Até Que A Morte As Separe escrita por CahACC


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Depois do episódio de terça-feira (03x14 - On My Way), eu senti uma necessidade de escrever uma Faberry. Espero que gostem. Blaine não saiu da Dalton e Quinn e Rachel namoram. Capítulo editado em 04/07/2012.



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Despertou cedo, como de costume. Desligou o despertador e foi até o banheiro. Fez sua higiene pessoal, vestiu o uniforme e saiu para caminhar. Por fora, estava tudo igual, mas por dentro, tudo era diferente.

Caminhou por um longo tempo, adiando o máximo a ida até a escola. Estava cansada de receber tantas provocações, mas sabia que seria assim. Só não esperava que fossem tão longe. Tudo era mais fácil com ela por perto, mas agora, estava sozinha.

Chegou na escola faltando pouco mais de dez minutos para o início das aulas. Parou em frente ao seu armário. Todos a encaravam, mas não da mesma maneira que a olhavam duas semanas antes, com ódio e desgosto. Agora, sentiam pena dela. Abriu-o. A foto delas ainda estava pregada na parede do fundo. Na porta, as palavras “coragem” e “acredite”, com seus respectivos kanjis. Olhou para a sua direita. Haviam limpado a tinta e haviam algumas flores e bilhetes na porta.

Um vulto se aproximou, já estava preparada para ser derrubada, mas recebeu um abraço. Só havia uma pessoa que faria aquilo. Ela desabou em lágrimas.

– Querida, se acalme... – falou o vulto suavemente. – Não há nada mais para se fazer, você sabe.

– Eu a amava – soluçou. – Deveria ter sido eu, não ela.

– Rachel! Nunca mais diga isso! Quinn ficaria muito chateada se te ouvisse dizendo isso. Ela também te amava. Mais que tudo na vida dela. Ela não ia querer que você ficasse tão triste por causa disso.

– Mas não é simplesmente “isso”. Minha namorada morreu por causa do preconceito que esses idiotas têm – ela gritou, engolindo as lágrimas. – Ela não vai mais voltar. Eu não quero que eles morram. Eu só quero que eles sejam punidos – ela abaixou o tom de voz. – Ninguém deve sentir o que eu estou sentindo agora, Kurt. É extremamente doloroso. Eu preferia ter morrido junto com ela a ter que aturar tudo isso sem ela.

– Rach, para! – gritou segurando os braços da garota. – Pare com isso! Você sobreviveu ao acidente porque Quinn a salvou. Você sabe disso! Ela viu que ia bater o carro e jogou todo o impacto sobre ela para que você sobrevivesse! Ela ficou dois dias entre a vida e a morte no hospital! Ela quis te salvar, Rachel. Ela te amava! Você sabe disso! Você está aqui porque ela quis. Ela preferiu salvar a dela!

A morena tentou se lembrar de alguma coisa do acidente, mas nada. Lembrava-se apenas de acordar em seu quarto...

“Acordou como se tivesse acabado de levar uma martelada na cabeça. Tentou abrir os olhos, mas a luz era muito intensa. Ouviu a voz de seu pai. Moveu o braço até que sua mão pudesse alcançá-la.

– Pai? – sussurrou.

– Rachel? Ai meu Deus, Rachel! Querido! Querido, ela acordou! Ligue para o doutor!

‘Doutor? O que está acontecendo?’

– Pai? – falou tentando se sentar. – Onde está Quinn?

– Rach, fique deitada, por favor.

– Pai, cadê a Q.?

– Você não se lembra, meu amor? – perguntou o outro pai.

– Não, papai. Eu sei que estava voltando da escola com a Q. e depois, nada...

– Querida... – sussurrou o pai.

– Gente, eu quero saber onde ela está!

– Rachel, filha...

– Onde está a minha namorada?

– Filha, a Quinn... Vocês bateram o carro. Ela não aguentou tanto quanto você – disse Leroy.

Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto quando percebeu o que estava acontecendo.

– Filha, a Quinn morreu.”

O sinal bateu, tirando-a do transe.

– Que aula você tem agora? – perguntou o garoto.

– Álgebra II.

– Ótimo. Eu tenho física. Venha, eu te acompanho.

Ele deu o braço para a garota e foram caminhando pelos corredores.

x.x.x

Quando o sinal bateu, indicando o fim da aula, a garota retornou ao seu armário, sozinha. Chegando lá, não havia ninguém a esperando. Não mais. Havia apenas um bilhete colado em sua porta. Já esperava os familiares xingamentos, mas, dessa vez, um bilhete com duas simples palavras:

~ Nos desculpe

Não sabia se ficava feliz por terem se desculpado ou se ficava brava. Uma simples desculpa não traria a vida de sua namorada de volta. Ela simplesmente respirou fundo e guardou-o na sua mochila. Guardou os livros no armário e pegou a muda de roupa que havia deixado lá mais cedo. Estava prestes a viver um dos piores momentos de sua vida.

Kurt chegou já trocado e falou para a amiga:

– Blaine já chegou e vai nos levar até o... Bem, até lá. Você sabe que ele era muito amigo de Quinn. Melhor você ir se trocar.

