Um Mistério Chamado Amor escrita por GabiCullenRock


Capítulo 11
Capítulo 11 - Com açucar, com afeto


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vcs?
Primeiramente eu gostaria de agradecer a Vinicius pela linda recomendação =), também quero agradecer a Julie Pattinson Cullen e a Tamara Cortez por me acompanharem desde o início e sempre mandarem comentários lindos, até hoje. E também agradecer a todos os meus leitores que comentam e me deixam a cada dia mais feliz!
Bjs, fiz esse capítulo só pra vcs!



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Pov. Edward

       Me acordei com a cabeça perturbada e doendo. Estava tonto e tinha sensação de ter tido um pesadelo. Demorei um bom tempo para me lembrar da noite passada e mais algum tempo até me convencer de que era realidade, só percebi pela dor no meu pé e o corte na minha boca. Mas eu não me conformei.

        A realidade era dura demais para que eu me conformasse com aquilo. Eu não conseguia acreditar que Bella estava tão mal. Apesar de ela sempre se manter fria e distante de mim na escola eu sempre a achei só um pouco fora do comum, talvez rebelde, mas nada demais. Pensei que mais cedo ou mais tarde ela se renderia aos meus encantos. Agora eu sabia que ela tinha um problema real que a impedia de ficar comigo e que isso era impossível. Mas saber de algo e se conformar com algo eram coisas muito diferentes, então eu não me conformei novamente e fui fazer o que eu disse para ela na noite passada.

       Peguei meu carro e dirigi até a casa de Bella. Já que era dia eu agora podia ver o bairro melhor e percebi que apesar de ser um pouco deserto e isolado, não tinha nada de errado. Não era sujo e nem marginalizado. A casa da Bella era simples e bonita. Isso me surpreendeu, pois eu achava que ela vinha de uma família pobre e que a deixava largada por aí.

       Buzinei e vi Bella abrir a persiana azul de madeira da janela, devia ser seu quarto. Ela me fitou perplexa por alguns segundos, depois seu rosto se contraiu em um sorriso carinhoso. Senti meu coração sacudir, minhas pernas ficaram bambas e minhas mãos suaram. Ela sorria para mim. Isso nunca havia acontecido. Significava que ela estava contente em me ver. Ela percebeu o sorriso involuntário e logo consertou me lançando um olhar sério e sacudiu a cabeça numa pergunta do tipo: “O que você quer?”.

        Eu não respondi nada e então ela saiu da janela. Nem um minuto se passou e ela saiu pela porta da casa e veio em minha direção. O semblante rude e grotesco de sempre estampado no rosto dela. Sorri. Agora era melhor que ela agisse assim e se escondesse nessa máscara do que se ela mostrava seu sofrimento real para mim. Era um pensamento egoísta, mas ver que ela sofria tanto me deixava desconcertado e mal. Eu preferia pensar que ela simplesmente não gostava de mim do que pensar que ela gostava de mim, mas que era impossível ficarmos juntos.

         -O que você quer Edward? O que está fazendo aqui na minha casa? – ela perguntou num tom rude.

         Eu não ia deixar que ela me atingisse, era isso que ela queria. Sorri pra ela, eu queria lhe dar um beijo no rosto de cumprimento, mas sabia que ela não deixaria e provavelmente me daria as costas, então ignorei seu comentário e só lhe acenei.

       -Bom dia Bella? Tudo bem com você? – cumprimentei gentilmente. Ela me olhou com a expressão sarcástica e respondeu curta, grossa e um pouco sincera demais – O que você acha? Não se lembra da noite passada?

        Eu não esperava que ela fosse falar daquilo. Pensei que ela ia passar uma borracha naquilo e fingir que nada acontecera, mas ela foi sincera e parecia que tudo se repetia. Eu não ia me deixar atingir, ela queria que eu ficasse mal e que eu me afastasse dela.

        -Eu me lembro bem, Bella. Meu pé faz questão de me lembrar – falei apontando para meu pé. Por um momento aquele semblante insensível e grotesco de Bella sumiu e eu vi sua expressão de preocupação e remorso, mas logo ela colocou a máscara de novo e me olhou com uma expressão maldosa.

        -Você ficou chutando o banco como um idiota, então não reclama – Senti dor, mas não no pé. Foi em algum lugar dentro de mim. Aquelas palavras eram como facas que me cortavam os órgãos. Eu sabia que podia responder à altura e humilhar Bella, mas é claro que eu nunca faria isso. E ela sabia disso. Aproveitava-se da minha bondade e do meu amor.

