The True Lives Of The Fabulous Killjoys escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 60
Move your body when the sunlight dies


Notas iniciais do capítulo

Precisamos conversar sério, my friends. Mas eu falo com vocês lá embaixo.
Ah, tem uma música nesse capítulo... E eu vou pedir para que vocês a ouçam/vejam a tradução. Só pra dar uma diversificada. Se chama Comforting Sounds, da banda Mew. É uma banda dinamarquesa, que o Gerard mencionou em uma entrevista, e outros Killjoys me disseram que era boa... É uma música meio deprimente, mas combina com o capítulo, eu acho.
http://letras.mus.br/mew/122784/traducao.html
Enjoy!



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Party, Kobra, Jet, Fun Revolver e Sunshine aguardavam no hospital da Zona 4, todos ansiosos para saber o que aconteceria com Poison Heart. Após muita luta, todos os Killjoys conseguiram levá-la até o hospital. Mas era mais que óbvio que ninguém do hospital iria ajudá-la, afinal, ela era a “Procurada nº 1”. Foi com muito esforço que uma Killjoy que trabalhava na ala hospitalar, Black Star, conseguiu licença para cuidar de Poison.

Todo o grupo que havia vindo em resgate resolveu ficar, mas apenas os seis ficaram no hospital. O resto do grupo ficou do lado de fora, ou ficou andando pela Zona 4.

Quanto à BLI, o que aconteceu foi o seguinte: dois Killjoys denominados Exterminator After e Atomic Violence deram uma ronda pelo prédio e não encontraram nada a não ser alguns Draculoids amedrontados que foram retirados para serem encaminhados à prisão Killjoy. Após isso, foram instaladas bombas que explodiram de vez o prédio.

Detonator Static não foi encontrado nem no prédio e nem nos arredores da Zona 4, o que indicava que ele fugiu. Mas existiam coisas mais urgentes a serem tratadas do que isso, portanto, Danger Bomb, Diamond, Adrenaline e Supermassive resolveram deixar o assunto de lado.

–Eu vou perdê-la. – gemeu Kobra, com a voz embargada. Party suspirou e abraçou-o de lado, murmurando palavras reconfortantes ao irmão. Os dois haviam estado muito próximos nas últimas horas, desde que descobriram que o pai havia morrido, na verdade. Isso com certeza seria um choque grande demais para Kobra: perder o pai e Poison ao mesmo tempo. O mesmo se aplica em Sunshine, que perdeu a própria mãe e, em seguida, a própria irmã. Eram os maiores motivos pelos quais Black Star trabalhava com afinco, tentando salvar a Killjoy a todo custo, nas últimas duas horas, que mais pareceram dois anos para quem aguardava do lado de fora da sala onde ela trabalhava.

Mas dentre todos os presentes, quem mais se preocupava, mesmo que não demonstrasse, era Show Pony.

Pony estava sentado em um dos bancos mais afastados de todos, encarando o chão, com uma expressão séria encoberta pelo capacete, sem dizer palavra alguma. Várias vezes, Revolver foi até lá tentar animá-lo, mas nada funcionava. Até que Sunshine se levantou, disposta a tentar ajudá-lo. Afinal, eles compartilhavam da mesma dor, de um certo modo.

–Ei.

Pony virou a cabeça lentamente e olhou para a baixinha.

–Oi. – respondeu ele, voltando a fitar o chão. Sunshine se sentou ao seu lado e, com a ponta dos dedos, tirou o capacete de Show Pony, que não fez objeção alguma.

–Você fica mais bonito sem ele. – disse a menor, sorrindo. Pony não respondeu, apenas deu uma risadinha de lado.

–Você é igual a sua irmã... Sempre querendo me ver sem o capacete. – ele fez uma careta de dor ao se lembrar de Poison.

–Ela vai ficar bem. – disse Sunshine, afirmando tanto para si mesma quanto para Pony.

–É o que eu espero.

–Eu sei que ela vai. – disse a menor, colocando a mão em cima do ombro do outro.

–Eu não me sinto bem. Apesar desses sons reconfortantes que você faz, eu não me sinto bem. – murmurou Pony.

Sunshine fitou os próprios pés, um pouco envergonhada.

–Desculpe.

–Não é culpa sua. – objetou o mais velho, olhando para o teto do hospital e murmurando baixinho, como se falasse consigo mesmo – Você disse que não me deixaria, Poison...

“Ei, eu estou aqui para te ajudar... “

“Eu não preciso de ajuda!”

“Claro que precisa... Eu não vou te deixar, garoto. Não vou...”

Pony riu amargamente e continuou murmurando para si:

–Porque você faz promessas que você quebra dentro de sua casa...

Sunshine se aproximou um pouco mais de Pony e sussurrou:

–Por que não compartilhamos de nossa solidão? Nada mais é puro, a não ser a solidão... Eu sei que é difícil fazer sentido quando se perde alguém que ama... Mas precisamos nos ajudar.

Pony suspirou profundamente.

–Sinto como se estivesse vendo você através de lentes... Lentes embaçadas... Você é uma criança, mas... É tão inteligente...

Sunshine sorriu, envergonhada e corando.

–Mas... – objetou Pony – Se alguém vier... Eu vou ficar aqui, ouvindo os barulhos. Previamente, nunca chamei isso de solidão. Considero como uma espécie de repouso, antes de voltar à ativa. Eu preciso desse repouso, Sunshine. E provavelmente você conhece todos os espetáculos sujos que eu fiz... Não quero cometê-los de novo. Não quero ficar mais uma vez na beira da loucura e matar alguém. Eu preciso desse repouso. – repetiu ele.

