Luana's P.O.V.

Estávamos estacionando em frente ao estúdio, era a primeira vez em que vínhamos ali sem precisar nos disfarçar.

– Isso está estragando nossos planos... – Aline murmurou pela milésima vez.

– Eu já ouvi! – gritei.

Ela não respondeu, apenas encarou-me com uma expressão que dizia “se você ouviu, por que ainda estamos aqui e não voltamos para casa?”.

Saímos do carro, tranquei-o e ativei o alarme. Pude ver a cópia de meu Audi há alguns metros dali, sinal de que Gerard já havia chegado.

– Vamos tomar esse maldito sorvete e ir para casa – disse a mim mesma.

Caminhei ao lado de Aline, tentando parecer segura e confiante, mas por dentro eu estava tremendo de medo de algo dar errado.

Aline entrou primeiro pela porta de vidro escuro que dava entrada à recepção do estúdio, segui logo atrás dela.

– Pois não? – a recepcionista sorriu para nós.

– Sou Luana, e esta é Aline – comecei. – Estamos aqui para fazer uma visita ao Senhor Frank Iero.

– Ah, sim! – ela sorriu ainda mais. – Ele disse algo sobre isso, pode seguir até o estúdio de gravação, ele está lá com os outros... Sabe o caminho?

– Sei sim, obrigada! – sorri.

– Senhor Frank Iero... Ele não deve ser muito mais velho que nós – Aline debochou baixinho enquanto me seguia.

– É um modo de demonstrar respeito – revirei os olhos.

– Aqui é enorme – ela mudou de assunto.

Enfim chegamos ao estúdio de gravação, abri a porta lentamente – ninguém falara se devia bater, então não o fiz.

– Com licença? – disse baixinho, entrando.

Ouvi Aline rir atrás de mim, ela sempre achara ridículo essas coisas “formais”. Minha vontade foi chutá-la, mas não o fiz.

Pude ver ao longe algumas sobras – provavelmente eram eles, estava escuro ali.

– Ah, você veio! – ouvi uma voz familiar e masculina falar, animada.

Logo pude ver uma das sobras – a mais baixa de todas, provavelmente Frank – se aproximar, abrindo os braços e esmagando-me em um abraço.

– Pois é... – ri, sem jeito. – Eu disse que vinha.

Frank era... cheiroso! Reprimi minha vontade de corresponder esse abraço com toda minha força.

– Ah, você trouxe uma amiga! – ele soltou-me, agora podia ver que ele sorria.

– Sim... Esta é Aline – apresentei-os.

– Prazer em conhecê-lo – ela sorriu, estendendo uma mão para Frank, que a apertou rapidamente.

– O prazer é todo meu – ele sorriu para ela.

– Luana! – ouvi uma outra voz chamar do outro lado da sala, era Mikey.

– Olá! – disse, estava ficando sem graça com toda essa “atenção”.

Pude ver Mikey se aproximar rapidamente, tomando-me em um abraço apertado que surpreendeu-me. Ele usara algum tipo de droga? Bem, espero que não...

– Wow... Que animação... – comentei, rindo.

– Não se engane com esse rosto inocente – Ray brincou, mas não se aproximou. – Mikey é perigoso e... tarado!

– Não ligue para ele – Mikey ignorou o comentário de Ray.

– Bem, logo podemos ir, tenho apenas que terminar de escrever algumas coisas aqui – Frank disse para nós.

– Okay – dei de ombros.

Frank e Mikey nos levaram até o outro lado do estúdio, onde havia os sofás e se encontravam os outros integrantes da banda.

– Podem sentar ali – Mikey apontou para um dos sofás.

Todos assumiram algum lugar, restando-me apenas um... que por uma grande ironia era entre Frank e o maldito Gerard Way.

Sentei-me ali, um tanto desconfortável. Torci para Frank conversar comigo, mas ele agora só tinha olhos para Aline, restando-me apenas o silêncio e a desconfortável presença de Gerard ali.