        -Bella, será que não dá pra você esquecer aquela noite só hoje? Esquecer tudo o que nós já fizemos? Como se não nos conhecêssemos. Esqueça tudo da sua vida. Podíamos ficar juntos nesse domingo. Ir para algum lugar e simplesmente viver esse dia e nos divertimos. O que acha?

        -Acho que essa sua idéia é ridícula. Eu não posso esquecer a minha vida. Ela me persegue. E por mais que seja difícil dizer o que vou dizer agora, é difícil esquecer você e esquecer o que passamos. Isso que tivemos vai ficar comigo pra sempre, eu não sei quanto a você, mas eu nunca vou esquecer. Faz parte da minha vida. Aquela noite sempre será lembrada.

       -Como algo bom ou algo ruim? – perguntei, me aproximando um passo de Bella. Ela hesitou diante da minha pergunta e se esquivou com outra pergunta. – Agora você não tem mais nada pra fazer aqui. Pode ir embora?

        -Não, Bella. Vamos sair, mesmo que você não se esqueça de nada. Vem comigo? Só hoje... – pedi com delicadeza e lhe olhei nos olhos. Ela tentava esconder as emoções, mas seus olhos chocolate revelavam todo o sentimento. Bella queria ficar comigo. Ela se apoiou no meu carro e ficou do meu lado, fechou os olhos com força e colocou uma mão no rosto.

      -Oh, Edward porque você não pára de me torturar e me deixa em paz?

       Tirei sua mão do próprio rosto e a peguei em minhas mãos. Ela abriu os olhos e eu olhei dentro dos dela.

       -Por que você não pára de se torturar e fica em paz por pelo menos um dia?

        Eu sabia que Bella não ficava em paz quando estava sozinha, e sim ficava pior. Eu sabia por experiência própria. Me lembrei de como a encontrei na noite passada. Ela não disse nada, mas abriu a porta do meu carro e entrou simplesmente. Sorri por dentro, mas tentei não demonstrar que estava animado para ela. Fui pro banco do motorista e liguei o carro.

          Andei numa velocidade lenta para que nosso tempo juntos durasse muito. Bella me olhou pela primeira vez desde que entrou no carro.

         -Onde está me levando Edward? – ela perguntou.

         -Parece que estou te seqüestrando! Você quer dizer onde estamos indo?

         -É que seja! Pra onde? – ela respondeu sacudindo a cabeça impaciente.

        -Surpresa – brinquei.

        -Você é um idiota! – ela disse rindo sem achar graça.

        -Não se preocupe, eu não vou te levar pra nenhum lugar ruim, Bella. Eu não vou te fazer mal. Bella, você sabe que em mim pode confiar, não é?

        Ela hesitou, mas me olhou com tristeza e um pouco de afeto.

        -É... acho que sei sim. – ela respondeu lentamente, talvez tentando se convencer disso.

         Dirigi pela cidade até que entramos numa estrada que levava pro meio da floresta, senti Bella tremer ao meu lado.

         -Calma Bella, só estou te levando pra um lugar lindo que eu conheço.

         -Tá bem! – ela respondeu meio irônica, meio sarcástica.

          Parei o carro perto de umas pedras e eu e Bella descemos. Ela se aproximou de mim, meio incerta.

           -Onde estamos e o que vamos fazer? – ela perguntou meio nervosa. Eu ri para ela de uma maneira tranqüilizante.

           -Estamos no paraíso e vamos nos divertir.

               Ela me olhou de uma maneira esquisita e eu dei de ombros e a puxei para as pedras. Peguei a mão quente dela e a ajudei a andar sobre as grandes pedras. Logo dava para ouvir o som de água corrente ao longe. Continuamos caminhando até que chegamos ao ponto em que eu queria chegar. Nós ultrapassamos uma pedra enorme e demos de cara com um penhasco. Em nossa frente uma cachoeira linda caía em direção ao lago lá embaixo. A visão era maravilhosa e este era o melhor lugar do mundo em minha opinião. E não tinha ninguém além de nós. A água era azul e cristalina e tínhamos uma visão perfeita de tudo daquele lugar onde estávamos.

         Bella admirava a visão, encantada, a boca aberta e os olhos arregalados e maravilhados. Ela me olhou admirada.

