A Hora Da Rebelião escrita por sugarcube


Capítulo 1
Viagem ao distrito 4


Notas iniciais do capítulo

Ellery vai para o Distrito 4 passar as férias com seu pai como todo ano, mas esse ano será diferente. Esse ano é o ano do Massacre Quartanário e muitas coisas estão para acontecer.



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Estava na minha casa no Distrito 7 arrumando minhas malas para as férias com meu pai no Distrito 4. Minha mãe morava na capital e meu pai era um vitorioso do 4. Pelo o que eu sei meu pai encontrou minha mãe na turnê da vitória pelo Distrito 7 e coisas ocorreram. Quando eu nasci ninguém sabia de quem eu era filha, mas então a Capital descobriu e nos levaram para lá para nos torturarem. Eu tinha apenas três anos quando isso aconteceu e eu me lembro de cada detalhe. Meu pai fez de tudo para nos tirarem de lá, por sorte minha mãe era muito inteligente e eles acharam que podiam utilizá-la para alguma coisa na Capital, meu pai me deixou no 7 com minha tia, para minha própria segurança.

 Quando acabei de arrumar tudo olhei pela janela, estava um dia frio e o cheiro do pinheiro estava mais presente no ar do que nunca, não ligava, aquele aroma me deixava bem, me levava para um lugar no passado onde tudo estava bem e eu brincava de pegar as folhas secas do outono com minha mãe, antes dela se mudar para a Capital e foi quando tudo mudou.

Deitei-me na cama já arrumada e fechei meus olhos pensando em tudo, no presente, no passado e bem, no futuro. Esse ano era o ano do Massacre Quaternário, mais uma terrível edição dos Jogos Vorazes, só que pior. Ontem foi anunciado na televisão de todos os moradores de Panem, que este ano dois vitoriosos de cada Distrito iriam participar dos Jogos. Os rostos passaram por minha cabeça, conhecia muito deles por causa do trabalho de minha mãe na Capital. Katniss e Peeta com certeza iriam, Haymitch não sobreviveria na arena nem por um minuto, o casal desafortunado do Distrito 12 iria para a arena outra vez, sem querer julgar mas essa história de casal me dava nojo, todas as pessoas de Panem, menos a população da Capital, sabiam que era tudo uma farsa. Penso em Annie e Finnick, o que iriam fazer? E meu pai? Sim, meu pai é um vitorioso, e se ele for sorteado? Uma dor no peito se forma só de imaginar a situação.

Ouço alguém bater na porta e acordo de meus pensamentos “Elle, seu pai chegou” ouço minha tia dizer. Levanto-me e pego minhas malas dando uma última olhada no espelho. Eu via meu pai raramente e queria que ele visse que agora tenho 16 anos e já estou crescida o bastante para cuidar de mim mesma, geralmente ele me tratava como uma pobre indefesa e odeio ser tratada assim.

Desci as escadas e ouço meu pai falando com minha tia

“- Mas Melora... será melhor para ela”

“-Não! De jeito algum ela irá morar na Capital, ela vai estar na toca do inimigo! Não!”

“-Mas a mãe dela estará lá e ninguém-“ 

Ocorre uma pausa quando meu pai me vê na escada, sinto que não devia estar escutando aquela conversa. Mudar para Capital? Como? Eu não quero! Eu não quero ficar lá, todos lá são estranhos e hipócritas, não vou morar com a minha mãe. Ela é um deles agora, e eu não quero virar um deles também.

Finjo que não ouvi nada e vou na direção de meu pai, dando-lhe um abraço e um beijo

- Oi pai

- Olá querida – ele diz com um sorriso nervoso nos lábios

- Bem, então vamos lá! Rumo ao Distrito 4!

Ele me ajuda com as malas e vamos para a estação de trem, nem todo mundo tinha acesso para ir lá e viajar entre os Distritos, mas como minha mãe era da Capital nós tínhamos essa vantagem. Dei um abraço apertado em minha tia, Melora e entrei em meu vagão acenando para ela até a perdê-la de vista. Me virei para meu pai e ele estava lendo um panfleto da Capital sobre o Massacre Quaternário.

