We Must Reinvent Ryden escrita por RyRo


Capítulo 24
Capítulo 24




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Era sexta-feira. Haviam duas semanas desde aquele telefonema de Spencer pra Brendon. Eu tinha me recuperado do meu surto daquele dia e tinha voltado a ser apenas eu. Claro, o lado triste e desanimado de mim.

Eu quase dormia na minha carteira quando ouvi o sinal atormentando meus ouvidos. Me levantei, descemos e saímos da escola em silêncio. Até que Spencer o quebrou.

- Ei Ryan, você anda muito desanimado. Vamos lá em casa jogar vídeo game ou qualquer outra coisa, ok?

- Pode ser. - Respondi.

Fomos pra casa de Spencer. O vídeo game não estava ajudando, o que me fazia pensar que nada mais poderia me animar. Vimos um filme de comédia cujo eu não dei nenhuma risada e enchemos a cara de doce. Pelo menos isso eu ainda fazia da mesma forma.

- Quer saber, eu estou mesmo muito chato, é melhor eu ir embora.

- Nós tentamos, hoje tá difícil de te animar. - Brent falou.

- Eu sei. Bem, até segunda gente.

Saí e andei pra casa sem pressa. Estava quase anoitecendo. Tomei um longo banho como se a angústia pudesse ir ralo a baixo junto com a água, mas ela não podia. Comi alguma coisa e me deitei. Pouco depois consegui dormi, eu estava mega cansado.

Quando acordei, enrolei uns minutos e consegui levantar. Fui ao banheiro, escovei os dentes e etc. Ouvi batidas na minha porta. Eu sabia que minha mãe não estava em casa e confesso que fiquei com um pouco de medo de ver quem era. Abri a porta devagar e paralisei. Ninguém mais ninguém menos do que Brendon parado na porta do meu quarto.

Parecia que eu não o via há anos. Tirei uns minutos pra aprecia-lo. Seus lindos olhos castanhos brilhavam, ele estava sério e eu diria até um pouco impressionado em me ver. Sua boca estava entreaberta. Ah, a sua boca. Eu não conseguia olhar pra ela sem querer beijá-la. Seu cabelo estava perfeito como sempre, ele não tinha feito nada, estava apenas meio bagunçado. Dei uma breve olhada em seu corpo. Ele estava usando uma calça jeans e uma camiseta, como ele costumava se vestir. Eu poderia buscar em todos os adjetivos do mundo, o mais adequado pra descrevê-lo, mas eu não o farei, usarei um simples vocabulário onde todos entenderiam o que eu quero dizer: Ele era simplesmente uma delícia. 

Reparei que, enquanto eu o olhava da cabeça aos pés, ele apenas olhava em meus olhos o tempo todo. Não consegui expressar nenhuma reação, e nem ele. Brendon entrou no meu quarto, chegou perto de mim, sem desviar seus olhos dos meus. Colou devagar seu corpo com o meu e, ao mesmo tempo que colocou uma mão gentilmente em meu rosto, segurou forte minhas costas com a outra por dentro da minha camiseta. Deixei uma mão em seu quadril e levei a outra em sua nuca. Ele aproximava seu rosto do meu numa lerdeza que me torturava. Então fui um pouco mais rápido e juntei nossos lábios. 

Primeiramente, nos beijamos rápido e gentilmente. Então abrimos os olhos e rimos, sem razão. Nos beijamos de novo, dessa vez mais longo. Era como se eu nunca tivesse o beijado antes, era incrível, não só o beijo em si mas também como ele fazia eu me sentir. Passei a mão por seus cabelos e brinquei com sua língua junto da minha. 

Mantivemos nossos rostos e corpos juntos, apenas não estávamos mais nos beijando. Não abri os olhos e sei que ele também não. Ele levou suas duas mãos em meu rosto e ficamos um pouco assim só sentindo nossas respirações, como se precisássemos de um tempo pra assimilar que estávamos realmente ali.

Ele encostou devagar minha porta com o pé, mas continuávamos da mesma forma. Então ele abriu os olhos e afastou um pouco seu rosto do meu pra me ver melhor.

- O-o que… como… - Tentei perguntar alguma coisa.

- Shhh. - Ele colocou seu dedo de leve sob meus lábios. - Deixa só eu te olhar um pouco.

