Maluca,eu?! escrita por AnnieWeasley


Capítulo 9
Merlin não Ajuda!




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Quando acordei,vi que estava em um sofá no Salão Comunal. Minha cabeça doía e eu ouvia pessoas conversando a minha volta. Uma voz de homem, que reconheci ser de Sirius Black, dizia:
'- A gente não tinha visto que ela estava lá.
Então uma voz feminina, que notei ser de Juliet, falou exasperada:
'- Como não viram! É simplesmente impossível não notar os cabelos vermelhos da Lílian!
Obrigada pela parte que me toca, pensei. Então Potter falou, logo acima de mim:
'- Parece que Malfoy tinha acabado de azara-la, porque ela levantou do chão.
'- Com a varinha na mão, o que significa que eles estavam duelando. – ouvi Remo falar.
Isso aí, Sherlock, pensei.
'- Mas porque a Lílian duelaria com Malfoy? – ouvi a voz de Sarah, preocupada. – Ela nunca se deixa levar pelas provocações dele!
É, mas dessa vez ele foi longe demais, pensei. Minha cabeça estava começando a clarear, e eu comecei a sentir que poderia dar a graça da minha presença naquela conversa. E foi o que fiz.
'- Bom, alguém deveria ter avisado Malfoy que ruivas são imprevisíveis.
Vi que todos me olhavam surpresos, enquanto eu me levantava devagar de onde eu estava (que só então notei ser o colo do Potter) e sentava-me (conseqüentemente, ao seu lado).
'- Lílian! – exclamou Juliet. – Merlin, que bom que está bem!
'- É, é preciso de mais de um sonserino pra me derrubar. – falei, massageando a cabeça de leve.
'- Com a nossa ajuda. – falou Sirius. - Se não tivéssemos distraído Malfoy, você não teria vencido e ele teria acabado com você.
Notei que Juliet e Potter o olharam como que avisando 'não fale isso se tem amor à vida', mas o resto olhava pra mim. Virei os olhos semicerrados para Black e falei:
'- Primeiro, Black, vocês não ajudaram em absolutamente nada. Como eu já disse, um sonserino, principalmente o Malfoy, não me amedronta. Depois que, como eu mesma disse pra ele, eu sou uma pessoa decente, não azaro ninguém em um momento em que ela não pode se defender, apesar de que imagino que você não tenha nenhum problema com isso, levando em consideração que azara qualquer um que não esteja em condições de revidar. Em outras palavras, eu não sou covarde como você.
OK, admito que peguei pesado, mas ei, eu tinha acabado de quase morrer nas mãos sujas de um loiro aguado que provavelmente estava agora escrevendo pro papai vir salvar ele, logo depois de ter desinfetado a mão com inseticida! Ou qualquer outra coisa.
Então, podemos chegar à conclusão de que eu não estava no meu estado normal. Se é que eu já estive algum dia. Mas prossigamos...
Então, de repente e repentinamente (uau!), Juliet se jogou no meu pescoço, me afundando no sofá.
'- Que bom que você já está normal! Graças a Merlin!
Rindo, tirei ela de cima de mim delicadamente. Mais um pouquinho de conversa mole, todos falando que estavam felizes por eu já estar normal de novo, começou a inquisição que eu sabia que viria.
'- Lils... Você estava... Duelando com o Malfoy? – foi Remo quem começou.
'- Não, Remo, estávamos fazendo purê de batatas, você não notou? – falei, arregalando os olhos candidamente.
Remo revirou os olhos e Juliet perguntou:
'- Mas por que, Lils? Quero dizer, o que ele falou dessa vez que foi pior do que das outras?
Eu olhei pros meus sapatos, pensando "bom, ele estava sem os capangas dele, o corredor estava deserto, ele achou legal trazer uns assuntos desagradáveis à tona, aproveitando isso, eu fiquei impaciente e a gente acabou brigando." Mas respondi:
'- Ele... Me perguntou se eu sabia onde estava o gatinho dele, a Marie, aí eu disse que tinha alergia a gatos, mas infelizmente eu estou gripada, então eu espirrei, então ele disse que eu estava com o angorá dele, mas eu disse que não e começamos a duelar.
Todos me encararam por um segundo, então Sirius falou:
'- Certo, mas e a versão verdadeira?
Olhei pra ele espantada. Desde quando Black era tão esperto?
'- Marie não é nome de gato. – ele justificou, ante meu espanto. Ah, certo, esqueça o negocio de esperto então.
'- Lils, o que foi? – Sarah perguntou. Tentei ganhar tempo enquanto inventava outra historia, mas me dei conta de que iria sair outra coisa absurda. Oh céus. Então era isso!
'- Merlin! – gritei, assustando-os. – Malfoy me enfeitiçou, me azarou alias! Ele tirou a minha capacidade de inventar historias convincentes em ocasiões de pressão! O que serei eu sem essa minha habilidade?
Juliet foi a escolhida pra me dizer, enquanto eu dramaticamente enterrava meu rosto nas mãos:
'- Lils... Você nunca teve essa habilidade.
Ah, então era por isso. Certo.
'- Ótimo! – ergui meu rosto, assustando-os de novo. É melhor eu arranjar um espelho o quanto antes, creio eu. – Eu conto. Malfoy e eu tivemos um caso, e era disso que ele estava falando que me fez azará-lo e começarmos a duelar.
