Irashai! escrita por Yuuka


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Bom... A princípio era pra ser somente uma fic de aniversário do Taka ♥ rs. Mas isso acabou resultando em pedidos de uma continuação... E de fato precisou... Então... Aqui está ela, finalmente... Espero que gostem...



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[Hoshi]




Desde pequena, eu sempre adorei cozinhar. Eu ficava vendo minha mãe na cozinha, sempre implorando para que ela me ensinasse as coisas que ela fazia...



Hoje, com vinte e cinco anos eu estava formada em gastronomia, e depois de muito esforço, consegui inaugurar meu restaurante.

E antes do grande dia começar de verdade, eu havia conhecido uma pessoa no parque de manhã cedo, quando fui levar a minha cachorrinha pra passear.

Seu nome era Matsumoto Takanori. Era vocalista de uma banda, que eu desconhecia, mas desde então criei certa curiosidade de conhecer. Queria saber mais dele. Era algo que eu não conseguia controlar desde que vi a expressão misteriosa em seu rosto, escondida atrás dos óculos escuros que ele usava.

E num surto de curiosidade minha, eu acabei fazendo uma coisa, que em outra situação (ou com outra pessoa, pra ser mais específica), eu não faria...

O chamei para jantar em meu restaurante naquele dia. Era o dia de seu aniversário, e isso me ajudou ainda mais a ter uma desculpa para chamá-lo. Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Eu nunca tivera tal coragem antes. Mas Matsumoto-senpai me intrigava...


Já estava perto da hora que o restaurante ia abrir, e eu estava vestindo meu uniforme de chefe. Um uniforme que eu sempre achei lindo, e que era um sonho poder usá-lo finalmente... Mas é claro, que acima de qualquer coisa, eu estava nervosa. Mas eu tinha que parecer confiante, então dei uma basta em minhas mãos suadas, e saí de cabeça erguida.


Em pouco tempo, várias pessoas já ocupavam as mesas que eu havia ajudado a arrumar o dia todo, com todo cuidado para que saísse tudo perfeito. E ao ver aquelas pessoas, não pude conter uma vontade de chorar... Chorar de emoção, claro.

As recepcionei com a ajuda dos outros empregados em que eu confiava, e por isso estavam ali comigo. Logo, eu voltei para a cozinha, para orientar nas preparações dos pedidos. Todos estavam se saindo muito bem, então resolvi ir me trocar, para esperar Takanori chegar...

Quando saí, um dos garçons veio na minha direção, tendo algo a me dizer...


– Hoshi-san... Tem um homem lá fora te esperando... Ele disse que se eu te dissesse o nome dele, você saberia quem é...


– Qual o nome, Nakamura-san? – Perguntei rapidamente, sentindo meu coração falhar por um instante.


– Etto... É um tal de... Matsumoto Ta...


– Takanori? – Interrompi.


– Hai... Matsumoto Takanori.


– Arigato Nakamura-san... Leve-o até uma mesa pra dois, e diga que eu já estou indo...


– Hai... - Nakamura fez uma pequena reverência e foi fazer o que pedi.


Dei uma última olhada na cozinha, e vi que tudo estava em perfeita ordem. Pedi a todos que qualquer problema era só me chamarem, e respirando fundo, fui de encontro a Takanori...


Ele estava sentado, com os braços cruzados em cima da mesa, e a me ver deu um pequeno sorriso e ficou reto...


– Konbanwa Takanori-senpai... Irashai! – Sorri e lhe dirigi uma reverência antes de me juntar a ele.


– Konbanwa... Ainda está me chamando assim? – Ele riu, apoiando-se na mesa novamente e eu finalmente pude ver como eram seus olhos. Talvez o frio na barriga que eu estava sentindo naquele momento não estivesse presente se ele ainda estivesse de óculos escuros. Se eu soubesse que ele tinha olhos tão bonitos e penetrantes, tinha me preparado pra isso antes... Não que fosse adiantar muito.

Mordi o lábio, tentando inutilmente esquecer aquele olhar, que provavelmente ficaria na minha mente a noite toda, talvez até invadindo meus sonhos de madrugada.