– Está bem – sussurrou.

Foi até o banheiro mais próximo e trocou o uniforme pelo vestido preto. Olhou-se no espelho. Seus olhos estavam inchados, e a cicatriz em sua cabeça ainda era visível. Lembrou-se então, da primeira vez que a beijou. Na verdade, Quinn a beijara.

Lembrava-se perfeitamente daquele dia, há exatos sete meses. Foi no dia em que sua carta da faculdade chegara.

“ – Q., Q.! – ela gritava pelos corredores, em busca da melhor amiga. A loira estava em seu armário, ao lado do da morena.

– O que foi, Rach? – perguntou animada.

Foram correndo em direção ao banheiro mais próximo, o qual sempre estava vazio naquela hora. A morena abriu a mochila e pegou a carta com o logo vermelho que chegara naquela manhã.

– Isso é o que eu estou pensando? – perguntou Quinn.

A morena apenas assentiu. Quinn abriu o envelope e pôde ler em letras garrafais ‘Aprovada’. Abriu um sorriso.

– Rach, isso é ótimo! – disse abraçando-a.

Uma lágrima surgiu no olho da loira.

– Quinn, por que está chorando?

– É felicidade por você, Rach.

– Eu te conheço. O que foi?

Um momento de silêncio preencheu o banheiro.

– Você quer mesmo saber, Berry? – sussurrou. – Lembra-se quando eu te contei que era lésbica? Que eu queria ficar com alguém? Bem, essa pessoa era você, é você! E você estava namorando aquele idiota do Finn... Você perguntou se era por você que eu estava apaixonada, e eu neguei com todas as minhas forças. Você disse que só queria amizade e eu não queria acabar com a única coisa que tínhamos, Rachel. Acontece que eu te amo, e eu não posso deixar você partir – gritou chorando.

Ela se aproximou da morena e beijou-a. Um beijo carinhoso, mas urgente. Separaram-se por falta de ar. Os braços de Rachel envolvendo o pescoço da loira, que segurava a cintura da morena.

– Eu te amo, Rachel. Sempre te amei e sempre vou te amar.

– Eu também te amo, Q...”

Saiu do banheiro com lágrimas nos olhos, lembrando-se das palavras de seu amor.

– Podemos ir? – perguntou Kurt.

Ela assentiu. Pegou sua mochila, que havia deixado com o garoto e partiram.

Kurt passou todo o percurso da escola até a capela contando a Blaine sobre tudo que Rachel e Quinn vinham sofrido nos últimos meses. Blaine havia saído da escola por causa do preconceito. Foi bem aceito na outra escola e deixaram-no em paz. Quinn e Rachel não tiveram a mesma sorte.

– Não acredito que eles foram capazes de fazer isso – falou Blaine. – Empurrar no armário, xingar, derrubar a comida... Mas cortar os freios do carro? Tenha dó! Eles não pensaram nas consequências que isso poderia causar?

– Eles não pensam, amor – falou Kurt. – Nunca pegaram tão pesado com a gente – sussurrou para o namorado.

Rachel ficou o tempo todo em silêncio. Pensando. Lembrando-se de todas as vezes que haviam derrubado ela e Quinn no chão, de tudo que tinham passado para conseguirem ficar juntas. E depois de tudo isso, nada. Haviam tirado Quinn dela. Agora, estava sozinha, sofrendo.

O carro parou e os três desceram. Os dois garotos sempre ajudando a morena. Foram caminhando silenciosamente até a capela. Toda a família de Quinn estava na capela. Cumprimentaram um a um, parando especialmente na mãe da garota. Rachel estava mais abalada do que ela.

A cerimônia transcorreu lentamente. Era possível ouvir o choro de Rachel o tempo todo. Kurt e Blaine tentavam consolá-la e acalmá-la, mas era inútil. Em certo momento, ela se levantou e saiu silenciosamente. Não aguentava mais.

Caminhou até uma árvore e sentou-se, escondida pelas sombras. Disparou em lágrimas. Chorava e chorava. Ouviu o badalar dos sinos e as pessoas saindo da capela. De repente, sentiu uma mão em suas costas.

– Rachel, quer ir para casa?

A garota assentiu, ainda chorando. Blaine abaixou-se e pegou a garota no colo. Ela enterrou o rosto no peito do amigo e continuou a chorar. Caminharam lentamente até o carro. O mais novo já havia desistido de tentar consolá-la, apenas carregava-a cuidadosamente enquanto sentia a umidade aumentando em sua camisa. Kurt já esperava no carro. Abriu a porta e Blaine colocou-a deitada sobre os bancos. Ela logo adormeceu.

No sonho, estava de volta a capela funerária, aparentemente vazia. Mas não estava sozinha. Havia mais alguém lá. A morena logo identificou-a como sua amada. Ela segurava a mão de Rachel e sussurrava em seu ouvido: “Eu sempre te amei. E sempre vou te amar.”

Quando abriu os olhos, tudo aquilo havia passado. Estava sozinha de novo. Em seu quarto. Via apenas a fotos das duas encarando-a.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. É a primeira Faberry que escrevo, então... Comentem! Não faz mal a ninguém!