Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Gente, finalmente, segue o último capítulo (Ufa!). Espero que gostem!
Agradeço a todos que leram e comentaram e também aqueles que leram sem comentar! rsrsrsrs



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E reconheci prontamente aquela estaca. Não tinha como negar que pertencia mesmo a Rose. Ela possuía um entalhe geométrico no cabo que a diferenciava de qualquer outra. Foi a mesma que ela utilizou para me golpear naquela ponte da Síbeira. A mesma que eu havia enviado para ela, algum tempo depois. Senti um calafrio estranho percorrer o meu corpo. Talvez pelas lembranças que me vieram, talvez pela sensação de ter uma relação mórbida com aquele objeto.

“Oh, qual é. Guardiões ganham estacas o tempo todo. Eles têm um enorme estoque de idênticas a esta.” Abe falou sorrindo.

Iris o ignorou e olhou para Rose. “Onde está sua estaca agora?”

“No meu quarto.”

Ela virou e olhou para a multidão. “Guardião Stone?”

Um dhampir alto com um bigode preto se levantou. “Sim?”

“Você realizou a busca nos pertences do quarto da Srta. Hathaway, correto?”

“Você revisto meu –“ Rose começou a protestar indignada, mas foi interrompida por um olhar de Abe.

“Correto,” disse o guardião.

“E você encontrou alguma estaca de prata?” perguntou Iris.

“Não.”

“Isso não prova nada. Ela pode ter perdido a estaca sem saber.” Abe disse, ignorando o olhar de triunfo lançado pela promotora.

“Perdido no coração da rainha?” Ela ironizou.

“Srta. Kane,” avisou a juíza.

“Minhas desculpas, Excelência,” Iris respondeu e virou-se para Rose “Srta. Hathaway, tem algo especial em relação a sua estaca? Algo que a torne distinta das outras?”

“S-sim.”

“Você pode descrever o que é?”

“Ela tem um padrão perto do cabo. Um tipo de design geométrico.” Rose respondeu hesitante. Eu fechei meus olhos por uns segundos. Era mesmo como se eu ainda pudesse ter aquela estaca em minhas mãos. Bem distinta das que eu conhecia.

Iris mostrou novamente o saco plástico, de forma que os membros do Conselho Moroi pudessem ver a estaca, depois, mostrou a Rose. “É este o design? É sua estaca?”

Eu pude ver o espanto no rosto de Rose. Era como se ela não acreditasse que no que seus olhos viam. Ela olhou para Abe que a encarou, transmitindo alguma mensagem com o olhos.

“Ela... parece similar ao design da minha,” ela disse cautelosamente. “Mas não sei dizer com certeza se é a mesma.”

Tinha sido uma boa resposta. Mas Iris parecia não se abalar. “É claro que você não pode. Mas agora que o Conselho viu que esse design bate com a descrição que você fez e que ela é provavelmente sua a estaca, eu gostaria de apontar que nosso teste se revelou,” ela ergueu mais papéis, a vitória em seu rosto “Que suas digitais estão nela.”

“Alguma outra digital?” perguntou a juíza.

“Não, Excelência. Só a dela.”

“Isso não significa nada,” Abe interferiu, soando indiferente. “Alguém rouba a estaca dela e usa luvas. As digitais dela estariam ali porque é dela.”

“Isso está ficando um pouco cansativo, não acha?” perguntou Iris.

 “A evidência ainda está cheia de furos,” ele protestou. “É isso que é cansativo. Como ela pode ter entrado no quarto da rainha? Como ela passou pelos guardas?”

“Bem,” respondeu Iris, “essas seriam perguntas melhor exploradas no julgamento, mas considerando o extenso registro da Srta. Hathaway de invadir lugares, assim como várias marcas de indisciplina, eu não duvido que ela tenha encontrando várias formas de entrar.”

 Eu senti uma ponta de exaspero. Mais uma vez, como sempre, a reputação de Rose era levantada contra ela, mesmo que fosse injusto. Ela tinha construído uma imagem rebelde, difícil de ser esquecida.

“Você não tem provas,” disse Abe. “Nenhuma teoria.”

