Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Só para contextualizar, essa história do laço entre Strigois não consta no livro. É só uma opinião minha, eu tinha que arrumar uma explicação para Dimitri não transformar Rose à força. Vocês podem discordar, eu entenderei...
Esse cap ficou um pouco pequeno, mas é que eu não queria fazer a maldade de entrar na parte de Las Vegas e partir a história no meio.
Também prometo que vou manerar as maldades de Dimitri nos próximos.. É pq eu fico imaginando que ele tem que ter muitas razões para se culpar, quando for restaurado.
bjs
p.s. está vindo uma one shot por aí... atendendo a pedidos, estou escrevendo o pov de Dimitri para aquela cena dos anjos de neve... aguardem!



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Não tardou e o grupo de Strigois que estava comigo retornou. Eu observei por uma fresta da porta quando o carro parou em frente à locadora, senti uma imensa raiva tomar conta de mim, tanto que minha respiração saiu pesada. Como aqueles idiotas pensaram que podiam me desobedecer de forma tão deliberada? Conforme tínhamos combinado, Bud foi até eles.

“Ei caras, vocês poderiam colocar este carro dentro daquele galpão? Tem um grupo de turistas preste a chegar, acho que vocês não querem chamar a atenção deles, não é mesmo?”

Eles atenderam sem qualquer questionamento. Tão idiotas que não perceberam que era, no mínimo estranho, turistas chegarem de madrugada. Eu permaneci escondido, olhando cada movimento deles, enquanto saíam do carro.

“Eu estava faminto! Foi uma bela caçada!” Um deles falou sorrindo. “Os humanos quando bebem são alvo fácil!”

“Dimitri não vai gostar nada quando souber que saímos.” Brigite disse, com uma leve preocupação. Um dos Strigois praticamente voou até ela.

“Ele não vai saber ser não contarmos. Como tantas outras coisas que ele não toma conhecimento. Então você mantenha essa sua boca fechada ou eu arranco seu pescoço!”

“Isso mesmo.” O outro falou. “Eu já estou cansado de receber ordens dele!”

“Então porque você não dá o fora!” Karl se exaltou. “Eu é que estou cansado de ouvir você repetindo e repetindo que não gosta das ordens do Belikov!”

“Você é tão puxa saco, mas também o desobedeceu quando veio conosco!” Ele replicou.

“Eu só estava com fome. Só isso. E eu não sou puxa saco, apenas não sou burro. Todos nós podemos ver que não somos tão forte como Belikov! Ele tem muita força e habilidade, e pode nos destruir assim.” Ele respondeu estalando os dedos.

Alguns deles riam ironicamente, o que fez minha raiva crescer ainda mais, ao ponto que não pude me controlar.

“Belikov é apenas um idiota com mania de grandeza, naquele casaco ridículo, e-“ O Strigoi começou a falar de forma teatral, mas não pôde concluir.

Saí do pequeno corredor onde eu me escondia, rápido como um raio. Eu segurava uma barra de ferro e com um golpe, a cabeça dele voou longe. Sem que qualquer um pudesse reagir, eu segurei os outros dois que riam pelos ombros. E os olhei com desprezo. Eles eram baixos e estavam em pânico. Percebi pela minha visão periférica que Karl e Brigite se aproximavam cuidadosamente da porta, provavelmente pensando que podiam fugir.

“Vocês dois, fiquem onde estão. Sabem que não podem fugir de mim.” Eu rosnei, sem olhar para o lado deles. Eles ignoraram e começaram a se mover rápido. Toda ação durou fração de segundos. Sem perder tempo, bati violentamente um Strigoi no outro que eu segurava, até que eles caíram desacordados. Então eu agi rápido. Corri até a porta para onde Brigite e Karl se dirigiam os impedindo de sair. Eles me olharam visivelmente apavorados. Senti a sombra de um sorriso cruzar pelos meus lábios. Coloquei uma mecha do meu cabelo que caia, atrás da minha orelhar e respirei fundo. Apesar deles terem me desobedecido, eu não podia negar que, de certa forma, eles eram bastante leais. Eles tinham sido humanos que eu mesmo os havia transformado. Por vontade deles, o que fazia toda diferença. Criaturas leais, ainda que de forma mínima e macabra, era uma coisa rara de se encontrar. Certamente eu lhes daria outro destino, não era a morte imediata. Por enquanto.

Quando uma pessoa é transformada por sua própria vontade, um espécie de laço maligno se forma. Então, aquele Strigoi se torna submisso e leal – da sua maneira, é verdade – para com seu criador, de forma o vínculo provoca, como parte de sua natureza, um tipo de barreira que impede que ele se volte contra quem o criou, mesmo que a recíproca não seja verdadeira. Como Strigois não conseguem viver em sociedade, a maioria foge, saindo de perto de seu criador. Puro instinto de sobrevivência.

Foi por isso que eu insisti tanto em transformar Rose por sua própria vontade. Ela seria um Strigoi poderoso, o único capaz de me de aniquilar. Meu único ponto fraco. Se ela formasse esse laço comigo, seria uma maneira de mantê-la sob um certo controle. Ainda que mínimo. E eu poderia tê-la perto de mim eternamente, sem temer uma traição. Era um risco, claro, mas eu tinha que ter tentado.

“Vocês são patéticos.” Falei secamente. “Achavam mesmo que eu não perceberia que saíram? Achavam mesmo que poderiam fugir de mim assim, em baixo das minhas vistas?”

A respiração deles era pesada e – eu juro – eles estavam tremendo.

“Vocês têm sorte. Hoje eu estou muito generoso. Não vou matá-los agora. Preciso que vocês venham comigo.” Novamente, senti um frio sorriso sair dos meus lábios. “Aproveitem a minha grande bondade. Isso é uma coisa rara.” Eu disse caminhando calmamente e me abaixando até a barra de ferro que eu tinha soltado no chão.

“Obrigada, Dimitri. Você não vai se arrepender.” Brigite falou, sua voz ainda trêmula.

Eu os olhei perigosamente e me virei para os dois Strigois que eu havia derrubado e que começavam a acordar. Com a barra de ferro, decapitei um, depois o outro.

Endireitei a minha postura e olhei novamente para Karl e Brigite que assistiam tudo, com olhos arregalados.

“Arrependimento? Essa palavra não existe para mim.” Eu apontei para os corpos dos Strigois ali caídos. “Limpem essa sujeira. Não queremos que nosso amigo Bud fique chateado, devemos mostrar que somos excelentes clientes.”


Quando sai do galpão, peguei meu celular e liguei para Boris.

“Eu preciso de reforço.” Falei assim que ele atendeu. “Tive que me livrar de alguns. Prepare o avião, prepare carros com vidros escuros e venha junto.” Ordenei.

“Qual será o destino, Belikov? Só para que eu possa resolver as coisas burocráticas, você sabe.”

“Las Vegas. Estou indo imediatamente para Las Vegas.”



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