One-shot: O Que É Verdadeiro Não Tem Fim escrita por Pri


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem e ignorem algum erro. =]



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Flashback on


– Ana, não vai, por favor. - Ele me suplicava com os olhos marejados. Estávamos no aeroporto, estava indo para Londres passar um ano com meus pais biológicos.

– Eu não tenho escolha Pedro, mas você sabe onde me encontrar daqui a um ano, te esperarei lá no campo até a meia-noite, se você não aparecer, irei entender que você seguiu com a sua vida. - Respondi baixinho e com a cabeça baixa.

– Ei, olha pra mim. - Ele ergueu meu rosto com as mãos e olhou em meus olhos. – Eu vou te esperar, pode ter certeza que eu vou, eu prometo. Eu te amo Ana Letícia.

– Eu te amo muito mais Pedro Lucas. - Disse e o beijei, um beijo doce e com gosto de despedida. Separei-me dele com muita dificuldade e uma lágrima escorreu pelo seu rosto e eu a limpei rapidamente. Tirei o colar que estava em meu pescoço e coloquei em suas mãos. – Sempre terá uma parte de mim com você, até breve Pedro. - Me virei e entrei no avião, não arrisquei olhar para trás, não aguentaria vê-lo chorar. O avião decolou e eu fui embora.

Flashback off


          Estava no avião voltando para o Brasil, mas todos os meus pensamentos eram voltados nele. Depois de algum tempo, o avião pousou, desembarquei, peguei minha bagagem, fiz um lanche no aeroporto mesmo e depois peguei um táxi. Cheguei ao meu apartamento e ele estava do jeitinho que eu deixei “graças a Deus a dona Sônia cuidou bem do meu cantinho” pensei. Eu morava com meus pais adotivos, mas eles faleceram em um acidente de carro e foi por isso que eu tive que ir para Londres e a dona Sônia era nossa empregada. Enfim, levei minha mala até o meu quarto e tirei uma calça skinny, uma blusinha básica, uma camiseta xadrez e meu all star vermelho. Tomei um banho demorado e relaxante, me vesti, sequei meu cabelo e me perfumei. Fui até o ponto de táxi e entreguei um papelzinho com o endereço para o taxista.

– É um pouco longe não acha? - Ele me questionou.

– Não se preocupe, dinheiro não é problema. Apenas quero chegar nesse lugar o mais rápido possível ok? - Ele assentiu. – Obrigada.

O taxista ligou o carro e saiu em direção ao meu destino. Fui o caminho inteiro me perguntando se ele havia me esperado como ele me prometeu há um ano atrás ou se ele tinha me esquecido e seguiu com a sua vida. É claro que ele me esqueceu, mas eu preciso tirar a prova, eu preciso voltar ao “nosso” lugar especial e relembrar os nossos momentos juntos.

– Chegamos. - Disse o taxista quebrando meus pensamentos, paguei a corrida e o agradeci. Eram 08h30 da noite, a noite estava nublada e fria, segui até o campo e as lembranças já tomavam conta da minha mente. Fui até a pequena ponte e ele não estava lá. Ok, ainda é cedo, mas se passar da meia-noite e ele não vier, irei embora de sua vida para sempre.

Pov’s Pedro Lucas


– Lanza, olha a hora aí pra mim.

– Por favor, né?! - Ele disse irônico e eu lhe taquei uma almofada. –São 9h da noite mano.

– Ai meu Deus, tenho que ir galera. Amanhã continuamos de onde paramos ok? - Eles assentiram.

          Estávamos no estúdio ensaiando algumas músicas novas. Despedi-me de todos e fui embora. Quando cheguei ao meu apartamento, tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans, uma camisa de frio, um tênis preto e um casaco. Peguei as chaves do carro, me perfumei e tranquei o meu apartamento. Liguei o carro e fui andando como um louco pelas ruas de São Paulo, precisava chegar naquele campo o mais rápido possível, mas sempre tem algo para atrapalhar, peguei um congestionamento enorme, consegui me livrar do congestionamento entrando em uma rua estreita, depois voltei pela outra estrada que ia para o campo. Cheguei lá eram 11h55 da noite, “até que cheguei rápido, só espero que não tenha sido tarde demais” pensei. Caminhei até a pequena ponte e ela não estava lá, sentei em um banco perto da ponte e senti algumas lágrimas caindo sobre o meu rosto, começou a chover e foi aí que eu tive a certeza que a perdi.