– Olá – ouvi aquela voz falar próxima a mim, era ele.

– Oi – respondi a Gerard, baixinho.

Acho que ele cumprimentou-me apenas por educação, já que não prosseguiu com a “conversa”.

– Está quase acabando, Frank? – Mikey parecia inquieto.

– Não, Mikey – Frank bufou, ainda escrevendo algo rapidamente em uma prancheta.

– Rápido! – Mikey insistiu.

– Alguém faz o favor de acender essa luz? – Frank pediu, irritado. – Não consigo fazer nada descente no escuro.

– Bem, depende do que você quer fazer... Às vezes o escuro pode ajudar muito – Ray ironizou.

– Eu não preciso estar no escuro para fazer isso – Frank debochou do comentário de Ray.

– Como são pervertidos... – Mikey riu.

Ray levantou-se e acendeu o interruptor, meus olhos doeram um pouco.

– Elas ficam muito mais bonitas na luz – Frank comentou, olhando rapidamente na nossa direção e lançando um sorriso.

– Com certeza – ouvi a voz de Gerard ao meu lado falar.

– Obrigada! – Aline sorriu para ele, eu contive meu agradecimento apenas em um sorriso torto para Frank.

– Terminei! – Frank suspirou, soltando a caneta sobre a prancheta e entregando para Mikey.

Eu estava curiosa para saber o que diabos era aquilo que ele estava escrevendo, mas não queria parecer intrometida e perguntar, então tentei olhar por cima do papel quando Mikey o pegou, logo pude ver que se tratava se alguns acordes de guitarra.

Mas Mikey não era baixista?, pensei, confusa. O que ele queria com acordes de guitarra?

Bem, não era da minha conta.

– Podemos ir – Frank sorriu para mim rapidamente, mas logo voltou seus olhos para Aline.

– Okay – Aline sorriu.

Frank levantou e estendeu uma mão para Aline, para ajudar-lhe a levantar. Ela a pegou rapidamente, suspirei pesadamente percebendo que eu seguraria muitas velas.

– Aonde vocês vão? – Mikey perguntou.

– Ao Central Park – Frank respondeu.

– Ah, só vocês? – Mikey parecia querer algo.

– Sim – Frank riu.

Sim, Mikey queria ir conosco.

– Bem, eu estava querendo ir ao Central Park – ouvi alguém falar, mas fiquei surpresa ao ver que não era Mikey agora, e sim, Gerard. – Apenas faltava-me um motivo.

Pude ver Mikey fuzilá-lo com os olhos, havia algo ali que explicava isso tudo, e essa repentina animação de Gerard, mas como eu já disse... Não era da minha conta.

– Pode vir conosco se quiser – Frank deu de ombros.

– Okay – Gerard sorriu, levantando-se. - Vamos? – ele parou em minha frente, estendendo uma mão para mim assim como Frank fizera com Aline.

Fiquei com vontade de chutar-lhe entre as pernas, não sei exatamente por que... Mas me contive, pegando sua mão levemente e levantando também.

– Tenham um bom passeio – Ray disse, reprimindo uma risada que indicava que havia alguma piada interna ali.

Seguimos à saída, Gerard andava ao meu lado, o que deixava-me desconfortável.

***

Gerard’s P.O.V.

Frank dissera-me que iria sair com uma amiga, mas eu nunca poderia imaginar que essa amiga seria Luana.

Na verdade, não sei por que isso deixou-me com raiva, mas sim, eu estava irritado com isso.

Mas, por incrível que pareça, o destino fora meu amigo hoje e fizera com que Luana trouxesse uma amiga, Aline, para o “encontro” com Frank, fazendo com que o anão se encantasse com a garota de cabelos negros.

Depois do alarme de perigo desligar-se, voltou a apitar estridente, quando Mikey pareceu demonstrar algum interesse em Luana. Aquele bastardo!