Houve um instante de choque. Então os Marotos explodiram numa gargalhada. Sarah estava absorta em pensamentos e Juliet ficou brava:
'- Lils, já dissemos que você não tem essa capacidade!
'- Mas é verdade! – falei, olhando-a nos olhos. Então Sarah deu um cutucão nela e cochichou alguma coisa. Sarah era bem sensível e tal, então imagino que ela tenha lembrado da minha promessa e do meu encontro no quarto ano. Sabe, a promessa "homem-não-presta-nunca-mais-vou-chorar-por-um".
Os Marotos ainda riam, mas Sarah e Juliet me olhavam, sérias e até com pena, procurando com os olhos uma confirmação. Quando balancei minha cabeça positivamente devagar, as duas pularam em meu pescoço, murmurando coisas do tipo "Não fique assim", "Não acredito", "Desculpe nunca ter descoberto" e por aí vai. Então os Marotos viram isso e foram parando de rir. Quando consegui me soltar das meninas, senti os olhos cheios d'água. Olhei para as caras espantadas dos meninos, e até um pouco de magoa na cara de Potter. Isso me fez explicar tudo, tim tim por tim tim, desejando consertar aquele mal-entendido.
'- Bem... Dessa vez é verdade. – murmurei. Viram como eu sou boa em consertar mal-entendidos? Deve ser um dom vindo diretamente da padaria da esquina. Não que Hogwarts tenha padarias nas esquinas, mas você me entendeu.
'- Como... Como assim? – perguntou Remo, chocado. – Vocês tiveram um caso?
'- Não! – me apressei a dizer, ou melhor, berrar. – Claro que não.
'- Então o que foi? – Potter usou um tom de voz meio frio. Suspirei e comecei a explicar.
'- No quarto ano, Malfoy me chamou pra sair. Muita gente ficou sabendo, alias. Mas quase ninguém deu importância, e arrisco a dizer que só ele, da Sonserina inteira, lembra disso. Bem, nós fomos a Hogsmeade e passamos o dia juntos. Eu realmente não sabia que ele era tão ruim. Ou talvez soubesse, mas não acreditava, já que ele tinha virado um anjo comigo. E eu estava muito a fim dele. – os punhos de Potter se fecharam, sabe, aquela posição de luta. Ai, Merlin, dai-me forças... - Então nós nos beijamos. – os punhos se cravaram mais, mesmo eu achando impossível. Merlin, por favor... – E aí ele começou a passar a mão na minha coxa, subindo a minha saia. – ia começar a sangrar. Merlin, anda logo, faz favor! – Mas eu dei um tapa na mão dele. – o aperto ia afrouxando. Obrigada, Merlin. Apesar de não ter feito nada. – Então Malfoy me agarrou e pôs a mão na minha bunda. – Os punhos estão se cravando de novo. Merlin, sua chance de agir! – Então eu dei um tapa na cara dele. – Afrouxando de novo. Merlin, voce é meio inútil, sabia? – Daí os amiguinhos dele saíram de umas moitas e sei lá o que mais e ficaram me zoando e dizendo pro Malfoy que ele perdeu a aposta, por que não conseguiu me levar pra cama. – os punhos de Potter cerraram-se mais uma vez, mas daquela vez não era comigo que ele estava bravo. Viu, Merlin, pode ficar aí em cima que eu não preciso de você!
'- E o que ele disse hoje que fez você perder a cabeça a ponto de usar feitiços tão superiores? – perguntou Remo. Olhei espantada pra ele.
'- Pensei que vocês não tivessem visto nada.
'- Não vimos, mas o estrago que você fez no Malfoy só pode ter sido por feitiços complexos.
'- Ah, bem, ele me provocou. Mas o pior não foi isso, foi que ele estava certo. – falei, pensativa. – Ele disse que eu tinha que enfrentar meu passado, que não dava pra fugir dele...
'- Do Malfoy? – perguntou Juliet.
'- Do passado. E que ele sempre estaria logo atrás de mim. – conclui, um pouco triste. Eu acho. Ou exausta. Ou pensativa. Não sei.
'- E então? – Juliet perguntou, sorrindo de antecipação.
'- Eu disse que ele estava certo, e olha só, por acaso ele era meu passado.
Todos riram e Black falou:
'- Boa essa, ruivinha.
Talvez estivesse tentando se redimir pela merda que tinha falado antes.
O ambiente estava bem mais leve, mas ainda tinha mais uma coisa...
Gente, que amigos sensíveis fui arrumar! Na hora eles olharam pra mim, sentindo que tinha mais. Foi Potter que falou, numa voz gentil e suave:
'- Tem mais alguma coisa te incomodando, ruiva? – ele perguntou.
'- Tem. – suspirei. – Malfoy usou magia negra.
'- Ele te atingiu? – perguntou Remo, aflito.
'- O primeiro feitiço eu protegi, mas o segundo me acertou. Só que o segundo não era bem uma azaração. Era uma bola de poder que me jogou longe. Então o estrago que ela fez provavelmente se resume a isso.
'- Não sei. – falou Remo, cuidadoso. – Vindo de Malfoy pode-se esperar de tudo.
'- Não, Lupin. – falou Sarah, pensativa. – Eu sei que feitiço ele usou, e não há nada escondido nele.
Não sabia como ela sabia, mas estava aliviada. Pelo menos uma surpresinha (como acordar com duas antenas e um taco de beisebol grudado na mão, conhecendo o Malfoy) não me pegaria dormindo nem nada.
Pelo menos isso.


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Notas finais do capítulo

Obs: sim eu sei que na foto está Alvo Dumbledore, mas que se parecem, parecem



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