Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Gente,
este capítulo não existe no livro, é pura imaginação minha...
mas, como sempre digo, precisamos construir a história do lado de Dimitri.
Bem essa é a reta final, só temos agora mais uns dois capítulos!
Ah, e para todos que perguntam, eu ainda não fiz o pov de Dimitri pra Blood Promise, mas pretendo começar, assim que terminar esse aqui!



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As horas que se seguiram após a prisão de Rose foram intensas. Assim que sai do prédio dos guardiões e caminhava, ainda escoltado, para o quarto que estava alojado, encontrei com Lissa que parecia atônita. Christian vinha com ela.

“Ah, Dimitri,” ela disse com o mesmo tom de voz gentil, embora seu olhar demonstrasse que aquela notícia a tinha abalado muito. “Você já deve saber... Rose está sendo acusada de assassinar a Rainha Tatiana. Como isso é possível? Rose nunca faria isso, eu sei.”

“Eu estava com ela, quando a levaram.” Respondi tentando soar controlado, mas era difícil, diante de uma situação tão inusitada como aquela. “Como uma acusação deste nível veio recair justamente sobre Rose?”

“Eu estava indo ao prédio dos guardiões para tentar saber maiores detalhes, ninguém sabe informar nada com exatidão.” Ela me olhou por alguns segundos, e eu pude ver o remorso cruzar seu olhar. “E você? Está bem?” Ela havia esquecido completamente de todo cuidado que tinha comigo, mas era compreensivo, diante daqueles fatos.

“Não se preocupe, eu estou bem.” Eu assegurei. “O que precisamos agora é descobrir como Rose foi envolvida nisso tudo e a partir daí começarmos a agir.”

“Nós vamos tentar pegar novas informações.” Christian falou pela primeira vez. Ele realmente parecia preocupado com tudo aquilo, principalmente se considerássemos a relação dele com Rose.

Os meus guardas fizeram um sinal que indicava que eu tinha ficado tempo demais naquela conversa, e eu entendi que era hora de ir.

“Não deixem de me manterem informado. Por favor.” Falei antes de me afastar.

Já no meu quarto, tentei me acalmar, em vão. Minha mente não conseguia descansar imaginando Rose presa naquela cela. Se eu bem a conhecia, ela não suportaria por muito tempo. Ela havia nascido para ser livre e o seu espírito era inquieto. Ao mesmo tempo, eu queria me ver em ação. Queria saber dos fatos e conhecer as evidências que indicavam Rose como assassina. Eu não tive um minuto de tranquilidade até alguém finalmente trazer informações. Mas estas não vieram de Lissa e nem de qualquer outro que eu esperasse. Vieram de Mikhail. Um guardião que passou pouco tempo na Academia depois que eu fui para lá.

“Olá Belikov.” Ele disse calmamente ao entrar, observando tudo ao redor. Eu estava em pequeno e simples quarto que tinha basicamente uma cama, uma pequena mesa com uma cadeira ao lado direito e uma minúscula cômoda com gavetas e com prateleiras na parte de cima, junto a janela. Era bastante funcional e sem nenhum luxo. “Eu suponho que você queira ter algumas novidades sobre a situação de Rose.”

Eu assenti, tentando conter minha ansiedade. Quase a metade do dia havia passado até que ele viesse com algo.

“A situação dela não é das melhores, embora eu acredite em sua inocência.” O semblante dele era bem tranqüilo, mas sua voz estava preocupada. “Rose não teve um comportamento muito bem visto estes últimos dias, inclusive se opôs duramente em uma das reuniões do conselho sobre a Lei da Idade. Claro que isso não é o suficiente para acusar alguém de assassinato, muitos até a apoiaram na época, mas agora tudo passa a ser visto como algo negativo.”

“Mas como eles chegaram nela? Como aconteceu?”

“As investigações ainda estão sendo feitas e haverá uma audiência logo mais para que os fatos sejam explanados. Eu tomei ciência de algumas coisas, mas nada oficial. Parece que a rainha foi morta com a estaca de Rose. Essa parece ser a principal evidência.”

“Ora, quantas estacas tem somente aqui na Corte? Cada guardião possui uma. Como podem ter certeza que esta pertence a Rose?”

“Pelo que entendi, é uma estaca com uma marca bem particular, que não a torna comum. E essa estaca estava cravada no coração da rainha.”

Imediatamente eu lembrei. Na Síberia, Rose havia me acertado com uma estaca, já sem magia. Eu tinha pego nesta estaca algumas vezes e ela ainda estava viva em minha mente. De fato, não era comum. Tinha uns relevos geométricos no cabo, bastante diferente e que a tornavam única. Senti meu corpo esfriar. Tinha sido a mesma estaca que eu havia enviado de volta para Rose, com uma carta cheia de declarações de amor e ameaças de morte.

Mikhail pareceu reconhecer meu semblante e entendeu que eu sabia do que se tratava. Ele me avaliou por alguns momentos, como se sondasse o que estava prestes a dizer. “Mas temos uma esperança. Rose tem um álibi... Ao que tudo indica, ela esteve com Adrian Ivashkov por toda noite de ontem. Pelo menos, foi o que eu soube.” A voz dele foi cautelosa, mas não soou nada gentil.

Senti o ciúme queimar em minhas veias. Rose havia passado toda a noite com Adrian Ivashkov e isso explicava aquela mordida que eu havia visto em seu pescoço. Eu não conseguia deixar de me inquietar com aqueles pensamentos que me vieram. Eu sabia que eu havia empurrado Rose para isso, quando a desprezei daquele jeito na igreja, mas lidar com os fatos concretos era difícil. E o fato era que ela tinha seguido adiante. Mas precisava ser tão rápido? Precisava ser assim? Minha mente começou a imaginar os dois juntos, tanto que quase esqueci que estávamos tratando da acusação que ela tinha recebido.

“Belikov?” Mikhail me chamou. Sem perceber eu estava andando de um lado para o outro do quarto, perdido em pensamentos. “Você parece não ter ouvido o que eu disse.”

“Desculpe. Você falava sobre o álibi?” Tentei disfarçar.

“Sim, isso foi no começo, mas eu estava falando que Damon Tarus, um primo de Daniella Ivashkov irá defendê-la. Ele é um advogado renomado. Mas eu vim mesmo aqui por uma razão.” Ele fez uma rápida pausa. “A audiência de Rose já será hoje. Daqui há algumas horas.”

Eu me vi em choque. Normalmente as audiências não aconteciam assim tão rápido. Era de se esperar que, em se tratando de uma rainha, eles tivessem pressa em desvendar tudo, mas isso significava que as coisas estavam andando rápido demais. Eles queriam solucionar este crime a todo custo e isso nos dava pouco tempo. Eu duvidava que pudesse existir uma investigação profunda com tanta pressão. Era óbvio que Rose estava sendo uma espécie de válvula de escape para os problemas que estavam borbulhando na Corte. Isso daria a todos uma falsa ilusão de que a segurança estava restabelecida e assim eles poderiam seguir com seus assuntos.

“Eu preciso estar lá.” Falei ainda pensativo. “Será que tem alguma forma de que eu consiga uma permissão para assistir essa audiência?”

“Eu não sei. Eu soube da sua reação durante a prisão de Rose, mas acho que ninguém deve estar levando isso em conta agora.” Mikhail parecia verdadeiramente preocupado com Rose e com toda aquela situação. Ali eu tive certeza de que ele era realmente um amigo com quem podíamos contar. “Eu posso falar com algumas pessoas, mas não prometo nada.”

“Eu ficaria muito grato.”


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