– Você é um idiota Pedro. Por que você não saiu mais cedo daquele ensaio? Você é um idiota, um babaca. - Gritei comigo mesmo e mais algumas lágrimas caíram. Estava me chingando mentalmente, quando ouvi alguém chamar meu nome, ergui a cabeça e tive a visão do paraíso, pelo menos pra mim... Era ela, a minha Ana.

Pov’s Ana


          Estava indo embora quando ouvi alguém gritar, logo reconheci aquela voz e voltei rapidamente para perto da ponte e lá estava ele, o meu Pedro. Ele estava sentado em um banco com a cabeça abaixada apoiada nos joelhos.

– Pedro, você veio! - Disse surpresa e com os olhos marejados, ele ergueu a cabeça, seu olhar estava triste e sem brilho, mas foi só encontrar o meu olhar que seus olhos brilharam e um sorriso apareceu em seu rosto. Ele não falou nada, apenas se levantou e me abraçou forte me erguendo do chão. Ficamos assim por um bom tempo, até que ele me colocou no chão e olhou em meus olhos novamente.

– Achou que eu não viria? Que eu tivesse te esquecido? - Assenti e ele deu uma risada gostosa, “ah, que saudade da risada dele” pensei. – Boba, eu pensei em você todos os dias, não teve um dia sequer que eu não tenha pensado em ti, até porque você sempre esteve comigo. - Ele me mostrou o colar que eu havia lhe dado antes de ir embora.

– Senti tanto a sua falta Pedro. - O abracei novamente.

– Eu senti sua falta a cada segundo que você ficou longe de mim, agora tente imaginar o que eu sentiria se eu te perdesse para sempre. Acho que não teria forças para seguir em frente. - Ele falou em meu ouvido e eu olhei novamente em seus olhos.

– Todos os dias eu pensava em ti, me perguntava como você estava, se você estava melhor sem mim e se...

– Shiiiu. - Ele me interrompeu colocando o dedo indicador sobre os meus lábios. – Você não Sabe o quanto eu sofri depois que você foi embora. Chorava todas as noites mesmo sabendo que isso não iria te trazer de volta. Senti falta dos seus olhos nos meus, do seu sorriso, do seu perfume, dos seus abraços, dos seus beijos, da maneira que você me fazia sorrir assim todo bobo como agora. - Ele parou e pensou um pouco, a chuva ainda caía sobre nós, mas nós não estávamos nem ligando. Ele abaixou a cabeça e falou baixinho.  – Eu tinha medo de você não voltar e...

– Pedro. - Gritei e ele me olhou assustado. – Cala a boca e me beija.

Ele me segurou firme em minha cintura colando nossos corpos molhados pela chuva, eu coloquei as mãos em seus ombros e deslizei as mesmas até a sua nuca. Pedro roçou o seu nariz no meu e depois foi deslizando até o meu pescoço onde depositou um beijo, senti um choque elétrico percorrer todo o meu corpo e me arrepiei quando ele sussurrou um “eu te amo” em meu ouvido. Depois uniu nossas testas e me deu outro beijinho de esquimó e em seguida colou nossos lábios me dando um selinho demorado.

– Eu te amo Pedro. - Disse e ele finalmente me beijou. Um beijo apaixonado e repleto de saudade, um beijo urgente e intenso. E foi neste momento que eu tive a certeza que o que é verdadeiro nunca tem um fim.

3ª Pessoa Pov's


          E eles ficaram ali na chuva mesmo, se beijando, matando as saudades que um tinha do outro, como uma cena clichê de um filme. E o que nós aprendemos com essa história?! Que o que é verdadeiro nunca se vai e se um dia ele for embora pode ter certeza que ele volta. Se não voltar é porque não era verdadeiro, era apenas uma ilusão e você terá que erguer a cabeça e seguir em frente.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Deixe seu comentário. Beijos meus amores :*