– Assim como? – Eu também ri, fingindo desentendimento e ele deu de ombros.


– Eu estou faminto... O que você sugere, chefe? – Ele pegou o menu à sua frente, ainda sorrindo, e ao abri-lo, olhou pra mim discretamente por cima dele, tentando ver a minha expressão facial.


– Do que mais gosta de comer? – Perguntei.


– Muitas coisas... – Ele respondeu risonho e eu ri.


– Ok... – Revirei os olhos. – Vou reformular a pergunta... Do que não gosta de comer?


– Feijão... Eu detesto feijão... E... Pode parecer estranho, mas não gosto de morangos... – Ele colocou o menu sobre a mesa, deixando seu rosto à mostra novamente e eu fiz uma cara de surpresa.


– Gosta de Udon?


– Hai...


– Nakamura-san? – Chamei o homem que estava mais perto de nós e ele rapidamente me atendeu, se colocando ao meu lado.


– Hai Hoshi-san?


– Traga dois pratos de Udon, onegai shimasu!


– Hai... Hoshi-san... – Nakamura sorriu e antes de se retirar, fez outra reverência.


Voltei meus olhos à Takanori, que me olhava sem tirar o sorriso dos lábios.


– O que foi?


– Nada... Só estou... Impressionado... – Ele disse simplesmente, com sua voz bonita, grossa e arranhada, me causando um arrepio descomunal na espinha.


– Impressionado? Com o que?


– Com você... Com o seu restaurante... E com como em menos de um dia, você não saiu da minha cabeça um instante sequer... – Ao ouvi-lo dizer aquilo, senti outro arrepio e me coração falhou outra batida.


– Etto... – Eu não sabia o que dizer.


– Gomen... Eu não costumo fazer isso... – Ele confessou, olhando para a taça à sua frente, circulando a mesma com o dedo indicador.


– Está tudo bem... – Coloquei minha mão por cima da sua em cima da mesa e fechei meus lábios em um risco tentando controlar a minha respiração, que queria sair de controle. – Eu... Também pensei em você... O dia todo... – Ele olhou pra mim surpreso e sorriu, mudando de assunto, talvez evitando mais constrangimentos.


Conversamos sobre outras coisas até nossos pratos chegarem, e até aí, eu ainda não sabia muito dele. Pra mim ele continuava sendo o homem misterioso que tinha um cachorrinho lindo chamado Koron, que tinha uma banda, e que não gostava de morangos... E quanto mais eu sabia dele, mais parecia que eu sabia menos. Mesmo assim, eu sentia que o conhecia em outra vida. Eu queria ficar perto dele, e por isso, estava amaldiçoando o tempo, por passar tão rápido... Porque eu simplesmente não queria que aquele jantar acabasse... Eu não queria voltar pra casa e ficar lá sozinha, sabendo que Takanori estaria por aí, também sozinho. Eu queria mais que tudo acrescentá-lo à minha vida, que eu não sabia que era tão sem graça, até conhecê-lo.

Nos falamos até a hora do restaurante fechar. Quando demos conta, o lugar já estava vazio, e tinha somente nós dois ainda sentados na mesa.


– Arigato pela janta Hoshi-chan... A comida estava ótima! – Takanori concluiu a conversa, afagando meu rosto com os dedos, com um sorriso lindo.


– Doita... Takanori-senpai! Mais uma vez, Otanjoubi Omedetou...


– Arigato... Ah sim! Quanto deu a conta?


– Já disse que não precisa pagar... É seu presente! – Ele me ignorou totalmente, e abrindo o cardápio, conferiu o preço do prato, tirando da carteira o dinheiro e colocando sobre a mesa em seguida. – Takanori-senpai...


– Não adianta retrucar... Já está pago... – Sem tirar o sorriso do rosto, ele se levantou pronto pra ir embora e eu o imitei.


– Não seja teimoso! – Eu ri e ele continuou me ignorando. Veio na minha direção e segurou meu rosto com uma das mãos.


