PDV Edward

Chegamos, deixei Bella e as crianças em casa e voltei ao meu apartamento, precisava descansar para agüentar mais uma semana de trabalho. Tirei a camisa ao passar pela porta e fui imediatamente em direção a um banho quente.

Alice estava em seu quarto, mas logo percebeu a minha chegada e interceptou meu caminho até o banheiro.

—Eiii, vocês voltaram. E aí como foi, como foi? Preciso saber de tudo. – Não queria dar muitos detalhes a Alice sobre Bella, sabia que ela ainda estava com o pé atrás com as minhas intenções.

— Relaxa baixinha, acho que vai preferir saber por Bella como foi. – Sorri para ela.

—Edward, já to logo avisando, Bella não é mais uma com quem você vai se divertir, ok? Se a magoar você vai ser ver comigo irmãozinho. – Falou ela.

—Pode deixar Alice, não pretendo magoar minha namorada. – Respondi sinceramente, e feliz ao pronunciar as últimas palavras.

—Você não ous... NAMORADA? AAAAAAH não acredito!! – Ela deu pulinhos de alegria e me abraçou.

Eu ri largamente da reação da doidinha da minha irmã, mas eu também estava bem feliz.

—Agora me deixa tomar banho Alice, preciso descansar, acordo cedo amanhã.

Ela saiu do caminho e ainda a ouvi cantarolando sobre namorados antes de fechar a porta atrás de mim.

Continuei sorrindo até o barulho do toque do celular me trazer de volta ao mundo real.

Tirei do bolso e vi o nome escrito na tela: “Kate”

Mas será que é impossível me livrar dessa mulher? Atendi com o objetivo de deixar bem claro a situação.

—Oi Kate, o que ainda quer comigo? – Perguntei em tom sério.

—Edzinho, amor. Como você está?

— Não me chame assim, você sabe que não temos nada.

—Você é muito mal agradecido, eu estava preocupada, você não retorna as minhas ligações. – Falou ela. – Vamos nos encontrar no bar de sempre. Quero vê-lo.

—Não, obrigado pelo convite. Mas estou em um relacionamento agora, espero que sabendo disso não me incomode novamente. – Afirmei com segurança.

—VOCÊ O QUÊ? – Gritou ela e eu afastei rapidamente o celular.

—Estou namorando, o que você não entendeu? – Frisei a primeira parte para que não restassem dúvidas.

—Você não me quis, veio com história que não estava pronto para um relacionamento, mas agora namora uma vadia qualquer? É isso Edward? Saiba que você é meu, querido. Não vou deixar nenhuma mulher tirá-lo de mim.

A raiva me subiu a cabeça ao ouvir tais palavras.

—Não sou seu e não quero que volte a me procurar nunca mais. – Falei e desliguei o celular.

Essa mulher é louca. Daqui a pouco precisarei de uma ordem de restrição. .Se tivesse imaginado a possibilidade de algo assim...

Respirei fundo e me preparei para o banho, agora mais do que nunca estava precisando relaxar.

(...)

A semana se passou tranquilamente, com exceção da falta que eu sentia de Bella e dos poucos momentos que tínhamos juntos, conversamos poucas vezes a sós.

Na segunda ela insistiu em saber como havia sido o fim de semana dos gêmeos e pelo que descreveram não tinham feito muita coisa, mas gostaram de rever o pai.

Já nos aproximávamos do fim de semana novamente, quinta feira, e como sempre fui buscar Tony e Sophie na hora combinada.

Minutos antes de chegar ao colégio, o celular toca no porta objetos do carro. Atendo, utilizando o sistema viva voz e ouço uma voz desconhecida.

—Sr. Edward Cullen? – Pergunta.

—Sim, sou eu. Quem fala?

—Aqui é a secretária do colégio de Anthony Black Swan, o senhor está listado como o segundo contato de emergências. Tentei o primeiro contato, mas o telefone estava desligado – Assustei-me ao ouvi-la dizendo isso.

—Aconteceu alguma coisa com ele? Tony está bem? – Perguntei.

—Anthony se envolveu em uma briga com outro garoto, o senhor poderia vir buscá-lo? – Ela questionou no momento em que entrava na rua do colégio.

—Na verdade, já estou aqui. – Respondi.

(...)

Cheguei à coordenação e vi Tony, Sophie e outro menino, sentados em um banco do lado de fora da porta no final do corredor. A secretária sentava entre as crianças e todos pareciam chateados.

— O que houve? – Perguntei conferindo se estava tudo bem com ele. Analisando rapidamente vi uma pequena mancha roxa em formação logo abaixo do olho e um pequeno sangramento no lábio.

—Nada, vamos pra casa. – Pediu ele cabisbaixo.

O garoto ao lado olhou raivosamente para ele, mas virou-se quando a secretária o olhou.

Ela, então, direcionou seu olhar a mim:

—O senhor é o Sr. Cullen?

—Sim. – Respondi.

— Entre, acredito que a coordenadora precisa falar com o senhor antes de irem embora. – Disse ela.

Assenti, bati na porta e ao ouvir o convite para entrar, cruzei a porta encontrando uma senhora de 50 e poucos anos.

—Bom dia, Sr. Cullen. – Falou ela séria, me indicando a cadeira a sua frente. Sentei e ela prosseguiu – Vejo que não é o pai de Anthony.

—Não senhora. Meu trabalho é cuidar dos dois. – Admiti. – O que houve? – Perguntei preocupado.

—Hum, bem., Já que é assim, espero que transmita minhas informações a senhora Isabella. – Disse, hesitando em me responder.

—Certamente. – Respondi ansioso.

