We Must Reinvent Ryden escrita por RyRo


Capítulo 3
Capítulo 3




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Acordei com o Spencer me cutucando e tive vontade de xingá-lo, mas não o fiz. 

- Acorda Ryan, estamos atrasados. - Abri os olhos e olhei pro meu celular, que eu havia esquecido no silencioso e despertava sem som.

- Genial! - Falei, sarcasticamente.

Levantei e fui tomar banho enquanto Spencer tomava café com minha mãe. Terminei de me arrumar e desci, ele já estava pronto de modo que engoli meu café e sai às pressas me despedindo não muito bem da minha mãe. Estávamos andando e como de costume encontramos Brent.

- Eai caras. - Ele disse estranhando a presença de Spencer, já que sua casa era mais pra frente.

- Eai. - Spencer notou a cara dele e logo explicou - Eu dormi na casa do Ryan essa noite.

- Hmmmmmmmmmmm o que vocês ficaram fazendo? - Brent disse maliciosamente e riu com Spencer, menos eu.

- Nada disso Brent, Ryan gosta de outra pessoa. - Spencer me olhou debochando de mim.

- Spenceeeer. - Falei irritado.

- Calma ae, Brent é nosso amigo e ele meio que já deve imaginar que você gosta do Brendon.

Brent ficou boquiaberto e eles foram me enchendo o saco o caminho inteiro. Chegar na escola nunca foi tão bom, pelo menos eu tava livre de ter que ouvir eles me zoando, eles sabiam que eu não queria que Brendon soubesse, não por enquanto. Cumprimentamos Brendon e logo o sinal bateu. No meio da aula Brendon me atirou um bilhete que quase me matou do coração, eu estava totalmente viajando na minha cabeça. Abri o bilhete que dizia "Vamos lá em casa fazer alguma coisa agora de tarde, nós quatro?". Eu sorri e olhei pra ele, que reparou minha reação e sorriu também. Disfarcei e escrevi embaixo "Por mim, tudo bem", e mandei de volta. Logo ele me respondeu que todos tinham topado, então eu estava ansiosamente querendo que todas aquelas aulas passassem muito depressa. Vez em quando me pegava fitando Brendon, e tentava disfarçar, mas ele sempre percebia. Spencer e Brent pareciam sempre muito atentos à aula e eu não fazia ideia do que o professor estava dizendo. No fim do turno o professor foi liberando conforme terminávamos a lição, escrevi qualquer baboseira e sai mais ou menos junto com Spencer. Descemos pra esperar os meninos, e eu descobri que Spencer não estava assim tão prestando atenção na aula.

- Você olha pra Brendon toda hora, cara.

- É involuntário.

- Sei sei... - Ele deu de ombros. - Você tem que começar a ter controle sob isso se não quiser deixar tão óbvio.

Ficamos em um silêncio constrangedor por aproximadamente cinco minutos, quando Brent e Brendon finalmente apareceram. 

- Finalmeeente. - Spencer disse.

- Desculpa se estávamos respondendo direito e não escrevendo qualquer besteira igual vocês dois. - Brent retrucou e rimos.

- Ok, então vamos lá pra casa, né? - Brendon perguntou e eu me animei.

- Sim sim - respondi.

- Vamos sair logo daqui. - Ele puxou minha mão e eu senti que estava corando, mas continuei agindo normalmente, ou pelo menos tentando.

Andamos até a casa do Brendon conversando e fazendo graça como sempre fazíamos e então chegamos.

- Tem alguém aqui? - perguntei.

- Não, só nós mesmo. - Brendon respondeu conforme eu gostaria.

Entramos, almoçamos e ficamos um pouco na cozinha conversando e lavando a louça que a gente usou. Depois fomos tocar um pouco, nessa época não levávamos tão a sério essa coisa de banda, tudo que eu queria era nunca perder a oportunidade de ouvir a voz do Brendon. Nós ficamos comendo besteiras, assistindo televisão, jogando video-game, o dia todo e quando vi já estava quase na hora da minha mãe chegar em casa, mas Brendon teve uma ideia:

- Por que vocês não dormem aqui? É perto da escola e já estamos todos aqui mesmo.

Todos concordamos e fomos ligar pra nossos pais, minha mãe deixou mas tanto os pais de Brent como os de Spencer não deixaram. Eu achei que seria meio estranho eu e Brendon ali, Brent e Spencer também devem ter pensado, mas mesmo assim fiquei.

Quando os dois foram embora nós subimos pra jogar mais video-game, era o que mais fazíamos. Cansamos daquele jogo então Brendon colocou um no qual ele ganhava de mim sempre.