Não me mexi, não falei nada. Nos olhamos por mais uns minutos, ele segurava meu rosto firme porém gentilmente, como se eu fosse fugir. Penteei seus cabelos pra cima com os dedos e então ele pareceu cair a ficha, pareceu que só agora ele tinha percebido onde estávamos. Ele suspirou e sorriu um pouco. Me abraçou e apoiou seu rosto no meu ombro. Beijei sua cabeça e o abracei pela cintura. Andei pra trás devagar e fui o trazendo comigo da mesma forma que ele estava. Sentei na minha cama e o puxei comigo de forma que ele sentou-se na minha frente e colocou as pernas em volta do meu quadril. Seu rosto ainda estava escondido no meu ombro e tive a impressão de que ele estava chorando.

- Ei. - sussurrei. - Olha aqui. Eu to aqui. 

Ele levantou o rosto e vi que de fato escorriam lágrimas pelas suas bochechas. Limpei-as com meu polegar e então ele olhou pra baixo e respirou fundo. Meus olhos encheram de lágrimas também, mas me contive. Coloquei minha mão em seu queixo, levantei seu rosto e o beijei brevemente.

- Pare com isso. - Sussurrei de novo e ele se acalmou. 

- Eu tenho que ir. - Ele falou. Beijei sua boca, sua bochecha, seu pescoço, e então apoiei meu rosto ali, sentindo seu cheiro.

- Não tem não.

- Eu tenho sim. - Ele levantou meu rosto e me beijou.

- Quando eu vou te ver de novo? 

- Quem disse que eu vou te deixar? Você vai comigo.

- Pra onde?

- Pare de fazer perguntas.

- Mas...

- Sh. - Ele sussurrou e me deu um selinho. Calei a boca e sorri.

Ele estava prestes a se levantar quando minha mãe abriu a porta.

- Ryan eu... - Ela começou e parou quando nos viu. - Ah! Brendon! Saí de cima do meu filho e venha já aqui. - Ela disse sorrindo.

- Ah, desculpe. - Ele levantou e ela o abraçou.

- Eu achei que vocês dois nunca mais iam se ver. 

- Eu também. - Brendon e eu falamos juntos.

- Que bom que vocês estão bem. Então, eu vou te ver mais frequentemente agora? - Ela perguntou pra Brendon.

- Sim. - Ele sorriu.

- Então tá. Estou saindo meninos. Tenham juízo hein, eu vi isso quando eu entrei aqui. - Ela apontou o dedo pra nós dois. Falamos tchau e ela foi.

- Sim? - Perguntei ainda meio perdido.

- Sim o que? - Ele me olhou confuso.

- Ela perguntou se vai te ver mais frequentemente e você disse que sim.

- Ah. É. - Ele agia naturalmente e eu ainda não tinha entendido. - Vem. - Ele esticou a mão pra mim levantar.

- Agora você explica. - Segurei sua mão e me levantei.

- Depois.

- Depois do que?

- Que você for lá comigo.

- Lá oooooonde?

- Ryan fica quieto. - Ele me puxou fraco, o suficiente pra me juntar dele, me abraçou de lado e descemos.

Fomos andando pela calçada e parecia que nem ele sabia pra onde íamos. 

- Você não vai me falar nada mesmo? - Eu estava cheio de perguntas.

- Depende do que você quer saber. Mas acho que não vou te falar nada ainda.

- Mas eu não to entendendo nada. O que você faz aqui? E a sua mãe? Pra onde você tá me levando? Por que disse pra minha mãe que íamos nos ver frequentemente? Por que você tá me apertando? - Rimos depois dessa última pergunta e dei uma esquivada porque ele apertava minha barriga, que eu quase não tenho, e aquilo estava fazendo cócegas. 

- Ok, só vou te responder uma. Estou te apertando porque é legal.

- Ah essa era a última que eu queria uma resposta. - Respondi e ele me puxou de volta pra perto dele.

- Sai. - Tirei sua mão da minha cintura porque ele ainda me irritava.

- Tá eu já parei, vem aqui. - Me puxou de novo e beijou meu rosto. Sorri e o abracei de lado também.

- Tá longe ainda?

- Sossega.

- Só me fala se tá longe.

- Não, não tá longe.