        -Edward... é tão lindo! É tão perfeito!

        -Eu sei. Eu sempre vinha aqui quando era mais jovem. Eu esquecia de tudo aqui. Nada parece incomodar, tudo é perfeito. Eu sei que você vai amar este lugar!

        Ela se sentou na pedra e admirou a vista, sorrindo de maneira mais feliz e serena do que em todas as vezes que eu a vi. Ela fechou os olhos e deitou na pedra, relaxando.

         -Eu já amo este lugar – ela me disse com os olhos ainda fechados e a expressão calma.

         Deitei também e fechei os olhos, era como se um sentimento de paz tomasse conta de mim. Nenhum problema parecia existir. A noite passada não passava de um imprevisto e no mundo só existia eu, Bella e este paraíso. O sol surgiu em meio às nuvens e senti quando ele passou o seu calor para mim e para Bella.

        Ficamos assim por um bom tempo e eu espaireci. Não pensei em nada e quase dormi. Depois me sentei e olhei para Bella. Ainda tinha os olhos fechados e ressonava baixinho. Estava dormindo. Pelo jeito ela tinha passado mais uma noite em claro. Aproximei-me dela e passei meus dedos pelas marcas das olheiras em seu rosto. Depois aproximei o meu rosto do seu e beijei a ponta de seu nariz. Aspirei seu cheiro de morango e deitei minha cabeça em seu peito, sem apoiar muito peso, só o suficiente para poder ouvir seu coração que batia ritmadamente e normalmente.

        -Edward, me mostre mais desse lugar – ela falou de repente. – Eu não quero dormir aqui. Temos que aproveitar esse dia.

        -Tem razão. Deixe para dormir à noite – respondi acariciando de leve sua bochecha. Ela me olhou com um sorriso doce que eu nunca tinha visto. – Vem, vamos por aqui.

        Eu a guiei por entre as pedras e nós descemos por elas. Depois de descermos, chegamos ao chão e o penhasco ficou lá em cima. Estávamos de frente para o rio.

       -Pena que não é verão. Esse rio é maravilhoso para nadar – comentei.

       -Tem razão! – ela respondeu e colocou a mão na água gelada. Coloquei a mão também e me lembrei dos verões que eu passava quando criança e de meus mergulhos neste rio. De repente me vi com água em todo o rosto e meus cabelos ensopados. Bella ria gostosamente de mim. Ela jogara água em meu rosto e agora se afastava sorrateiramente.

     -Ah é? – corri atrás dela rindo e a peguei pelas costas agarrando sua cintura e a puxando para perto do rio.

        -Me larga, Edward! – ela pedia rindo e tentando se desvencilhar de mim. Eu não a soltei. – Não mesmo, Isabella Swan, agora você vai sentir o frio do rio! – ameacei rindo dela.

        A peguei no colo, deitada nos meus braços como aquelas princesas dos filmes de super-heróis e comecei a sacudi-la na direção da água.

        -É um, é dois e é três! – Impulsionei mais forte pra frente, mas em vez de atirá-la na água, me atirei na grama macia e verde com ela junto. Caímos suavemente juntos e gargalhamos alto.

        Bella atirou a cabeça para trás e riu feliz como eu nunca tinha visto na vida e nem imaginado que ela podia ficar tão alegre. Eu ri também. Bella estava em cima de mim. Eu deitado e ela de barriga pra baixo apoiada em meu peito. Ela deitou a cabeça no meu peito enquanto ria. Senti a sensação de diversão e graça mudar por afeto e carinho e pensei que o lugar de Bella era junto comigo dessa maneira para sempre. Parei de rir aos poucos e ela também, mas não mudamos de posição. Vi-me compelido a pegar sua mão e acaricia-la. Bella não se desvencilhou de mim e retribuiu o gesto, enlaçando nossos dedos. Depois ela levantou seu rosto e olhou em meus olhos. Vi seus olhos num chocolate derretido e sensual. Chocolate lembrava amor. Lembrava sexo. Pelo menos eu me lembrava disso.