- Ah, assim não vale você só ganha essa coisa! - Reclamei.

- Fazer o que? Esse eu sou viciado. - Ele riu.

- Breeeeeeeeeeeendon. - dei um soquinho nele de brincadeira - Mas o que é isso, você não pode me matar assim!

- Ei. - Ele retrucou o soco - Claro que posso, aprenda a se defender, covarde.

Quando vi estávamos um empurrando o outro enquanto jogávamos video game e estava começando a ficar violento até que ele me empurrou forte e eu caí deitado.

- Caralho Brendon, não precisa levar a sério. - Sentei denovo e ele pausou o jogo.

- Ah desculpa Ry, foi sem querer. - Ele fez bico e eu tive que sorrir. - Viu, já me desculpou, né?

- Não, sai fora. - Resolvi fazer birra.

- Paaaaaaaara Ry, foi só um empurrãozinho. - Ele me abraçou de lado com um braço e começou a me cutucar com a mão do outro.

- Para, tá fazendo cóssegas! - Eu ria enquanto tentava me livrar dele.

- Ok eu paro, mas me desculpou né?

- Siiiim, para com isso.

- Tá bom. - Ele parou mas continuamos rindo muito e quando percebi ele estava em cima de mim.

Paramos de rir e ficamos nos olhando nos olhos por um tempo intederminado e eu senti que meu coração estava batendo muito rápido e eu estava extremamente nervoso e, provavelmente, muito vermelho. Mesmo assim não me mechi, eu não iria fazer nada pra mudar aquela situação, eu ia ficar ali esperando ele fazer algo. E, infelizmente, ele fez. Brendon voltou a se sentar, então eu também e ele normalmente perguntou:

- O que quer jogar agora? - E sorriu.

Levantei e fucei nos cds de video game dele até que encontrei um legal. Nessa altura eu já tinha voltado ao normal e fomos jogar mais um pouco, até cansarmos.

- Acho melhor a gente ir dormir - Ele disse.

- Aham. - Concordei.

Desligamos o video game, fizemos nossa higiene pessoal e arrumamos as camas. Embaixo da cama do Brendon tinha mais uma, daquelas que puxa, e eu arrumei minha cama ali. Ele apagou a luz e eu estava olhando pra cima pensando nessa situação quando fui interrompido.

- Ry, você já se apaixonou por alguém como se nada mais importasse? - Ele me perguntou subitamente.

Pensei por uns instantes, eu não só tinha como eu ainda estava apaixonado como se nada mais me importasse, mas eu tinha que ser cuidadoso de qualquer forma.

- É, sim. - Respondi - Por que?

- Sei lá, acho que eu meio que to me sentindo assim.

- Eu também.

- De quem você gosta? - Ah, essa pergunta não.

- Vo-você não a conhece... digo, você não conhece a pessoa. - Por que não consigo dialogar sem gaguejar?

- Ah tá.

- E você, de quem você gosta? - Tomei coragem pra perguntar mesmo sabendo que a resposta poderia acabar comigo.

- Ah, você também não conhece.

- Sei. Duvido que eu não conheça.

- Se for assim, também conheço a pessoa que você gosta. - Ele retrucou bem retrucado diga-se de passagem.

- Não, você não conheçe.

- Eu tô achando que conheço siiiim. - Ótimo, mais essa agora.

- Não, Brendon!

- Tá nervoso por que? Eu sabia que eu conhecia, você tá ficando nervoooso.

- Não to não. Será que dá pra me deixar em paz?

- Ok né, nervosinho, boa noite.

- Boa noite. - Respondi mal-humorado.

Demorei muito tempo pra dormir porque afinal eu tinha acabado de descobrir que Brendon gostava de alguém e eu não sabia quem era. Eu queria muito que ele me falasse, queria que do nada ele virasse e falasse "Eu gosto de você", mas eu sabia que eu não podia botar muita fé nisso, eu não podia me iludir senão eu me daria pior ainda no fim das contas. Pensei nisso e pensei também nunca coisa que vale a pena considerar: Se aquela pessoa te faz sorrir, se ela te trás um bem como nenhuma outra consegue trazer, se aquela pessoa está na sua cabeça quando você acorda, se ela está na sua cabeça quando você vai dormir, não podes deixar isso acabar, não podes deixar ela ir, isso aí que você tá sentindo deveria ser muito valorizado porque pouca gente hoje em dia ainda sente isso. Amar é uma arte e nem todo mundo é artista. 

Foi no meio desses pensamentos que eu consegui dormir e esqueci escola, esqueci celular pra despertar, esqueci de tudo.


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