Santana suspirou e encheu seu copo com um pouco de cerveja, sentando ao lado de Quinn.

– Tá bem calada, Chetara. – Comentou a latina olhando para os adolescentes rindo e jogando conversa fora enquanto se embebedavam.

– Aconteceu algo ontem...

– Achou a bitch?

– Não, mas recebi uma mensagem... – Seus olhos pararam o casal do lado oposto da sala.

– Rachel?

Quinn resmungou e fungou, virando o copo.

– O que ela fez? – Perguntou Santana enchendo o copo da loira.

Quinn ficou calada e depois suspirou, se levantando.

– Britt queria falar com você. – Sussurrou a loira saindo da sala em direção a varanda.

Santana estreitou as sobrancelhas e olhou ao redor, não encontrando sua loira. Se levantou e saiu para o jardim dos fundos, encontrando Britt sentada na beirada da piscina.

– Britt-Britt? – Chamou suavemente, se sentando ao lado da loira.

– Oi Sant. – A voz da garota parecia embargada e rouca. A latina se permitiu olhar para a loira.

– O que aconteceu com você, babe? – Perguntou assustada quando seus olhos encontraram os vermelhos da loira, trilhas de lágrimas marcavam o rosto inocente.

– S-Sant... Eu... Eu... – A loira não completou sua sentença, apenas abraçou a latina e deixou que as lágrimas lhe vencessem de novo.

Um pouco desconcertada a latina abraçou-a com força, sussurrando palavras que só diria à loira, tentando acalmá-la como nenhuma outra pessoa conseguiria.

– A-Artie brigou comigo. – Santana sentiu o peito doer de formas diferentes e opostas, simultaneamente.

Quando a frase chegou em seus ouvidos foi como se seu coração inflasse de felicidade, mas quando seus olhos encontraram os azuis feridos da loira uma tristeza instantânea pareceu furar seu coração, como uma criança maldosa que estoura o balão da outra.

– Ele não te merece babe. – Sussurrou Santana simplesmente, limpando as lágrimas da loira.

– S-Sant... Eu senti sua falta...

A latina suspirou se lembrando dos meses presa. Jamais diria isso em voz alta, pelo menos não tão cedo, mas foi graças a Brittany que resistiu ao desejo animalesco de se alimentar dos humanos que aquela cadela levava. Foi a imagem de Brittany sorrindo quando se reencontrassem que a fez se manter viva por todos os meses em que aquela garota aprisionou-a.

– Está tudo bem... Eu estou aqui. – Sussurrou abraçando a loira.

– E-Eu tenho que te contar u-uma coisa. – Os olhos azuis voltaram a se encher de lágrimas e Santana hesitou. O que estava acontecendo com seu anjo?

Deu um sorriso bobo e acolhedor para a garota a sua frente e a viu sorrir tristemente.

– O que foi? – Perguntou preocupada.

– E-Eu... – Se aproximou da latina e a abraçou forte, sussurrando algo em seu ouvido.

A latina arregalou os olhos e sentiu o queixo caindo, mas ao ver o sorriso calmo de Brittany, sorriu de volta e beijou-a suavemente nos lábios, como fazia quando estavam sozinhas.

– Eu te amo. – A latina sussurrou, assim que o beijo parou, encantada com a forma que as orbes azuis brilhavam felizes com a declaração.

A loira sorriu abertamente e pulou no seu pescoço, derrubando-as na piscina. As duas riram com o fato e simplesmente continuaram abraçadas e encharcadas dentro da piscina, sorrindo bobamente uma pra outra.

–--

– Ainda acho estranho a Santana ter um coração. – Disse Puckerman, observando a cena da porta que dava pro jardim dos fundos.

– Melhor fechar essa porta e deixá-las sozinhas, não acha? – Perguntou o loiro ao seu lado, recebendo um murmúrio de concordância.

Fecharam a porta de vidro e se viraram para dentro da casa.

– Sabe, eu vi a Mercedes perto dos ponches, na cozinha. – Comentou o judeu dando de ombros.

– Você não se importa... – O judeu riu do desconforto do loiro e indicou que ele seguisse seu caminho.

Sam abriu um largo sorriso e o judeu saiu da casa, descendo até a calçada e se sentando ao lado da caixa de correio.

– Olá. – A voz doce fez com que o rapaz de moicano levantasse rapidamente o rosto.

Uma ruiva de olhos verdes divertidos e sorriso inocente, observava-o calmamente. As mãos escondidas nas costas. Vestia uma jaqueta por cima de um vestido azul-celeste que ia até o joelho.

Linda. Foi a primeira coisa que veio a cabeça do bad boy, que se levantou rapidamente.

– Eu sou Natasha. – Disse enquanto sentia as bochechas queimando. – Eu acabei de me mudar pra casa da frente e...

Puckerman deu um pequeno sorriso.

– Quer se juntar a festa? – Perguntou, mal escutando a garota.

Ela abriu um largo sorriso e assentiu, pegando a mão grande e quente do judeu que sorriu largamente.

– Prazer, Noah Puckerman. Mas pode me chamar de Puck.

Natasha abriu seu melhor sorriso e assentiu, enquanto se deixava guiar pelo grandalhão de moicano que parecia mestre em piadas e assuntos engraçados, descontraindo a garota.