Beloved Stranger escrita por Miss Moony


Capítulo 7
Capítulo 6 - Reminiscências


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas! Pois bem... esse capítulo aqui, vem, talvez, redimir o Ed aos olhos de algumas de vcs. Tem o porque dele não dormir com a Bella, da suposta frieza dele... de algumas atitudes que ele tem. Não adianta só uma coisa: ele é um pouco machista sim, e não muda da água pro vinho. É uma coisa dele, da criação dele. Tenham em mente que ele ainda não é apaixonadão pela Bella, mas ele gosta e sente desejo por ela ok? E a Bella não é propriamente a mais apaixonada das mulheres, vamos combinar...



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Capitulo 6

Pov. Edward

Dizer que observei, atônito, Bella subir as escadas, não era pouco.

Desde que a conheci, eu nunca a vi levantar a voz, ou ser sarcástica. E esse período compreendia a noite que passamos juntos e os quase quatro meses desde que nos reencontramos e nos casamos.

Nos sete meses em que não nos vimos, posso dizer que tive alguns impulsos de procurar Bella na faculdade. Mas os refreei, pensando que, se ela não entrara em contato comigo, fosse por qualquer coisa, dificuldades, interesse, ou algo semelhante, eu não fora tão memorável para ela quanto ela fora pra mim.

A primeira impressão que eu tive de Bella quando a conheci, foi a de que estava vendo um anjo. Eu sei que as pessoas tem essa idéia de que anjos são sempre louros e de olhos azuis. Mas no momento em que ela caiu sobre mim, quando abri a porta, e vi aquela pele pálida e suave, o rosto delicado em formato de coração e os cabelos escuros grudados em torno do rosto, a tive em conta de um anjo. E suas atitudes nessa noite e após estarmos juntos novamente, sempre me indicaram uma pessoa centrada e delicada.

Tão centrada, que eu tinha medo de chegar perto dela e acabar avançando um sinal que ela não estava disposta a ignorar. Eu nunca iria admitir isso, claro. Não sabia o papel que eu desempenhava na vida de Bella, e não falo do papel legal, de marido.

 Entendi perfeitamente a hesitação dela em aceitar se casar comigo, afinal, quem eu era para ela? Apenas um estranho com o qual ela havia tido a primeira e única experiência de sua vida. E um estranho totalmente irresponsável que não se lembrara de usar sequer o preservativo. Eu era a pessoa experiente ali, deveria ter cuidado melhor dela! Mas eu não podia demonstrar fraqueza e nem deixá-la à própria sorte. Tive de convencê-la, a todo custo, que se casar comigo seria a coisa certa a fazer, nem que fosse preciso usar um pouco de persuasão trapaceira, ameaçando deixar minha mãe criar o bebê.

A vida inteira me foi ensinado que o papel de um homem era cuidar e prover o sustento de sua família. Minha mãe trabalhava, mas porque queria, e não usava seu dinheiro nas despesas da casa. Seu salário era somente dela, para fazer o que quisesse com ele. Mas confesso que eu gostaria bastante de que ela não trabalhasse, pois assim ela teria podido ficar comigo mais tempo. Ficar com Maria era legal, mas ela não era minha mãe. As mães dos meus amigos na Colômbia não trabalhavam. Trabalhar por que, se os maridos as proviam de tudo? Lembro de pensar que, quando eu tivesse um filho, não ia querer que minha esposa trabalhasse, para poder dar total atenção a ele e a mim. E confesso que ainda penso um pouco assim. Sou um pouco egocêntrico.

Quando contei a Emmett que iria me casar, e que minha noiva estava grávida, antes de conhecer Bella (e, a adorar, digasse de passagem) ele chegou a cogitar se ela não estaria me enganando, tentando me impingir o filho de outro cara.

Era uma idéia que nunca havia me passado pela cabeça e nem naquele momento cogitei isso. Não nego que, depois da fascinação de ver Bella pela primeira vez, pensei que ela pudesse ser uma daquelas fãs atiradas que não davam sossego. Mas logo vi que ela nem sequer fazia noção de quem eu era, e não era fingimento, porque eu sei muito bem distinguir quando alguém está contando uma mentira.

Então, de repente, eu estava ali: casado e futuro pai. Tudo isso no meio de uma temporada de baseball, na qual eu não poderia dar a devida atenção à uma recém-esposa que parecia receosa de sequer tocar em mim. Então decidimos, de comum acordo, que só teríamos relações após seu resguardo. E eu esperava que durante esse tempo, nos conhecêssemos melhor e ajustássemos nossas rotinas, afastando essa estranheza de nós. Fora que eu aguardava ansiosamente também, poder dormir com Bella novamente.