“Não precisamos,” disse Iris. “Não aqui. Temos mais que o bastante para ir a julgamento, não temos? Eu quero dizer, nem chegamos a parte em que incontáveis testemunhas ouviram a Srta. Hathaway dizer para a rainha que ela iria se arrepender de ter feito a recente lei guardiã. Eu posso encontrar os transcritos se você quiser – sem mencionar os relatórios de outros ‘expressivos’ comentário feito pela Srta. Hathaway em público.”

Novamente, o temperamento de Rose a denunciava. Eu a conhecia bem e sabia que o comportamento e as atitudes dela não a conduziam para o mal, mas não eram todos que tinham esse ponto de vista sobre ela.

“Oh sim,” Iris continuou. “Também temos registros da rainha declarando sua extrema desaprovação sobre envolvimento da Srta. Hathaway com Adrian Ivashkov, particularmente quando os dois fugiram.”

EU me mexi, incomodado. Rose começou a protestar, mas Abe fez um gesto para que ela se calasse. Iris continuou. “Existem incontáveis outros registros de Vossa Majestade e a Srta. Hathaway brigando em público. Você gostaria que eu encontrasse esses registros também, ou podemos votar pelo julgamento agora?”

“Excelência?” Rose perguntou, de forma inesperada. “Posso dizer algo?”

“Não vejo porque não. Estamos juntando todas às evidências aqui.”  A juíza respondeu.

Eu senti meu coração saltar, embora fizesse um bom trabalho em manter minha fisionomia imparcial. Olhei em volta e percebi que alguns guardiões que ali estavam pareciam suspensos. Eu não sabia dizer se estavam contra ou a favor dela. Olhei para Lissa que era pura tensão.

“Ok,” a voz de Rose ecoou, puxando novamente minha atenção. Abe a olhava com aflição. “Vocês apresentaram muitas coisas suspeitas aqui. Eu posso ver isso. Mas o problema é esse. É muito suspeito. Se eu fosse matar alguém, eu não seria tão idiota. Você acha que eu iria deixar minha estaca presa no peito dela? Você acha que não usaria luvas? Qual é. Isso é um insulto. Se eu sou tão habilidosa quanto você diz que meus registros dizem que eu sou, então porque eu faria isso desse jeito? Eu quero dizer, sério? Se eu fizesse isso, seria muito melhor. Vocês nunca nem iriam me considerar suspeita. Isso tudo é meio que um insulto a minha inteligência.”

Apesar de ter sua lógica, eu realmente não podia acreditar que Rose tinha dito aquilo. Qualquer coisa, por mais inocente que fosse, seria utilizada contra ela.

“Rose –“ começou Abe, um tom perigoso em sua voz. Mas Rose não se intimidou.

“Todas essas suas evidências parecem tão dolorosamente óbvias. Diabos, quem quer que tenha armado isso poderia muito bem ter apontado uma flecha direto para mim – e alguém armou isso, mas vocês são muito idiotas para sequer considerar isso.” Ela elevou a sua voz e eu pude reconhecer nela uma nota de desespero. Aquilo me doeu. “Vocês querem uma resposta fácil. Uma resposta rápida. E vocês certamente querem alguém sem conexões, sem uma família poderosa para protegê-lo...” Ela hesitou por um breve momento, lançando um olhar para Abe. “Porque é assim que funciona. Foi assim que aconteceu com a lei da idade. Ninguém foi capaz de se levantar pelos dhampirs porque o maldito sistema não permite.”

Ela parou por longos minutos, refletindo e acrescentou. “Hum, de qualquer forma, Excelência... o que estou tentando dizer é que as evidencias não deveriam ser o suficiente para me acusar ou me mandar para julgamento. Eu não planejaria um assassinato dessa forma tão ruim.”

“Obrigada, Srta. Hathaway,” disse a juíza. “Isso foi muito... informativo. Você pode se sentar enquanto o Conselho vota.”

Eu pude ver pela expressão no rosto das pessoas que aquelas palavras de Rose não foram bem recebidas. Foi quando me ocorreu que algo grande estava por trás de tudo isso. Obviamente alguém tinha armado aquilo. Alguém com grandes interesses e alguém que queria ver longe fora de circulação. Mas quem?