- Hm, pai? – eu pergunto meio tímida, não queria interferi-lo

Ele larga o panfleto na mesma hora soltando um suspiro e então retoma a mim.

- Sim Ellery

- Elle pai, Elle – odiava que me chamassem por meu nome, meu nome era estranho até no Distrito 7.

- Sim, me desculpa. Continue.

Respirei fundo, não sabia se devia perguntar, mas isso interessava a mim. Eu tinha 16 anos agora, tenho que tomar decisões para mim mesma.

- Ouvi você falando com Melora... eu vou mesmo para a Capital?

Um olhar assustado apareceu e ele começou a coçar sua nuca, como sempre faz quando está nervoso.

- É... Ellery, quer dizer Elle... Nós não sabemos ainda – ele respira fundo e fica mais calmo – bem, será mais seguro para você na Capital, com sua mãe.

Não. Não. Não será mais seguro. Eu não quero ir para a Capital, não quero, não posso.

- Mas pai, eu não posso. – olho ao redor com medo de que alguém pudesse escutar – lá é mais perigoso. Eu não vou, pai.

- É mais perigoso você ficar aqui, você sabe como esses pacificadores estão cada vez piores.

- Eu não ligo, eu não vou sair daqui. Não vou.

Ele colocou a mão no rosto e olhou pra mim com uma certa dor em seus olhos.

- Está bem... Depois nós vemos isso.

Suspirei olhando pela a janela, via a estrada passar rápido por meus olhos, não acreditava no que estava acontecendo, passei minha vida inteira no Distrito 7 não podia me mudar agora, não agora que será a hora da rebelião. Já ouvi meu pai falar disso com minha tia, ninguém sabia que eu sabia disso. “A hora da rebelião” o que irá acontecer? Porque é tão importante que eu vá para a Capital? Os Distritos estarão em perigo? Se estiverem, tia Melora e papai também vão estar. E Finnick, Annie,  Mags, Johanna, Beetee, Wiress, Katniss, Peeta, meus amigos do 4, meus amigos do 7, até talvez meus amigos da Capital e minha mãe. Todos que eu amo e alguns que eu odeio estarão em perigo.

Passamos o resto da viagem em silêncio sem nenhum de nós nem olharmos no rosto, por vergonha ou raiva. Não sei, só sei que estava me deixando impaciente.

Quando chegamos ao Distrito 4 e vamos direto para casa de meu pai, na aldeia dos Vitoriosos. Papai me ajudava com as malas e quando ele abriu a porta fui pega por uma grande surpresa. Todos meus amigos do Distrito 4 estavam lá. Mags, que eu considerava como uma avó, veio me dar um abraço apertado.

- Mags! Senti muito sua falta!

- Eu também, minha querida.

Sigo mais em frente deixando minhas coisas no chão quando Finnick e Annie vêem me cumprimentar. Finnick me dá um abraço amigo e desarruma meu cabelo, como sempre faz. Dou um abraço em Annie e então vejo uma das minhas melhores amigas do Distrito 4 vindo em minha direção.

- Elle!

- Ginny!

Dou um abraço nela, a quanto tempo nós não falávamos, Ginny tinha um grande senso de humor, sempre me fazia rir quando possível. Lembrei de minhas amigas do Distrito 7 e até algumas da Capital como a filha de Effie Trinket. Ninguém sabia quem era seu pai, era uma garota engraçada pois era mimada pela Capital inteira, mas ela era realmente bem legal de se falar.

Passamos o resto da tarde conversando e comendo as comidas típicas do Distrito 4 que eu tanto gostava, eu sentia falta disso. Mas o fim estava próximo, a colheita seria daqui algumas semanas e dois de meus amigos que estavam ali comigo iriam para arena novamente, não sei se suportarei assistir os Jogos este ano, mas tenho que assistir, pois algo está para acontecer, eu sei que está e tenho que descobrir o que é.


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Notas finais do capítulo

Espero que goste do capítulo. Obrigada por ler. :3



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