      Eu aproximei meu rosto lentamente do dela e senti novamente o seu cheiro estonteante e delicioso. Ela não fugiu do meu rosto, e sim aproximou o dela também. Beijei a ponta de seu nariz, depois sua testa, sua bochecha e seu queixo. Depois aproximei os meus lábios dos dela e uma sensação melhor do que a da noite passada me invadiu. Eu senti calma, paixão e amor. Na noite passada eu estava conturbado e com um milhão de emoções misturadas, enquanto hoje eu estava calmo, feliz e apaixonado. Esperei que ela desse entrada para minha língua em sua boca, sem forçá-la a nada e senti o mais maravilhoso sabor do mundo. Dessa vez eu pude senti-lo de verdade. Nós mexemos nossas bocas ao mesmo tempo e nossas línguas travavam uma batalha excitante.

      Só paramos o beijo quando ficamos sem ar. E eu aproximei meu rosto do pescoço e lhe dei um beijo leve e afetuoso.

     -Eu te amo, Bella.

     Ela me olhou com afeto. Depois sorriu triste, mas não escondeu seus sentimentos.

      -Eu também te amo, Edward.

      -Que bom finalmente ouvir isso – desabafei, deixando minha cabeça deitar em seu peito quente.

        -Edward, eu te amo muito, mas... Isso não muda nada. Desculpe.

         Ergui minha cabeça e olhei em seus olhos que agora carregavam tristeza.

         -Como assim Bella? É claro que muda. Você mora nesta cidade, eu também, estudamos na mesma escola e nos amamos. O que mais precisamos? – perguntei ligeiramente irritado. Mas eu sabia que fosse qual fosse o motivo dela, não mudava nada mesmo.

         -Eu não estou pronta para amar de novo, Edward. A culpa é sua. Você me fez me apaixonar de novo. Eu não queria isso. Agora eu estou sofrendo ainda mais e a culpa é sua.

         Ignorei o remorso que ela queria que eu sentisse e que mais tarde eu sentiria realmente e prestei atenção no que ela disse.

        -Como assim amar de novo? Então você jê se apaixonou! – deduzi. Isso mudava um pouco as coisas. Era uma pista para seus problemas – Seja lá o que esse cara fez pra você, ele era um idiota! Eu te amo e nunca te magoaria. Se ele te traiu, se ele te trocou por outra, saiba que ele não te merecia.

       Bella sacudiu a cabeça rindo, mas sem humor. Uma risada que não chegava aos olhos que estavam tristes e marejados de lágrimas.

         -Não é nada disso. Antes fosse uma simples traição! – ela disse e não conseguiu conter uma lágrima que escorreu por sua face de leite e mel. Limpei a água de seu rosto com meu dedo e depois o pus na boca, sentindo o gosto salgadinho da lágrima de Bella.

        -Não chore, meu amor. Ele não merece suas lágrimas.

        Ela se forçou a parar de chorar e enxugou as lágrimas.

        -É difícil, mas você tem razão. Eu tenho que esquecer o meu passado... – ela hesitou por um segundo. – Não, é impossível! – deu um tapa na cabeça e respirou fundo.

       -Passe por cima. Temos direito a uma vida linda. Eu te amo e você me ama. Nada mais importa.

        -Se a vida fosse assim Edward... Você é um garoto inocente ainda. Eu tive que aprender sobre a vida a grosso modo. Com péssimas experiências. Espero que você não seja tão ingênuo quanto eu fui. Vai acabar sofrendo, assim como eu sofri. Seu erro é se apaixonar por mim e não desistir. E o pior é acreditar que ainda é possível algo acontecer.

       Eu me sentiria irritado por Bella me chamar de ingênuo. Se isso não fosse verdade. Mas eu percebi que perto dela eu era só um adolescente apaixonado, enquanto ela era uma mulher sofrida.

       -Bella, quantos anos você tem?

       -Tenho 17 anos. Por que, Edward?

       -Você parece mais velha. Pelo jeito que você fala.

       -Muita coisa acontece em 17 anos. Você é que tem sorte de ter uma vida perfeita.

        Bella se levantou e se afastou de mim. Eu levantei e fui atrás dela.

        -Minha vida não é perfeita. Se fosse perfeita nós ficaríamos juntos para sempre, até depois da morte.

       Bella sorriu de maneira gentil e afetuosa para mim e me deu um beijo adocicado na bochecha.

       -Sabe Edward. Talvez nós fiquemos juntos um dia. Em outra vida. Depois da morte. Se você acreditar nisso – ela pegou minha mão e enlaçou seus dedos nos meus. – Se realmente existir uma vida após a morte eu juro que vou te procurar. Que vamos nos reencontrar.

