I Wont See You Tonight. escrita por eduardacoan


Capítulo 4
I just want to feel your presence.


Notas iniciais do capítulo

Gente,demorei (ou não) pra postar esse capítulo,e vou demorar mais ainda pra postar o resto.estou dividida entre filmes e trabalhos escolares,mas eu juro que assim que der posto mais.espero que gostem desse capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201919/chapter/4

Sentou-se na grama bem cuidada e esperou pela mãe. Sentia falta dela. Não a via desde o ultimo aniversário, então seria tão bom vê-la. Queria saber onde estava, queria ir para um lugar que se sentisse segura, como a casa da mãe. Mas sua casa não parecia nada com as casas do Brasil. Eram casas mais bonitas, não parecia existir tanta pobreza, tantas favelas, era um lugar desenvolvido. Pessoas com boa aparência passeavam pelos gramados com pugs de pêlos brilhantes e aparentemente macios. Lindos. Era como um filme americano. Uma vez ou outra carros luxuosos passavam numa velocidade baixa, como se fosse para mostrá-los a todos, assim como mulheres lindas passam como se tivessem sido gravadas e exibidas em câmera lenta. Sentia que aquele era seu mundo agora, como se conhecesse as pessoas, como se fossem seus vizinhos. Alisou o chão antiderrapante, ou tentou. Será que nevava lá? Ou, apenas chuvas aos fins de tarde, iria descobrir o que acontecia ali em todas as estações. Queria passar um tempo ali, queria sentir o vento frio do inverno na pele, ou cada floco de neve tocar as pontas dos dedos finos, o calor do sol aquecer a pele que agora estaria bronzeada, pela longa temporada que passaria na praia com Elena. Sentar embaixo de qualquer árvore e sentir as folhas caírem sobre o corpo que estaria sentindo frio por causa do único moletom que usava por cima de nada.

Ouviu o portão se abrir e um carro enorme, o qual nem ela mesma sabia o modelo, entrar e parar ao seu lado. De dentro dele saiu uma mãe, uns 20 anos mais nova que a mãe que conhecera desde que se entendia por gente. Suas inúmeras pulseiras tintilavam enquanto abria os braços para um abraço apertado. Levantou e foi receber o carinho tão esperado da mãe. Ouviu um sussurro, algo tão parecido com ‘’minha pequena’’ que qualquer outra coisa que sua mãe tivesse murmurado. Não disse nada, apenas esperou ser soltada e entrou no carro. Olhou pra baixo até que o carro saísse do portão. Olhou pros lados e viu casas bonitas. Desejou que fosse assim em todos os lugares do mundo, pessoas que tinham tudo o que queriam, o que fosse material pelo menos. Observou os lugares por onde passava mas continuou não tendo ideia de onde estava. Ao chegar na grande e luxuosa casa branca rodeada de portões de vidro o carro entrou na garagem grande com mais dois carros lindos que provavelmente não eram usados. Ao invés de entrar pelos fundos, como a mãe, decidiu entrar pela frente, parando à frente da mesinha redonda com duas cadeiras ornamentadas ao redor embaixo de um jornal do dia. Quarta-feira, 30 de dezembro de 2009, Hun... Huntin... Huntington Beach.

Meu... meu Deus. SANTO DEUS EU ESTOU EM HUNTINGTON BEACH.

Cemitério. Agora. Cemitério, ver o Jimmy. Preciso deixar algo, uma flor, um pato, uma faca para o mestre da faca. Uma cerveja gelada talvez? Algo que, de algum modo o deixe feliz, de onde quer que esteja. Eu não sei, talvez não leve nada. Preciso visitá-lo.

– MÃÃÃÃÃÃE

– Diga minha querida!

–Vou até o cemitério, volto em meia hora.

–Fazer o que no cemitério uma hora dessas meu amor? – E lá vinha Suzana deslizando no longo e solto vestido floral de fundo azul, e as pulseiras, ah, aquelas pulseiras ecoavam na sala praticamente vazia, tão clara que ela diria até que não havia nada, se não fossem pelos quadros por todos os lados, uns com cores frias, outros com cores quentes, uns detalhistas, outros abstratos.

– Você sabe, eu...

–Você nunca demonstrou tanta vontade de visitar o túmulo de sua avó e...

–Mãe. Logo volto.

Entrou no carro, digitou algo como cemitério, ligou o carro e saiu. Rodou pelas ruas pedindo informações e logo numa esquina encontrou uma grande placa escrita The Good Shepherd. Deduziu que este seria o nome do cemitério. Estacionou em qualquer lugar e entrou no lugar, era gigante, a grama verde e bem cuidada a fazia pensar que Jimmy, (ou seu espírito) corria por ali, e riu sozinha ao imaginar o cara esguio correndo como uma gazela pra tudo quanto era lado. Olhou meio por cima, tentando achar algum monte de presentes em cima de um túmulo, mas estava tudo plano. Viu um senhor que a lembrava do velhinho da biblioteca sentado próximo à uma guarita, e foi pedir informação. 

– Com licença, o senhor sabe onde fica o túmulo de James Owen Sullivan?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eaí,o que acham que vai acontecer daqui pra frente?