–Não. Você precisa encarar o mundo sem ser através do vidro de um capacete. – disse a criança, manuseando o instrumento em suas mãozinhas – Você está cego. Cego e exausto como qualquer um.

–Honestamente, eu tentei evitar isso, honestamente. Mas é impossível, se considerarmos o mundo em que vivemos hoje, Sunshine. Quando eu... Quando eu e Poison éramos crianças... Nós sempre sabíamos onde parar. Não me leve a mal, mas... Agora, todas as crianças estão bagunçando tudo. Não só as crianças, mas os adultos também, na verdade. Cada vez mais cedo, estão sendo manipulados a machucarem os outros. É ser humano contra ser humano. – Pony abriu um sorriso fraco – Ninguém ganhou ou alcançou nada com isso até hoje. E isso cansa. Cansa muito. E nos torna cegos, afinal, não queremos ver tudo isso, toda essa briga entre seres humanos. Foi essa briga que fez o que aconteceu com Poison Heart. Não só hoje, mas tudo o que ela passou... Tudo o que eu passei... Tudo o que todos nós passamos... É culpa dessa guerra entre uma espécie. Eu... Prefiro me alhear a tudo isso. – houve um momento de silêncio entre os dois, até que Pony voltou a falar – Se bem que... Ainda há esperança.

–Qual?

–Crianças como você. – ele sorriu fracamente de novo – Talvez o mundo ainda tenha esperança...

–Espero que queira viver para ver. – disse Sunshine, esperançosa – Não se exclua do mundo por pura raiva e desapontamento, eu lhe peço. Não vale a pena. – a menor se aproximou de Pony e se enroscou debaixo do braço do mais velho – Eu... Preciso de você...

A ficha de Pony caiu naquele momento. Sunshine precisava de proteção. Não era ele. E sim, ela.

Além do mais, o que Poison diria se o visse nesse estado?

–Você... Você está certa, Sunshine. – disse ele, trazendo-a mais para perto de si – Eu... Não posso fazer isso. Preciso ficar forte. Por nós dois.

Sunshine apertou ainda mais o abraço e os dois ficaram lá, sem notar os olhares de Party, Fun, Jet, Kobra e Revolver sobre eles, todos sorrindo levemente.

Kobra se remexeu nos braços de Party, fungando levemente.

–Ei, vai ficar tudo bem. Ela vai ficar bem. – reafirmou Party, sorrindo levemente, mas chorando por dentro, assim como todos no recinto. “Tenho que me manter forte”, pensava ele. “Kobra não pode me ver triste, ou vai desmoronar mais ainda”.

Não era bem assim. Kobra já estava no fundo do poço, não adiantava mais. Mas ele não entendia.

Nem Party, nem Kobra, nem Fun e nem Jet entendiam como passaram de um ódio profundo até... Até isso. Essa choradeira toda porque ela estava em uma maca de hospital, com um alto risco de morte. Até mesmo Revolver estava com medo do que podia acontecer, apesar de não confessar.

Não... Nenhum deles entendia.

E foi assim que o grupo passou um dia inteiro no hospital: confusos, tristes e com medo pelo destino de Poison Heart.

–X-

Somente às quatro da tarde do dia seguinte foi que o grupo conseguiu notícias do estado de Poison. Uma Black Star apareceu na porta, com uma expressão neutra, o que já causou muito medo em todos.

–Star... Como ela está? – murmurou Kobra, com os olhos inchados e tristes. Sunshine já havia começado a chorar baixinho no colo de Pony, que fazia carinho em seus cabelos encaracolados. Black Star olhou para a parede cor de creme do hospital e abriu um sorrisinho imperceptível.

–Por que não veem vocês mesmos?

E da porta de madeira clara, surgiu uma Poison Heart sorridente.


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Notas finais do capítulo

Suponho que tenham visto a triste notícia de que não poderemos mais postar fics na categoria de bandas, cantores, etc.
Pois é.
É por esse motivo que estarei interrompendo as postagens. Talvez não para sempre, mas por agora, para ver o que se resolve e o que os outros irão fazer. Meu plano era parar de postar desde o 59, mas achei injusto deixar vocês sem aviso e sem nada. Além do mais, esse capítulo já estava pronto.
Sei que muitos estão mudando os nomes para transferirem suas fics para a categoria "originais", mas... Não tenho como fazer isso com esta! E nem quero! Minhas fics são de My Chemical Romance e VÃO CONTINUAR SENDO de My Chemical Romance até quando apagarem a categoria, não me importo! Demorei tanto para escrevê-las que simplesmente deixarei-as assim. Elas possuem um valor sentimental para mim. Cada Party/Gerard, cada Fun/Frank, cada Kobra/Mikey e cada Jet/Ray possui um certo valor sentimental.
Espero que entendam que isso não é uma escolha minha, mas sim do staff do Nyah.
Não vou falar muito disso aqui porque não faz sentido. Mas se quiserem ver o que estou fazendo sobre isso, ou simplesmente conversar comigo... Ainda estarei ativa no meu twitter @Killjoy_Sound. Não sei se ficarei tão ativa no Nyah quanto antes, principalmente por não saber o que fazer. Estou meio às escuras, então estou me limitando a responder as MPs e reviews.
Não vou falar muito dos meus planos futuros para as minhas fics... Simplesmente olhem no meu twitter e vão saber um pouco mais sobre o que pretendo fazer.
Quero que saibam que meu plano era terminar essa fic antes de dezembro, afinal, já está chegando no fim mesmo! Mas veremos como irá o andamento das coisas, okay?
Enquanto isso não acontece...
Keep running, keep shining, mean something. And keep living in the murder scene.
See you, Killjoys.