sou macho.

Seus dedos agora deslizavam de minhas bochechas até as pontas do meu cabelo que batiam um pouco acima da cintura.

Senti-me tão protegida ali, como ele era grandão, e me sentia uma formiguinha, aproveite o momento e soltei um leve suspiro, e me aprofundei mais no sono.

[...]

- Shhhhhh. Fala baixo, que a Sophie ta dormindo! – escutei a voz do Gustavo.

- Vamos acordar! Ela ta babando no seu peito! – rindo a Jane rindo.

- Não, ela ta tão fofinha dormindo! – disse o Gut.

- Ela só ta fofinha por que ta dormindo, por que acordada ela é um cão! – escutei a idiota da Jane, e ela ficava rindo. – Ah já sei, vamos cantar a abertura dos Ursinhos Carinhosos. – ah não ela vai fazer isso.

- Deixa ela dormir – disse o Gut, passando as pontas dos dedos em meu rosto.

Do nada a Jane começou a gritar:

- “Os ursinhos carinhosos, Estão aí pra ajudar, Os ursinhos carinhosos, Estão aí pra ajudar” – Aff ela não fez isso, mais continuei fingido que tava dormindo, segurei forte a camisa do Gut.

- Eita, a vaca num vai levantar – falou a Jane, e o Gut deu risada.

- SOOOOPHIE, OLHA AQUI, OS URSINHOS CARINHOSOS VÃO PEGAR NO SEU PÉ...! – gritou Jane, continuei fingido que tava dormindo, escutei ela bufar e bater a porta do quarto abri os olhos e comecei a dar muita risada, olhei para o Gustavo e vi ele rindo também.

- Eu percebi que você estava fingindo, Sophie você não presta. – disse ele.

Dei um tapa de leve em seu braço.

- Como assim eu não presto? – perguntei.

Levantei da cama e escutei e dizer:

- Aonde vai? – Gut perguntou.

- No banheiro, não to afim de você ver minha cara amassada e com remela no olho – disse e ele riu.

Entrei no banheiro e pouco depois sai e o peguei cheirando meu travesseiro, credo que menino louco.

- O que você ta fazendo? – perguntei, o assustando.

Ele virou com tudo, super vermelho.

- Eu... Hãa... Eu... Tava...

- Para eu tava te zoando- disse e ri.

Sentei na cama, e ficamos conversando.

[...]

- Então você é o pegador da escola é? – perguntei me segurando para não dar risada.

- Sou sim, peguei quase todas as meninas de lá. – disse convencido.

- Sabe, eu, minha opinião, acho isso repugnante! - disse séria.

- Por quê? – perguntou confuso.

- Imagina, você gosta de uma pessoa, você o admira e tudo, daí essa pessoa te dá uma chance, mais ela só quer te pegar, depois quando você as usa e as joga fora, imagina como elas ficam arrasadas! – disse.

- Elas procuram por mim, e a maioria é putinha. – disse ele.

- Piorou Gut, você pode pegar doenças e para as garotas você é um galinha nojento, e para os garotos garanhão, mas quem vale à pena? – perguntei.

- As meninas lógico – disse o Gut.

- Então, seja romântico e seja homem ao mesmo tempo, enquanto você acha que é homem pegando muitas, as garotas acham que você é um menino, pois homem de verdade é aquele que dentre as tentações escolhe apenas uma para viver ao seu lado. – disse

- Filosofo hein – disse ele, mais senti que ele ficou pensativo.

- Pensa bastante nisso, talvez assim você encontre o amor da sua vida – disse abrindo os braços.

- Menos Sophie. – disse ele rindo

- Ta bom. – disse

[...]

- Acho que vou embora Sophie, já são seis horas, meu pai deve estar preocupado.

- Ah ia te chamar para jantar aqui – disse fazendo biquinho.

- Deixa para a próxima- disse com um sorriso divertido no rosto.

- Ta bom.

Ele se levantou e eu o levei até a porta:

- Tchau Sophie – disse ele me dando um abraço super forte.

- Tchau Gut. – disse em seu ouvido.

- Ah obrigado! – disse o Gut e eu fiquei confusa.

- Por que?

- Por que você falou Oi pra mim, e se tornou uma grande amiga em menos de 36 horas! – disse

- Obrigada também!

Ele beijou minha bochecha e foi embora. Fechei a porta e a agora que virei vi Jane, e sua cara estava de Sherlock Homes, agora sim fudeu, lá vem o interrogatório.