A Troca. escrita por Gerard Chapinha


Capítulo 5
Capítulo 5




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Fui novamente à floresta amazônica e peguei o celular de Gerard, pensando em como acharia meu corpo. Não tinha nenhum rastro perto dos nossos quartos nem no banheiro, mas da mesma maneira eu ainda não havia olhado meu quarto. E se Gerard, com o meu corpo, estivesse ali o tempo inteiro? Logo que tive tal idéia corri para meu verdadeiro quarto, abrindo a porta com certa força, fazendo-a se chocar contra a parede. Essa era mais uma coisa que eu deveria me acostumar. Além de ser mais musculoso, Gerard era muito mais forte do que eu.

Mas como nada estava sendo fácil, claro que achar meu corpo também não seria tão fácil. Meu quarto estava intocado, somente com um travesseiro fora do lugar. Se eu estava certo, era o mesmo travesseiro que eu coloquei no meu rosto antes de dormir e toda essa merda acontecer. Eu não sabia mais o que fazer.

Decidi descer, já passavam das onze horas. Se a mamãe chegasse eu teria que improvisar, imitar Gerard e cair fora. Se eu dissesse pra ela que estava no corpo dele ela iria começar a pensar que o maluco era eu, e não Gerard. Novamente eu me distraia, pensando em tirar algum proveito de estar no corpo de Gerard. Mas porque não?

Eu peguei o celular que estava no bolso da calça, sentando-me no sofá. Eu não aguentava mais andar sentindo aquelas calças na metade da minha bunda. Tudo bem que eu usava calças que aparecessem um pedaço da boxer, mas eu não a usava quando a minha bunda acabava.

O celular de Gerard era um modelo parecido comigo, embora a agenda estivesse quase lotada de tantos contatos e a caixa de mensagens estivesse quase lotada. Porque não bisbilhotar um pouco? Não que eu estivesse curioso com os assuntos dele, mas seria interessante saber o porquê dele ser tão popular. Será que ele tinha algum assunto interessante que passasse de sexo?

Como eu esperava, grande maioria das mensagens eram de garotas convidando-o para sair, dando seus endereços e horários para os encontros, enquanto as outras mensagens eram de seus amiguinhos. Nada de interessante, nada que eu já não imaginava. E mesmo que tudo isso fosse inútil, havia algo bom naquelas mensagens.

Em uma das mensagens enviadas de madrugada uma garota chamada Lindsey havia enviado uma mensagem a Gee, dizendo para ele ir até a sua casa. Junto ao convite havia seu endereço, que poderia ser o paradeiro de Gerard e meu corpo. Lyndse y disse que estaria sozinha até o meio dia, o que significava que o tempo estava ficando cada vez mais curto, culpa dos malditos cabelos do meu irmãozinho.

Não pensei duas vezes, saindo pela porta. Eu ainda não podia dirigir, e nem tinha carteira e habilidade para isso. Se eu não tinha habilidade para dirigir, é lógico que não teria para andar de skate, mesmo que esse fosse mais rápido e estivesse na garagem de casa. Sendo loucura ou não peguei o skate de Gerard, subindo sobre ele. A casa da tal garota não era muito longe, então a chance de morrer em um acidente de skate havia diminuído.

Por sorte, durante o caminho, não encontrei nenhum dos amigos de Gerard, nem nenhuma das peguetes dele, embora tenha levado vários tombos. Sua calça estava um tanto manchada, mas não rasgada. E quem disse que eu ligava? Finalmente cheguei à casa da garota, encontrando todas as luzes apagadas. Aparentemente ninguém estava lá, pelo menos ninguém acordado.

Larguei o skate em um lugar qualquer da varanda da casa, puxando as calças , como se isso fosse adiantar alguma coisa. Bati na porta, mas ninguém atendeu. Não bati novamente, porque sabia que ninguém iria abrir a porta, sendo que nem precisava, porque a porta já estava aberta.

A sala era iluminada pela luz do dia, mostrando um ambiente realmente espaçoso. No pé da escada havia um par de saltos altos vermelhos, provavelmente pertencendo a tal Lindsey. Se Gee estava ali, ele provavelmente estava dormindo com a garota, ou estava caído em algum lugar da casa, seminu, ou até mesmo completamente pelado, e de ressaca. Pensar em tais hipóteses era aterrorizante, já que era o meu corpo, e não o dele.

Definitivamente eu estava me preocupando mais com meu corpo do que com Gerard; ele já era grande o suficiente para cuidar de si mesmo, mas não do meu corpo. Andei um pouco pela sala, achando o interruptor da luz. Assim que acendi as luzes tive uma visão mais contemplada da sala, e de algo que meus olhos não acreditavam ver. Era impossível não rir daquela cena.

GERARD WAY, ACORDA!


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