      Trouxe as mãos delas para meus lábios e as beijei apaixonadamente.

      -É muito tempo. Não posso esperar tanto assim – teimei, sentindo lágrimas virem para meus olhos, enquanto eu percebia o que ela estava dizendo. Acabando tudo – E eu sou ateu. Eu não acredito em nada depois dessa vida. Tem que ser agora.

       -Mentiroso – ela disse colocando a mão dentro de minha camisa, por dentro da gola. Senti sua mão quente em meu peito nu. Depois ela puxou a mão segurando meu escapulário. – Não é ateu nada.

        Sorri pra ela. Bella era realmente audaciosa!

        -Vamos deixar nossos problemas pra outros momentos. Temos que curtir o momento. Este lugar maravilhoso – falei apontando para a cachoeira.

        -Tem razão Edward. Vamos sentar e ver está cachoeira maravilhosa – ela se jogou na grama e ficou olhando a água cair com estrondo no rio. Sentei ao seu lado. Ela pegou o celular e botou uma música, reconheci como do Evanescence, mas não sei qual foi.

        -Porque você gosta tanto do Evanescence, Bella?

        -Acho que é porque eu me identifico com as letras. Elas me tocam. Acho a música boa e a Amy Lee é incrível. Eu acho que me identifico com ela – ela respondeu com a expressão pensativa.

        -Eu não acho vocês nada parecidas – conjecturei. Bella revirou os olhos e eu ri. Não valia a pena discutir isso com ela.

        Peguei a mão que Bella havia se queimado com o ácido. Isso parecia tão distante, como se fizesse séculos, mas não fazia nem uma semana. Surpreendi-me ao perceber que conhecia Bella a menos de uma semana. Já a amava mais do que a mim próprio. Retirei a atadura e vi como estava sua mão. A pele havia ficado marcada no lugar em que o acido tinha respingado, mas não estava mais ferido. Era só uma cicatriz e não era muito grande.

      -Não dói mais, Bella?

      Ela sacudiu a cabeça – Não, eu nem me lembro mais disso.

      -Eu não consigo me esquecer – respondi com um sorriso. – Foi a primeira vez que você me abraçou.

      Ela sorriu envergonhada. Pegou meu pé e tirou o meu tênis e minha meia. Deu pra ver os machucados e os hematomas que haviam ficado da noite passada. Ela acariciou o meu pé com delicadeza.

       -Eu sinto muito, Edward. Por tudo. Não queria que você tivesse se machucado e nem sofrido por minha causa. Eu não te mereço. Me desculpe pelo que eu te disse mais cedo e por todas as grosserias que eu já te disse. É só que eu preciso que você me esqueça, assim você vai sofrer menos e...

       Coloquei meu dedo indicador em frente a sua boca, pedindo para que ela parasse de falar.

       -Não se preocupe, Bella. Eu ignoro metade das coisas que você fala. Inclusive quando diz que não vamos mais nos ver e que não vamos ficar juntos – falei com um pouco mais de confiança do que eu realmente tinha.

     Ela sacudiu a cabeça e me deu um beijo no dedo que estava na frente de sua boca.

     -Temos que ir, Edward. Já faz algum tempo que estamos aqui. Meu pai vai ficar preocupado.

     -Posso conhecer seu pai? – perguntei já sabendo a resposta.

     -Nem pensar, Edward. Pra quê se você não vai mais sair comigo?

           Sacudi a cabeça, levemente irritado.

           -Está bem. Vou te levar pra casa então.

            Voltamos pro carro e a viagem passou rápido demais. Logo chegamos à frente de sua casa. Bella já ia sair, mas eu me aproximei e lhe dei mais um beijo doce nos lábios, tentando memorizar o sabor.

           -Por favor Bella, não me afaste de você. Eu sei que você mão quer isso e eu te amo. Não deixe esse sentimento passar, por favor. Temos que viver a nossa vida antes que seja tarde.

          Ela sacudiu a cabeça simplesmente e saiu do carro, me deixando só, com o seu cheiro em mim, o gosto de sua boca na minha, o meu amor por ela doendo no peito e o afeto que tínhamos um pelo outro em minha mão. Era algo tão palpável.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham achado esse capítulo lindo e que eu tenha conseguido transmitir pra vcs a sensação de amor e afeto que eles nutrem um pelo outro, apesar da impossibilidade de um futuro romance. Beijos e mandem reviews me dizendo o que acharam!



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