Paramos na frente de uma casa na rua de baixo da minha escola. Ele olhou um pouco pra casa e eu continuei sem entender nada. Ele tirou o braço que estava em volta de mim e abriu o portão. Entrou e fez sinal pra mim vir. Mesmo sem saber onde eu estava, entrei e fechei o portão. Ele abriu a porta, segurou minha mão e entramos. Vi uma sala cheia de caixas e uma bagunça básica.

- Brendon, o que... ? - Eu ia concluir a frase mas sua mãe apareceu e eu fiquei sem reação. 

- Oi meninos! - Ela disse e veio mais perto de nós. Brendon não soltou minha mão e eu não pude expressar o quão legal era pra mim saber que ele não tinha mais problemas com qual seria a reação de sua mãe.

- Oi. - Tentei sorrir normalmente mas deve ter soado totalmente falso.

- Precisava demorar tanto pra ir buscar o Ryan?

- Eu não to entendendo mais nada. - Falei.

- Ah, o Brendon te explica enquanto ele arruma a bagunça dele. - Ela disse isso e apontou pra escada.

- Ok to indo mãe.

Ele me puxou com ele e subimos. Parou na frente de uma porta e me olhou.

- Brendon onde estamos? - Perguntei.

- Na minha casa.

- Você... você mudou pra cá? - O olhei perplexo.

- Sim. - Ele sorriu.

- Mas... - Sorri também pois não tinha o que falar.

- Foi o seguinte - Ele ficou sério e continuou falando. - eu estava indo mal na escola, péssimo na verdade, e eu estava deprimido e etc, minha mãe pensou bem e ela viu que isso era besteira, porque eu realmente gosto de você e eu não ia simplesmente esquecer. E sei lá, nada tava dando muito certo, ninguém se adaptou direito àquele lugar, então voltamos. - Ele sorriu de novo.

- Então... tá tudo bem? Você vai voltar pra escola e a gente vai voltar ao normal? E a sua mãe tá de boa com isso? E...

- Sim Ryan. - Ele me interrompeu e chegou mais perto de mim. - Tá tudo bem, ok? - Assenti com a cabeça e sorri. Então ele me beijou.

- Vaaaaaaaaaaaaaai arrumar seu quarto. - Sua mãe gritou quando nos viu e eu quase tive um infarte, me afastei um pouco. Ele parou de me beijar e deu risada.

- Não grita, mãe.

- E parem com essas coisas no corredor, até eu me acostumar com a ideia vocês façam isso no quarto. - Ela terminou de falar e desceu. Ele me olhou ainda sorrindo e me beijou de novo. Voltei a juntar meu corpo no dele.

- Ok melhor eu arrumar meu quarto antes que ela berre e faça você corar de novo, desse jeito que você tá agora. - Ele sorriu e tocou minha bochecha.

- Aquilo foi broxante, ok? - Eu disse e ele riu.

- Broxou?

- Aham. - Ri também e entramos.

Seu quarto estava igual ao resto da casa: Uma bagunça. Ajudei ele a desempacotar as coisas e arrumá-las. Embora eu odiasse fazer isso, com ele foi divertido. 

Fiquei em sua casa o dia todo, comemos e voltamos a arrumar as coisas. Conseguimos terminar antes de anoitecer e ficamos um tempo conversando sobre o que aconteceu durante esse tempo que perdemos.

Depois de um longo papo não tínhamos mais o que falar então ele me beijou e subiu um pouco minha camiseta, mas segurei sua mão.

- Não, Brendon, eu tenho que ir.

- Ah. Ok.

- Amanhã a gente se vê, tá?

- Aham. - Ele sorriu e selou nossos lábios demoradamente.

Levantei e desci, ele foi comigo até o portão, me abraçou e deu um beijo na minha testa. Então voltei pra casa. Eu estava finalmente feliz.

Cheguei em casa e encontrei minha mãe na cozinha.

- E então, qual é a do Brendon?

- Ele voltou. - Falei sorrindo.

- Voltou pra antiga casa?

- Não, ele está em outra casa, mais perto da escola. Aliás, ele vai voltar pra escola também. 

- Sério?

- Sim.

- Que bom!

- É.

- Que bom ver você feliz de novo também.

Assenti com a cabeça e falei que ia subir. Não fiz mais nada naquele dia além de dormir. 


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Notas finais do capítulo

aw eu quero eles pra mim poxa



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