Rose e Abe voltaram para o banco, enquanto um falava no ouvido do outro. Eu não podia ouvir o que diziam, mas eu podia jurar que Abe a repreendia pelo que ela tinha dito. Eu confesso que não desaprovava as palavras dela, achei tudo muito pertinente, mas realmente ninguém daquele conselho estava inclinado para defesa de Rose. Todos estavam cegos, voltados apenas para a vontade de dar as pessoas uma resposta à morte da rainha. E como Rose tinha dito, era melhor apontar alguém sem poder.

A juíza prosseguiu com a votação e onze mãos levantaram a favor do julgamento. Estava terminado. Por unanimidade, Rose era oficialmente acusada do assassinato da rainha. As pessoas começaram falar baixo. Rose se levantou para sair, mas repentinamente lançou um olhar para a platéia, olhando diretamente para Lissa. Era o laço. Ela havia sentido algo. E logo depois ela olhou diretamente para mim. Eu não estava mais me mantendo incógnito. Tinha dado um passo à frente e olhava para ela pensando o que seria agora. Meu lado emocional dizia que era para eu avançar naquela sala e resgatar Rose de tudo isso, tirá-la dali a todo custo. Algo dentro de mim me dizia que ela já estava condenada, que não havia mais saída para ela. Eu não podia deixar aquilo continuar. Ela era inocente, eu tinha certeza, como as pessoas não conseguiam ver algo tão óbvio? Mas meu lado racional não me deixava ceder aquele impulso. Eu me mantive olhando fixamente para ela, sem conseguir desprender dos seus olhos. Ela me olhava com profundidade e, naqueles breves segundos, foi como se aquele abismo que existia entre nós sumisse. Mas logo, Abe a chamou tirando sua atenção de mim, a levando para fora da sala, em meio ao tumulto das pessoas.

Eu permaneci ali, tentando organizar meus pensamentos, até uma doce, mas preocupada voz me chamar.

“Dimitri?” Lissa disse bem próxima a mim.

Eu a olhei, sem conseguir esconder o encanto que a imagem dela exercia em mim. Era impressionante como ela conseguia exalar calma e tranqüilidade.

“O que está acontecendo?” Ela perguntou transtornada. “O que será agora? Por tudo que vimos aqui, será obvio que Rose será condenada.”

“Ela já está condenada.” Eu respondi a Lissa. Aquilo era óbvio. Era um jogo de cartas marcadas. Ninguém estava interessado em investigar nada. Todos só queriam ter o caso solucionado, mesmo que fosse desta forma irresponsável.

“Meu Deus,” ela falou baixo, com os olhos enchendo de lágrimas. “Não, não vamos dar este caso por encerrado, ainda podemos fazer algo. Eu conheço Rose. Se ela for condenada, ela não suportará a prisão por muito tempo. Ela jamais ficaria confinada. Não podemos deixar isso acontecer a ela.”

Eu olhei para frente, sem mesmo ver as pessoas que se moviam de um lado para o outro. “Rose não ficará presa por muito tempo.” Eu falei, constatando um pensamento desesperador. “A pena para assassinos de monarcas não é a prisão.”

Lissa arregalou os olhos, como se a realidade tivesse lhe ocorrendo somente naquele momento. “E qual é a pena?” Ela perguntou hesitante.

“Quem mata um monarca é executado por traição.” Respondi duramente.

FIMMMMM


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Notas finais do capítulo

Bem, atendendo a inúmeros pedidos, já comecei a fic com o POV de Dimitri para Blood Promise. Gente, se for pela quantidade de gente que me pede, essa fic vai estourar os servidores do Nyah de tanto acesso kkkk (momento convencida blehhhh). Brincadeira!! Mas sério, é meu livro preferido, mas não imaginei que tanta gente também gostasse!
Então, aguarde, prometo que antes do final de semana, temos nova fic no ar!!
Ah e, para constar, não me esqueci as One prometidas não, viu?? Estão a caminho!
bjs no coração de vcs!