—Anthony anda distraído nas aulas, e criando problemas com outros alunos como o senhor pode perceber. Hoje partiram para a agressão física e isso não será tolerado aqui no colégio. Sei que eles ainda estão se adaptando, mas espero um bom comportamento de todos os alunos, sem exceção.

Assenti, e garanti que não iria se repetir. Sai da sala e os chamei para irmos embora.

(...)

Quando chegamos a casa, os dois subiram imediatamente, Sophie correu para o quarto, mas impedi que Tony fizesse o mesmo.

—Vem, vamos colocar gelo nesses machucados, sua mãe vai enlouquecer quando o vir assim. – Falei, caminhando em direção a cozinha e pensando na reação de Bella quando soubesse.

Ele me seguiu devagar, pegou a compressa de gelo que ofereci e sentou-se no sofá. Sentei-me ao lado e tentei começar o assunto novamente:

—O que aconteceu Tony? Sei que você não é do tipo que anda brigando por ai. – Disse. – Sabe que pode me contar não é? Eu mesmo já distribuí alguns socos por aí – Falei lembrando-me da situação com Jacob – Não vou julgá-lo.

Ele riu fracamente e a expressão logo se transformou em uma pequena careta de dor.

—É aquele idiota.. – Começou ele. – Ele me tira do sério.

—Quem? – Perguntei, temendo ser o mesmo do problema com Sophie.

—Liam. – Falou ele baixinho. – Ele tentou... Tentou beijar a Sophie e quando ela se afastou ele começou a falar coisas ruins pra ela. Eu... Tinha que fazer alguma coisa.

Suspirei, já pensando na conversa que teria com Sophie em seguida.

—Ei rapaz, você estava certo ok? – Os olhos dele se viraram para mim quando disse isso. – Não estou dizendo que agressão é a maneira correta de resolver qualquer que seja o assunto, porque não é, mas entendo o porquê de ter feito isso. – Sorri amigavelmente.

Percebi que ele relaxou um pouco.

—Não conte pra mamãe, por favor, eu quero contar. – Pediu ele.

—Claro, como quiser. – Falei – Agora, deixe-me ver direito os estragos.

—Ele ficou pior, acredite. – Disse ele, com um leve orgulho.

Vi que eram apenas cortes superficiais que iriam sarar rapidamente, então sugeri que fosse tomar banho antes que Bella chegasse e o visse daquele jeito.

—Obrigado, Edward. – Falou ele, dando um soquinho de leve em meu ombro e levantando-se para tomar banho.

Enquanto Tony seguia para o banheiro, dirigi-me ao quarto de Sophie. Bati na porta e entrei.

—Ei, tem algo que queira me contar sobre o que aconteceu hoje? – Perguntei com um sorriso gentil.

 -Oi Ed.. Acho que Tony deve ter contado tudo. – Falou ela.

— Ele contou, mas quero saber a sua versão. – Insisti pacientemente.

Ela hesitou por alguns instantes, mas depois me indicou a cadeira próxima a cama e começou baixinho:

— Sabe o garoto de quem falei um tempo atrás? - Perguntou ela. – Ele disse para os amigos que conseguiria me beijar. – Envergonhada, ela desviou o olhar.

Uma sensação até então desconhecida por mim tomou conta do meu ser, ao ver Sophie daquele jeito. Disfarcei o leve tremor de raiva em meu corpo e coloquei minha mão em seu cabelo lentamente.

— Eu me afastei e disse que não ia deixar ele me beijar e ele começou a falar alto para que todos ouvissem que eu era uma garota idiota e ridícula, da qual ninguém nunca ia gostar. Ele e algumas meninas começaram a rir de mim e aí foi quando Tony chegou... – Ela completou, com uma lágrima escorrendo por seu rostinho infantil.

—Sophie, você é uma garota bonita, uma menina doce e inteligente, sabe que eu já lhe disse isso. Não se sinta mal pelo que aconteceu. – Pedi. – Não pretendo deixar que ele chegue perto de você outra vez, combinado? – Garanti, esticando a mão para que a apertasse.

Ao invés de segurar minha mão ela me abraçou, de inicio fiquei surpreso com o gesto, mas rapidamente retribuí.

—Valeu Ed. Você é a melhor babá de todas. – Disse ela sorrindo e não pude deixar de sorrir também.

(...)

Minutos depois da conversa com Sophie, Bella chegou. Tentei prepará-la antes que visse Tony machucado.

—Bella? Hoje recebi uma ligação da escola, tentaram falar com você, mas seu celular estava desligado. – Comentei.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntou já dando sinais de nervosismo.

—Na verdade aconteceu, mas Tony me pediu para não lhe contar, ele mesmo quer conversar com você sobre o que houve. – Falei colocando uma mão sobre seu ombro. – Não se preocupe, os dois estão bem.

Ela virou-se para mim, com um semblante exasperado e foi rapidamente em direção ao quarto de Tony, onde estavam os dois.

Deixei-os conversando enquanto arrumava a mesa para o almoço. Alguns minutos depois vi Bella sair do quarto, seguida pelas crianças.

—Vamos ao médico sim, você pode ter se machucado de verdade Anthony. – Ela falou séria e pela cara que Tony fazia vi que ele discordava.

—Bella, eu sou médico, lembra-se? – Falei com um sorriso, tentando acalmá-la. – Não é nada demais, já dei uma olhada e são apenas cortes superficiais. Em alguns dias ele estará novinho em folha.

Ela me olhou insegura por alguns segundos, mas em seguida assentiu com a cabeça.

—Obrigada. – Disse ela virando-se para mim com um olhar doce. – Tudo bem então, vamos almoçar Van Damme. – Completou bagunçando os cabelos de Tony e abraçando Sophie.