– Eu vou voltar aqui pra comer mais vezes. Aproveito pra ter outra conversa deliciosa dessas com você, ok? Oyasumi... – E dando uma curta reverência, ele se virou pronto pra ir embora.


Na mesma hora, me senti triste, vendo-o ir em direção a porta, levando toda a alegria do meu dia. Eu não fui com ele porque ainda tinha que ajudar a fechar o lugar, mas antes que ele pudesse sair, parou e voltou pra perto de mim...


– Como você vai pra casa depois daqui?


– A pé... Por quê? - Respondi, parada no mesmo lugar em que ele havia me deixado.


– Está muito tarde... Eu te levo lá...


– Não precisa... Não quero te fazer esperar e...


– Não tem problema... Eu espero... – Meu sorriso voltou automaticamente aos meus lábios. Não tinha como recusar a companhia dele, por mais orgulhosa que eu fosse. Assenti e fui rapidamente terminar de ajeitar as coisas lá dentro.


(...)


– Hoshi-san... Desculpe perguntar... Mas pra que a pressa? – Uma das cozinheiras, Kimi, me perguntou e eu a olhei rindo, enquanto dobrava meu uniforme. Kimi era mais que uma companheira de trabalho. Era praticamente uma amiga...


– Não é nada Kimi... É só...


– Tem a ver com o bonitão lá fora não é? – Ela riu e eu senti as maçãs de meu rosto esquentarem.


– Sua boba... – Revirei os olhos, sem argumentos. Ela tinha razão, não adiantaria disfarçar. – Matta nee, Kimi-chan! Nos vemos amanhã hein?! – Falei pegando a minha bolsa e saindo rapidamente, para ver novamente o sorriso no rosto de Takanori, ouvindo apenas um ‘’Oyasumi Hoshi-san’’ de Kimi antes disso.


– Vamos? – Me aproximei dele, que estava sentado em uma das mesas me esperando, distraído.


– Hai! – Ele logo se levantou, e nós dois saímos de encontro à noite escura e perigosa lá fora.


Para a minha sorte, a minha casa não era muito longe do meu restaurante, mas naquele momento, eu lamentei por isso. Eu queria caminhar por mais tempo com Takanori e esquecer o tempo, mas infelizmente, chegamos logo...


– É aqui... – Parei de andar, já sentindo uma tristeza imensa invadir meu peito. Ele ficou de frente pra mim e sorriu amarelo. Também não parecia muito feliz.


– Bom... Acho que isso é um ‘’tchau’’... – Ele disse colocando as mãos no bolso.


– Tem razão... Oyasumi nasai Takanori-senpai... Arigato por hoje... – Fiz uma reverência e hesitante, me virei para abrir a porta de minha casa.


– Eu que agradeço... – Foi a última coisa que o ouvi dizer. Suspirei, e quando ia entrar, o senti me segurar pelo braço. Virei-me de uma vez encontrando os olhos dele ainda mais de perto. Senti meu coração disparar, e antes que eu pudesse piscar, senti seus lábios tocarem os meus de forma quase imperceptível, num beijo que não durou mais que cinco segundos, mas que arrancou qualquer átomo de oxigênio do meu organismo, me deixando completamente estática e sem reação.


Oyasumi... – Ele disse num quase sussurro. Talvez eu não tivesse ouvido, se ele não estivesse tão perto de mim. Não pude conter um sorriso, e sem dizer nada, entrei em casa o olhando uma última vez pela pequena fresta que deixei aberta, enquanto segurava a porta. Acenei pra ele que sorrindo fez o mesmo, antes de se virar e ir embora, sumindo da minha vista.


Quando fechei a porta, me encostei à mesma, soltando um longo suspiro. Um grande sorriso enfeitava meus lábios... Senti minhas pernas bambearem, e um formigamento sobrenatural atacou as pontas dos meus dedos, enquanto eu sentia meu coração quase sair de dentro de mim.



Seja-bem vindo ao meu mundo... Matsumoto-senpai...


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Notas finais do capítulo

Irashai - Seja-bem vindo!
Udon - Macarrão japonês
E então o que acharam? Vai uma review aí? *o* rs