Lucas nasceu e juro, eu joguei naquela noite de modo automático. Se alguém me perguntasse detalhes do jogo, eu nem saberia dizer. No meio de toda a euforia pela vitória do Estadual, eu dei uma entrevista meio truncada e me mandei da sala de imprensa do Yankees, quase correndo, com medo de algum repórter perguntar mais alguma coisa. Era uma benção que o casamento e a gravidez de Bella não haviam vazado na imprensa ainda, ou os repórteres cairiam em cima dele e dela como cães famintos. O que eles menos precisavam era de atenção não desejada. Queria uma vida tranquila pra eles e o bebê. O jogo era o jogo. Família era uma coisa muito importante para ser exposta dessa maneira, por mais que eu estivesse orgulhoso em ser pai, e ter uma esposa como Bella, que colocava no chinelo muitas mulheres que eu conhecia, em termos de beleza e inteligência. Fiquei impressionado pelo tempo que o parto (eu nunca conseguiria ficar lá vendo ela sofrer daquele jeito sem poder fazer nada, odeio me sentir impotente e ainda mais ver todo aquele sangue) durou. Ela deveria estar muito cansada, e eu, preocupado, fui vê-la em primeiro lugar. Devia isso a ela, no mínimo.

Voltando pra casa, ela havia feito questão de que, enquanto Luc ainda estivesse naquela fase de estar ajustando horários de sono e mamadas, dormir numa cama auxiliar no quartinho dele. Alegou que não queria atrapalhar meu sono, porque um bebê chora muito, seja por fome, cólicas ou fraldas sujas.

Eu não me importaria de acordar, mas fraldas sujas não era mesmo a minha coisa preferida, e nem sei se saberia trocar! Se ele estivesse com fome, a única que poderia fazer alguma coisa por ele era Bella, com aquele equipamento maravilhoso que eu me lembrava muito bem. Quanto à cólicas, eu não saberia o que fazer, a não ser pegar o carro e ir até a clínica mais próxima com ele e Bella. Eu gostaria muito que ela tivesse continuado a dormir do meu lado, mesmo que muitas vezes eu nem dormisse direito com o corpo dela, quente, encostado ao meu. Então eu ficava me sentindo um pervertido por ter pensamentos indecentes com uma mulher grávida que ainda tinha um pouco de receio de mim.

Me alegrava saber que ela se preocupava com meu bem estar, e acompanhava os jogos. O dia em que ela ficou injuriada com aquele lançador foi especial.

Mas estava ficando difícil me aguentar só com alguns poucos beijos... Ás vezes eu chegava perto dela e lá vinha aquela incômoda ereção que eu disfarçava a todo custo, para não assustá-la.

Então eu ficava, aos poucos, me asbtendo de chegar muito perto dela mais que o necessário, não querendo dar dois passos pra frente e voltar um pra trás no nosso relacionamento.

No dia em que eu a vira dando de mamar para Luc, eu ficara fascinado. Não só por ver novamente aqueles seios maravilhosos, mas por enxergá-los de outra forma. Os mesmos seios que me deixaram deleitado, agora amamentavam meu filho, uma extensão de mim. As mulheres eram mesmo seres sublimes. Deus as criara para isso: para a maternidade, para cuidar dos seus, amorosamente, para ser o esteio emocional da família. Ela devia sempre, em troca, ser cuidada, protegida, mimada.

Com o passar dos dias, nós acabamos estabelecendo uma rotina. Eu chegava em casa,  ela me alimentava, conversávamos, eu ia ver Luc, víamos um pouco de TV e depois eu ia dormir. Sozinho. E isso tava me matando!

E essa agora! Eu havia ficado vários dias fora de casa, imaginando o que Bella estava fazendo naqueles dias, e pior, imaginando Bella. É, Bella, naquelas situações... dando de mamar, no banho, de biquíni na piscina do quintal, construída em tempo recorde...

Eu estava há quatro meses sem sexo, quatro meses! Eu podia não ser um santo antes, mas pombas... eu estava casado, e era fiel! Eu vi como a infidelidade do meu pai quase acabara com o casamento dele e de minha mãe quando eu tinha apenas dez anos!

Eu fiquei sabendo que o motivo das brigas deles era esse, quando ouvi uma conversa da mãe de um amigo meu com outra mulher: “Se ela tivesse ficado em casa, cuidando como deveria do marido e dos filhos, ele não teria procurado na rua o que não encontra em casa.”

Aquilo ficou na minha cabeça por anos. Sei que meu pai agiu errado, isso era certo em minha cabeça, mas fiquei pensando se minha mãe também não tinha sua parcela de culpa. No fim, eles acabaram se acertando, mas em mim, o medo de que pudesse acontecer comigo, que eu fosse mais parecido com ele do que eu pensava, foi algo que se instalou tão fundo em mim, que voltava pra me atormentar, ás vezes.

Por isso, naquele dia, quando eu cheguei em casa, sabendo que ficaria alguns meses de férias do baseball, eu estava em ponto de bala. Se encostasse demais em Bella, seria capaz de não conseguir me segurar e  desrespeitar o resguardo.

Até jornal eu coloquei no rosto pra não olhar pra ela e cair na tentação.

Agora me digam... eu somente fiz o que sempre faço quando chego em casa. O que deu em Bella? Deus me ajude se eu entendo as mulheres!


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Notas finais do capítulo

E então, meninas... ele está um pouquinho perdoado? Me deixem saber! Bjs!