Mas eu não o culpava... Ela estava linda.

Espera... Que droga é essa que eu estou falando?

Sei apenas que fiquei com uma grande vontade de matar meu irmão, ainda mais por saber que ele estava fazendo isso também por causa de nossa aposta, ele queria provar que era melhor que eu e ficar com alguma garota... E ele escolhera Luana, indignando-me.

Luana sentou-se ao meu lado no sofá enquanto Frank passava alguns acordes de guitarra para Mikey – que colocara na cabeça que queria aprender a tocar alguma coisa na guitarra. Arrisquei dizer algo a ela.

– Olá – falei.

– Oi – ela respondeu, pareceu envergonhar-se.

Okay, eu ao sabia mais o que falar, então deixei a conversa morrer ali.

- Está quase acabando, Frank? – Mikey não via a hora de Frank acabar aquilo.

– Não, Mikey – Frank bufou, ainda escrevendo os acordes rapidamente em uma prancheta.

– Rápido! – Mikey insistiu.

– Alguém faz o favor de acender essa luz? – Frank pediu, irritado. – Não consigo fazer nada descente no escuro.

– Bem, depende do que você quer fazer... Às vezes o escuro pode ajudar muito – Ray ironizou, contive o riso.

– Eu não preciso estar no escuro para fazer isso – Frank debochou do comentário de Ray.

– Como são pervertidos... – Mikey riu, e ele era muito inocente mesmo.

Ray levantou-se e acendeu o interruptor, apertei meus olhos contra a luz, não pude evitar de olhar para a garota ao meu lado, que estava realmente bonita.

– Elas ficam muito mais bonitas na luz – Frank comentou, olhando rapidamente na direção de Aline e Luana.

– Com certeza – concordei sem pensar.

– Obrigada! – Aline sorriu para ele, Luana se limitou a apenas um sorriso para Frank.

Maldito Gnomo!

– Terminei! – Frank disse, entregando a prancheta a Mikey. – Podemos ir – Frank sorriu para Luana rapidamente, mas logo voltou seus olhos para Aline.

– Okay – Aline sorriu.

Frank levantou e estendeu uma mão para Aline, para ajudar-lhe a levantar. Ela a pegou rapidamente, provavelmente ele estava afim dela agora, então Luana deveria estar irritada por ver que passaria o resto do dia segurando velas.

– Aonde vocês vão? – Mikey perguntou.

Quis estrangulá-lo! Ele provavelmente iria querer ir junto para poder ficar perto de Luana e colocar seu plano em prática.

Não estava irritado assim pelo fato de ele estar quase ganhando nossa aposta, mas sim por... por... Ah, não sei por que estou irritado, só sei que não é por causa da aposta.

– Ao Central Park – Frank respondeu.

– Ah, só vocês? – sim, ele estava querendo ir junto.

– Sim – Frank riu.

Eu precisava fazer alguma coisa para impedir que Mikey fosse.

– Bem, eu estava querendo ir ao Central Park – falei rapidamente a primeira coisa que veio-me à cabeça. – Apenas faltava-me um motivo.

Mikey fuzilou-me com os olhos, cheguei a divertir-me com isso. Ele devia estar furioso e pensando que eu também estava agindo assim apenas por causa de nossa aposta.

– Pode vir conosco se quiser – Frank deu de ombros.

– Okay – sorri levemente, tentando disfarçar meu divertimento enquanto levantava-me. - Vamos? – parei em frente à Luana, estendendo uma mão a ela assim como Frank fizera com Aline, tentando parecer um cavalheiro ou algo do tipo.

Ela pareceu se surpreender, mas logo pegou minha mão levemente.

– Tenham um bom passeio – Ray riu baixinho, ele sabia da aposta, então também devia estar pensando que minha animação tinha algo a ver com isso.

Caminhamos até a saída juntamente, fiquei ao lado de Luana, que parecia tentar manter uma distância de mim.